terça-feira, 22 de maio de 2012
Olhar...
Mudar o mundo,
é mudar o olhar.
Do olhar que estreita e subtrai,
para o olhar que amplia e engrandece.
Do olhar que julga e condena,
para o olhar que compreende e perdoa.
Do olhar que teme e se esquiva,
para o olhar que confia e atreve.
Do olhar que separa e exclui,
para o olhar que acolhe e religa.
Todos os olhares
num só Olhar.
O olhar da inocência
e o olhar da vigilância.
O olhar da justiça
e o olhar de misericórdia.
Todos os olhares
num só Olhar.
Olhar de criança que brinca,
na Primavera,
Olhar do adulto que labora,
no verão,
Olhar maduro que oferta,
no Outono,
Olhar de prece e de silêncio,
no Inverno.
O olhar de quem nasce,
o olhar de quem passa,
o olhar de quem parte.
Olhares da existência no Olhar de Essência.
Todos os olhares
num só Olhar.
Dançar de roda na órbita do olhar,
dançar de guerreiro em volta da fogueira do olhar,
dançar de Ser no olhar do Amor.
Dançar e brincar de olhar.
Olhar o porvir,
do instante que nasce,
no coração palpitante
da transmutação.
Viva o novo olhar!
Olhe a vida de novo!
Novo olhar, novo viver!
Mudar o mundo
É mudar o olhar.
É alto olhar,
Altar do olhar.
É ousar viver,
É viver no ousar.
É amar viver,
É viver para amar.
Só então partir,
Para o Grande Olhar.
Todos os olhares
num só Olhar.
Num mesmo Olhar.
Supremo Olhar.
Olhar.
Roberto Crema
Epílogo do livro Antigos e Novos Terapeutas – abordagem transdisciplinar em terapia.