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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Eu te desejo









"Eu te desejo uma fé gigante,
quando o medo quiser te fazer pequeno.

Te desejo uma força tremenda
para enfrentar o que vier.

Te desejo confiança no poder divino
que é capaz de tudo transformar.

Te desejo mão estendida na hora certa,
aquela em que você mais precisar.

Te desejo amparo e acolhimento
quando for disso que teu coração carecer."


Desconheço a autoria


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Biodanza: método que desenvolve a afetividade


Rolando Toro, criador da biodanza, explica por que a manifestação do amor é o grande desafio deste século. 

A biodanza é uma forma de recuperar a espontaniedade que existe em nós. 

Há cerca de 60 anos, o psicólogo chileno Rolando Toro criou a biodanza, também conhecida como dança da vida. 

"A biodanza é um sistema de integração humana, de renovação da vitalidade e de reeducação afetiva", diz Rolando. 

"Essa sensação de pertencer a tudo que está vivo foi perdida em nossa cultura. A civilização atual, considerada racional e objetiva, nos roubou a vivência plena dos nossos sentidos, a vitalidade, a afetividade e até mesmo uma espiritualidade mais enraizada", diz ele. 

 Qualquer pessoa pode fazer a biodanza, não é necessária nenhuma experiência anterior. "Não é uma dança formal, com uma coreografia que tem de ser aprendida. Pelo contrário, vamos recuperar a naturalidade e a espontaneidade que há em nós", diz Monica Vilhena, professora de grupos de biodanza em São Paulo. Hoje, existem mais de dois mil grupos de biodanza em todo o mundo e um instituto - o International Biocentric Foundation (IBF), com sede em Santiago, no Chile - dedicado a pesquisar a aplicação da cultura biocêntrica, que fundamenta a biodanza. 

O método foi introduzido há 40 anos no país e tem duas escolas de formação de professores em São Paulo: a Escola Paulista de Biodanza, dirigida por Maria Luiza Appy, e a Escola de Biodanza da Zona Sul, sob a direção de Teresa e Mauro Lima. Em entrevista à revista Bons Fluídos, Rolando Toro conta como podemos desenvolver nossa afetividade e também o nosso potencial de amor através do corpo, da música e da dança. Veja: 

Por que vivemos numa sociedade tão agressiva e tão pouco nutridora de afeto? 

No fundo, o que todas as pessoas querem é apenas amar e ser amadas. Porém, é exatamente isso o mais difícil de acontecer hoje, pois vivemos numa civilização em que as emoções e os sentimentos são bloqueados. A inteligência não está mais unida à afetividade e é ela que nos faz sentir parte do todo. Também é o afeto que nos dá alegria de viver, a sensação de nos sentirmos vivos, ligados à natureza e aos outros seres humanos. Por isso não temos mais emoção ao vermos a morte de 100, 200 mil pessoas numa guerra. 

 Mas essa situação não pode se transformar? 

Sim, aos poucos, já está mudando. Está nascendo um novo homem, mais inteiro, mais sensível, mais amoroso, que integra, sem medo, seu lado feminino ao masculino. Mas é preciso uma nova educação, uma nova pedagogia para que esses homens sejam em maior número, pois ainda são poucos. Essa tarefa é desenvolvida na International Biocentric Foundation, que usa o conceito do amor à vida na dança (biodanza) e em outros campos do desenvolvimento humano. 

 Como surgiu a biodanza? 

Minha sensação é de ter procurado realizar durante muitos anos o trabalho de aumentar a afetividade no ser humano. Percebi que vivemos numa sociedade doente, em que a vida não é considerada sagrada. Os princípios ideológicos pairam sobre os relacionados à vida, que celebram o amor, a comunhão com os semelhantes, a solidariedade. Busquei por muitos caminhos uma maneira de fazer essa mudança, que precisava ser tanto individual quanto coletiva. Parecia uma quimera sonhar com a formação de um novo ser humano, mas sempre fui estimulado pelo impossível. 

 Como foi feito o trabalho de recuperar movimentos e danças que celebrassem a vida em diferentes culturas? 

As culturas tribais conservam os movimentos naturais, intuitivos, que expressam as emoções. Com elas, aprendi que existia uma espécie de matriz corporal e gestual universal ligada a cada um dos sentimentos. Expressá-las fazia muito bem ao ser humano e era uma forma esplêndida de entrar em contato com o mundo afetivo interno e assim desenvolver nossa afetividade atrofiada. Minha proposta tem a finalidade de resgatar a "selva interior" de cada um, pois considero necessário ver as manifestações instintivas sob uma perspectiva de exaltação da vida e da graça natural. 

 Qual a relação entre vida e afetividade? 

A afetividade é o potencial inato que garante a conservação da vida. A vida se torna sagrada porque a amamos. Vivemos um vazio existencial que tentamos preencher com a busca incessante de juventude, beleza, conforto e consumo, distanciando-nos muito do essencial, que é a vivência do amor, da união, da empatia e da solidariedade. 

 Quem não recebeu amor ou cuidado durante a infância, por exemplo, como fica? 

Pessoas adultas que tiveram uma infância carente podem recuperar boa parte do seu afeto praticando a biodanza. Sou suspeito para falar disso, é claro, mas posso afirmar com total segurança que os efeitos são extraordinários.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Luz x Sombra


”Você só se tornará um Ser de Luz,
quando tiver a coragem
para conhecer e reconhecer,
acolher e aceitar:
as suas trevas,
suas sombras,
para, 
então,
poder transformá-las
em Luz.”

Autor Desconhecido

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Coruja e o Falcão


Certa vez um homem observou uma coruja que estava junto à janela. Ela caiu e o distraiu da oração, mas ele não deu muito importância a ela. Nos outros dias, ele observou que a coruja permanecia naquele lugar e parece que se estabelecera ali. Dia após dia ele pôs-se a observar aquela coruja. Notou que ela quase não se movia. Começou a incomodar-se com aquela ave, ela ocupava mais tempo de sua atenção que a oração.

Como veio parar ali, se não comia e uma vez até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade. De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas.

Até que um dia, notou que um falcão entrava na igreja com algo entre os bicos. Eram algumas minhocas ou algum inseto e que servia de alimento para a coruja. Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: O falcão entrava na igreja para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes.

Imediatamente o piedoso homem começou a louvar o Senhor e a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o cuidado de um pai. Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja.

O que não faria Deus por ele?

Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave.

No entanto sua consolação também lhe trouxe a moção interior de que Deus lhe revelava algo único. Refletiu e decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se ao único cuidado do Senhor. Ponderou que era apegado demais aos seus bens e que Deus o chamava para viver uma vida  mais humilde, dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de coruja.

Saiu de sua casa e colocou-se como mendigo na porta da mesma igreja que costumava frequentar. No entanto começou a ter dificuldades. As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali. Alguns achavam que tinha endoidecido, não lhe davam esmolas e ele começou a passar fome.

Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado. Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia.

Revelou sua desolação e procurou um padre. Ao que o padre lhe perguntou:
– Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo?
– Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! – Respondeu convicto.

O padre o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou:
– Você tem certeza que Deus o chamava a ser coruja? 
Não lhe estaria chamando a ser falcão?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Voce está à procura do amor da sua vida?


"Um dia 
você vai encontrar alguém 
que te lembre todos os dias 
que a vida é feita para ser vivida. 

Alguém que é perfeito de tão imperfeito. 

Alguém que não desista de você 
por mais que você tente afastá-lo. 

Naquele dia 
que você não estiver procurando por ninguém, 
naquele dia 
que você não ia sair de casa 
e acabou colocando a primeira roupa 
que viu pela frente. 

Quando você não estiver procurando, 
você vai achar 
aquela pessoa 
que faz você sentir 
que poderia parar de procurar."

Caio Fernando de Abreu

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Voce quer descobrir, conhecer e sentir o amor?


Se queres descobrir o amor em teu ser, 
primeiro observa 
o nascimento das flores sobre as pedras, 
o nascimento da borboleta em seu casulo tão limitado... 

Observa o sol nascendo e iluminando 
o que há pouco era só escuridão... 

Se queres conhecer o amor, 
observa o movimento gracioso dos ventos 
por entre as flores 
e vê as sementes sendo lançadas para outros solos, 
transformando-os, 
delicadamente, sem pressa... 

Observa a generosidade 
com que a natureza te acolhe, 
mostrando com seus movimentos 
a importância de te sentires como ela te sente. 

Se queres sentir amor, 
olha para os teus irmãos 
com a disposição de, 
sem julgamento, 
vendo-os como eles são... 

Olha para ti e aceita o que vem do teu coração, 
banhando teu ser de luz e confiança... 

Se queres compartilhar o amor, 
apenas estende tua intenção 
e ela chegará ao mundo e a ti retornará, 
trazendo-te as bênçãos Daquele que sorri com tua conduta. 

Se queres prosseguir com o amor, 
procura viver de acordo 
com as dádivas que te foram dadas... 

Apenas caminha por entre os percursos 
que para ti já estão preparados e vai... 
vai com tua luz, 
iluminando o que parece ser escuro, 
respeitando cada ser que o teu caminho acolher, 
compartilhando o teu conhecer, 
a tua alegria 
e a tua integridade enquanto Filho de Deus.

Autor Desconhecido

domingo, 19 de junho de 2011

Discípulo: seu significado


A palavra ‘disciplina’ é bela. Ela vem da mesma raiz da palavra “discípulo’. ‘Disciplina’ significa capacidade de aprender, capacidade de saber. Mas você não pode saber, você não pode aprender, a não ser que você tenha atingido a capacidade de ser.

‘Disciplina’ significa “capacidade de ser”, a “capacidade de saber”, a “capacidade de aprender”. Nós temos que compreender essas três coisas.

A capacidade de ser. Todas as posturas da Ioga não dizem respeito ao corpo, mas à capacidade de ser. Patânjali diz que se você se sentar silenciosamente, sem mover seu corpo, por algumas horas, você estará crescendo na sua capacidade de ser. Por que você se move? Você não pode se sentar sem se mover, mesmo por alguns segundos. Seu corpo começa a se mover. Você sente coçar em algum lugar; as pernas ficam dormentes; muitas coisas começam a acontecer. Estas são simplesmente desculpas para você se mover.

Você não é um mestre. Você não pode dizer ao corpo: “Agora, por uma hora, eu não me moverei.”. O corpo se revoltará imediatamente. Imediatamente ele o forçará a se mover, a fazer alguma coisa – ele lhe dará razões: “Você tem de se mexer porque um inseto está lhe mordendo.”. Você pode nem ver o inseto quando você olhar. Você não é um ser, você é uma agitação - uma atividade febril contínua. (...)

Se você puder permanecer em uma postura, o corpo se tornará um servo: ele o seguirá. E quanto mais o corpo o seguir, mais você terá um ser maior dentro de você, um ser mais forte dentro de você. E, lembre-se, se o corpo não estiver se movendo, sua mente não pode se mover, porque mente e corpo não são duas coisas, eles são dois pólos de um fenômeno. Você não é corpo e mente; você é corpo-mente. Sua personalidade é psicossomática – corpo-mente, ambos. A mente é a parte mais sutil do corpo. Ou você pode dizer ao contrário: o corpo é a parte mais grosseira da mente.

Assim, o que quer que aconteça ao corpo, acontece à mente e vice-versa: o que quer que aconteça à mente, acontece ao corpo. Se o corpo estiver imóvel e você puder conseguir uma postura, se você puder dizer ao corpo “permaneça quieto”, a mente permanecerá silenciosa. Realmente, a mente começa a se mover e tenta mover o corpo, porque, se o corpo se move, então a mente pode se mover. Num corpo imóvel, a mente não pode se mover; ela precisa de um corpo se movendo.

Se o corpo estiver imóvel, a mente estará imóvel, você estará centrado. Esta postura de imobilidade, não é simplesmente um treinamento psicológico. É exatamente para criar uma situação na qual o centramento possa acontecer, na qual você possa tornar-se disciplinado. Quando você é, quando você tornou-se centrado, quando você sabe o que significa ser, então, você pode aprender, porque então você será humilde. Então, você poderá se entregar. Então, nenhum falso ego se agarrará a você, porque uma vez centrado, você sabe que todos os egos são falsos. Então, você pode curvar-se. Então, um discípulo nasce.

Um discípulo é uma grande realização. Somente através da disciplina você se tornará um discípulo. Somente através do centramento você se tornará humilde, você se tornará receptivo, você se tornará vazio, e o guru, o Mestre, pode derramar-se dentro de você. No seu vazio, no seu silêncio, ele pode chegar e alcançar você. A comunicação se torna possível.

Um discípulo significa aquele que é centrado, humilde, receptivo, aberto, pronto, alerta, que espera, devoto. (...)

Este é o significado de satsang. Satsang significa proximidade estreita com a verdade; significa perto da verdade; significa perto de um Mestre que se tornou um com a verdade – simplesmente estar perto dele, aberto, receptivo e esperando. Se a sua espera se tornou profunda, intensa, uma comunhão profunda acontecerá.

O Mestre não vai fazer nada. Ele simplesmente está lá, disponível. Se você estiver aberto, ele fluirá para dentro de você. Esse fluir é chamado de satsang. Com um Mestre, você não precisa aprender nada mais. Se você puder aprender satsang, isso é o bastante – se você puder estar próximo a ele sem perguntar, sem pensar, sem argumentar, simplesmente presente, disponível, então, o ser do Mestre pode fluir para dentro de você. E o ser pode fluir. Ele já está fluindo. Sempre que uma pessoa alcança a integridade, seu ser se torna uma radiação, ele flui. Quer você esteja lá para receber ou não, esse não é o ponto. Ele flui como um rio. Se você estiver vazio como um vaso, pronto, aberto, ele fluirá em você.

Um discípulo significa aquele que está pronto para receber, que se tornou um útero – o mestre pode penetrá-lo. Esse é o significado da palavra ‘satsang’. Não é basicamente um discurso; satsang não é um discurso. O discurso pode estar lá, mas o discurso é só uma desculpa. Você está aqui, eu falarei dos sutras de Patânjali. Isso é só uma desculpa. Se você estiver realmente aqui, então, o discurso se torna simplesmente uma desculpa para você estar aqui. E se você estiver realmente aqui, o satsang começa. Eu posso desaguar em você, e essa corrente vai mais fundo do que qualquer conversa, qualquer comunicação através da linguagem, do que qualquer encontro intelectual com você.

Enquanto a sua mente está ocupada, se você é um discípulo, se você é um ser disciplinado, sua mente está ocupada em me ouvir, seu ser pode estar em satsang. Então sua cabeça está entretida, seu coração está aberto. Então, em um nível profundo, um encontro acontece. Esse encontro é satsang, e tudo o mais é apenas uma desculpa, simplesmente para encontrar maneiras de estar próximo do Mestre.

Essa proximidade é tudo, mas somente um discípulo pode estar próximo. Não é todo mundo ou qualquer um que pode estar próximo.

Proximidade significa uma confiança amorosa.

Fonte:
Osho / Alfa e Ômega

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Música + Afeto = Terapia




"Eu tinha lido que, lá na Índia, elefantes olhando o crepúsculo, às vezes, choram. Mas agora está aí esse filme "Camelos também choram".

A gente sabe que porcos e cabritos quando estão sendo mortos soltam gemidos e berros dilacerantes. Mas quem mata galinha no interior nunca relatou ter visto lágrimas nos olhos delas.

Contudo, esse filme feito sobre uma comunidade de pastores de ovelhas e camelos, lá na Mongólia, mostra que os camelos choram, mas choram não diante da morte, mas em certa circunstância que faria chorar qualquer ser humano. E na platéia, eu vi, os não camelos também choravam.

Para nós, tão afastados da natureza, olhando a dureza do asfalto e a indiferença dos muros e vitrinas; para nós que perdemos o diálogo com plantas e animais, e, por consequência, conosco mesmos, testemunhar com aquela bela família de mongóis o nascimento de um filhote de camelo e sua relação com a mãe é uma forma de reencontrar a nossa própria e destroçada humanidade.

É isto: eles vivem num deserto. Terra árida, pedregosa. Eles, dentro daquelas casas redondas de lona e madeira, que podem ser montadas e desmontadas. Lá fora um vento permanente ou o assombro do silêncio e da escuridão. E as ovelhas e carneiros ali em torno, pontuando a paisagem e sendo a fonte de vida dos humanos.

Sucede, então, que a rotina é quebrada com o parto difícil de um camelinho. Por isto, a mãe camela o rejeita. O filho ali, branquinho, mal se sustentando sobre as pernas, querendo mamar e ela fugindo, dando patadas e indo acariciar outro filhote, enquanto o rejeitado geme e segue inutilmente a mãe na seca paisagem.

A família mongol e vizinhos tentam forçar a mãe camela a alimentar o filho. Em vão. Só há uma solução, diz alguém da família, mandar chamar o músico.

Ao ouvir isto estremeci como se me preparasse para testemunhar um milagre. E o milagre começou musicalmente a acontecer.

Dois meninos montam agilmente seus camelos e vão a uma vila próxima chamar o músico. É uma vila pobre, mas já com coisas da modernidade, motos, televisão, e, na escola de música, dentro daquele deserto, jovens tocam instrumentos e dançam, como se a arte brotasse lindamente das pedras.

O professor de música, como se fosse um médico de aldeia chamado para uma emergência, viaja com seu instrumento de arco e cordas para tentar resolver a questão da rejeição materna. Chega. E ali no descampado, primeiro coloca o instrumento com uma bela fita azul sobre o dorso da mãe camela. A família mongol assiste à cena.

Um vento suave começa a tanger as cordas do instrumento. A natureza por si mesma harpeja sua harmônica sabedoria. A camela percebe.

Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos. Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos, e esperam.

A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo, enquanto a dona da camela afaga o animal e canta. E enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas. E o filhote antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, mama desesperadamente feliz. E enquanto ele mama e a música continua, a câmara mostra em primeiro plano que lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos.

Nós, humanos, na platéia, olhamos aquilo estarrecidos.

Maravilhados.

Os mongóis na cena constatam apenas mais um exercício de sua milenar sabedoria. E nós que perdemos o contato com o micro e o macrocosmos ficamos bestificados com nossa ignorância de coisas tão simples e essenciais.

Bem que os antigos falavam da terapêutica musical. Casos de instrumentos que abrandavam a fúria, curavam a surdez, a hipocondria e saravam até a mania de perseguição. Bem que o pensamento místico hindu dizia que a vida se consubstancia no universo com o primeiro som audível - um ré bemol - e que a palavra só surgiria mais tarde. Bem que os pitagóricos, na Grécia, sustentavam que o universo era uma partitura musical, que o intervalo musical entre a Terra e a Lua era de um tom e que o cosmos era regido pela harmonia das esferas.

Os primitivos na Mongólia sabem disto. Os camelos também. Mas nós, os pós-modernos cultivamos a rejeição, a ruptura e o ruído.

Haja professor de música para consertar isto".

Texto atribuído ao escritor Affonso Romano de Santa'Anna.





'Camelos Também Choram', o filme, é uma produção alemã, de 2003, realizada pelos ainda estudantes de direção Byambasuren Davaa e Luigi Falorni, retratando a realidade e as tradições culturais de uma família na Mongólia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Consciência Ecológica: O Barro e os 4 Elementos da Natureza



O contato com a energia da terra desperta a sensibilidade, alivia as tensões e satisfaz os mais profundos e primitivos instintos humanos da natureza criativa.

É um material vivo que nos coloca em contato com a natureza e os quatros elementos: terra, água, ar e fogo, despertando a consciência para a natureza e possibilitando o reconhecimento da nossa natureza interna.


O Homem faz parte da natureza e por várias circunstâncias acaba se afastando dela e também de si mesmo.

Trabalhar o barro é a oportunidade de resgatar o contato com a natureza, é um re-encontro e um re-conhecimento de si.


O Barro é terra, água, ar e fogo. Ao tocar no barro, o processo começa, e a terra fria é experimentada aguçando as sensações e aí podemos voltar no tempo acessando nossas raízes, nossas memórias.

Trabalhar o elemento terra no barro é poder entrar em contato com a nossa terra interna que nos dá sustentação. É poder enraizar para achar o eixo, o equilíbrio e assim, obter nutrição e acolhimento.

Para Chevalier e Geerbrant a terra é símbolo da origem da vida, que sustenta, nutre e acolhe e também é símbolo ligado às raízes.


A água que contém no barro é responsável pela maleabilidade e flexibilidade no processo da modelagem.

Trabalhar o elemento água no barro é poder entrar em contato com a nossa água interna, com o movimento, com as emoções, que à medida que vamos modelando-a, vamos colocando a energia em movimento.

É a fluidez da água que ajuda dar forma às sensações, sentimentos e pensamentos.

Segundo Chevalier e Geerbrant a água é símbolo de expansão, fluidez, purificação e fonte de vida e também objeto da fantasia que acolhe as emoções, a sensibilidade e a intuição.


O elemento ar entra para secar a peça modelada.

E é no processo de secagem que a forma modelada muda de cor, se estrutura buscando uma solidez interna. É um processo lento e intenso.

Trabalhar o ar no barro é se dar conta do ar que respiramos, do nosso potencial criativo, do poder de criação que ao comunicar liberta.

Quando estamos inspirados ficamos mais perto do nosso ser criativo.

Chevalier e Geerbrant nos diz que o ar é o símbolo de liberdade, de criação e de comunicação.


A peça modelada está pronta para ser comunicada e colocada no forno alquímico é então o momento do elemento fogo entrar em ação para transformar o barro em cerâmica.

Trabalhar o elemento fogo no barro é se conscientizar que a matéria mudou. Há uma mudança interna significativa.

Para Gouvêa levar uma peça ao forno é não saber com precisão absoluta qual será a reação da matéria.

"Esse é um momento de grande emoção, de pura emoção. É o momento do fogo da emoção e no homem, só há vida onde há emoção".

No forno tudo pode acontecer inclusive, a peça explodir. O fogo é símbolo purificador, regenerador e transformador, o fogo ilumina, mas também pode destruir.


Vivenciar os quatro elementos da natureza no barro é possibilitar o encontro com o criativo desde o momento de tocar, de sentir a massa, de dialogar com ela até dar forma às sensações experimentadas, às emoções escondidas e às imagens em ação.

É no contato com a massa fria, escura que entramos no espaço silêncio do barro para "dar forma à verdade interior, libertando o ser das amarras do mundo imaginário restrito. A energia em movimento amplia consciência e resgata a vocação da alma".


O diálogo dos quatro elementos no barro faz a energia fluir abrindo-se à fonte energética da natureza.

Para que haja uma conexão com o ritmo da natureza é preciso deixar a energia em movimento, em ritmo de criação para expandir a consciência, uma consciência ecológica que sustenta o emocional, que liberta e transforma a matéria.


Por Regina Fiorezzi Chiesa

rchiesa@ uol. com. br


Fonte:
Livros/Referências Bibliográficas

*CHIESA, Regina Fiorezzi; FABIETTI, Deolinda. A Arte e os 4 Elementos. In: ALLESSANDRINI, Cristina Dias (org.). Tramas Criadoras na Construção do Ser Si Mesmo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
*CHIESA, Regina Fiorezzi. O Diálogo com o Barro o Encontro com o Criativo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004
*CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. 10 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996.

*GOUVÊA, Alvaro Pinheiro. Sol da Terra. São Paulo: Summus, 1989.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Desintoxicando-se das Emoções Venenosas



O psicólogo Marco Aurélio fala sobre a função psicológica das emoções e seu papel na auto realização e no adoecimento psíquico.

Emoções dão colorido à vida, mas tornam-se tóxicas quando se transformam em feridas afetivas de que não sabemos mais nos libertar.

Emoções tóxicas estão na raiz de vidas insatisfatórias e de pouca realização.

Quando se tornam epidemias sociais levam à desorganização familiar e comunitária.

Na vida profissional podem gerar prejuízos grandes à carreira, levando à relações conflitivas e desmotivação.

Além da compreensão da dinâmica emocional, Marco Aurélio focaliza também atitudes e posturas que podemos aprender para nos desintoxicarmos dessas fixações e recobrarmos o fluxo natural de emoções nutritivas, tanto na vida pessoal como na profissional.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eu sou quem quer que voce pense que eu sou...



"Eu sou quem quer que você pense que eu sou,
porque isso depende de você.


Se você olhar para mim num vazio total,
eu serei de uma maneira.


Se olhar para mim com idéias na mente,
essas idéias vão me colorir.


Se se aproximar de mim com preconceito,
então serei de outra maneira.


Eu sou apenas um espelho.


A sua face será refletida nele.


Assim,
depende da maneira como me olha.


Eu desapareci completamente;
portanto,
não posso impor a você quem sou.


Nada tenho para impor.


Existe apenas um vácuo,
um espelho.

Agora você tem completa liberdade.


Se quiser realmente saber quem sou,
você precisa estar
tão absolutamente vazio quanto eu.


Desse modo,
dois espelhos estarão um diante do outro,
e só o vazio será refletido.


Um vazio infinito será refletido:
dois espelhos se olhando.


Mas se existir em você alguma idéia,
então,
você verá sua própria idéia em mim."


Autor Desconhecido
Meu Comentário:
Tudo o que se manifesta fora é um reflexo do interior...
Se voce está diante de uma pessoa...situação...
que não te agrada...
que te incomoda...
está na hora da pergunta:
(voce está preparado para a pergunta?)
Lá vai a pergunta:
O que de voce está refletido nessa pessoa ou situação?!
Ui!!!
Pois é!
Isso nos incomoda muuuito....
Pense por uns instantes...
Pensou?
É isso...
Essa é a resposta!
Revertendo, entendendo, acolhendo... isso em voce...
por consequência...para de se refletir no outro...ou na situação...
Fácil, né?!
Nem tanto...
Então...
Agora é treinamento...
Toda a vez que incomodar...
...é só refazer a pergunta...
e...assim...através desse reflexo no outro...
vamos nos re...
ou descobrindo...a nós mesmos!