sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Fracionando a Alma e Tikkun (Cabala)




Cada um de nós é um pedaço de um quebra-cabeças, do que uma vez foi a única alma existente.

Essa alma foi quebrada em 7 milhões de pedaços e agora chegou o tempo da correção para reagrupar todos esses pedaços.

Ninguém gosta de estar preso no meio de um engarrafamernto, perambular no meio de um monte de compradores em um shopping center ou esperar para sempre na fila de um caixa no supermercado.

As vezes nos perguntamos por que existem estas multidões?

Pode ser que estamos dispostos a compartilhar o mundo com alguns amigos ou parentes, e quem sabe com outras tantas dezenas ou centenas de pessoas; a necessidade de compartilhar com os outros sete milhões está menos clara.

De fato, por que existe tanta gente no mundo?

Café do Brasil e Relógios Suiços. O sentido comum nos demostra que ter relações com as pessoas é vantajoso para nós. Se estivéssemos sozinhos no mundo, comer uma rabanada de pão requeriría que semeássemos o trigo, fazer crescer, colher, moer, amassar, e assar o pão. E ainda teríamos que construir o forno. Em vez disso, podemos ir a padaria mais próxima e comprar pão por um preço acessível. E quanto tempo levariamos para ir a padaria? Provavelmente apenas alguns minutos.

Atualmente, trabalhamos várias horas por dia e gozamos dos produtos do resto da humanidade. Gozamos do fantástico chocolate belga, dos alimentos "fast food", dos relógios suiços, e do café brasileiro. Os chineses fazem os foguetes em forma de brinquedo para nossos filhos, os japoneses fazem carros que dirigimos, com os quais nos beneficiamos e deleitamos.

Mas esta é uma boa razão para que exista tanta gente?

Eis uma pergunta interesante: Se houvesse um milhão de pessoas a menos no mundo, sentiríamos que falta alguma coisa ?

No reino do desejo Dos Cabalistas nos diz que todos viemos de uma só alma, chamada “a alma de Adão ha Rishon” (o primeiro homem), que foi criado pelo Criador.

Também explicam que a natureza do Criador é de total amor e benevolência, e que Ele criou a alma de Adão ha Rishon com uma natureza completamente oposta: só com o desejo de receber deleite e prazer.

A tarefa da alma de Adão ha Rishon é a de assemelhar-se a natureza do Criador, para ser tão afetiva e doador como Ele.

Quando a alma alcançasse a meta, seria concedida o prazer maior da realidade.

Prazer antes do contato.

Os Cabalistas explican que quando a alma de Adão ha Rishon foi criada, estava em contato com o Criador.

Mas o prazer que derivou deste contato estava limitado, visto que não veio com o esforço independente da alma.

O Criador, por outro lado, quis que a alma de Adão ha Rishon se desenvolvesse por si mesmo.

Para tal, em um ato premeditado, ele o expôs a maiores prazeres.

Quando a alma recebeu estes prazeres, descobriu realmente quanto se regozijava com eles e realmente preferindo estes prazeres que o contato com o Criador.

Como conseqüência dessa atitude para com a alma do Criador, ela mudou imediatamente e perdeu o contato com ele.

Esta experiência pode ser comparada com uma pessoa que esta pedindo para ganhar na loteria, e promete que se ganhar, doará a metade do prêmio para obras de caridade. Mas uma vez que ganhou na loteria, o prazer que o expõe o supera e suas prioridades mudam. Ele se "esquece" da sua promessa, e encontra repentinamente muitas alternativas de investimentos que sejam muito mais atrativas, que doar o dinheiro para a caridade.

Fragmentos do prazer como resultado da desconexão do Criador, a alma de Adão ha Rishon foi desconectada do mundo espiritual e se rompe em muitos fragmentos, chamados de “almas particulares” ou “almas individuais.”

Segundo a sabedoria da Cabala, este processo se chama “o rompimento da alma de Adão ha Rishon.”

A alma de Adão ha Rishon se fragmentou em muitas almas particulares devido a carga de todos os prazeres que se apresentaram a ela, era muito para que uma só alma participasse enquanto que mantinnha o contato com Criador, o doador do prazer.

A medida que o processo continuou, as almas foram descendo a este mundo e se abrigaram em corpos humanos.

Semelhantemente, se desejamos mover um peso de uma tonelada, não podemos pedir que uma só pessoa faça.

Mas se dividirmos a tonelada em mil pequenos pedaços de um quilo, e darmos uma só peça a cada uma das mil pessoas, nós poderíamos mover facilmente este peso.

Da mesma maneira, depois de se dividir, a cada alma foi concedida pequenos prazeres se comparados ao enorme prazer que a única alma havía experimentado inicialmente.

Agora, cada pedaço aprenderia gradualmente como receber seu prazer predeterminado, enquanto mantinha o contato com o Criador.

Existe uma história escrita por Baal HaSulam que expressa concisamente o processo de rompimento e seu propósito: “existe uma alegoria sobre um rei que desejou enviar uma grande soma de moedas de ouro a seu filho, que vivia muito longe. Lamentavelmente, todas as pessoas em seu país eram ladras e falsas, e ele não tinha nenhum mensageiro leal. O que ele fez? Dividiu as moedas em pacotes e os enviou através de muitos mensageiros. Pois não valeria a pena manchar seu forno, pelo prazer de roubar.”



A Árvore da Vida

Já passamos da etapa de ruptura.

Cada um de nós é um mensageiro do rei, e somos todos, os que levamos os pacotes do tesouro do Criador.

Nossa missão é fazer o que pediu o rei e reassumir o contato com o Criador, enquanto estamos vivos.

Até que não coloquemos a moeda em seu lugar, continuaremos voltando a este mundo.

Os Cabalistas se referem a este processo como Tikkun (correção).

O significado de Tikkun é a capacidade de incorporar a nossas vidas a consciência que todos compartilhamos a mesma travessia e aspiramos à mesma meta.

O Tikkun se revela em duas etapas primárias.

Na primeira etapa, voltamos repetidamente a este mundo sem saber o propósito de nossas vidas.

A primeira etapa prepara a terra para a etapa seguinte, quando o desejo desperte em nós para saber o propósito de nossas vidas.

Somente depois que isto desperta começamos a empreender conscientemente o Tikkun.

Entretanto, podemos acelerar o processo.

Os Cabalistas, que atravessaram o processo da correção, podem nos ensinar como corrigir nossos próprios pedaços.

Quando fazemos isso, subiremos até a etapa superior da escala espiritual e não teremos que reencarnar mais neste mundo.

O conjunto é (muito) mais que a soma de suas peças.

O propósito de estudar a sabedoria da Cabala é ajudar a cada um de nós, as partes da alma de Adão ha Rishon, a restaurar nossa unidade da maneira mais rápida possível.

Quando cada um de nós corrigir sua parte, perceberemos qual é a meta para a qual viemos a este mundo e nos concederão enormes prazeres, visto que o conjunto vale muito mais que a soma de suas peças.

Quando se termina a missão da correção, todos os pedaços se juntarão em uma só grande alma, a alma corrigida de Adão ha Rishon.

Uma luz maravilhosa cheia de amor, a luz que o Criador desejou dar a alma de Adão enquanto estava inteira, a qual brilhará em nossas almas.

Este "estado corrigido" se chama Gmar Tikkun, ou o “final da correção.”


Traduzido por Gabriela Ayres
Referência: bnei baruch argentina blog

Fonte:
sua mente