domingo, 19 de agosto de 2012

O cérebro não diferencia imaginação de realidade



Estamos em constante contato com o mundo físico, grosseiro, com a sensação de estarmos separados dos objetos de nossa percepção. 

Nesse fenômeno de difícil solução, o problema difícil dos neurocientistas, necessitamos de uma ampliação de conceitos e contextos para seu esclarecimento. Há uma cisão entre sujeito e objeto na captação da realidade. Tudo aquilo que aparece em nossa percepção, captado pelos meus órgãos dos sentidos, encontra-se separado – nós conseguimos compartilhar as experiências com outros observadores devido a esse fenômeno. Esse processo de captação da realidade necessita de uma explicação baseada no que entendemos por consciência. Há vários neurocientistas que vem estudando a consciência como sendo um padrão de processos mentais, ou seja, um epifenômeno do cérebro. Essa visão é limitante e deixa as pesquisas estacionadas. 

A fisica quântica trouxe para a equação a presença do observador. Ela admite que todos os objetos do universo são ondas de possibilidades e portanto, não podem provocar seu próprio colapso de onda. Temos que admitir a existência de algo fora do sistema capaz de converter possibilidade em realidade e esse algo não material é a consciência. 

A consciência é capaz de intermediar esse colapso das ondas de possibilidades em fato manifesto deixando claro e livre de paradoxos que qualquer realidade ocorre em dois domínios: 
  • Possibilidades e 
  • Fato Manifesto.
Hoje, com o avanço da tecnologia de mapeamento cerebral, podemos estudar o cérebro de forma dinâmica. Isso trouxe uma importante consequência para as pesquisas da consciência. 

O cérebro não consegue diferenciar realidade de imaginação. Os mesmos processos de sinapses utilizada pelo cérebro durante a percepção de um objeto separado e externo é o mesmo processo de sinapses utilizados durante a imaginação desse mesmo objeto, agora apenas em nossa percepção interna, particular. Isso começa a proporcionar um embasamento científico para todas as terapias que lidam com o campo sutil, sejam elas oficializadas por órgãos competentes ou não. 

O fato de um grupo de pessoas apenas imaginar que estão aprendendo uma determinada habilidade comparada com outro grupo que realmente estão treinando mecanicamente esta habilidade, não mostrou nenhuma diferença significativa entre ambos. Esse conceito fez despertar, emergir o conceito da neuroplasticidade. A capacidade que todos temos de criar novos circuitos cerebrais para expressar novas habilidades de nossa consciência. 

Estimular a formação de novas sinapses em um processo denominado de sinaptogênese é feito a cada momento diante das inúmeras percepções que captamos do mundo exterior. Essas novas sinapses determinam novas redes neurais que por sua vez formarão novas memórias. Vejam a interligação entre percepção e memória. Percepção exige memória e memória exige percepção. Com certeza essa circularidade quer nos dizer alguma coisa e ter a consciência como epifenômeno do cérebro não ajudará na compreensão desse processo.

Meus amigos, em breve utilizarei esses conceitos para exemplificar como a terapia mente/corpo pode ser utilizada, trazendo uma expansão para o tratamento médico em busca de uma avaliação integral do ser humano.

Aqui está o raciocínio que permite o embasamento das diversas terapias mente/corpo disponíveis hoje. Acredito que em um futuro bem próximo a medicina oficial incorporará em suas práticas a opção da meditação, da contemplação, da oração, das atividades físicas relaxantes, das terapias energéticas além da abordagem alopática hoje em prática. O ser humano necessita de uma abordagem integral pois é um ser integral, constituído de intuições, pensamentos, sentimentos além da biologia molecular que o envolve.

COMUNICAÇÃO MENTE - CORPO

Como conversamos anteriormente no texto sobre Realidade e Imaginação, o cérebro não consegue diferenciar realidade de imaginação. Quando entramos em contato com o mundo externo, tornando real aquele momento em nossa percepção ocorre a cisão sujeito/objeto, ou seja, percebo a realidade-objeto separado da minha consciência ao mesmo tempo que guardo a sensação de ser o sujeito observando. Estamos a todo instante mensurando as coisas ao nosso redor. A consciência utiliza a interface cerebral a disposição para identificar-se com o cérebro em cada mensuração quântica realizada. Estímulos diversos chegam ao cérebro dando oportunidade para co-criarmos a realidade. Esses estímulos necessitam da luz refletida sobre os objetos para que haja a percepção do mesmo armazenando-os para posterior aprendizado, ou seja, a memória. Há uma região cerebral, determinada pelas avaliações dinâmicas de mapeamento cerebral, denominada hipocampo com plena atividade nesse processo. Essa área do hipocampo recebe as primeiras impressões dos estímulos externos e guarda uma interconexão bem próxima com o córtex cerebral responsável pelas atividades somestésicas e motoras, que determinam nossas ações.

As informações advindas das diversas interações sociais que o ser humano vivência em seu dia a dia alimentam o córtex cerebral e o hipocampo. Uma palavra mal interpretada, uma dúvida sobre sua conduta pessoal, um vizinho que chega e não lhe cumprimenta, um chefe com extrema soberba disfere ordens e mais ordens, contas que chegam e dinheiro que falta para pagá-las, a indiferença das pessoas que o cercam, a violência verbal e não verbal do transito das cidades hodiernas, a impaciência dos transeuntes, as palavras e gestos impensados contra as pessoas que amamos diante de uma contrariedade, irritabilidade no comportamento diário, preocupações diversas no setor familiar como a educação dos filhos, ou seja, o viver de cada um de nós no dia a dia. 

Esses contatos e interações sociais alimentam nosso psiquismo e nosso cérebro. Todas essas impressões e vibrações vivenciadas pelo ser humano requer uma gama de energias que qualificam cada experiência. Nossas células nervosas estimuladas por todo esse conteúdo vibracional dessas experiências fazem tocar um acorde específico em nosso corpo, utilizando-se de moléculas especificas chamadas de substâncias informacionais: hormônios, neurotransmissores, peptídeos, etc. Essas substâncias, por sua vez, estimulam o núcleo da célula a produzirem, por intermédio do DNA, o RNA mensageiro que irá até o citoplasma para sintetizar a proteína especifica para a finalidade em questão. Chegamos assim em uma comunicação entre mente-corpo-gene.

O estímulo percorre então este percurso estabelecendo uma comunicação entre mente e cérebro (mente-cérebro), depois continua a comunicação entre cérebro e corpo (cérebro-corpo) que por fim chega à célula que se comunica com o gene (célula-gene). 

Os trabalhos de neurocientistas mostram que o tempo para o estímulo percorrer o percurso mente-cérebro, cérebro-corpo e célula-gene leva cerca de 120 minutos e que o tempo da informação percorrer célula-gene dura cerca de 20 minutos. Esse conhecimento é fantástico! A mente, através de nossos pensamentos, estimula o cérebro que se comunica com o corpo que atua na célula e chega nos genes estimulando-os a produzirem suas proteínas especificas para exercerem suas funções específicas.

Meditação, contemplação, oração, sono reparador, terapias energéticas, exercícios físicos relaxantes e até mesmo a medicina convencional ganham um novo aliado em busca da compreensão da saúde. Tranquilizar a mente, serenidade, calma, benevolência, caridade, gratidão, perdão, humildade, equilíbrio, fraternidade, indulgência, esperança, compreensão, valores diversos esquecidos ou adormecidos, irão fazer tocar um acorde diferente, onde essas informações, agora com um novo teor vibracional, chegarão até as células fazendo-as produzirem as proteínas adequadas para funções adequadas promovendo nossa saúde.

Precisamos estar atentos em nosso dia a dia para escolhermos a opção de sermos saudáveis.

Dizer não aos nossos hábitos e condicionamentos limitantes e limitados por nosso sistema de crenças dominado pelo nosso EGO. 

Despertar para a necessidade de transformação pessoal através de um processo de criatividade interna trará ao nível consciente novas possibilidades para a realidade co-criada de cada um de nós e essa transformação pessoal terá um efeito dominó, inicialmente em nós mesmos e nas pessoas que nos cercam e assim atingiremos o coletivo contagiando-os pela nossa transformação pessoal, em aceitando nossos sentimentos deslocados de nossa mente consciente e dando uma nova interpretação para os temas arquetipicos como a 
  • Verdade, 
  • Beleza, 
  • Bondade, 
  • Justiça, 
  • Abundância e 
  • Amor. 
Esses valores andam esquecidos ou adormecidos e devemos buscar esses temas constantemente para criar um novo contexto e, por consequência, darmos novos significados de valor para a realidade que criamos para nós mesmos

Por Dr. Milton Moura

Fonte:
http://medicinaespiritual.blogspot.com.br/2012/06/o-cerebro-nao-diferencia-imaginacao-de.html


Observação: Texto publicado com autorização por e-mail do autor Dr. Milton Moura