domingo, 30 de novembro de 2014

Gratidão







"Tenho percebido que o Universo ama a gratidão.

Assim, quanto mais agradecido você for, maiores serão os benefícios que obterá.

Quando digo benefícios, não me refiro apenas a objetos materiais, mas também incluo, entre eles, todas as pessoas, lugares e experiências que tornam a vida tão maravilhosamente digna de ser vivida.

Você tem consciência de que está bem quando a sua vida é plena de amor e alegria, saúde e criatividade, e você encontra todos os sinais abertos para dar prosseguimento a suas tarefas ou empreendimentos.

É desta maneira que nossas vidas devem ser vividas.

O Universo é um doador generoso, abundante, e que gosta de ser apreciado.

A gratidão põe em ação mecanismos para que se tenha mais motivos para sentir gratidão.

Ela aumenta a abundância da vida que você tem.

A falta de gratidão, ou as queixas, nos dão poucos motivos para que nos regozijemos.

Os que vivem se queixando sempre acham que têm poucas coisas boas em suas vidas ou, então, não usufruem do que têm.

O Universo sempre nos dá aquilo que acreditamos que merecemos.

Muitos de nós foram educados para olhar apenas para o que não têm, e sentir a falta destas coisas.

Somos produtos da crença na escassez e assim ficamos nos indagando por que nossas vidas são tão vazias.

Nós devemos ser gratos até pelas lições que recebemos.

Não fuja das aprendizagens, pois elas são pequenos pacotes que envolvem tesouros que nos foram oferecidos.

Na medida em que formos aprendendo com elas, nossas vidas sofrerão uma transformação para melhor.

Utilizemos o máximo de tempo que pudermos agradecendo, diariamente, tudo de bom que há em nossas vidas.

Se você recebe pouco agora, irá receber mais.

Se você já possui uma vida de abundância, está será intensificada.

É uma situação de lucro – você está feliz, e o Universo está feliz.

A gratidão multiplica a abundância.

Partilhe o segredo da gratidão.

Vamos ajudar a transformar o mundo em um lugar de pessoas agradecidas, um lugar para dar e receber.

SOU GRATA!"


Por Louise Hay

Quem vive, respira...





Por trás de nossos atos, palavras e pensamentos, ao longo de todos os dias e noites da vida, respiramos. Incessantemente, trilhões de vezes, tão sem esforço que mal dá para notar. Podemos viver muitos dias sem comida, alguns sem água, nem cinco minutos sem ar. A troca que acontece nos delicados alvéolos pulmonares tem que ser constante: entra oxigênio, sai gás carbônico. É uma lei primária de sobrevivência.

Mas isso não quer dizer que sempre respiramos bem. Prendemos a respiração, sem perceber, em momentos de susto ou medo; ficamos sem ar diante de uma notícia grave, esquecemos de respirar quando preocupados com alguma coisa. São paradas que refletem um estado de tensão e servem para aumentá-la. Uma pessoa que fuma acende um cigarro nessa hora e dá uma tragada funda. Outra, com noções de meditação e yoga, vai fazer um esforço consciente para trazer a respiração de volta. Porque não é só a troca de oxigênio por gás carbônico que interessa: há um ritmo de vida que a respiração comanda, e o movimento do ar, seja puro ou poluído, mexe com a energia mental ao passar pelas vias aéreas superiores.

A respiração rápida excita, a respiração lenta acalma. A rápida é forte, curta, incompleta. A lenta é suave, longa, profunda: o ar chega até o fundo dos pulmões e beneficia os órgãos internos com sua massagem. O coração, músculo soberano que precisa bater direito para fazer circular o sangue e as emoções, reage imediatamente às mudanças de ritmo respiratório. Não pode ser controlado diretamente, mas obedece à respiração e se organiza quando ela é tranquila.

Morar nas cidades quase que obriga a tomar consciência da respiração. Grande parte da atividade cotidiana envolve andar por vias cheias de gente, motos, carros e ônibus poluentes, letreiros, barulho, perigo. O estresse é inevitável.

Um modo de recuperar o equilíbrio, mesmo no engarrafamento ou na fila do supermercado, é prestar atenção à respiração e fazê-la lenta, longa e profunda. Nada mais monótono: inspira, expira. Nem mais contínuo: inspira, expira.

Poderia ser um tédio. Não é. Aos poucos a pessoa observa com mais calma a passagem do ar pelas narinas e sua descida pelos tubos respiratórios, o modo como o ar enche o peito e a barriga e logo os esvazia, e de repente uma sensação de leveza cintilante está tomando conta da cabeça. Respirar torna-se grande como o céu, como o mar. Nuvens e ondas vão e vêm. Tudo em um espaço interior novo, que aumenta a superfície de contato da pessoa consigo mesma. No fim, observar a respiração é uma forma pessoal de meditação que pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar, pelo prazer de aquietar a mente e entrar nessa camada suave de existência.

Alguma disciplina pode ser necessária no início ~ por exemplo, contar os tempos da inspiração e da expiração: de 1 a 5 inspirando, de 6 a 10 expirando. Quando esse ritmo estiver estabelecido, manter a inspiração em 5 tempos e ir alongando a expiração até 15, ou mais. Tomar fôlego, inspirando rapidamente uma boa quantidade de ar para soltá-lo aos poucos, é o que fazemos naturalmente ao rezar, cantar ou recitar mantras, que também nos sossegam.

Além disso, a poluição das cidades é menos prejudicial para quem respira bem. As mucosas por onde passa o ar têm cílios minúsculos formando um tapetinho onde fica presa a sujeira. Basta lavar o nariz e a garganta, à noite, para livrar-se dela.

::::::::::::::

DICA: regador de nariz barato e eficiente? 

www.nasalpote.com.br


Fonte:


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Beijo no coração!






"E como é isso de beijo no coração?
É quando a gente quer pegar a pessoa e pôr no colo sabe? 
É quando quer proteger, cuidar...
É quando se está longe, mas tem fé que Deus tá pertinho...
Pertinho de quem a gente mais ama!
E daí, junto com um beijinho, que podia ser só mais um...
A gente manda toda fé do mundo...
Com a certeza de que Deus vai se encarregar do que a gente não consegue.
Beijo no coração, é beijo de anjo...
É carinho de longe, que por milagre...
Chega junto!
Coisa divina...só muito amor explica!
Um beijo no  pra você!"

Gi Stadnicki


domingo, 23 de novembro de 2014

Aprendendo a conhecer sua Consciência






"Todos nós caminhamos pela vida como um pacote constituído de corpo e mente. Enquanto todos nós estamos conscientes, o nível das nossas funções da consciência (que são subjetivas) variam de pessoa para pessoa. A realidade é imensamente complexada com sistemas solares, galáxias, luas e sóis, mas também com reações químicas, partículas, bactérias e ecologia. A vida esta toda em torno de nós, grandes e pequenos. Todos nós somos uma criação e nós estamos de alguma forma vivos em uma galáxia que é aparentemente sem vida. Sua consciência é um dom, ou um pouco de sorte como você pode achar. Consciência é sua capacidade de vigília para participar na vastidão da vida, em vez de apenas ficar operando internamente, dentro de sua própria mente."

Mikey O’Connell







Abaixo têm uma guia para te ajudar a descobrir qual é seu nível de consciência. Por entender onde você está, você pode começar a fazer mudanças e se entender a motivação que existe por trás do seu pensamento. Eu encorajo todos a pegar esse guia com o coração.  E uma vez que você entenda bem sobre o nível que você está, tente operar sobre o outro level de consciência acima até que você naturalmente se adapte a ele.

É estranho eu aparecer do vazio falando sobre isso aqui, mas é que eu lendo meus antigos tópicos sobre teoria do destino e da existência eu notei que eu tratava consciência como se fosse imaginação, mas a 4 anos atrás eu não tinha muitos insumos para determinar o que eu realmente queria dizer. Aproveito pra dizer que toda essa teoria de níveis de consciência  representa a maior parte da base de todo meu pensamento em qualquer campo. Atualmente tenho deixado meus estudos na psicologia Junguiana para tirar conclusões mais individuais sobre tudo isso. Então, prosseguindo :

Por Steve Pavlina : 
(com alguns comentários meus).

No livro “Poder vs. Força” de David R. Hawkins, existe uma hierarquia dos níveis da consciência humana. É um paradigma interessante. Se você ler o livro fica muito mais fácil figurar onde você está nessa hierarquia se baseando no seu atual estilo de vida.

Do mais baixo pro mais alto, os níveis de consciência são : vergonha (shame), culpa (guilt), apatia (apathy), dor (grief), medo (fear), desejo (desire), raiva (anger), orgulho (pride), coragem (courage), neutralidade (neutrality),  complacência (willingness), aceitação (acceptance), razão (reason),  amor (love), alegria (joy), paz (peace) e iluminação (enlightenment).

Níveis de consciência são como tipos psicológicos, você normalmente fica saltando de um para outro mas normalmente existe um estado predominante (que é o estado normal) para cada um de nós. Se você ainda está aqui nesse artigo existem chances de você está na coragem pois se você estivesse em um nível menor muito provavelmente você não teria nenhum interesse consciente em crescimento pessoal.

Vamos descrever os níveis em ordem, mais focando mais entre coragem e razão já que esses são os quais você tem mais chances de estar. Os nomes são de Hawkins. A descrição de cada nível são baseadas nas descrição de Hawkins mas unidas com os pensamentos do Steve e os meus. Hawkins define a lista como uma escala logarítmica, ou seja, existem muito menos pessoas nos níveis mais altos do que nos mais baixos. Subir de um nível para outro representa uma mudança enorme na sua vida.




Os Níveis da Consciência

Vergonha (shame) - Apenas um passo acima da morte. Você está provavelmente pensando em se suicidar nesse nível. Ou então você é um serial killer. Pense nesse nível como o nível do extremo ódio pessoal. Existem certas epifanias da vida que caso você não esteja num nível muito longe desse podem fazer com que você caia diretamente para este.

Culpa (guilt) - Um passo acima da vergonha, mas ainda assim você tem pensamentos sobre se suicidar. Você pensa em si mesmo como um pecador, incapaz de se perdoar por transgressões do passado.

Apatia (apathy) - Vitimização e  ausência de esperança. O estado do desamparo aprendido. Muitos sem-teto estão presos aqui. Além de ser o estado que representa uma visão muito conveniente da sociedade quando descrita como a sociedade da vitimização.

Dor (grief) - O estado de tristeza e perda perpétua. Normalmente você cai aqui quando perde um amor. Depressão.  Só está acima da apatia pois aqui você está começando a se livrar da paralisia pesada que existe na escalada de qualquer level abaixo desce para um acima.

Medo (fear) - Vê o mundo como perigoso e inseguro. Paranoia. Normalmente você vai precisar de ajuda para sair desse nível, ou então você vai permanecer preso por bastante tempo, é como uma relação de abuso infantil, sexual.

Desejo (desire) - Não confundir com alcance ou definição de metas, esse é o nível do vício, desejo e luxúria – por dinheiro, aprovação, poder, fama, etc. Consumismo. Materialismo. Esse é o nível do fumo, da bebida e de outras drogas.

Raiva (anger) - o nível da frustração, normalmente por não ter seus desejos alcançados no nível abaixo. Esse é o nível que pode estimular você a fazer coisas relacionadas à níveis mais altos, ou então te deixar preso num estado de ódio. Numa relação de abuso você normalmente vê uma pessoa no estado da raiva com alguém no estado do medo.

Orgulho (pride) - O primeiro nível que você começa a se sentir bem, apesar de ser uma falsa sensação. É totalmente dependente de circunstâncias externas (dinheiro, prestígio, etc), ou seja: é altamente vulnerável. Esse é o estado que leva ao nacionalismo, racismo e guerras religiosas. Pense nos nazistas. Um estado totalmente irracional de negação e defesa. O fundamentalismo religioso também é preso a esse nível. Você se torna tão intimamente ligado as suas crenças que um ataque a elas se torna um ataque a você.

Coragem (courage) - O primeiro nível de força real. É aqui que você começa a ver a vida como desafiante e emocionante ao invés de opressora. Você começa a ter um pequeno interesse em crescimento pessoal porém nesse nível você provavelmente chama isso de outra coisa : aumentar habilidades, melhorar curriculum, educação, etc. Você começa a ver seu futuro como uma melhoria sobre o passado ao invés de simplesmente a continuação do mesmo.

Neutralidade (neutrality) - Posso descrever esse daqui com a frase: “viva e deixe viver”. É flexível , relaxado e solto. O que acontece, acontece. Você não tem nada para provar. Você se sente seguro e lida bem com outras pessoas. A grande quantidade dos empreendedores estão nesse nível. É realmente um lugar muito confortável. Também é o nível da complacência e da preguiça. Você está cuidando das suas necessidades mas você não pega muito pesado no batente.

Complacência (willingness) - Agora que você está seguro e confortável, você começa a usar sua energia de maneira mais eficiente. Só viver e deixar viver não é mais o suficiente. Você começa a se preocupar em fazer um bom trabalho – na verdade, o melhor que você puder. Você pensa sobre gerenciamento do tempo e produtividade além de começar a se organizar, coisas que não eram tão importantes quando você estava no nível da Neutralidade. Pense nesse aqui como o nível do desenvolvimento da força de vontade e da auto-disciplina. As pessoas daqui são os “soldados” da sociedade: eles fazem as coisas bem e não reclamam sobre quase nada. Se você está na escola provavelmente você é realmente um bom aluno : estuda seriamente e organiza bem seu tempo para estudar. É exatamente aqui que sua consciência se torna mais organizada e disciplinada.

Aceitação (acceptance) - Aqui acontece um movimento poderoso de energias e você acorda para as possibilidades de se viver proativamente. No nível da complacência você se torna competente e aqui você quer colocar suas habilidades para fazer algo bom. É aqui que você define e alcança metas. Eu não gosto do termo ‘Aceitação’ que o Hawkins usou aqui, mas aqui basicamente quer dizer que você começa a aceitar sua responsabilidade pelo seu papel no mundo. Se algo não está certo na sua vida (sua carreira, saúde, relacionamento, etc), você define o fim que quer que isso tenha e o muda. Você começa a ver a “grande figura” da sua vida mais claramente. Esse nível leva muitas pessoas a mudar de trabalho, começar um novo negócio ou até mesmo mudar sua dieta.

Razão (reason) - Aqui você transcende os aspectos emocionais dos níveis abaixo deste e começa a pensar mais claramente e racionalmente. Hawkins define esse como o nível da medicina e da ciência. O modo que eu vejo isso é que, quando você alcança esse nível, você se torna capaz de usar suas habilidades racionais (relativas a raciocínio) no seu potencial máximo. Aqui você tem a disciplina e a pró-atividade para explorar por completo suas habilidades naturais. Você chegou no ponto onde você diz : “Wow. Eu posso fazer tudo isso, e eu sei que eu posso colocar isso em um bom uso. Então qual é o melhor uso para os meus talentos?” Você olha ao redor do mundo e começa a fazer contribuições significativas para o mesmo. E no fim, de forma bem elevada esse é o level do Einstein e do Freud. É muito óbvio que a maioria das pessoas nunca chega nesse nível mesmo vivendo por muito tempo.

Amor (love) - Eu não gosto do título que Hawkins dá para este nível pois o mesmo não é sobre a emoção do amor. É amor incondicional, um entendimento permanente sobre sua conexão com tudo que existe. Pense em compaixão. No nível da razão você vive em serviço do seu cérebro. Mas isso eventualmente se torna um beco sem saída pois você cai na armadilha do excesso de intelectualização (pra quem conhece Freud mais a fundo pode-se concluir que ele caiu nessa armadilha, e ficou preso nela). Você vê que precisa de um contexto maior do que apenas pensar para sua própria consciência. No nível do amor você coloca sua cabeça e todos os seus talentos e habilidades no serviço do amor (não as suas emoções, mas sim seu senso maior do que é certo e errado – sua consciência). Eu vejo esse nível como o estado em que você realiza seu verdadeiro propósito. Suas motivações nesse nível são puras e incorruptíveis pelos desejos do ego. É aqui o estado do serviço para a humanidade. Pense em Gandhi, Madre Teresa, Dr. Albert Schweitzer. Nesse nível você também começa a ser guiado por uma força maior do que você. É um sentimento de se deixar levar. Sua intuição se torna extremamente ‘forte’. Hawkins diz que esse nível é alcançado apenas por uma em 250 pessoas durante todo o seu tempo de vida.

Alegria (joy) - É um estado de felicidade penetrante e inabalável. É o nível dos santos e dos mais ‘avançados professores de espiritualidade’. Só de estar perto de pessoas nesse nível faz com que você se sinta incrível. Nesse nível a vida é totalmente guiada pela intuição e sincronicidade (as coisas começam a acontecer por relação de significado). Não existe mais a necessidade de declarar metas ou de criar planos detalhados – a expansão da sua consciência permite que você opere sobre um nível muito mais elevado. Uma experiência de quase morte pode temporariamente (e quase sempre faz) deixar você nesse nível.

Paz (peace) - Total transcendência. Hawkins diz que esse nível só é alcançado por uma pessoa em 10 milhões.

Iluminação (enlightenment) - O maior nível da consciência humana, onde a humanidade  se une com a divindade. Extremamente raro. É o level do Krishna, Buddha e até mesmo Jesus. Só o fato de pensar sobre pessoas desse nível pode fazer com que você aumente seu nível de consciência. É aqui que acontece o estado da “Consciência Elevada” tão bem conhecido como “Super Consciência”. Você vê o mundo como ele realmente é. Indescritível.

Bem, acabou. Eu não espero que você aceite tudo acima como verdade e sim pelo menos considere esse modelo como válido de reflexão. Não só pessoas mas também objetos, eventos e sociedades completas podem ser rankeadas sobre esses níveis. Dentro de sua própria vida, você provavelmente pode observar que algumas partes dela estão em níveis totalmente diferentes do que outras, mas você deve ser capaz de identificar seu atual nível padrão. Você pode estar no nível da neutralidade mas ainda assim ser viciado em fumar (nível do desejo). Os níveis mais baixos que você encontra dentro de você vão servir como resistência para seu crescimento. Mas você também vai encontrar níveis elevados na sua vida. Você pode estar no nível da aceitação porém pode ter acontecido algo que te deixou realmente inspirado e te levou por um tempo à um nível maior. Pense sobre as maiores influencias da sua vida agora. Quais aumentam seu nível de consciência? Quais abaixam?



Fonte:

http://worldgarbage.wordpress.com/2012/10/03/aprendendo-a-conhecer-sua-consciencia/

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

... esperando por nós...




"Às vezes precisamos estar dispostos
a nos livrar da vida que planejamos,
para podermos viver a vida
que está esperando por nós." 

Joseph Campbell

sábado, 1 de novembro de 2014

Relação entre psique e corpo, vida e forma, espírito e matéria







A misteriosa relação existente entre vida e forma, entre psique e corpo e, por fim, entre Espírito e Matéria, sempre atraiu o interesse do homem, não apenas do ponto de vista científico como também do filosófico, sendo as mais diversas possíveis as respostas dadas a este problema.

Se, por exemplo, nos reportarmos a Descartes, veremos que ele afirma existir "uma irredutibilidade radical entre a alma e o corpo".

Recuando ainda mais no tempo, nos deparamos com Platão a declarar:

"É esse o grande erro do nosso tempo... Os médicos mantêm separada a alma do corpo".

Com base nisso, percebe-se que ele julgava existir uma imprescindível unidade entre o espírito e a matéria, entre a psique e o corpo, e assim chegava a concordar intuitivamente com aquela que é uma das verdades fundamentais do esoterismo: a unidade da vida.

"É um dos postulados fundamentais do esoterismo o de que matéria e espírito são uma mesma coisa, não se distinguindo senão por suas respectivas manifestações e pelas percepções limitadas que são as do nosso mundo sensível." (Das Cartas dos Mahatmas).

Isso concorda perfeitamente com o continuum postulado por Einstein como base da física universal.

De fato, com suas geniais descobertas sobre a constituição da matéria, Einstein provocou uma reviravolta na concepção dual energia e matéria, reconduzindo tudo a uma única realidade, talvez inacessível ao entendimento intelectual, mas a partir da qual é possível estabelecer matematicamente propriedades e deduzir leis físicas experimentalmente verificáveis.

Todavia, o homem ainda está longe de poder reconhecer efetivamente esta unidade, pois a sua consciência se acha identificada com a forma exterior, que ele julga ser a única realidade, e entra em contato com o mundo objetivo somente através dos cinco sentidos, enquanto ele ainda não desenvolveu a sensibilidade no plano das energias sutis e invisíveis.

Por isso, tudo o que nos pode provar a existência de uma "relação" entre o que há para lá do mundo sensível e da matéria é útil para nos conduzir pouco a pouco à reconquista da unidade subjacente à aparente dualidade.

Algo que nos pode ajudar nesse sentido é o estudo das influências da psique sobre a somatização, estudo de que se ocupa a medicina psicossomática, uma das correntes da medicina atual que admite haver determinada influência das emoções e dos estados psíquicos sobre o organismo, capaz de produzir distúrbios, mal-estares e doenças reais.

Há alguns decênios, o corpo e as suas funções eram considerados pela medicina somente em termos fisioquímicos, sendo o ideal do médico tornar-se, como diz Alexander, famoso médico psicossomático americano, "um engenheiro do corpo humano".

Hoje, ao contrário, foi se delineando no campo da medicina uma cor- rente bem definida, que considera o homem uma unidade biopsíquica, um indivíduo, não somente um corpo, mas um conjunto de pensamentos, de emoções e tendências funcionando de maneira coordenada sob a orientação de um eu consciente.

Cada um desses aspectos do indivíduo influencia o outro, pois guardam todos entre si relações que, mesmo ainda não totalmente esclarecidas pela ciência, deixam no ar a sua presença.

Foi o advento da psicanálise que modificou as concepções materialistas da medicina, com a descoberta do inconsciente e o estudo dos bizarros fenômenos da sintomatologia neurótica, que produz distúrbios que podem ser considerados verdadeiros processos patológicos.

Sobretudo, o estudo da "conversão de sintomas" na histeria possibilitou a compreensão de como os conflitos psíquicos inconscientes, os traumas removidos, podem se "converter" em mal-estares e distúrbios somáticos, pois tendo sido impedida a sua descarga externa pela repressão inconsciente, eles são descarregados sobre o físico.

Pouco a pouco, após novas observações e estudos, o campo de investigação e descoberta foi se ampliando a ponto de, hoje, a medicina psicossomática admitir a presença de influências emotivas e psíquicas sobre a somatização, não somente nos indivíduos neuróticos como também nos normais que tenham, porém, problemas emotivos não resolvidos, preocupações que se furtam de enfrentar e reconhecer, ou então nos que são submetidos a um stress contínuo e torturante.

A palavra stress deriva da física e da engenharia, onde, como é sabido, ela tem um significado bastante preciso, qual seja "solicitação", tratando-se de uma força que, aplicada a um dado sistema, pode alterá-lo.

Em sentido patológico, tal palavra passou a designar qualquer problema ou situação que nos provoque um estado de ansiedade ou de tensão. Isso nos leva a pensar que, se conseguíssemos manter um estado interior de serenidade, de calma e confiança em todas as situações difíceis de nossa vida, em face de qualquer acontecimento, mesmo grave, de modo a poder enfrentá-lo com coragem, lucidez e sobretudo com perfeita tranqüilidade emocional, provavelmente poderíamos evitar a maior parte dos nossos mal-estares físicos.

Todavia, esta "tranquilidade emocional" representa uma meta a ser alcançada depois de uma série de amadurecimentos e progressos; por enquanto, portanto, as palavras expressas acima representam somente uma indicação teórica.

Mesmo as doutrinas espirituais e esotéricas interpretam a maior parte das doenças físicas como conseqüência da falta de harmonia interior.

No livro de Alice A. Bailey, A Cura Esotérica, pode-se ler: 


"Todas as doenças são efeito de desarmonia entre forma e vida. O que une forma e vida... é a alma no homem e o Si humano.Quando é falho o alinhamento entre estes dois fatores, alma e forma, vida e expressão, sujeito e objeto, insinua-se a doença..." (p. 27).

A harmonia entre "vida e forma", entre alma e personalidade, pode ser alcançada somente quando se der o alinhamento e a integração de todos os aspectos do homem, ou melhor, podemos dizer que toda vida é uma passagem da desarmonia para a harmonia, da desordem para a ordem, da multiplicidade para a unidade.

Isso nos indica, em certo sentido, o programa a ser desenvolvido, o caminho a ser seguido para o nosso amadurecimento interior, meta esta que toda a humanidade, mesmo inconscientemente, tende a alcançar através de crises e sofrimentos, até que a consciência, desperta, não assuma o direcionamento das energias que compõem a nossa personalidade e não cumpra voluntária e conscientemente o trabalho de harmonização e de integração.

Em nível diverso, a psicologia profunda também persegue este objetivo e procura levar o homem para a completa auto-realização, orientando-o ao longo do caminho do conhecimento integra de si mesmo e da superação dos conflitos interiores.

A esta altura, torna-se necessário dizer que a origem da doença não é somente psicológica e subjetiva, mesmo que a maioria das doenças tenha sempre um componente psíquico.

Existem outras causas que as doutrinas esotéricas reportam ao Carma individual e também coletivo de toda a humanidade.

Tal assunto é extremamente amplo e, para dizer a verdade, ainda     um pouco obscuro e complexo, pois o aspecto esotérico das doenças e o seu estudo é algo ainda muito novo para o estágio atual de evolução da humanidade,tanto como a própria medicina psicossomática, que mesmo tendo muitos adeptos e seguidores entre os médicos, ainda é hostilizada e mesmo ignorada pela maioria.

Faz pouco que o pensamento dos homens começou a se orientar nessa direção, por isso somente uma minoria começa a se fazer sensível às energias sutis e ao mundo, das causas e significados, oculto sob as aparências fenomênicas.

Portanto, tudo o que se exprime a esse respeito será necessariamente parcial e incompleto, sendo apresentado sobretudo como um argumento sobre o qual refletir e meditar.

Nessa matéria, nada mais fácil do que recair na superstição e na atitude anticientífica, o que pode levar a um ocultismo e a um fenomenismo nocivos, que devem ser evitados a qualquer custo, pois estes, ao invés de nos guiar para a luz e para um progresso efetivo, nos levariam para trás, provocando a nossa regressão a estágios evolutivos há muito superados.

Hoje, as doutrinas esotéricas também devem ser difundidas como uma ciência, como um conjunto de conhecimentos baseados em pesquisas sérias e no estudo de aspectos e manifestações que, se não agora, certamente no futuro, poderão ser verificados e experimentados cientificamente.

Eis por que, juntamente com o estudo dos enunciados e explicações esotéricas e espirituais referentes às doenças do homem, é oportuno levar em consideração também tudo aquilo que foi observado pela medicina psicossomática e, além disso, procurar traçar um paralelo entre esta última e a medicina esotérica, destacando, na medida do possível, as analogias e os pontos de contato entre as duas.

O dever do estudioso do esoterismo, hoje, é o de estar no mundo e não o de abstrair-se dele, e de levar ao mundo o conhecimento e a luz que ele possui, tornando-se intérprete das verdades ocultas e traduzindo-as em termos compreensíveis e aceitáveis.

É útil, portanto, saber até que ponto chegaram as pesquisas e experimentações da medicina psicossomática e acompanhar os progressos — contínuos, embora lentos — da ciência em direção ao descobrimento da verdadeira natureza do homem.

Devemos, portanto, considerar, mesmo que rapidamente, os pontos de vista da medicina psicossomática.

A medicina psicossomática, conforme dissemos, reconhece o peso das influências emotivas e psíquicas sobre a saúde e divide os doentes em três categorias, conforme está escrito no tratado Medicina psicossomática de Weiss e English (ed. Astrolábio):

1º grupo:

Todos os que, não sendo loucos e tampouco neuróticos, apresentam uma doença que nenhuma alteração orgânica definida pode explicar.

A medicina psicossomática se interessa sobretudo por esse primeiro grupo. São os casos puramente "funcionais" da medicina prática.

2º grupo:

Todos os pacientes que apresentam distúrbios parcialmente provocados por fatores emotivos, mesmo que se verifiquem alterações orgânicas.

Este segundo grupo é mais importante do que o primeiro do ponto de vista do diagnóstico e da terapia, pois o fator psicogênico pode provocar, nesse caso, danos muito mais graves, devido à presença também de uma doença orgânica.

3º grupo:

Todos os distúrbios geralmente considerados de domínio essencialmente somático, mas que implicam também o sistema nervoso vegetativo, como, por exemplo, a hemicrania, a asma, a hipertensão essencial etc.

Com base nessa subdivisão esquemática, é possível deduzir que no pensamento dos médicos está se delineando também um outro problema muito importante, ou seja, o da eventual relação entre distúrbio psicológico e alteração anatômica.

Em geral, os médicos psicossomáticos distinguem as doenças como sendo orgânicas e funcionais.

As primeiras são as que apresentam alterações celulares e lesões anatômicas, as segundas são as que não apresentam alterações celulares nem lesões anatômicas e, portanto, devem ser consideradas "psicogênicas".

A concepção de doença que vem se transmitindo desde o século XIX poderia ser indicada da seguinte maneira:

Alteração celular - lesão anatômica - distúrbio funcional.

No século XX esta fórmula sofreu uma mudança e passou a ser expres- sa da seguinte maneira:

Distúrbio funcional - alteração celular - lesão anatômica.

Nada se sabe ainda, do ponto de vista científico, quanto ao que poderia preceder o distúrbio funcional, mas no futuro talvez se possa apontar um distúrbio psicológico como responsável por uma alteração funcional, através de uma determinada relação comprovável cientificamente.

A fórmula citada acima poderia, então, ser expressa da seguinte maneira:

Distúrbio psicológico - deficiência funcional - alteração celular - lesão anatômica.

A medicina psicossomática admite esta relação como uma hipótese bastante provável e, mesmo considerando a relação entre estado emocional e órgão físico ainda misteriosa, não afasta a possibilidade de que um fator psíquico venha, com o passar do tempo, a influir até mesmo sobre a matéria física e a produzir até mesmo uma lesão anatômica.

Isto é extremamente importante, pois nos traz de volta ao problema que mencionamos no início, ou seja, à misteriosa relação que une a psique ao corpo, o espírito à matéria.

Do ponto de vista esotérico, o homem é considerado uma unidade complexa, constituída de vários aspectos ou "veículos" subordinados a um centro de consciência de origem espiritual, o qual é chamado Si, Alma ou Eu Superior, sendo considerado o Verdadeiro Homem.

O corpo físico é o mais exterior destes veículos, sendo tido somente como um instrumento de expressão e de experiência do Si no plano material.

Portanto, não há uma "cisão" entre o espírito e a matéria, mas somente uma graduação de nível vibratório, pois todos os aspectos do Si, inclusive o veículo físico, emanaram do próprio Si para poderem se exprimir.


Portanto, o problema da relação entre vida e forma, se considerado do ponto de vista das doutrinas esotéricas, pode ser facilmente resolvido, porquanto se trata de um fenômeno semelhante ao da indução eletromagnética. De fato, é preciso imaginar os veículos do homem como "campos de energia" em contínuo movimento e em comunicação entre si.

Estes campos de energia (que poderiam corresponder à "psique" da psicologia) constituem a ponte entre o espírito e a matéria, entre o Pai e a Mãe, como são simbolicamente chamados estes dois aspectos do Uno.

"O Pai-Mãe fia um tecido, cuja extremidade superior está presa ao Espírito-Luz da Escuridão Una e a inferior a seu escuro fim, a Matéria. Este é o Tecido do Universo, tecido com as duas substâncias fundidas em uma." (Helena P. Blavatsky: Doutrina Secreta - Estâncias de Dzyan).

O homem, microcosmo que reflete o macrocosmo, revive em si mesmo esta verdade universal e nele o corpo físico pode ser considerado "o escuro fim do Tecido", e o Espírito "a Luz", enquanto a sua psique (isto é, os vários veículos) representam "o tecido do meio".

Portanto, para o esoterismo a relação entre Espírito e corpo não representa um mistério, sendo considerada, do ponto de vista energético, como sempre presente e atual.

A cisão existe do ponto de vista da consciência, pois o homem não tem consciência de si mesmo, já que se identificou com a extremidade mais densa e exterior do "tecido", com a parte mais superficial e mecânica de sua natureza, vivendo na inconsciência de sua origem e de sua realidade profunda.

Esta é a razão pela qual a ciência que pesquisa e indaga dos fenômenos baseando-se no seu aspecto objetivo e partindo, por assim dizer, do exterior, topa freqüentemente com obstáculos intransponíveis e aparentemente inexplicáveis.

De fato (citando Aurobindo), "parece evidente que analisando o físico e o sensível nunca chegaremos ao conhecimento do Si, de nós mesmos ou d'Aquele que chamamos Deus... Portanto, se existe um Si, uma Realidade não evidente para os nossos sentidos, é preciso procurá-la com outros meios que não os da ciência física". (De A síntese da Yoga, vol. II, p. 22.)

E que outros meios são esses?

Sobretudo o estudo da consciência do homem, que é uma realidade subjetiva, em face da qual até mesmo os cientistas se sentem perplexos. 

O conhecido biólogo C. H. Waddington escreve a este respeito:

"Nos deparamos, no que respeita à consciência de si, com um mistério fundamental que ocupa o centro de toda a nossa vida ..."

De fato, não há como classificar e estudar "cientificamente" a consciência, entendida como autoconsciência, fenômeno em si totalmente independente dos fatos físicos.

É justamente na análise dos fenômenos subjetivos da consciência e no desenvolvimento gradativo desta que o esoterismo e a ciência talvez possam se encontrar através da psicologia, que se pode considerar hoje como uma ciência verdadeiramente fundamental para a vida.

A medicina psico-espiritual procura investigar as causas das doenças do homem servindo-se não somente dos meios oferecidos pela psicologia como também dos meios oferecidos pelas doutrinas esotéricas e, considerando as doenças como alterações da relação existente entre psique e corpo, e espírito e matéria, pode ajudar a nos conhecermos melhor e a alcançarmos a harmonia e a auto-realização.

Fonte:
Medicina Psico-Espiritual
Angela Maria La Sala Bata
Tradução de Pier Luigi Cabra