terça-feira, 22 de junho de 2010
POEIRA DAS ESTRELAS - PARTE 08/12
A CRATERA DE UM VULCÃO ATIVO
A série Poeira das Estrelas agora convida você para fazer uma viagem no tempo: vamos conhecer um lugar igualzinho ao nosso planeta de 4,5 milhões de anos atrás.
África e Brasil. Duas terras separadas por um oceano gigante, o Atlântico. Dois lugares distantes, mas com tanta coisa em comum. Nossos povos, nossa música e as tradições. África e Brasil têm ligações profundas, bem mais antigas do que muita gente imagina.
Você já notou que, se recortarmos os mapas, África e Brasil se encaixam perfeitamente, como se fossem irmãos separados pelo tempo? Qualquer semelhança não é mera coincidência.
A formação do nosso planeta é o tema do capítulo de hoje. Domingo passado, Poeira das Estrelas contou a história do nascimento do sol, a estrela que dá luz, calor e energia para todos os seres vivos.
Cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, ao mesmo tempo em que surgiu o sol, formaram-se os planetas do nosso sistema solar, como a Terra. Mas a Terra naquele tempo era bem diferente do que estamos acostumados a ver hoje:
Terra vista do espaço, seres vivos, água, continentes, um planeta azul, 70% coberto de água, 30% de terra firme distribuída em continentes definidos e milhões de espécies vivas.
Muito tempo atrás, o mundo era o próprio inferno. Um planeta ainda em formação. A superfície era toda líquida, não de água, mas de rocha incandescente e atmosfera de gases sufocantes.
Partes da terra permanecem desse jeito até hoje: são os vulcões. Vulcões ativos nos remetem diretamente à infância da Terra. É como fazer uma viagem ao passado, mais precisamente 4,5 bilhões de anos atrás, quando a Terra, os planetas e o sol tinham acabado de nascer.
O vulcão Kilauea fica na ilha que dá nome ao arquipélago do Havaí. Nesta parte da Terra, existem tantos vulcões que a região é chamada de Círculo de Fogo do Pacífico. Mas nenhum é tão ativo quanto o Kilauea. Ele entrou em erupção em janeiro de 1983. E não parou mais.
Se pudéssemos viajar no tempo e ver como era a Terra no começo, as imagens não seriam muito diferentes dessas, que mostram os períodos de atividade mais intensa do Kilauea.
No início, era o caos. A Terra era uma bola incandescente de metais e rochas liquidas. A atmosfera, uma massa de gás ultra-aquecida. Era como se mergulhássemos dentro da cratera de um vulcão. Durante os primeiros 700 milhões de anos, a Terra era assim, como um vulcão gigante. A especialidade de um vulcão é cuspir lava.
A lava é pedra líquida. Ela é ejetada das profundezas da terra. Mais ou menos 100 quilômetros de profundidade. Isso não é nada quando comparado com o centro da Terra, que fica a 6,5 mil quilômetros de profundidade.
Sobrevoando o Kilauea, dá pra ver nitidamente como a lava expelida pelo vulcão se resfria em contato com a água do mar, se solidifica e faz aumentar o tamanho da ilha.
No nosso planeta é assim. Em lugares onde não há nada além de mar aberto, pode surgir uma ilha, desde que seja uma região de atividade vulcânica.
Aos poucos, a lava se resfria e fica sólida. Foi isso o que aconteceu com a Terra em sua infância. Só que para a superfície da Terra ficar sólida, se passaram 600 milhões de anos.