que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Tratado geral das grandezas do ínfimo / Poema de Manoel de Barros
Tratado geral das grandezas do ínfimo
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele
que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.
Poema de Manoel de Barros