Pranayama é o controle da energia vital, sendo a regulação dos movimentos da respiração, o meio de alcançá-lo.
O tórax, ou a cavidade do peito é como uma caixa móvel que contém os mais importantes órgãos da respiração: os pulmões, e da circulação: o coração.
Os principais músculos do tórax são os intercostais, que preenchem a cavidade entre as costelas, e o diafragma na base, separando a cavidade peitoral da abdominal, participantes ativos na respiração.
Naturalmente outros pequenos músculos trabalham no ato da respiração, inclusive os da face.
Na respiração, o ar entra pelas narinas, passando pela laringe e traquéia, que se divide em duas, uma para cada pulmão.
Os pulmões têm uma textura elástica e são formados por pequenos sacos, os alvéolos, cuja função é permitir que as células vermelhas do sangue absorvam oxigênio e devolvam gás carbônico.
Essas células vermelhas são as carregadoras de oxigênio dos pulmões para os diversos tecidos do corpo.
O oxigênio é imprescindível em toda e qualquer atividade humana.
Todo esse trabalho é intimamente conectado com o funcionamento do coração.
Do ponto de vista fisiológico, o propósito de qualquer exercício respiratório é a assimilação de uma máxima quantidade de oxigênio com um mínimo gasto de energia.
Do ponto de vista yogue, o propósito do exercício respiratório é diminuir o ritmo do metabolismo, mais especificamente, diminuir o movimento psíquico (facilitando a concentração).
Como já citamos anteriormente, os yogues postulam a existência de dois tipos de atividade neurofisiológica que geram e controlam o ato da respiração:
Desde muito cedo, foi também observado pelos yogues, a correlação entre o funcionamento cerebral e mudanças no volume, força e ritmo da respiração.
Falam de uma biounidade entre mente e ‘prana’, uma correspondência entre o pensamento/emoções e a respiração.
Prana é um conceito que tem causado muita polêmica entre os escritores modernos sobre seu significado.
O yogue Shri Yogendra o define como uma ‘força biomotora’ ou ‘bioenergia’, ou ‘energia vital’, difundida por todo o corpo e sustentáculo da vida.
É a energia responsável pela unidade e harmonia do corpo.
Sua principal função é o movimento.
O movimento mental, ele próprio, é prana.
Sem prana não há função cognitiva.
Em outras palavras, prana “é uma atividade vibratória que sustenta o processo da vida” (Yogendra).
O ato de inspirar e expirar “alimentam” este funcionamento.
Pranayama tecnicamente é a restrição ou suspensão da inspiração ou da expiração (literalmente é restrição – yama – do prana, ou seja, restrição do movimento).
A essência do pranayama é, portanto, a pausa respiratória , que diminui o funcionamento mental, propiciando condições para a meditação.
O Instituto de Yoga de Mumbai reciclou as técnicas tradicionais, propondo oito maneiras de se realizar o pranayama:
Pranayama I – igualar os tempos de inspiração e expiração
Pranayama II – expansão lateral dos pulmões (Respiração Intercostal)
Pranyama III – expansão superior dos pulmões (Respiração Clavicular)
Pranayama IV- expansão inferior dos pulmões (Respiração Diafragmática)
Pranayama V – Sunyaka: manter os pulmões vazios
Pranayama VI – Puraka: inspiração prolongada
Pranayama VII – Kumbhaka: manter os pulmões cheios
Pranayama VIII – Rechaka: expiração prolongada
Existe também um pranayama tradicional, que por sua ação sobre o sistema nervoso, é ensinado por todos os Institutos de yoga, chama-se: Anulomaviloma Pranayama, ou Respiração Alternada (alterna-se as narinas nas inspirações e expirações).
Além dos benefícios fisiológicos, pranayama tem, segundo o yoga, uma importância fundamental no desenvolvimento do conhecimento discriminativo.
O ‘insight’ sobre nossa dimensão transcendental advém da quietude interior, da parada de todo movimento da matéria em nós.
Sendo o prana a própria atividade vibratória da mente, sua restrição leva a esta parada, que só é alcançada completamente em Samyama, ou seja, no processo contínuo de concentração (dhárana), meditação (dhyana) e transe (samádhi).
Em outras palavras, a prática do pranayama sensibiliza para o aspecto transcendente da vida, aponta uma série de sinais sobre si mesmo a partir dos quais se pode adquirir uma resposta genuína e individual à questão ‘quem sou eu?’
Fonte:
gnosisonline