sábado, 24 de março de 2012
Invisível...
O poema
caminhava
pela avenida
congestionada.
Seguia calmo
naquela manhã
ensolarada.
Brisa fresca
batendo no rosto,
mar azul,
água de coco,
jardins floridos.
Gentes,
entremeavam
num ir e vir
desnorteado.
Sereno,
acenou.
Sorriu.
Chorou.
Invisível...
Esbravejou,
irritou-se,
desnudou-se,
desistiu,
e já sem fôlego...
Inerte,
caiu.
Gentes,
ainda naquele
irritante
vir e ir
desenfreado.
Passavam.
Tropeçavam.
Desviavam,
e seguiam...
Ninguém
percebia...
Que ali,
ao risco de morte,
caído,
jazia o poema,
de mãos dadas
com a última poesia
do dia.
José Silveira