sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Virtude do Silêncio



Precisamos mergulhar no silêncio
se queremos sentir a felicidade
que habita no mais íntimo dos nossos corações.

Se nunca pararmos,
nunca conseguiremos sentí-la.

Ela é como o mar: só quando está calmo
é que reflete a beleza do mundo.

Só quando paramos,
em silêncio,
é que podemos refletir
a grandeza do que nos rodeia.

É, então, que podemos experimentar
a alegria que trazemos em nós.

Só podes encontrar-te contigo mesmo
se estiveres em silêncio.

As muitas influências do exterior debilitam-te.

Precisas do silêncio
para voltares a ser tu próprio,
em plenitude.

Procura o silêncio.

O ruído é como a sujidade e o pó.

O silêncio é um banho para a alma.

Não há purificação mais intensa
que a do silêncio.

É nele que está o caminho
para a paz do coração.

Quem fala incessantemente
gasta as reservas de energias interiores.

Quando fazes silêncio,
trancas a porta da tua alma,
e isso leva a que a chama que arde em ti não se apague
e a fonte que te dá vida não se esgote.

Um silêncio puro e límpido
acalma a sede do nosso ser.

Sacia os desejos do coração.

É nele que reside a verdadeira
felicidade do Homem.

Aquele que,
pelo silêncio,
se abeira do mistério da vida
e consegue,
em momentos de graça,
ouvir o canto do Universo,
o som das esferas celestes em movimento.

Quando vives o momento presente,
sentes-te invadir por uma alegria inigualável,
por um prazer que nada neste mundo te poderá roubar.

O silêncio é a porta
que o nosso ouvido interior abre
para se poder escutar a maravilhosa
melodia da alma.

Quando não dançamos apenas ao som do assobio dos outros
é sinal de que estamos em sintonia conosco,
em sintonia com a música suave
que o nosso coração criou.

Descobre esta melodia interior.

Procura captar as notas do silêncio.

Mantém-te atento
a tudo
o que desponta em ti.


Anselm Grün