domingo, 28 de setembro de 2014
Ainda há tempo
Amigo ainda há tempo
Como um laço suave de irmão,
toma minha mão e vem comigo
Vamos semear mais flores,
plantar gardênias, expandir
sementes pelos campos
Vamos debruçar o olhar
nas águas delicadas dos rios
Sentir o aroma dos pinheiros
flutuantes, destemidos
Vamos atentar para o pranto
do amigo desconhecido
Acolher pensamentos mergulhados
no deserto esquecido
E resgatar corações feridos,
debruçados no esmo da solidão
O tempo logo se vai
Mas ainda há sonhos
em semblantes vazios
Ainda há mãos que aguardam afagos
Ainda há doçura em olhos que esperam
Ainda há esperanças
em lágrimas incontidas
Ainda há uma direção
entre caminhos cinzentos
Amigo vem comigo,
porque o tempo logo se vai
Mas quando o amanhecer da vida
chegar, ainda tempo haverá
De elevar os braços de afetos
e com abraços completos
Lançar em caminhos sem trégua
e sem temor
Sementes que conduzem a essência
sublime e eterna do amor.
Por Maria Ivete Ramos Cardoso