sábado, 3 de dezembro de 2011

O Manto de Mãe Maria: Proteção para os Filhos (Antroposofia)


Ó manto de Maria
proteja meu filho de todo mal
Ó manto de Maria
envie o calor do meu coração para meu filho
Ó manto de Maria
Guie os passos do meu filho na senda da verdade
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Anônimo 

Esta oração da Idade Média procura três elementos de proteção para ajudar o jovem a crescer: 

O calor do amor, 
O guiar os passos e 
O encontro com a verdade. 

Naquela época as pessoas tinham um relacionamento natural com os mundos superiores e a prece era o meio mais eficaz para expressar essa fé e confiança. Esta situação tem mudado bastante, pois hoje em dia temos que nos conscientizar dos problemas, para que junto conosco as forças superiores possam atuar na oração.

Os pais estão muito atentos aos perigos do mundo de fora que podem atingir seus filhos. Porém, além disso existem alguns que não se manifestam tão obviamente, mas que podem interferir no crescimento sadio do/da jovem, isto é, ‘a perda da inocência’, o avançar de vivências que deveriam ficar para um setênio futuro pois o namoro muitas vezes começa já no segundo setênio.
Este fenômeno não é restrito ao Brasil senão ao mundo dos jovens em geral, onde eles estiverem. 

O jovem se mostra insatisfeito com as atividades que satisfazem seus pais na mesma idade, ele quer e exige vivências exuberantes; praticar esportes de alto risco é apenas uma manifestação disso. Eles procuram a liberdade emocional que se confunde com a emergência da sexualidade.

Na maioria dos casos a pergunta de como chegar a critérios adequados para lida com esta questão se resolve por meio daquilo que podemos chamar “o consensus da aula”. Os pais são cada vez mais confrontados com os pedidos e as colocações de seus filhos que por citar “o consensus da aula” exigem que desfrutem de plena liberdade de escolha, de onde, vão, com quem, e chega a tal ponto o exagero que convencem, em alguns casos, seus pais de que sua tarefa seria de ver que a vontade de seu filho seja cumprida. Claro que isto ocorre em casos extremos, porém, é como dizer: “tenho o direito de ser feliz e para que isso possa acontecer, vocês deveriam remover os obstáculos no meu caminho”... Com esta atitude pouco a pouco desaparece a objetividade entre a criança/jovem e seus pais. 

Podemos perguntar como isso aconteceu?

Os pais da grande metrópoles, estão em geral ambos ausentes do lar por períodos longos pela exigência de seus trabalhos. Como não estão, o jovem imperceptivelmente transfere seu “ponto referencial” ou uma parte dele para o consensus da aula chamado “panelinha”. O “consensus da aula” sempre está querendo abrir novos campos de interesse, expandindo a atuação livre dos seus integrantes, como participar em festas sem supervisão dos pais que vão até a hora da madrugada, ou festas na praia, ou em lugares longe de casa onde se pernoita e assim em diante. 

O grupo começa a exercitar uma influência considerável, como monitorando como se veste, estilo, cor, quem é considerado “legal” e quem não é, assim com mil é uma metas que só eles sabem. Os integrantes formam laços emocionais e usam o grupo cada vez mais como ponto de referência para seu comportamento. Os líderes deste grupo são os mais precoces e experientes. Uma jovem que seja talvez mais tímida, porém querendo fazer parte da “ação” se sente sob pressão para entrar no jogo do namoro, de demonstrar sua capacidade de conquistar, mesmo que ela, ao cumprir este papel, tenha de contradizer sua própria consciência, como preço de ser integrante do grupo.

São justamente estas jovens que podem perder sua inocência sem querer fazê-lo. Elas entram em uma situação desprotegida em uma situação constrangedora em que se deixam ser levadas pelo que os outros acham “legal”, perdendo assim sua inocência e possivelmente sendo arrastadas à gravidez e a um parto ou a um aborto, ambos semeando tristeza na sua jovem vida. Temos de ser conscientes e vigilantes no atuar com nossos filhos de maneira que este tipo de acidente não aconteça. Porém, essa proteção terá que vir da nossa fé que eles podem sentir como uma força protetora também.

A celebração das épocas do ano cristão deveria nos trazer ajuda para refletir sobre as realidades práticas de nossas vidas. 

Que neste Advento a Virgem Maria possa nos transmitir os valores da inocência, da pureza, como foram sua condição para poder ser portadora do seu filho Jesus, o filho de Deus.

Queremos que essa qualidade seja preservada em nossos filhos para que eles possam ser portadores da flor da juventude e que em seu tempo amadureça na alma a capacidade de amor que se revela no encontro daquele que esperava aparecer no destino.

Como podemos proteger esta flor?

Pelo fato de estabelecer nos com o ponto referencial principal dos nossos filhos pelo fato de eles serem a coisa mais importante que temos. Este fato terá que ser manifestado pela presença do pai ao lado do seu filho, como pai, companheiro, amigo e guia. 

A época de Advento é um momento para os pais contemplarem se o seu manto de proteção é pequeno de mais, ou está cobrindo por completo seu filho amado. Se não estiver cobrindo, ali temos que ver que só com sacrifício restabeleceremos estas prioridades, sacrificar tempo, até trabalho para poder desfrutar deste relacionamento divino, pois a inocência de seu filho vem de Deus e toca as cordas da ternura em seu coração.

Agora estamos em condições de fazer a oração com toda convicção.

Ó manto de Maria
proteja meu filho de todo mal
Ó manto de Maria
envie o calor do meu coração para meu filho.
Ó manto de Maria
guie os passos do meu filho na senda da verdade
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

O Manto de Maria 
Por Douglas Thackray