Olhar para si, é se refletir.
Se refletir é reflexionar, é pensar.
Eis a dinâmica de base da consciência, espelho de nós mesmos, eis o básico da condição humana.
Por que temos tanta dificuldade de olhar para nós mesmos, ou seja, de pensar-nos?
Devido às emoções de medo da culpa que nos foram culturalmente inculcadas, quando o que vemos não corresponde ao que aspiramos de nós mesmos.
O único meio objetivo de des-condicionar-se deste mecanismo reflexo de medo da culpa é entender-se desde este medo.
Para realizar este des-condicionamento, basta pensá-lo.
Onde nos leva o medo de pensar-nos?
Ao abandono de nosso conhecimento sobre nós mesmos.
Em outras palavras, à inexistência de quem somos, aos nosso próprios olhos.
Pois somos, antes de mais nada, a capacidade de refletir/reflexionar, ou seja, pensar.
Quando pensamos o que nos dá medo pensar absorvermos este medo.
Quando fugimos de pensar-nos desde o medo, somos absorvidos por ele.
O medo de se pensar é assim a fronteira que nos impede de chegar plenamente à nossa condição humana.
Entender esta dinâmica, é conhecer-se desde a fronteira do medo.
O medo lentifica, literalmente, nosso pensamento.
A compreensão deste fator, por si só, leva à revitalização de nossa capacidade de pensar.
Ou seja, de estarmos conscientes ao que se passa, de fato, conosco.
O fato de pensarmos o medo nos leva a uma maneira de pensar que não está acessível quando deixamos o medo nos pensar.
Pensar o medo ou ser pensado por ele, são, assim, as duas únicas vias de raciocínio disponíveis à nossa condição.
Pensando o medo, nossas ondas mentais se desenvolvem em um padrão que nos harmoniza a um nível físico.
Pois nossa consciência envia a nosso corpo, ao nível do nosso DNA – código da nossa consciência celular - a mensagem de que há um comando central atuando em prol da nossa integridade.
Pensados pelo medo, enviamos a mensagem ao nosso DNA de que ”tudo está perdido”, ou “cada um por si”, o que desestrutura nossa ordem interior.
Logo, pensar o medo é a única maneira real de existir psico-fisicamente, o contrário, é desistir de ser.
Como o medo nos impede de chegar a esta reflexão, seguimos sendo pensados por ele.
Em outras palavras, deixamos de ser quem realmente somos, consciências com capacidade de pensar-se.
Este entendimento é o passaporte necessário para atravessar a fronteira do medo de atuar plenamente nossa capacidade de ser.
Uma vez decididos a pensar-nos desde o medo, nosso DNA libera todo o potencial que possuímos para pensar-nos.
Pois, pensar, é uma interação psico-física.
Pensado pelo medo, nosso adn reforça o caos vindo da consciência submergida pelo medo.
Respirar conscientemente, antes de mais nada, é o primeiro ato psico-físico que leva oxigênio a nosso DNA.
Neste ato, o medo de pensar não se impõe mais, se dilui, a freqüência do nosso pensamento muda.
Pois enviamos ao nosso DNA – via o oxigênio – a mensagem que seguimos presentes a nós mesmos.
O DNA é composto de 4 elementos básicos: carbono, hidrogênio, nitrogênio e oxigênio.
E o oxigênio é o elo de transmissão entre o cérebro – indispensável ao pensamento - e o DNA, indispensável à consciência celular.
Para que a reflexão acima deixe de ser uma mera teoria para transformar-se em uma realidade palpável, basta cultivar o hábito de respirar conscientemente desde que haja medo.
Este hábito revelará como a manutenção da oxigenação do cérebro e do DNA inverte a tendência de ser pensado pelo medo à freqüência harmônica de pensá-lo.
Com isso, despertamos a quem realmente somos, nos abrimos a capacidades de atuar desconhecidas, quando nos deixamos pensar pelo medo.
Estar consciente de si, é habitar o presente.
Desde esta presença a si, não há mais um futuro, em nós mesmos, que não seja esta presença a si mesmo.
Desde este espaço de constante presença a si, passamos a ver nossos medos como mecanismos de inércia do nosso passado.
Medos vindos de um tempo onde não havíamos, ainda, desenvolvido a plena capacidade de pensar-nos.
Voltar a respirar, conscientemente, cada vez que algum medo surja em nosso interior, é o ato presente que absorve e re-orienta este passado inerte, por definição.
Até que ele perca sua força de inércia em nosso presente.
Uma vez feita a experiência da nossa unidade psico-física desde este processo, nossa interrelação com nós mesmos, via o oxigênio, nos levará mais facilmente a constatar nossa unidade com os demais elementos do cosmos que nos dá vida.
CONS-UNI-COS é a sigla aqui utilizada para sinalizar nossa chegada à CONS-ciência da UNI-dade COS-mica.
Este site é dedicado à compreensão desta consciência.
De fato, ao pensar-nos desde nossa consciência da unidade cósmica, vendo-nos como um vetor dela, entendermos noções como “holos”, ou “todo”.
Veremos que só nós mesmos podemos modificar nosso mundo.
Constataremos que nosso mundo só afeta a nós mesmos.
Saberemos que o simples ato de não perder contato com nossa respiração é suficiente para que tudo funcione em harmonia em nós mesmos.
E acabaremos entendendo que o cosmos inteiro se beneficia do que nos beneficia.
Onde não há medo, não é possível fazê-lo florescer.
Como não é possível criar sombras onde há luz.
Mas, onde há medo, é possível, sim, fazer germinar a compreensão dele, unindo, em si, o que ele separa.
Esta “clarificação” cria clareza mental, base da lucidez.
Respirar conscientemente é ser.
Nada mais se pode fazer antes disso.
Nada mais haverá a fazer, depois disto.
Texto de Austro Queiroz
Fonte:
austro