sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Cura: Efeitos Biológicos de Ondas Sonoras Audíveis




Estudo e efeitos da V Sinfonia de Beethoven nas células do corpo humano 



A Dra. Márcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, coordenou a pesquisa do Programa de Oncobiologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que expôs células ligadas ao cancro da mama à 5ª Sinfonia de Beethoven e a Atmosphères de György Ligeti.

Resultado expressivo e impressionante: 1 em cada 5 células desapareceu e as sobreviventes diminuíram de tamanho.

Tradicionalmente a musicoterapia é já largamente utilizada em desordens emocionais. Este estudo comprova que "a música produz um efeito direto sobre as células do nosso organismo".

O resultado é enigmático para a cientista. O sucesso de 2 composições aparentemente tão distintas procura junto de professores de música associações por via do ritmo, timbre ou intensidade.

Depois de descobrir a causa responsável pela alteração das células, a intenção é "construir uma sequência sonora especial para o tratamento de tumores". Outros gêneros musicais serão investigados e em breve será testado o samba e o funk.

Música contra o câncer e a A Música e seus efeitos terapêuticos

Células tumorais expostas à "Quinta Sinfonia" (de Beethoven) perderam tamanho ou morreram

Por Renato Grandelle - Mesmo quem não costuma escutar música clássica já ouviu, numerosas vezes, o primeiro movimento da "Quinta Sinfonia" de Ludwig van Beethoven. O "pam-pam-pam-pam" que abre uma das mais famosas composições da História, descobriu-se agora, seria capaz de matar células tumorais - em testes de laboratório. Uma pesquisa do Programa de Oncobiologia da UFRJ expôs uma cultura de células MCF-7, ligadas ao câncer de mama, à meia hora da obra. Um em cada cinco delas morreu, numa experiência que abre um nova frente contra a doença, por meio de timbres e frequências.

A estratégia, que parece estranha à primeira vista, busca encontrar formas mais eficientes e menos tóxicas de combater o câncer: em vez de radioterapia, um dia seria possível pensar no uso de frequências sonoras. O estudo inovou ao usar a musicoterapia fora do tratamento de distúrbios emocionais.

- Esta terapia costuma ser adotada em doenças ligadas a problemas psicológicos, situações que envolvam um componente emocional. Mostramos que, além disso, a música produz um efeito direto sobre as células do nosso organismo - ressalta Márcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, coordenadora do estudo.

Como as MCF-7 duplicam-se a cada 30 horas, Márcia esperou dois dias entre a sessão musical e o teste dos seus efeitos. Neste prazo, 20% da amostragem morreu. Entre as células sobreviventes, muitas perderam tamanho e granulosidade.

O resultado da pesquisa é enigmático até mesmo para Márcia. A composição "Atmosphères", do húngaro György Ligeti, provocou efeitos semelhantes àqueles registrados com Beethoven. Mas a "Sonata para 2 pianos em ré maior", de Wolfgang Amadeus Mozart, uma das mais populares em musicoterapia, não teve efeito.

- Foi estranho, porque esta sonata provoca algo conhecido como o "efeito Mozart", um aumento temporário do raciocínio espaço-temporal - pondera a pesquisadora. - Mas ficamos felizes com o resultado. Acreditávamos que as sinfonias provocariam apenas alterações metabólicas, não a morte de células cancerígenas.

"Atmosphères", diferentemente da "Quinta Sinfonia", é uma composição contemporânea, caracterizada pela ausência de uma linha melódica. 

Por que, então, duas músicas tão diferentes provocaram o mesmo efeito?

Aliada a uma equipe que inclui um professor da Escola de Música Villa-Lobos, Márcia, agora, procura esta resposta dividindo as músicas em partes. Pode ser que o efeito tenha vindo não do conjunto da obra, mas especificamente de um ritmo, um timbre ou intensidade.

Quando conseguir identificar o que matou as células, o passo seguinte será a construção de uma sequência sonora especial para o tratamento de tumores. O caminho até esta melodia passará por outros gêneros musicais. A partir do mês que vem, os pesquisadores testarão o efeito do samba e do funk sobre as células tumorais.

- Ainda não sabemos que música e qual compositor vamos usar. A quantidade de combinações sonoras que podemos estudar é imensa - diz a pesquisadora.

Outra via de pesquisa é investigar se as sinfonias provocaram outro tipo de efeito no organismo. Por enquanto, apenas células renais e tumorais foram expostas à música. Só no segundo grupo foi registrada alguma alteração.

A pesquisa também possibilitou uma conclusão alheia às culturas de células. Como ficou provado que o efeito das músicas extrapola o componente emocional, é possível que haja uma diferença entre ouví-la com som ambiente ou fone de ouvido.

- Os resultados parciais sugerem que, com o fone de ouvido, estamos nos beneficiando dos efeitos emocionais e desprezando as consequências diretas, como estas observadas com o experimento - revela Márcia.

A Música e seus efeitos terapêuticos

Segundo a Canadian Association for Music Therapy, "a Musicoterapia é a utilização da música para auxiliar a integração física, psicológica e emocional do indivíduo e para o tratamento de doenças ou deficiências. A natureza da musicoterapia enfatiza uma abordagem criativa no trabalho terapêutico, possibilitando uma abordagem humanista e viável que reconhece e desenvolve recursos internos geralmente reprimidos pelos clientes".

Os instrumentos musicais e seus efeitos:
  • PIANO - combate a depressão e a melancolia
  • VIOLINO - combate a sensação de insegurança
  • FLAUTA DOCE - combate nervosismo e ansiedade
  • VIOLONCELO - incentiva a introspecção e a sobriedade
  • INSTRUMENTOS DE SOPRO - inspiram coragem e impulsividade.

Para combater a depressão e o medo excessivo:
  • Sonho de Amor, de Liszt
  • Serenata, de Schubert
  • Guilherme Tell (Abertura), de Rossini
  • Noturno Opus 48, de Chopin
  • Chacona, de Bach.
O ideal é uma sessão diária de meia hora pela manhã.

Para combater insônia, tensão e nervosismo:
  • Canção da Primavera, de Mendelssohn
  • Sonata ao Luar, de Beethoven (Primeiro Movimento)
  • Valsa nº15 em Lá Bemol, de Brahmms
  • Sonho de Amor, de Liszt
  • Movimentos Musicais nº3, de Schubert.
Depois de ouvir as peças indicadas, escolha a que deu melhores resultados e escute-a diariamente, antes de dormir. No início, os efeitos são leves. É preciso um pouco de paciência e persistência para notar progressos.

Durante a gravidez e para facilitar o parto:
  • Concerto para violino, Opus 87B, de Sibelius.
  • Sonata Opus 56, de Haydn
  • As quatro Estações, de Vivaldi
  • Concerto Tríplice, de Beethoven
  • Concerto para violino, de Brahmms
  • Concerto para violino, de Tchaikovsky.
Ouvidas alternadamente, por períodos durante a gravidez e nos dias que precedem ao parto, estas peças geram bem-estar e contribuem para o nascimento de crianças tranquilas.

Para melhor estimular a memória:
  • Concerto em Dó Maior para bandolim, corda e clavicórdia, de Vivaldi
  • Largo do Concerto em Dó maior para Clavicórdia, BMW 976, de Bach
  • Spectrum Suíte, Confort Zone e Starbone Suíte, de Stephen Halpern.
Fazer sessões de 1 hora, pela manhã, ao acordar. Alterne cada peça, a cada dia.

Para favorecer a interiorização e a meditação:
  • Concerto nº2 para Piano, de Rachmaninov (último movimento)
  • Concerto em Lá menor para piano, de Grieg (primeiro movimento)
  • Concerto nº1 para piano, de Tchaikovsky (primeiro movimento)
Ouvir qualquer peça durante 10 minutos antes da meditação. É importante enfatizar que a música não é um curativo eficaz em si mesmo, mas que seus efeitos terapêuticos resultam de uma aplicação profissional durante um processo terapêutico.