sábado, 20 de novembro de 2010

Mônadas / Veículos de Manifestação




O CAMPO DA EVOLUÇÃO

Podemos chamar de campo de evolução ao universo material no qual a evolução se desenvolve.

Espírito e Matéria não são, na realidade, existências separadas e distintas, mas, antes, pólos opostos de um número.

Porém, vamos analisá-los separadamente.

Em nosso Sistema Solar, o Campo de Evolução compõe-se de Sete Planetas, ou mundos, que podem ser divididos em três Grupos:

1) o Campo onde há apenas a Manifestação lógica;

2) o Campo de Evolução Supranormal;

3) o Campo de Evolução normal Humana, Animal, Vegetal, Mineral e Elemental.

O plano Adi e o Anupadaka, são planos que podem ser concebidos como existentes antes, da formação do Sistema Solar. Poderemos imaginar o Plano Adi composto de matéria do espaço, simbolizado por Pontos, enquanto o Logos delimita a forma da base material do sistema que Ele está para produzir.

O plano Anupadaka, simbolizado por linhas, pode ser imaginado como sendo composto dessa mesma matéria, modificada ou colorida pela vida individual do Logos, ou seja, sua consciência que penetra todas as coisas definindo este plano do correspondente em outro sistema Solar.

Podemos demostrar a tríplice manifestação da consciência do Logos e o outro a tríplice modificação da matéria, correspondente a tríplice modificação da consciência.

Considerando de inicio a manifestação da consciência, uma vez que o lugar do universo foi demarcado:

1) o Próprio Logos aparece como um Ponto dentro da Esfera;

2) o Logos avança desse Ponto em três direções até a circunferência ou circulo de Matéria;

3) a Consciência do Logos retorna a Si mesma manifestando, a cada Ponto de contato com o Circulo, um dos três aspectos fundamentais da Consciência, conhecidos como Vontade, Sabedoria e Atividade ou por outros termos.

A união desses três aspectos ou fase de manifestação, em seus pontos de contatos com o Circulo, resulta no Triângulo Básico de contato com a Matéria. Esse Triângulo, junto com os três Triângulos formados pelas linhas traçadas pelo Ponto, produz a “Tretrade Divina”, às vezes chamada Quaternário Cósmico.

Observando agora as modificações havidas na matéria universal, correspondendo às manifestações da Consciência, temos, na esfera da Substância Primordial, a matéria virgem do Espaço:

1) o Logos o aparece como um Ponto irradiando a esfera da Matéria;

2) o ponto que vibra entre o centro e a circunferência, formando assim a linha que marca a separação do Espírito e da Matéria;

3) o Ponto, com a linha que gira com Ele, vibrando em ângulos retos com a vibração precedente, formando a Cruz primordial dentro do Círculo.

Diz-se, assim que a Cruz “procede” do Pai (o Ponto) e do filho (o Diâmetro) e representa o Terceiro Logos, a Mente Criadora, a Atividade divina, pronta a manifestar-se como Criador.


O ADVENTO DAS MÔNADAS

A origem das Mônadas ou unidades de consciência, para cuja evolução na matéria o campo de um universo é preparado.

Essas inumeráveis unidades, que devem ser desenvolvidas no universo a existir, são geradas dentro da vida divina, antes que o campo de sua evolução seja formado.

Desse advento escreve-se:

“Isto está determinado: Eu multiplicarei e nascerei”: assim os Muitos surgem do UM por um ato de vontade.

O ato de vontade é do Primeiro Logos, o Senhor indiviso, o Pai.

As Mônadas são descritas como fagulhas do Fogo Supremo, como “Fragmentos Divinos”.

O Catecismo Oculto, citado em A Doutrina Secreta, de Alice Bailey diz:

“Ergue tua cabeça, ó Lanu; vês uma ou incontáveis luzes acima de ti, ardendo no céu escuro da meia-noite? Distingo uma chama, ó Guradeve; vejo inumeráveis fagulhas aglomeradas brilhando ali”.

A Chama é Ishvara, em Sua manifestação como o Primeiro Logos; as fagulhas aglomeradas são as Mônadas, humanas e outras.

A palavra “aglomeradas” deve ser notada especialmente, como significado que as Mônadas são o Próprio Logos.

Uma Mônada pode assim ser definida com um fragmento da vida divina, separada como entidade individual pela mais sutil película de matéria; matéria tão rarefeita que, enquanto dá forma separada a cada uma delas não oferece obstáculo à livre intercomunicação de uma vida, assim encaixada, com as vidas similares que a circundam.

A Mônada não é então pura consciência, puro Ser. É uma abstração. No universo concreto sempre há o Eu e seus envoltórios, por mais tênue que eles possam ser, de forma que uma unidade de consciência é inseparável da matéria. É por isso que a Mônada é consciência mais matéria.

Como a vida das Mônadas provém do Primeiro Logos, podemos descrevê-las como Filhos do Pai, tal como o Segundo Logos é também o Filho do Pai.

As Mônadas, porém, são Filhos mais moços, sem qualquer dos divinos poderes que as capacite a agir em matéria mais densa do que a de seu próprio plano – o Anupadaka; enquanto o Segundo Logos, que tem eras de evolução atrás de Si, está pronto para exercer Seus poderes divinos como “o primogênito entre muitos irmãos”.

Embora as raízes de sua vida estejam no plano Adi, as próprias Mônadas habitam o plano Anupadaka, todavia não possuem veículos através dos quais possam se expressar, à espera do dia da “manifestação dos Filhos de Deus”.

Neste plano permanecem, enquanto o Terceiro Logos inicia o trabalho externo de manifestação, modelando a matéria do universo objetivo.

Essas unidades de Consciência conhecidas como Mônadas são descritas como os Filhos, que vivendo desde o início da era criadora “no seio do Pai” ainda não se “tornaram perfeitos através do sofrimento”.

Cada uma delas é, verdadeiramente, “igual ao Pai no que se refere à sua Divindade, mas inferior ao Pai no que se refere à sua humanidade”.

De uma condição estática, envolvendo todas as potencialidades divinas, elas devem se tornar dinâmicas, desdobrando todos os poderes divinos.

Embora oniscientes e onipresentes em seu próprio plano – Anupadaka – elas são inconscientes, “insensíveis” em todos os outros.

Como as Mônadas derivam seu ser do Primeiro Logos, a vontade Deste de manifestar-se é também a vontade delas.

Daí que todo o processo de evolução individual do “Eu” é uma atividade escolhida pelas próprias Mônadas.

Esse impulso divino, eternamente lutando pela manifestação integral da vida, é perceptível em toda a natureza e tem sido amiúde descrito como Vontade-de-viver. Essa Vontade aparece na semente, que empurra seu broto em direção da luz, no botão rompendo sua prisão e expandindo-se ao Sol.


A FORMAÇÃO DOS CINCO PLANOS

O processo criador. O Terceiro Logos, a Mente Universal, trabalha sobre a matéria do espaço – Mûlaprakriti, a celestial Virgem Maria – age sobre sua três qualidades de Tamas (Inércia), Tajas (Mobilidade) e Sattva (Ritmo), passando-as do equilíbrio estável para um equilíbrio instável; colocando-as, portanto, em contínua movimentação umas em relação às outras.

O Terceiro Logos cria, assim, os átomos dos cinco planos inferiores –
  • Âtman,  
  • Buddhi,  
  • Manas,  
  • Kâma (Astral) e  
  • Sthûla (Físico):
“Fohat eletrifica-os para a vida e separa a substância primordial, ou matéria pregenética, em átomos”.

(1) A fixação do limite dentro do qual a vida do Logos deve vibrar; isso é conhecido como “medida divina”, ou Tanmâtra, cujo significado literal é “a medida Daquilo”, sendo “Aquilo” o Espírito divino.

(2) O estabelecimento dos eixos de crescimento do átomo, as linhas que determinarão seu contorno: ela correspondem aos eixos dos cristais.

(3) Pela intensidade da vibração e da relação angular dos eixos entre si, determina-se a superfície ou parede do átomo.

Sob a atividade diretora do Terceiro Logos, os átomos de cada plano despertam para novos poderes e possibilidades de atração e repulsão, de forma que possam se agregar em moléculas, que passam de simples a mais complexa, até que, em cada um dos cinco planos, seis Subplanos inferiores sejam formados, somando ao todo sete Subplanos em cada plano.

As correntes giratórias dos átomos, conhecidas como espirilos não são feitas pelo Terceiro Logos, mas pelas Mônadas. Os espirilos se desenvolvem em inteira atividade durante o curso da evolução , normalmente em cada Ronda.


OS REINOS DA VIDA

Proveniente do Segundo Logos ou Segunda Pessoa da Trindade, a segunda grande Onda-de-vida divina desce para a matéria vivificada pelo Terceiro Logos: isto é habitualmente conhecido como Segunda Emanação.

Assim , a Segunda Pessoa da Trindade toma forma não apenas com a matéria “virgem”, improdutiva, mas como a matéria já animada pela vida da Terceira Pessoa, de forma que ambas, vida e matéria, cobrem-Na como se fossem uma vestimenta.

Portanto, é exata a afirmação que diz que a Segunda Pessoa “encarnou do Espírito Santo e da Virgem Maria”; esse é o verdadeiro significado dessa importante passagem do credo cristão.

Lenta e gradualmente este irresistível fluxo de vida desce através dos vários planos e reinos, permanecendo em cada um deles por um período de duração igual ao da encarnação completa de uma cadeia planetária, que abrange milhões de anos.

(Nota: uma cadeia planetária consta de sete globos de matéria, em vários graus, ao redor dos quais o fluxo de vidas em evolução passa sete vezes completas.)

Quando a Emanação, ou Onda-de-vida Divina – que em alguma era anterior terminou sua evolução descendente através do plano Búddhico -, flui para o nível mais alto do plano mental, anima grandes massas de matéria mental atômica.

Nessas condições mais simples, não combina os átomos em moléculas a fim de formar um corpo para si própria, mas simplesmente aplica, pela sua atração, imensa força compressora sobre eles.


A INDIVIDUALIDADE DAS MÔNADAS

Quando está no reino mineral, a vida, às vezes, é chamada “Mônada mineral”, tal como em estágios posteriores será chamada “Mônada vegetal” e “Mônada animal.

Contudo, esses títulos são causadores de equívocos, porque parecem sugerir que uma grande Mônada anima todo o reino, o que não é o caso, já que mesmo quando a essência monádica surge pela primeira vez entre nós, como Primeiro Reino Elemental, não é uma só Mônada, mas muitíssimas Mônadas: não é uma grande fluxo de vida, mas muitos fluxos paralelos, cada qual possuindo características próprias.

Quando a Emanação alcança o ponto central do reino mineral, a pressão descendente cessa e é substituída por uma tendência ascendente.

A “Exalação” parou e a “Inalação” ou absorção começou.

Todo o plano tende, cada vez mais, para a diferenciação e os fluxos, descendo de reino para reino, vão se dividindo e subdividindo mais e mais.

O processo de subdivisão continua até que – ao fim do primeiro grande estágio de evolução – seja finalmente dividido em individualidades, isto é, em homens, cada homem sendo uma alma distinta e separada, embora tal alma seja, de início e como é natural, sem desenvolvimento.

As matérias preparadas pelo Terceiro Logos são compostas pelo Segundo Logos em fios e tecidos com os quais serão feitas as futuras roupas, isto é, os corpos.

Assim o Segundo Logos “tece” vários tipos de pano, isto é, de matéria com a qual mais tarde serão feitos os corpos caudal e mental dos homens.

Do tecido de matéria astral, ou substância de desejo, serão feitos posteriormente os corpos astrais dos homens.

Toda essa movimentação descende da Onda-de-vida através dos planos, dando qualidades aos vários graus de matéria, é uma preparativo para a evolução e é com freqüência e mais apropriadamente chamada Involução.

Depois de atingir o mais baixo estágio de imersão na matéria, tanto a Primeira como a Segunda Emanação voltam-se para cima e começam sua longa ascensão através dos planos: essa é a evolução propriamente dita.

A Primeira Emanação procedente do Terceiro Logos e que forma a matéria dos cinco planos inferiores, e a Segunda Emanação, que ao tomar a matéria vivificada pelo Terceiro Logos, Modela e anima essa matéria a fim de produzir os três Reinos Elementais e o Reino Mineral, assim como na devida sucessão os reinos vegetal e animal.

Está vinda do Primeiro Logos, Emanação da qual resulta a formação de entidades individuais, ou seres humanos.

Existe uma posição exata de cada reino.

Assim, o mineral, em toda a sua amplitude, apareceu na parte mais densa do plano físico, mostrando que a vida ali, tal como existe, tem completo controle sobre a matéria física.

Porém, ao subir através dos Subplanos etéricos, a faixa torna-se cada vez mais estreita, indicando que o controle sobre a matéria etérica ainda não está perfeitamente desenvolvido.

O pequeno ponto que penetra no plano astral indica que um pouco de consciência trabalha através da matéria astral.

Essa consciência é o inicio do desejo, expressa no reino mineral como afinidade química, etc.

A faixa que representa o reino vegetal tem toda a sua amplitude no plano físico, tanto no denso como no etéreo. Naturalmente, a porção que representa a consciência astral é muito maior, porque o desejo está mais desenvolvido no reino vegetal do que no reino animal.

No reino animal a faixa mostra que há completo desenvolvimento no Subplano astral inferior, revelando que o animal é capaz de experimentar plenamente os desejos mais baixos; mas o estreitamento da faixa através dos Subplanos mais altos revela que sua capacidade para desejos superiores é muito limitada.

Apesar disso, em casos excepcionais, é possível que ele manifeste uma qualidade altíssima de afeição e devoção.

A faixa que representa o animal mostra também a existência do desenvolvimento da inteligência, que necessita de matéria mental para se expressar.

De modo geral, admite-se agora que alguns animais – tanto domésticos como selvagens – possuem, indubitavelmente, o poder de raciocínio entre causa e efeito, embora as linhas sobre as quais sua razão possa funcionar sejam, naturalmente, poucas e limitadas, não sendo ainda faculdade poderosa.

A faixa representando o reino humano atinge em toda a largura o nível mais baixo do plano mental; isso indica que, até esse nível, sua faculdade de raciocínio está completamente desenvolvida.

Nas subdivisões mais altas do plano mental inferior, a faculdade da razão ainda não se desenvolveu completamente, conforme indica o estreitamento da faixa.

Contudo, um fator inteiramente novo introduziu-se pelo ponto no plano mental, ou no plano causal, porque o homem possui um corpo causal e um Ego permanente, que reencarna.

Na grande maioria dos homens a consciência não vai além do terceiro Subplano aos poucos, à medida que seu desenvolvimento continua, o Ego é capaz de elevar sua consciência até o segundo ou o primeiro dos Subplanos mentais.

A faixa da extrema direita representa um homem muito mais adiantado do que o homem comum. Aqui temos a consciência de um homem altamente espiritualizado, cuja consciência evoluiu além da do corpo causal, de forma que pode funcionar livremente no plano Búdhico, e também tem consciência – pelo menos quando fora do corpo – no plano Âtman.

Podemos notar que o centro da sua consciência, indicado pela parte mais larga da faixa, não está, como no caso da maioria dos homens, nos planos físico e astral, mas entre o plano mental superior e o plano Búdhico.

O mental superior e o astral superior são muito mais desenvolvidos do que suas partes inferiores, e embora ainda retenha seu corpo físico, tal corpo é indicado apenas por um ponto, explicando que o mantém somente por conveniência de trabalhar nele, e de forma alguma porque seus pensamentos e desejos estejam ali fixados.

Tal homem transcendeu todo o carma que poderia vinculá-lo à encarnação, de forma que aceita os veículos inferiores apenas para, através deles, poder trabalhar pelo bem da humanidade e emitir, para esses níveis, forças que de outra maneira não poderiam descer até ali.

É importante observar que o processo Evolutivo, que dá expressão à consciência Involutiva, deve começar pelos contatos recebidos pelo seu veiculo mais externo, isto é, deve começar pelo plano físico.

A consciência só pode tomar conhecimento do exterior através de impactos sobre seu próprio exterior.

Até então ela sonha dentro de si mesma, pois os ligeiros frêmitos, que estão constantemente manando da Mônada, causam leve pressão no Jivatma (Âtman-Buddhi-Manas), tal como uma nascente de água, sob a terra, procurando uma saída.

Texto de Mario J. B. Oliveira

Fonte:
levir teosofia