sábado, 26 de novembro de 2011
Advento: O arco-íris nas nuvens (Antroposofia)
Na época do advento é comum as nuvens se juntarem e aos poucos cobrirem o azul do céu. O vento fica mais forte, e depois que se torna uma verdadeira tempestade também vem à chuva. Mas sempre ainda existe a possibilidade da luz do sol aparecer. E quando nós, humanos, contemplamos o resultado do jogo da luz com a chuva, então vemos um arco-íris, o arco-íris que nos fala da força atuante da luz, mesmo quando há nuvens escuras. Na Antiguidade via-se o arco-íris sempre como uma dádiva dos deuses que suscitava esperança. Um arco-íris era, para os que avistavam, um bom presságio para o futuro.
Que a época em que vivemos pode ser considerada como tempestuosa, de há muito se tornou lugar-comum. A tempestade é, efetivamente, a imagem mais acertada para os acontecimentos histórico-universais do nosso século. Uma ventania que quer por tudo em movimento, ruge através dos destinos de homens e povos. Em toda parte acumulam-se nuvens, e na escuridão os homens têm dificuldades para ver e para entender o que se passa no mundo.
Tudo isso, no entanto, são sinais espirituais, sinais pelos quais podemos reconhecer a aproximação do reino de Deus e as mudanças que por isso acontecem no mundo. A volta de Cristo em nosso tempo acontece das nuvens espirituais, tal como a chuva vem do céu quando a terra dela necessita. E ninguém pode escapar da tempestade que acompanha essa chuva.
Mas para cada um, fica aberta a oportunidade de entender essa tempestade. Nós devemos os ser colocados em movimento, a fim de pensar, a fim de compreender. A tempestade que atua no destino de cada um, a chuva que atinge cada vida humana, falam da atuação do Cristo, da qual podemos assim nos conscientizar. É uma revelação do Logos universal, uma manifestação da palavra universal. A palavra universal, o Logos, aliás, se manifesta no íntimo do homem. Pois a palavra “Lógica” vem da palavra “Logos”. Na lógica humana, ou seja, em nosso puro pensar age sempre algo divino, o Logos de Deus.
E para entender nosso destino por meio do empenho pensante, trazemos a luz do nosso pensamento para dentro da nossa consciência. Através desse empenho podemos iluminar os tempestuosos acontecimentos do nosso tempo com a luz da nossa faculdade de pensar.
Então, em nossa consciência se encontram, vinda do exterior, a chuva da volta de cristo, e do interior, a luz do nosso pensamento. Com esse intercâmbio pode surgir em nós um arco de cores. Então vivenciamos um arco-íris de ordem mais elevada, um arco cujas cores luminosas nos dão força para estarmos á altura da nossa época.
Do violeta recebemos a força para a devoção.
No índigo achamos forças para sermos dignos das nossas verdadeiras tarefas.
O azul nos proporciona a tranquilidade que em nosso tempo é indispensável.
O verde nos ajuda a tornar-nos equilibrados.
Amarelo e laranja querem derramar luz e calor em um mundo ameaçado pela frieza.
Mas o vermelho nos dá o entusiasmo e a coragem para defrontar nosso destino e o destino do mundo, aceitá-los positivamente e transformá-los.
James H. Hindes