sexta-feira, 20 de junho de 2014
Pergunta a Ti Mesmo
Por Atapoã da Costa Feliz
Inverno de 2012
Pergunta a Ti Mesmo
"Ao contrário do que muita gente pensa, todas as coisas, inclusive as inanimadas, têm muita serventia. Até uma simples samambaia de plástico serve para ornamentar uma sala.
Forçoso é concluir, então, que não estamos aqui à toa.
Fixado este ponto, pergunta a ti próprio a que vieste.
Indaga que legado de tua autoria ficará para a Humanidade...
Medita, procura descobrir quais são as tuas tendências, aversões e preferências.
Lembra que desenvolver nada mais é do que retirar o envoltório grosseiro, camada por camada, e com elas livrar-te-ás, em definitivo, das imperfeições, até ressurgir, deslumbrante, o verdadeiro Eu.
Anota que todos os bons pensamentos, convertidos em boas ações, farão a retirada das substâncias toscas sobrepostas, tornando cada vez mais leve o fardo que na tua invigilância colocaste no teu alforje.
Antes de criticares uma obra literária, científica ou artística do teu irmão, indaga a ti mesmo se já fizeste algo semelhante. Se a resposta for negativa, não tens capacidade para criticar porque tu és inexperto. Se afirmativa, nem pensarás em censurar um trabalho do teu colega.
Observa que, segundo a Sabedoria Antiga, quanto mais desejares o bem ao próximo e menos a ti próprio, mais leve será o fardo e menor o número de vezes de peregrinação que repetes por insondável evo.
Verás, por conseguinte, que não será nenhum gesto magnânimo de tua parte; apenas estarás recompondo o que tiraste indevidamente.
Percebe que os obstáculos encontradiços aqui e ali já se repetiram por várias oportunidades e tu ainda não conseguiste transpor; caso contrário, não reapareceriam.
Não percas tempo com as recordações que te aborrecem; também não deixes os maus pensamentos povoarem a tua mente, verdadeiras âncoras que nos impedem de atingir a meta. Substitui por algo agradável. Sempre que ocorrer um mau pensamento, lembra daquela flor orvalhada ou da sombra de uma grande árvore, tantas quantas vezes forem necessárias, até cessarem as investidas do hóspede pernicioso. Dali para frente, a substituição será automática.
Se ainda não escreveste um livro; não plantaste uma árvore; não fizeste uma música; não pintaste uma paisagem, nem tiraste uma foto, DÁ UM SORRISO."
Publicação autorizada pelo autor
Música: Afinação Barroca
Composição: Atapoã Feliz
Violão: Maestro Eduardo Martinelli