terça-feira, 12 de abril de 2016

Exposição de Pinturas - Ricardo Ribeiro Machado - Associação Paulista de Belas Artes




O Espírito das Rosas / Nu Feminino
( Óleo sobre tela 50 x 40 )
Pintura de Ricardo Ribeiro Machado ©



EXPOSIÇÃO DE PINTURAS
( NU ARTÍSTICO )

De RICARDO RIBEIRO MACHADO





Período da Exposição: de 18 a 30 de Abril de 2016

Horário: de segunda a sexta feira das 9 às 20 horas
e sábado das 9 às 13 horas

Local: Sede da Associação Paulista de Belas Artes

Endereço: Rua Conselheiro Crispiniano n. 53 / 13o. andar
( a 150 metros do Metrô Anhangabaú )

Telefone: (11) 3105-1660

Inauguração e Cocktail: 16 de Abril de 2016, Sábado, às 15 horas







BLOG MODELO ARTÍSTICO NU ARTÍSTICO






sexta-feira, 8 de abril de 2016

Filhos da Pátria







FILHOS DA PÁTRIA


Até quando?
Até quando vai esse absurdo?
Até quando 'tudo pelo poder'?
Até quando esse 'des'governo?
Até quando a falta de consciência no bem maior?
Até quando interesses particulares em detrimento dos interesses da nação brasileira?
Até quando a falta de saúde pública, educação, segurança, saneamento básico, etc etc de qualidade?
Até quando a manipulação para fins políticos e partidários?
Até quando a falta de bom senso, de planejamento, de realização do básico com dignidade para a população brasileira?
Até quando o desemprego, a falência das empresas e os impostos altíssimos sem retorno algum para a maioria da população, e, ainda, o ônus da incompetência que ficou para a classe média pagar?
Até quando esse tipo de 'terrorismo' contra o trabalhador brasileiro?
Até quando o Brasil vai ter que ficar paralisado, em compasso de espera, aguardando essa politicagem sem moral, princípios, capacidade ou honradez resolver 'dar o ar da graça' para cada cidadão da população, de mais de duzentos milhões de brasileiros, com um país com saúde política, econômica e social?
Até quando a economia aos frangalhos, feito colcha de retalhos com remendos, rasgos e mal costurada resistirá ou sobreviverá com fôlego até a reversão desse cenário triste e infeliz que o país enfrenta há anos?
Até quando uma infeliz maioria de deputados e senadores pensam que 'enganam' o povo, estando na Câmara e no Senado só visando seus próprios interesses, com o uso de uma política inescrupulosa, através de conchavos, alinhamentos, obrigações partidárias, e nada engajados em representar com ética os cargos para os quais foram eleitos?
Até quando a prevaricação, o troca troca, a barganha de cargos, a feira livre, o balcão de negócios, os conchavos, a compra e venda de cargos públicos de Ministérios (saúde, educação, infra estrutura, etc.) importantíssimos para a nação, pelas pessoas com os mais altos cargos da República do Brasil, que foram eleitos e deveriam estar ali para honrar o seu povo com o seu trabalho?
Até quando o descaso com a saúde da população brasileira em uma época de surtos de zika, chicungunya, dengue, gripe H1N1, etc. com hospitais sucateados e servidores mal pagos?
Até quando o descaso com a educação na formação de pessoas com capacidade de raciocínio, argumentação e capacidade de seguir em uma profissão?
Até quando as mais estapafúrdias, esdrúxulas e inacreditáveis 'teorias da conspiração' serão inventadas pelo partido PT e disseminadas como verdadeiras pragas, utilizando-se de pessoas fanáticas, que com sua adesão cega, dedicam-se a espalhar e 'regar' as 'ervas daninhas' factoides para que se perpetuem?
Até quando nomeação de Ministros: da 'In'Justiça, da 'Farça' do Desenvolvimento e Reforma Agrária, da 'Falta' de Saúde, da 'Falta' de Educação, da 'Falta' de Transporte, da 'Falta' de Estrutura e da 'Des'Integração Nacional, da 'Des'Igualdade Racional e 'Falta' de Desenvolvimento Humano, do 'Menos da Metade da Metade do Meio Ambiente', da 'Falta' de Cultura, da 'Falta' de Cidades, da Casa 'que deveria ser Civil', etc. etc. desprovidos de capacitação ou formação técnica na devida área de atuação, possibilitando projetos de melhorias?
Até quando a corrupção, o roubo e arrombamento dos cofres públicos, a formação de quadrilha, o desvio de verbas, o desfalque e sucateamento das empresas públicas nas esferas municipais, estaduais e federais?
Até quando essa forma de governar através do medo, da violência, do 'terrorismo', do 'cala boca', da 'queima de arquivo', de ameaças e das barbaridades?
Até quando a incitação ao ódio para dividir as classes e arrebatar mais fanáticos, 'militontos' e participantes dessa 'seita' de uma ideologia manipuladora chamada de ParTido?
Até quando a convocação e o aliciamento de pessoas desequilibradas emocionalmente, com transtornos mentais e talvez psiquiátricos, falta de caráter e inescrupulosas, sem ética ou de duvidoso caráter, distúrbios de conduta, transtornos de personalidade esquisóide ou borderline, comprometimento da ordem psicológica, ou também aquelas totalmente desprovidas das condições mínimas de subsistência, 'presas' fáceis como 'massa de manipulação e manobra eleitoreira' em mãos e mentes hábeis em instigar, induzir e entusiasmar, que, serão convocados aos montes para fazer ataques às instituições e profissionais com excelência, esforçados e competentes, que estão passando a limpo o Brasil, principalmente com relação à corrupção que mata indiretamente milhões de cidadãos que ficarão sem hospitais ou postos de saúde, sem escola ou universidade, etc?
Até quando vamos ter que ler e escutar nos noticiários, diariamente, palavras, verbos e expressões difíceis de serem explicadas para os nossos filhos e, talvez netos, como: propina, corrupção, conchavo, barganha de cargos, desvio de conduta, falta de caráter, foi preso com dólar na meia, na cueca, na calcinha..., negociata, sordidez, má intenção, mentira, fins eleitoreiros, pedaladas fiscais, criação de cargos, cargos comissionados, desvio de finalidade, convocação pelos sindicatos e órgãos de classe, coxinhas e mortadelas, classe média e classe trabalhadora, depósitos não declarados de dinheiro em paraísos fiscais, mandados judiciais, fraude a licitações, organização criminosa, desvio de verbas públicas, roubo aos cofres públicos, lavagem de dinheiro, improbidade administrativa, envolvidos no esquema de corrupção, formação de quadrilha, indiciamento, desvio de dinheiro de merendas escolares para as crianças, diligências investigativas, delação premiada, escândalo, rombo, prejuízos de bilhões, citado por suposto envolvimento, consórcio de jornalistas investigativos, panamá papers, offshores, documentos apreendidos, superfaturamento de obras públicas, irregularidades, crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraudes, crise de falta de água, falta de energia elétrica e falta de vergonha na cara?
Até quando vamos perpetuar essa genética duvidosa, vinda dos degradados e da miscigenação dos primórdios dessa terra tão abençoada sem vulcões, furacões, terremotos, maremotos, terrorismo, etc. de natureza climática, geológica, geográfica, ideológica, religiosa, etc. mas que, faz das vidas diárias de cada cidadão ou cidadã desta terra um verdadeiro vulcão, furacão, terremoto, maremoto, terrorismo vindo das pessoas e das instituições que deveriam atuar para proteger, auxiliar, amparar, etc., e, sobretudo, buscar melhoria e evolução humanas e, consequentemente, um mundo melhor?
Até quando o discurso de 'pobre', 'nordestino', 'operário', 'coitadinho', 'paz e amor', 'amigo do povo', etc. etc. utilizado em palanques de showmício, vai continuar a fazer efeito, quando já está mais claro que a luz do dia que estão todos, incluindo seus familiares e amigos, bilionários e com fortuna garantida para várias gerações?
Até quando o dinheiro de corrupção expatriado não poderá ser, assim que descoberto, investigado e provado, repatriado imediatamente em benefício de serviços para o povo brasileiro?
Até quando 'essa olimpíada' de maracutaias, com o desvio 'em salto à distância' de dinheiro público, o 'basquete' do roubo, os 'gols' das falcatrua, as 'pedaladas' fiscais, os 'arremessos à distância' dos serviços públicos básicos para o povo brasileiro, 'nado sincronizado' para superfaturar e desviar bilhões das empresas e instituições como Petrobrás, Correios, Bancoop, BNDES, etc? 
Até quando serão permitidas as ofensas às instituições brasileiras que estão executando com excelência o seu trabalho através de uma força tarefa composta de profissionais e equipes competentes como a Polícia Federal, a Receita Federal, o Ministério Público, etc.?
Até quando querer desmoralizar, frear e calar a Operação Lava Jato e o Juiz Sergio Moro e toda uma grandiosa equipe que está moralizando o país e investigando e punindo todos os participantes diretos e indiretos desta corrupção no Brasil, que já é a segunda maior do mundo no ranking declarado pela organização não-governamental Transparência Internacional?
Até quando uma degradante escala que vai desde a Presidenta da República totalmente incapaz por pura incompetência para gerir uma nação, e, também um Vice Presidente, Presidente da Câmara e Presidente do Senado sendo investigados, bem como o ex Presidente e políticos, e nesse caso, quem assume o posto de governar a nação brasileira?
Até quando vai essa bandalheira instituída nos cargos públicos de todos os escalões que provocaram essa corrupção desenfreada nos municípios, estados e na federação?
Até quando enganar o povo, manipular as massas, executar lavagem cerebral, repetir que nem relógio de cuco 'não vai ter golpe', articular para anunciar ex-presidente como Ministro para fugir de investigação criminal, receber incitadores da desordem no Palácio do Planalto para ameaçar a população de invasão em suas propriedades rurais e abraçar e aplaudir os seus discursos infundados, abusivos e arbitrários?
Até quando a falta de vergonha na cara daqueles que pensam que estão imunes das consequências espirituais de seus repetidos atos contra o povo brasileiro?
Até quando o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal e os órgãos competentes para julgar os envolvidos, neste mar de lama de corrupção que está enterrando o nosso Brasil até o pescoço, vai precisar para agir, condenar, julgar, punir e fazer valer realmente a Lei da nossa Constituição Federal, a nossa Carta Magna?
Até quando a impunidade vai se perpetuar e prosperar no nosso país?
Até quando a inscrição 'Ordem e Progresso' da nossa linda bandeira verde e amarela será escamoteada e desrespeitada?
Até quando será impossível para cada um de nós, brasileiros e brasileiras, podermos cantar com honradez o Hino Nacional e declamar com alegria a parte que diz: 'Ó pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil!'?
ATÉ QUANDO?
PÁTRIA AMADA BRASIL?

Assinado
Uma Brasileira.

08/04/2016

Projeto de limpeza do oceano: The Ocean Cleanup







THE PLASTIC POLLUTION PROBLEM


About 8 million tons of plastic enters the ocean every year (Jambeck et al., 2015). Part of this accumulates in 5 areas where currents converge: the gyres. At least 5.25 trillion pieces of plastic are currently in the oceans (Eriksen et al., 2014), a third of which is concentrated in the infamous Great Pacific Garbage Patch (Cózar et al., 2014).

This plastic pollution will continue to inflict damage on the following in the decades to come:



ENVIRONMENT

At least one million seabirds and one hundred thousand marine mammals die each year due to plastic pollution (Laist, 1997). The survival of at least 100 species (Gall et al., 2015), including the Hawaiian Monk Seal and Loggerhead Turtle, could be jeopardized by plastic debris (Derraik, 2002). Plastic pollution is also a carrier of invasive species, threatening native ecosystems (Barnes, 2005).



ECONOMY

Plastic pollution causes at least 13 billion U.S. dollars in damage every year to industries that include fishing, shipping and tourism (UNEP 2014). The US West Coast states spend approximately $500 million every year to clean up their beaches. The cost of removing debris from beaches averages $1,500 per ton and can reach up to $25,000 per ton (APEC 2009).



HEALTH

Ocean plastic adsorbs toxic chemicals (including PCBs and DDTs), increasing their concentration by a million (Mato et al., 2001). These persistent organic pollutants enter and bio-accumulate in the food chain, resulting in an even higher concentration of pollutants in fish (Tanaka et al., 2013), including species consumed by humans. Health effects linked to these chemicals are: cancer, malformation and impaired reproduction (Takada, oceanhealthindex.org).




Acesse aqui:






segunda-feira, 4 de abril de 2016

Careca x Cabelos... Textos de Mentor Neto







"Esse negócio de ser careca e pai de meninas é muito complicado.
Porque, aos poucos, estou aprendendo que os cabelos das minhas filhas são seres humanos.
Parecem a barriga da Pugli.
São carentes de constante atenção.
Precisam de Condicionador.
Eu não uso Condicionador.
A última vez que usei chamava Creme Rinse.
Então vou lá e compro a porra do Condicionador.
E o Shampoo.
Shampoo eu uso.
Uso que nem quando eu tinha cabelo. 
Lavo meus cabelos com shampoo todos os dias.
E sou exigente com a marca.
Malin+Goetz de pimenta.
Porque sou gordo, mas elegante.
Coloco o shampoo na minha mão em concha e massageio o que restou de cabelo, delicadamente, como se fossem o último casal de pandas.
Creme Rinse não precisa porque meu cabelo é muito liso.
Mas o das meninas?
Nossa.
São fartos e lisos.
Mas precisam de tudo.
Precisam de elásticos. Mas tem que ser uma raça específica.
Precisam de escovas. Mas não pode ser qualquer uma.
Fazem tranças, rabos, coques.
Chapinha e secador, tem lá no armário delas.
E para cortar?
A última vez que as levei para cortar o cabelo precisei vender um iMac usado na OLX para pagar a conta.
Agora, sempre que pedem, escorre uma lágrima.
Mas de todas as estranhezas que tenho com cabelo, uma é inaceitável:
A toquinha.
Eu não entendo porque alguém usa toquinha.
- Pai, tem toquinha? - grita enrolada na toalha.
- Ve no meu banheiro! - respondo.
- Ah pai, não zoa! é sério!!
Se não tem, que tal exercer o saudável hábito de lavar, me pergunto.
Mas não encontro resposta."

E tem mais...

"Não tenho irmãs.
Então até minhas filhas nascerem eu não fazia ideia que a fêmea da espécie humana é um animal com hábitos tão diferentes dos seres humanos normais.
Das diferenças todas, a que mais me chama a atenção é o hábito de frequentar um salão de beleza.
Para me aprofundar no assunto, ontem levei minha filha a um desses salões.
Ela levou semanas perguntando o que deveria fazer em testes de múltipla escolha.
Porque mulher não faz questão aberta.
Descobri que minhas respostas não serviram de nada.
O peso da manicure na decisão é muito, mas muito maior do que meus palpites.
Eu sou só o pai, convenhamos.
Mas calma. Vamos por partes.
Chegamos no enorme salão. 
Bem iluminado cheio de mulheres em seu pior estado.
Porque num cabeleireiro ocorre uma espécie de trégua unilateral na dança do acasalamento milenar entre homens e mulheres.
Ver as mulheres em um cabeleireiro é como abrir o capô de um carro para ver o motor.
É interessante, mas se você não entende, melhor não dar palpite.
Passo por uma senhora atacada por um enxame de papéis prateados.
Dou um passo para trás assustado, mas ela sequer tira os olhos da revista.
Até uns anos, nem sabia que existiam efeitos no cabeleireiro.
A única pergunta que o barbeiro me fazia era "curto"? 
E a única resposta era "sim”.
Hoje em dia, por motivos óbvios, nem isso.
Num cabeleireiro tudo é complicado de fazer e tem uma ordem certa.
Primeiro o descolamento zâmbio, depois o tingimento poney, depois o catso da escova alisadora flexível.
Se homens precisassem se esforçar como as mulheres, eu já teria sido expulso da sociedade e me tornado um ermitão.
Num cabeleireiro a mulher enfrenta uma pletora de opções.
É quase um Starbucks.
Nunca pensei que fosse tudo tão complicado.
"Luzes", por exemplo, eu achava que eram feitas com, sei lá, uma pistola laser.
"Californiana" eu achava que era só mergulhar a ponta dos cabelos numa banheira de tintura loira e segue a vida.
Que nada. 
Quando me disseram que ia demorar três horas eu pensei que era porque deveriam estar sem luz.
Não me ocorre nada que eu possa fazer no meu corpo que dure três horas.
Vamos chegando perto da cabeleireira designada para nós.
Digo nós, porque não basta ser pai. Tem que mergulhar na experiência.
A moça se chama Babi e tem o cabelo rosa.
Eu não sei bem o que fazer, onde sentar, então enfio a mão nos bolsos que é o que sempre faço quando não sei o que fazer.
Tenho medo de deixar minha filha ali e ir embora.
Não por ela, por mim.
Teria que passar de novo por aquelas mulheres em estado bruto.
Sento num banquinho que constrangeria João Gilberto.
Minha filha queria pintar as pontas de alguma cor esquisita. 
Apesar do cabelo rosa, Babi diz que é melhor não. 
Que o cabelo vai parecer uma palha.
Agora as duas estão dialogando e gesticulando em aramaico.
Faço cara de interesse.
Então olham para mim, como se minha opinião importasse.
Não se engane.
Cabeleireiro é um lugar onde um homem vai para realizar o humilde exercício de ser ignorado.
- Isso. - respondo, para agrado de ambas. 
Hiberno na cadeira.
Três horas depois está tudo pronto.
Minha filha está ainda mais linda e curiosamente, muito mais segura do que quando entrou.
Isso eu gostaria.
Um lugar onde os homens vão para saírem mais seguros.
Há anos que me torno, a cada segundo, mais inseguro que no segundo anterior.
Paro no caixa para pagar.
- O senhor quer mais um café?
Ela pergunta enquanto tento achar o número de zeros antes da vírgula.
O preço é o PIB da Bolívia.
Fico inseguro.
Mas ela está tão linda e feliz.
Não é para isso que eu vivo, afinal?"

Textos de MENTOR NETO

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Poema Pátria Minha de Vinicius de Moraes






A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos…
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu…

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda…
Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão…
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes.”