sábado, 11 de agosto de 2012

Biofótons


Os biofótons foram descobertos pelo soviético Alexander G. Gurvich, em 1923, que os denominou de “raios mitogenéticos”, uma vez que ele estava estudando o processo de diferenciação no desenvolvimento celular. O prefixo “mito” se refere à mitose. Na década dos anos 30 eles foram estudados intensamente, tanto na Europa como nos EUA, mas, como os resultados práticos não vinham, acabaram sendo esquecidos. Num clima extremamente pessimista, a notoriedade da descoberta de Gurvich acabou chegando mesmo nos anos 70, quando surgiram amplas evidências teóricas e experimentais acerca de sua estrutura.

Neste ponto, deve-se enaltecer a atuação, na Alemanha, do Prof. Fritz-Albert Popp que, apesar de extremas dificuldades e descrenças, acabou empenhando toda a sua carreira científica para exibir a origem dessa radiação no DNA e mostrar também a coerência (algo análogo ao que ocorre com o laser) dessa emissão. Pode-se mesmo dizer que ele foi o responsável por essa ressurreição ocorrida com esse tipo de fenômeno. Mesmo em 1985, o grande biofísico soviético Volkenshtein escrevia: “As tentativas, que se prolongaram por uma série de anos, de descobrir essa radiação por métodos físicos exatos não conduziram ao êxito. A existência de raios mitogenéticos não se afirmou, por isso seu estudo há tempos foi abandonado. Do mesmo modo foram falsas outras comunicações sobre as radiações ultravioletas específicas, originadas em outros processos biológicos”. Popp provou o contrário.

Na linguagem simplificada, usada nos textos elementares, o fóton é descrito como um aglomerado de energia localizada, constituindo algo como um projétil de radiação. São esses projéteis que atingem a nossa retina ou nossos aparelhos registradores e constituem a luz que estudamos. O fóton constitui, dentro do espectro visível, a luz que vemos ou registramos. Há também fótons que não são visíveis, mas que apresentam os mais variados efeitos. Abaixo da região visível, temos, por exemplo, os fótons que constituem os raios infra vermelhos, etc. Acima da região visível, temos o exemplo da radiação ultra violeta.

Os biofótons, ou emissões ultra fracas de fótons por sistemas biológicos, são fótons de luz ( intensidade muito baixa) que estão no intervalo óptico do espectro eletromagnético, ou seja, constituem a luz emitida por esses sistemas. Seus comprimentos de ondas correspondem ao vermelho, ao amarelo, ao verde, etc. Podem, também, exibir comprimentos de ondas menores, com freqüências mais elevadas, como a da radiação ultravioleta. Todas as células vivas de plantas, animais e seres humanos emitem biofótons que não chegam a serem vistos pelo olho nu, mas que podem ser notados e medidos por meio de equipamentos especiais desenvolvidos, principalmente, por pesquisadores alemães.

Talvez, o melhor e mais atualizado livro sobre o assunto seja o de Marco Bishof, entitulado “Biophotons – The Light in Our Cells” que, entretanto, só é disponível em alemão, não tendo sequer uma tradução para o inglês. Vamos segui-lo, na sua parte introdutória:

A emissão de luz é uma expressão do estado funcional do organismo vivo e a medida dessa emissão pode, portanto, ser usada para se ter um acesso a esse estado. Células cancerosas e células sadias do mesmo tipo, por exemplo, podem ser discriminadas pelas diferenças típicas da emissão de biofótons. É bom guardar esse exemplo na memória. Depois de uma década e meia de pesquisa básica sobre essa descoberta, biofísicos de vários países europeus e asiáticos estão explorando agora as aplicações muito interessantes que percorrem campos tão diferentes como pesquisas sobre o câncer, diagnóstico médico precoce não-invasivo, testes de qualidade de comida e água, testes químicos e eletromagnéticos de contaminação, comunicação entre células e várias aplicações em biotecnologia.

De acordo com a teoria biofotônica desenvolvida com base nessas descobertas, a luz dos biofótons é armazenada nas células do organismo – mais precisamente, nas moléculas de DNA de seus núcleos – e uma rede dinâmica de luz constantemente emitida e absorvida pelo DNA pode conectar organelas das células, as células, os tecidos, e órgãos dentro do corpo e serve como a rede principal de comunicação do organismo e como a principal instância de regulação para todos os processos da vida. Os processos de morfogênese, crescimento, diferenciação e regeneração são também explicados pela estrutura e pela atividade reguladora do campo biofotônico coerente. O campo holográfico de biofótons do cérebro e do sistema nervoso, e possivelmente de todo o organismo, pode também ser a base da memória e de outros fenômenos da consciência, como foi postulado pelo neurofisiologista Karl Pribram e por outros. O campo holográfico, como se sabe, é um campo coerente. As propriedades de coerência do tipo da consciência do campo biofotônico estão diretamente relacionadas às suas bases localizadas no vácuo físico e indicam seu possível papel como uma interface entre os domínios não físicos da mente, da psique e da consciência.

A descoberta da emissão biofotônica também deu respaldo científico a alguns métodos não convencionais de cura baseados no conceito da homeostase (auto regulação do organismo), tais como várias terapias somáticas, homeopatia e acupuntura. A energia “chi” circulando pelos canais do nossos corpos (meridianos) de acordo com a Medicina Tradicional Chinesa regula as funções do nossos corpos e pode estar relacionada com as linhas nodais do campo biofotônico do organismo. A “prana” da fisiologia da Ioga Indiana pode ser uma força energética similar reguladora que tem sua base nos biocampos eletromagnéticos fracos e coerentes.

A coerência do campo biofotônico 

Coerência é uma propriedade que, em óptica, tem um significado especial. Experimentalmente, sabe-se que é impossível a obtenção de figuras de interferência com duas fontes separadas, tais como duas lâmpadas de filamento colocadas lado a lado. Isso se deve ao fato de que a luz proveniente de qualquer fonte não é um trem de ondas infinito. A coerência de duas ondas , em essência, descreve uma propriedade que, em física, permite uma interferência estacionária, tanto no espaço como no tempo. De um modo geral, a coerência descreve todas as propriedades de correlação entre as quantidades físicas de uma onda. Quando duas ondas estão interferindo, ou elas se adicionam construtivamente ou se subtraem destrutivamente, dependendo de sua fase relativa. Chamamos duas ondas de coerentes se elas têm uma fase relativa constante, o que implica que elas têm também a mesma freqüência. Existe um parâmetro denominado por cross-correlation que diz quanto as propriedades da segunda onda podem ser previstas a partir do conhecimento da primeira onda em interferência. Como exemplo, podemos considerar duas ondas perfeitamente correlacionadas. Em qualquer instante, se a primeira onda varia, a segunda vai variar da mesma maneira. Segue-se que elas são perfeitamente coerentes. A segunda onda não necessita ser uma entidade diferente. Ela poderia ser a mesma onda num tempo ou numa posição diferente. Aí falamos em auto-correlação. O caso da homeostase seria um exemplo de auto correlacionamento, se todas as informações relevantes estiverem disponíveis. Exemplos de coerência pertencentes a campos mais gerais são a supercondutividade, a condensação de Bose Einstein, etc.

Assim, se temos emissão coerente de biofótons, isso quer dizer que o campo biofotônico emite luz cujas diferenças de fase se apresentam constantes, acarretando, portanto, algo global. Não se pode isolar pura e simplesmente a luz emitida por uma célula e ignorar o que se passa com as outras: há uma espécie de comprometimento entre todas as componentes luminosas. Essa propriedade pode se tornar mais significativa se estivermos estudando a luz emitida por células sadias em comparação com células doentes. Na prática sabe-se que células doentes emitem luzes de frequências mais elevadas. Iremos estudar esses casos na sequência.

Sugestões de estudo 

Em 2003 era publicada uma monografia usada como texto para a obtenção do título de Mestre junto à FMUSP, de autoria do médico Ricardo Monezi Julião de Oliveira, que atraiu a nossa atenção. O trabalho tem o título: “Avaliação de efeitos da prática de impostação de mãos sobre os sistemas hematológico e imunológico de camundongos machos”. Vamos ver o resumo do próprio autor:

“Estudamos a impostação de mãos sobre camundongos, avaliando parâmetros hematológicos e imunológicos. Nossos resultados demonstraram nos animais que receberam a impostação de mãos uma diminuição significativa do número de plaquetas, elevação do número de monócitos na leucometria específica, elevação da atividade citotóxica de células não aderentes com atividade NK (Células Natural Killer) e LKA (Células matadoras ativadas por linfócitos). Os grupos controle e placebo não mostraram qualquer alteração. Os resultados encontrados nos levam a concluir que há uma alteração fisiológica decorrente à impostação de mãos e que há que se estudar por que ela ocorre.”

Verificou-se que usando um grupo de sessenta camundongos machos, divididos em três sub-grupos, sendo um de controle, outro simulando algo como impostação e o terceiro sendo o de verdadeira impostação de mãos, no caso da reação a uma situação preparada de indução da presença de bócio, quando da retirada da ministração de iodo aos animais, apareceram os resultados apresentados. O que necessita ser explicado é o resultado da aplicação de algo que se pode definir como passe magnético, passe mesmeriano, passe utilizado na Medicina Tradicional Chinesa e outras terapias alternativas ou complementares. Não basta afirmar que durante a impostação de mãos é transferida uma certa quantidade de energia sutil. A hipótese mais evidente que se coloca é a de que a energia fornecida quando da impostação de mãos vem dos biofótons emitidos pelo pesquisador. No caso em pauta, este administrou passes de cerca de quinze minutos de duração, durante quarenta e cinco dias.

Não foi incluído especificamente entre os tipos de passes o passe espírita, pois este depende de outro fator que é a parte espiritual. O passe espírita é considerado como um passe misto: parte orgânico e parte espiritual. Neste tipo de passe deveriam ser incluídos os biofótons oriundos da parte física e os da parte perispiritual, que pertencem a outro quimismo. É possível que o campo biofotônico seja também responsável por várias outras formas de energia sutil encontradas nas medicinas alternativas, como a acupuntura e a homeopatia, ou seja, um campo informacional.

Fonte: 
http://www.amebrasil.org.br/portal/