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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Planeta Terra: sua origem, sua história, seu destino


Este livro é dedicado à Grande Fraternidade Branca por seus contínuos esforços em trazer iluminação para a raça humana e, especialmente, aos Mestres Ascensionados Saint Germain e El Morya, por obterem as dispensações que são as bases para este trabalho, e sem as quais não haveria esperanças para o planeta; a todos os Mestres Ascensionados que foram os co-autores deste trabalho; e a todos os seguidores da Luz e da Verdade.

É com um sentimento de gratidão que apresento este livro para a consideração do leitor. A maior parte da informação dada não foi publicada ou encontrada em livrarias até então. É informação que os Mestres da Sabedoria não tinham permissão para revelar previamente. Mesmo almas iluminadas como Helena Blavatsky, Mary Baker Eddy e Alice Bailey não foram privilegiadas em receber tal conhecimento. Por que? Porque esse tipo de informação, até 1930, só podia ser dado em retiros da Grande Fraternidade Branca, a Fraternidade da Luz. 

Mesmo então havia restrições. Toda informação era dada escassa e gradualmente, de algum modo velada. Ficava por conta do estudante ponderar a mensagem. Somente estudantes de alto desenvolvimento espiritual tinham permissão para entrar num retiro. Após atingir um certo estágio intermediário de treinamento, ao estudante era requerido um compromisso de servir á causa da Fraternidade, e ele era iniciado.

No princípio dos anos 30, essa ação de Lei Cósmica, chamada de Lei Oculta, foi posta de lado. Os ensinamentos dos Mestres Ascensionados podem agora ser dados de uma maneira simples e direta. Esconder a verdade espiritual em lendas, fábulas, mitos e parábolas não é mais necessário.

De acordo com a Lei Cósmica, tenho que responder por toda palavra escrita neste livro. Portanto, absoluta retidão e congruência com os ditados originais foram consideradas de primordial importância. Não houve também nenhuma tentativa de fazer a informação dada pelos Mestres ajustar-se ás teorias e padrões existentes. Por exemplo, a história da vida de Jesus e Maria é estritamente baseada em ditados dos Mestres; a Bíblia não foi usada como referencia.

Deixe-me explicar brevemente o que é um Mestre Ascensionado. Em termos simples, é um indivíduo que, certa vez, esteve encarnado aqui na Terra, mas que alcançou maestria deste plano. Ele aprendeu sua lição, tornou-se mais semelhante a Deus e, portanto, não teve que voltar a reencarnar. Então, após ter ascensionado em seu corpo espiritual, chamado de Presença I AM (EU SOU), o Mestre fez a escolha voluntária de adiar seu desenvolvimento ulterior e escolheu permanecer e ajudar a humanidade.

Os Mestres Ascensionados são Seres reais e tangíveis, prontos para ajudar a humanidade, sempre que lhes é pedido fazê-lo. Dentre os Mestres mais conhecidos estão Jesus, Maria, Moisés, Saint Germain, Gautama Buda, Mohamed, Lorde Krishna e Lorde Maitreya. Eles são parte de um grupo de Avatares ( instrutores mundiais ) que, desde a queda do homem, têm transmitido a palavra de Deus para a iluminação da raça humana. 

Os Mestres pedem para serem reconhecidos como uma força potencial para o bem comum da humanidade, mas Eles não exigem obediência e não pedem para serem idolatrados.

A Grande Fraternidade Branca não é uma organização exteriorizada. Somente vivendo e expressando a perfeição do reino divino no plano físico, através de uma auto-correção das fraquezas humanas e total adoração do Ser Divino interior, pode um indivíduo estabelecer uma associação com a Fraternidade. 

A Hoste Ascensionada direciona a atenção do chela, porém cabe ao estudante fazer a escolha certa. Nenhum indivíduo jamais fez a ascensão sem a ajuda de um Mestre Ascensionado.

A hierarquia da Terra consiste de Seres Ascensionados. Sua estrutura pode ser compara-da á de uma empresa como a General Motors; existe sempre um outro nível de supervisão. Os 1 / 101 Mestres Ascensionados são a Inteligência Diretriz da Mente de Deus. Eles são os ajudantes de Deus. É simples assim.

Alguns podem questionar como é possível um Ser Ascensionado contactar um indivíduo noplano físico e transmitir claramente uma mensagem. Esta é uma pergunta mais difícil, que será respondida no texto deste livro. Aqui, eu gostaria de dizer que é reconhecido pelas igrejas ortodoxas que Jesus tinha um poder ilimitado. 

Se é assim, por que é tão improvável que Ele possa contactar um humilde e sincero indivíduo espiritualmente iluminado? Se alguém estiver procurando provas, talvez pudesse ser mencionado que vinte mil curas instantâneas foram atribuídas ao trabalho de Mr. Ballard num período de cinco anos. Não há necessidade de prova maior.

O ensinamento dos Mestres Ascensionados é uma mistura harmoniosa dos ensinamentos do Ocidente e do Oriente. Ele complementa a consciência do Oriente ( a qual é predominantemente veneração sem trabalho suficiente ) com a energia vital da consciência do Ocidente ( a qual é predominantemente trabalho sem veneração suficiente ). 

Esse é o ensinamento que está originalmente gravado no Novo Testamento. Mais tarde, de acordo com os Mestres, a Bíblia passou por muitas traduções e foi adornada por impressões pessoais. Os Mestres declararam que o Gênesis e todos os capítulos bíblicos seguintes tiveram que ser reescritos. Desta vez, o texto foi escrito por Seres Ascensionados.

O ensinamento dos Mestres baseia-se em si mesmo e não é cristão, islâmico, judaico ou hindu. Ele pode ser chamado de raiz, o Fundamento da Verdade, do qual todas as religiões conhecidas tiveram suas origens.

Este livro nunca será completo. A busca precisa continuar enquanto houver uma só faceta da história antiga para ser descoberta. Muito já foi dado, muito resta a ser feito. Talvez haja estudantes que desejarão completar este livro. Nem todos ficarão convencidos pela mensagem contida nesta publicação. Indubitavelmente ela será atacada. 

Alguns líderes de pensamento estabelecido e ortodoxo, tanto do campo da religião e ciência, tentarão ridicularizar e atacar partes dela, nunca oferecendo uma solução construtiva global. Recentemente, um cientista moderno fez justamente isso, martelando em algum ponto de uma teoria global. Quando a audiência pediu a ele uma avaliação pessoal, ele hesitou e disse:“felizmente, eu não tenho que explicar isso.”.

William Jones, um psicólogo pioneiro, declarou: “Toda teoria nova é, primeiro, atacada co-mo absurda; depois admitida como verdadeira, mas óbvia e insignificante; finalmente parece ser importante, tão importante que seus adversários alegam que eles próprios a descobriram.”.

A crítica pública desta mensagem não interessa ao estudante sincero. Ele saberá a verdade, colocando sua Presença I AM em ação e ponderando a mensagem em seu coração.

O único propósito deste livro é apresentar, para a iluminação da humanidade, certas informações recebidas dos Mestres Ascensionados em 1930, 1950 e nos dias de hoje – informações que serão vistas para aplicar nas condições atuais. 

Acredito que os Mestres Ascensionados observarão estreitamente o que acontecerá daqui em diante; esta deve ser a primeira vez, neste século, que alguém escreveu um livro sobre este assunto em tais detalhes. 

Penso que Seu interesse não será em quantos livros serão vendidos, mas no que os indivíduos farão com as informações dadas. Irá ele ficar em alguma prateleira como outros livros, ou irá despertar algum sentimento e trazer alguma mudança de atitude e de comportamento? 

Ao apresentar esta mensagem dos Mestres, é meu sincero desejo e prece que o leitor possa receber a “Luz” e ser abençoado, prosperando á medida que ele caminha pela senda da iluminação e serviço, pois somente através desse caminho a permanente felicidade pode ser encontrada.

Curitiba, Junho de 1994.

Leia o livro aqui:

https://espacoluzamor.files.wordpress.com/2015/06/5planetaterrasuaorigemsuahistoriaeseudestino.pdf 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Antakarana


"O Antakarana é a ponte de Luz ou o caminho iluminado sobre o qual o discípulo passa para os mundos superiores. É por meio dessa ponte e caminho iluminado que ele alcança a libertação e a ascensão. Esta integração também ajuda a fazer a ligação entre a consciência de Shambala, a consciência hierárquica e a consciência humana. A consciência de Shambala se relaciona com a mônada e com o aspecto vontade. A consciência hierárquica se relaciona com a alma e com o aspecto amor. A consciência humana se relaciona com a personalidade e com o aspecto inteligência."

Uma discussão sobre a "ponte do arco-íris" construida por homens e mulheres em encarnação, entre o eu inferior e o eu superior, como parte da evolução espiritual pessoal.

A ciência do antakarana é provavelmente a mais importante dos tempos vindouros, mas esta exposição não pretende cobrir todo o tema do Antakarana ou a ciência de seu uso. Esta é uma ciência ainda desconhecida pela humanidade mas tornar-se-á a ciência mental da Nova Era, a da construção da ponte entre o homem inferior e o superior, e também um número de outras pontes: entre os membros da raça humana como um todo; entre um centro, a Humanidade, e outro, a Hierarquia; entre a Hierarquia e Shamballa; entre a Humanidade e Shamballa através da Hierarquia; entre este planeta e outros, este sistema solar e outros. Todas estas pontes e conexões são o resultado do uso correto da ciência do Antakarana, que se constituirá no maior campo educacional para a humanidade nesta era vindoura.

A melhor maneira de estudar o Antakarana é através da leitura dos Ensinamentos de Alice Bailey, particularmente o livro "Educação na Nova Era", e outras referências no livro "Os Raios e as Iniciações". Você não aprenderá a técnica da ciência do Antakarana neste texto ou nos ensinamentos de Alice Bailey. Isto é algo que, no que concerne à humanidade como um todo, ocorrerá no futuro. É um processo gradual de iluminação para a humanidade, mas tornar-se-á a maior ciência, a ciência de evoluir como uma raça e fazer as conexões internas (que certamente já existem mas que devem ser construidas conscientemente pelo homem ou mulher em encarnação), de tecer o fio de retorno à fonte da qual nos originamos. É realmente a ciência do Caminho de Retorno.

Por muitas eras a alma no seu próprio plano olha para seu reflexo, o homem ou a mulher no plano físico, e não vê um modo de interferir no seu desenvolvimento. Há muito pouco que a alma possa fazer exceto criar um corpo, fornecer-lhe seu equipamento físico, astral e mental, e permitir que ele faça o trabalho de evoluir. Eventualmente, numa determinada vida, uma série de vidas para ser mais exato, a alma vê que seu reflexo, o homem ou a mulher, está começando a responder à influência da energia que conecta a alma ao seu reflexo, e o processo de evolução consciente começa.

Cada indivíduo é realmente ternário: a Mônada, ou Centelha Divina, o Eu impessoal que se reflete no plano da alma como uma alma individualizada ou ego. A alma, por sua vez, se reflete no plano físico denso como uma mulher ou homem em encarnação. Este é o caminho descendente, o processo pelo qual o espírito se envolve na sua polaridade oposta, a substância. Quando o aspecto do espírito, ou vida, e o aspecto da matéria se juntam, um terceiro, o aspecto consciência, nasce.

O "Antakarana" é, acima de tudo, o fio da consciência. É o resultado da interação da vida com a forma, com a substância, com a matéria; isto produz algo inteiramente diferente que nós denominamos "consciência". Podemos também chamá-lo de "o Princípio Crístico". É o próprio processo de evolução.

Os estudiosos da antropologia, a história da evolução no plano físico, a evolução das formas, sabem que no começo havia grandes oceanos, fervilhando de vida; nada na terra até que gradualmente alguns dos animais mais evoluídos - peixes e répteis de todos os tipos - vieram para a terra seca e tornaram-se os primitivos répteis e mamíferos. Gradualmente houve a evolução de um tipo pré-humano que eventualmente tornou-se um primitivo homem-animal, separado do reino animal. Com o germe da mente, que poderia se tornar o núcleo de um corpo mental finalmente formado, a raça humana teve seu início. Isto é negado pelos cristãos fundamentalistas e outros grupos religiosos ortodoxos que negam a realidade da teoria da evolução de Darwin, mas esotéricos aceitam-na como uma explicação mais ou menos precisa do crescimento da forma a evolução da forma neste planeta.

Nossa preocupação não é com isso; nossa preocupação, como seres humanos evoluindo de volta para nossa fonte, é menos voltada para a evolução da forma, que chegou a uma maior ou menor perfeição (embora ainda haja alguns pequenos ajustes e melhorias a serem feitos), do que com a evolução da consciência. Esta evolução da consciência é a base de como nos conscientizamos de nós mesmos e do nosso meio ambiente, e juntos criamos a evolução da raça humana.

A descida da Mônada para a alma e da alma para a personalidade tem que acontecer no sentido contrário. O homem ternário físico-astral-mental, tem que encontrar seu caminho de volta por um processo de fusão, primeiramente com a alma e então, através da tríade espiritual (o reflexo da Mônada) com a própria Mônada: o Ser monádico tríplice. A jornada de volta, ou o processo pelo qual a jornada de volta é realizada, é através da criação, da evolução gradual e construção do Antakarana. Este é um processo consciente e ocorre somente por estágios. Como o processo de descida tem sido lento, levando milhões de anos, também o processo de retorno pode ser um processo longo e arrastado, e assim o é para a grande maioria da humanidade. Nós nos encontramos no segundo de um sistema solar tríplice. Em outras palavras, este sistema solar é a segunda encarnação ou manifestação do grande Homem Celestial que denominamos de Logos Solar, que tem um Plano para a evolução de todas as formas do sistema solar.

O primeiro sistema solar expressou-se através da matéria, da substância, da qualidade da inteligência ativa. Seu objetivo principal era a criação inteligente das formas. Nós nos encontramos na segunda dessa tríplice expressão na qual a qualidade da alma, o amor ou o aspecto consciência do logos está no processo de se expressar.

O Antakarana Solar está sendo construido pelo Logos Solar e por todas as outras formas, quer saibam elas ou não, que evoluíram do primeiro sistema solar e que estão atualmente criando a ponte entre aquele e este sistemas, e eventualmente, entre este sistema e o próximo. O próximo sistema solar terá como objetivo o aspecto da Vontade, o aspecto Monádico do Logos Solar. Quando a correta ponte entre estas três expressões estiver construida, o Antakarana estará concluido. Isto levará à conclusão do Plano de nosso Logos solar em sua expressão tríplice.

Por Instituto De bem com a alma 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Mãe Terra / Deusa Mãe


"Terra, Divina Mãe, que gera todos os seres e cria todas as coisas, cuja influência desperta, acalenta e adormece a natureza. Mãe que fornece a nutrição da vida e a protege com um abraço sustentador. Mãe amorosa que recebe o corpo do homem quando o seu espírito se afasta, chamada com razão a Grande Mãe, fonte de poder de deuses e mortais, indispensável para tudo o que nasce ou morre. Senhora, Mãe , Deusa eu A reverencio e invoco Seu sagrado nome para abençoar a minha vida, lhe agradeço pelas dádivas e por me receber no fim da minha jornada!"    Prece inglesa do século XII

A reverência da Terra como Deusa Mãe era um costume universal e ancestral, tendo sido encontrado em todas as antigas civilizações e culturas, que A invocavam por nomes específicos e cultuavam de maneiras diversas.

O historiador romano Tácito afirmou nos seus livros que as tribos européias consideravam a Mãe Terra como uma divindade toda abrangente, a que todos os seres humanos, sobrenaturais e divinos obedeciam. O conceito de uma Mãe Terra foi definido pelos gregos, cujo poeta Hesíodo chamou a Terra de Gaia ou Gea, a Deusa com amplos seios, morada segura para todos os seres, que depois de emergir do caos primordial, criou o céu, Urano, e junto com ele procriou os Titãs, as montanhas e florestas, os campos, mares, rios e todos os seres vivos. Os romanos a chamaram de Tellus ou Terra Mater, a Grande Mãe, criadora dos homens, da natureza e dos animais.

A Terra tanto dava a vida, como propiciava e acolhia a morte, por isso os povos antigos da Ásia, África e América consideravam os enterros ritos de plantio, o espírito sendo regenerado no ventre da terra e depois renascendo em um corpo de mulher. Os nativos norte-americanos acreditavam que os seres humanos e os animais emergiam das aberturas no corpo da Mãe Terra, pois era no seu ventre que eles eram gerados. A doutrina central da religião ameríndia era a reencarnação em um novo corpo do espírito criado pela Mãe Terra, que por isso deveria ser respeitada, honrada e cuidada. Pinturas rupestres da Austrália e lendas dos nativos norte-americanos representam a Mãe Terra parindo os primeiros seres ancestrais, que saiam do Seu ventre ctônico pelas aberturas no solo como grutas e fendas. Na Índia os sacerdotes hindus falavam para os mortos se deixarem cobrir pela terra como se fossem crianças acolchoadas pelo manto materno, silencioso, escuro e macio.

Os filósofos romanos atribuíam à Mãe Terra o misterioso poder que despertava e sustentava a vida, tudo vindo Dela e a Ela retornando, pois ela era o começo e o fim, o nascimento e a morte. Preces romanas do século III pediam à Mãe Terra que recebesse o corpo quando a alma dele se retirasse e enquanto vivo, que o nutrisse e protegesse. Mesmo séculos mais tarde, nos túmulos cristãos da Alemanha se lia:”aqui jaz no ventre de Erda (a Mãe Terra) o corpo de....”; até o século XII os camponeses europeus continuavam invocando as bênçãos da Mãe Terra nos plantios, para que as colheitas fossem protegidas e abundantes e nas construções, para que elas durassem.

Para os povos eslavos Mayca Vlazna Zemlja ou Mati Syra Zemia (A úmida Mãe Terra) era a mais antiga e importante divindade, reverenciada até o século X - mesmo depois da cristianização - e descrita como a força doadora da vida, responsável pela fertilidade, reprodução humana e animal e pela abundância da natureza. Seu culto era muito antigo e Ela jamais foi personificada por uma figura humana, mas reverenciada como a própria terra. Seu animal sagrado era a vaca, por terem em comum a fertilidade e a abundância da nutrição. Os camponeses se dirigiam diretamente à Mãe Terra, sem precisarem da intermediação de sacerdotes ou padres e tinham por ela um profundo respeito, amor e gratidão, pedindo suas bênçãos para plantios, suas casas, crianças e animais. Era invocada como conselheira, protetora, testemunha e juíza nas disputas de terras e propriedades e era em Seu nome que eram feitos os juramentos (engolindo um pouco de terra) e abençoados os noivos (colocando um pedaço de terra sobre suas cabeças). Após a cristianização, o seu culto persistiu alguns séculos até que aos poucos, Seus atributos e qualidades foram atribuídos para a Virgem Maria e manifestados nas mulheres.

Os povos bálticos acreditavam que o mundo e a vida eram manifestações de uma força sagrada que tudo permeava e que existia em todos os seres, animados ou não, sendo a fonte do universo e da existência e que era reverenciada como a Grande Mãe sob diversos nomes como Zemyna, Laima, Gabija. Apesar da perseguição cristã, as antigas tradições pagãs que cultuavam a Mãe Divina –cósmica e telúrica - continuaram ocultas em lendas, canções (chamadas dainas) e costumes populares mantidos pelas mulheres.

Na Rússia, em lugar de usar a bíblia para juramentos, os camponeses colocavam terra sobre suas cabeças invocando a Mãe Terra como testemunha. As boas vindas para os visitantes eram acompanhadas do tradicional prato de pão com sal (produtos da terra) e continuam até hoje, porém desprovidas do seu antigo significado sagrado.

Na antiga Grécia os mitos contam como até mesmo os deuses olímpicos invocavam Gea ou Rhea, a mais antiga das divindades, para testemunhar e selar juramentos e pactos, sabendo que todos os seres vivos eram sujeitos às Suas leis.

“Lar“ e “mãe” eram noções idênticas para os povos antigos, que as uniram na imagem de uma deusa Senhora da Terra; eles acreditavam que deviam ser enterrados no solo onde nasceram e viveram e se recusavam abandonar suas terras mesmo perante as invasões inimigas ou em situações de calamidades. Se por acaso estivessem longe da terra natal e sentissem a proximidade da morte, voltavam o mais rápido possível.

Em certos lugares nos Bálcãs, o encontro post-mortem dos homens com a Mãe era visto como um casamento, a morte sendo um rito sagrado de união com a terra e por isso os mortos eram vestidos como noivos que iam ser recebidos no leito da Mãe Negra.

A imagem arquetípica do casamento com a terra teve uma estranha interpretação na Renascença, com a aparição da pornotopia, poemas vitorianos em que o autor reduzido a um inseto ou ser minúsculo, percorria minuciosamente o corpo feminino descrito como uma paisagem, com vales sinuosos, colinas atraentes, bosques, córregos e uma misteriosa e aveludada gruta avermelhada, em cujo interior era experimentado o êxtase sublime. Este tipo de manifestação artística foi interpretado posteriormente como uma carência espiritual ligada à negação da Mãe Terra no simbolismo religioso e à repressão sexual pelo puritanismo vitoriano.

A gruta é uma associação universal com o ventre da Mãe Terra, local simbólico de nascimento e regeneração; a palavra sânscrita garbha significava “santuário” e “ventre”. Os locais sagrados hindus eram as grutas, representando a yoni da Grande Mãe e nelas foram criados altares para peregrinações e oferendas, muitas delas tornando-se moradas dos eremitas e mestres espirituais. 

Nos templos etruscos e romanos existiam câmaras subterrâneas chamadas mundus, termo equivalente a ”terra” e “ventre”. Rhea era a Mãe Terra cretense, criadora de toda a vida, que tinha surgido da gruta uterina do Monte Dikte, onde ela deu à luz a Zeus, que depois foi aclamado como o Pai dos deuses olímpicos.

Mesmo com o advento do cristianismo o culto das grutas continuou com os rituais nelas celebrados. Por não ter sido possível extinguir a reverência às grutas, a igreja passou a usar motivos nelas inspirados para a construção das criptas e câmaras subterrâneas nas igrejas e catedrais. Inspiradas nas antigas lendas dos casamentos sagrados e na conexão com a terra, após a desaparição dos cultos pagãos, as grutas passaram a servir como alcovas de amor nos encontros dos casais e muitas delas foram nomeadas em homenagem a Afrodite como sendo a sua padroeira. As fontes curativas da Europa nasciam nos antigos locais sagrados das deusas pagãs ou nas grutas consideradas portais de acesso para o ventre da Mãe Terra, e por isso foram destinadas para a regeneração e cura, bem como para comunicação com o mundo ancestral e os seres sobrenaturais.

Os nossos ancestrais viviam em grutas e nelas foram encontrados os mais antigos achados arqueológicos e antropológicos datados de 700.000 anos, assim como indícios do uso mágico do fogo para proteção, como comprovam as pesquisas feitas na gruta de Petralona no Norte da Grécia. A partir de 40.000 a.C. existiram altares dedicados à Mãe Ursa, a mais antiga representação da Senhora dos Animais e inúmeras pinturas de animais nas paredes, que depois foram substituídos pelos desenhos mais rebuscados de cenas de caça, luta e danças rituais, mulheres grávidas ou parindo. As inscrições rupestres comprovam a sacralidade das grutas do período paleolítico e neolítico e, mesmo antes das figuras de mulheres apareceram nos desenhos, a sua presença era indicada por animais prenhes, mãos, barcos, inúmeras reproduções de seios aproveitando as formações das rochas, triângulos púbicos e ferraduras invertidas (símbolos universais da vulva), pintados com ocre vermelho. Foram encontradas figuras femininas grávidas esculpidas na entrada das grutas ou estatuetas sem rosto, mas com traços bem elaborados como as famosas Vênus das grutas de Willendorf, Laussel e d’Aurignac, com seios, vulvas, ventres proeminentes e símbolos lunares, revelando a sua conexão com fertilidade, vida e abundância. Em muitas grutas foram encontradas além das figuras femininas ossadas humanas pintadas de vermelho e em posição fetal, demonstrando a função complementar das grutas como locais de nascimento e morte, os moribundos sendo levados para o mesmo lugar onde tinham nascido. Outras grutas eram usadas para rituais de celebração e ritos de passagem, conforme se deduz dos achados e inscrições encontradas nas grutas de Peche Merle e Madeleine na França.

O mais antigo culto europeu era do urso, comprovado pelos crânios arrumados de forma cerimonial e cercados por círculos de pedras nas grutas da Suíça, onde se originou o culto de Dea Artio, a “Mãe Ursa”, senhora da caça e da proteção das florestas, equivalente ancestral de Ártemis e Diana como Potnia Theron, a “Mãe dos Animais”, associada aos nascimentos e à proteção dos recém-nascidos. Nos países eslavos as anciãs colocavam os recém nascidos sobre peles de urso e pediam a proteção das deusas correspondentes: Devana, Dziewona e Diwica. Talvez este culto se devesse à semelhança do esqueleto do urso com o humano e ao seu andar em duas patas, atribuindo-lhe o papel de mediador entre o mundo humano, animal e espiritual, sendo que, em algumas culturas antigas, o urso era o guardião ou totem do clã, dando assim origem ao culto da “Mãe Ursa”. Estatuetas de ursos em barro e imagens gravadas nas paredes foram achadas nas grutas de Creta, em uma delas sendo erguida uma capela cristã para Maria na sua representação de Panatya Arkoudiotissa, a ”Mãe Ursa”.

Reproduções de grutas foram encontradas nas “câmaras de incubação de sonhos” dos antigos templos de Mesopotâmia, China, Egito e Europa, a mais famosa sendo a de Creta, o Hypogeum, datado de 5000 a.C. e tendo uma câmara circular com um estrado de pedra em que se deitava a sacerdotisa oracular, conforme comprovam as estatuetas “da Senhora adormecida”. Dormir no ventre da Mãe Terra era um método ancestral de cura, com recebimento de mensagens sobrenaturais ou de sonhos (interpretados depois pelos sacerdotes) ou um rito de passagem, em que os doentes permaneciam deitados à espera da cura, da vida ou da morte. Estes antigos rituais foram comprovados nos templos das ilhas de Malta e Gozo, onde os peregrinos passavam por experiências profundas ao se conectar com a Mãe Terra, os espíritos sobrenaturais e os ancestrais.

As grutas continuam sendo lugares poderosos para nos conectarmos com a Mãe Terra, mergulhar nas memórias subconscientes e nos deslocar para os mundos sutis, em busca de mensagens, sonhos reveladores, cura e regeneração. Reverenciar o princípio sagrado da Terra nos auxilia na conexão com a beleza e a magia da natureza e com todos os seres da criação, nossos irmãos. Reconhecer a Natureza como a nossa Mãe, nos permite expandir o respeito e os cuidados com o meio-ambiente, a busca do nosso alinhamento energético e espiritual e uma maior e permanente parceria em lugar da atual competição, poluição e profanação do corpo sagrado da nossa Mãe Terra, primordial e eterna.

Mirela Faur

Fonte:

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Oração Xamânica aos Guardiões



Guardião dos Segredos do Universo 
espalhes tua Força Iluminada pelo Amor 
no silêncio da noite e no brilho da manhã, 
porque nossos fios da existência estão unidos para sempre.

Guardião da Terra que nos acolhe 
com tanto amor e desprendimento, 
oriente o nosso espírito 
no compartilhamento da fartura.

Guardião do Vento que carrega o ar da vida 
e a fertilização da vida através das plantas, 
transporte a dignidade para todos os cantos do mundo.

Guardião da Pedra que forma a crosta do planeta 
pela força através do tempo, 
que as marcas da justiça, 
da bondade e do amor sejam indeléveis.

Guardiões das Águas doces e salgadas 
que unidas as águas das chuvas 
nutrem nossos corpos por dentro e por fora, 
renovem o ciclo vital que as florestas clamam.

Guardiões dos Animais de Poder 
de onde provém cura e sabedoria à tribo do amanhecer, 
alimentem o espírito humano com o amor, para o amor.

Guardiões do Fogo vital ao planeta, 
queimem os focos negativos excedentes 
e iluminem os positivos ocultos 
na direção da força de equilíbrio da humanidade.

Guardião que transborda o meu amor, 
o sonho doce da eternidade,
faz vibrar agora a frequência da vida em mim!

Ahee! Hee!

domingo, 26 de junho de 2011

Home / Documentário



Sensacional documentário alemão: HOME,
com áudio em inglês (tempo: 1 hora e 33 min).

Clique abaixo para assistir:

Clique em Documentários à direita em marcadores deste blog 
e assita também: I Am por Tom Shadyac,
One: The Movie, O Silêncio das Abelhas, e outros.

sábado, 12 de março de 2011

Animais de Poder



Uma das ferramentas mais poderosas para o crescimento pessoal do xamã é o trabalho com os espíritos animais. Para os mais experientes neste caminho, os animais podem aparecer frequentemente, principalmente quando se necessitam do auxílio deles. Mas encontrar um Animal de Poder às vezes pode ser uma tarefa difícil.


O modo mais fácil para começar a trabalhar com os animais de poder é estudar primeiro as habilidades naturais do animal e seus modos de como metaforicamente você vai aplicá-las em diversas situações na vida.

Por exemplo, por causa de sua visão, a águia poderia lhe ajudar a manter uma visão de suas verdadeiras metas. Um imagem de uma águia capturando sua presa é uma ferramenta poderosa para ajudá-lo alcançar metas. Tais imagens servem para lhe dar a força que você precisa para manter sua visão e metas.

Também estudando os modos naturais do seu animal, ajuda a criar um laço poderoso entre você e seu animal, permitindo assim o ajudar até mesmo em sua vida.


Estude também algum outro significado que esse animal pode ter em outras culturas. Por exemplo, para alguns: o urso representa introspecção, o colibri representa alegria, e o leopardo representa poder interno. Nós podemos usar estes mitos para nos ajudar a conectar com nossos animais de poder e como um enfoque para entender o que esses animais vieram nos ensinar.


Assim que você estabelecer uma conexão forte com seu animal de poder, você poderá convocá-lo quando desejar para auxiliá-lo e aconselhá-lo. Geralmente essa comunicação se dá pela jornada xamânica ou uma voz interna.


Outro modo xamânico que você pode usar para conectar os seus animais de poder, é utilizar um enfoque ou um objeto físico para representar o animal, que pode ser um quadro, uma imagem, uma reprodução em miniatura, uma parte do corpo (p.ex: um dente, uma asa). Qualquer um desses objetos poderão ser-lhe útil em sua conexão com ele. Segure o objeto e procure sentir a energia fluindo pelas mãos e tomando conta de todo seu ser dando-lhe a paz e o respeito necessário para a conexão.


Outro modo xamânico de conectar com seu animal é imitar o movimento dele. Este é um modo saudável para conectar com seu animal. Exercite esses movimentos para livrar-se da tensão. Combinando esses movimentos através da dança, você verá que esse ritual irá ajudar o fortalecimento espiritual e a sua conexão com seu animal.


É muito importante dentro do xamanismo, que você se transforme regularmente no seu animal, para que ele sinta-se satisfeito e possa permanecer ao seu lado. Esse espírito animal que existe na nossa mente-corpo, deseja ter a alegria de existir na forma material. Temos que encarar esse fato como uma permuta, pois tal como o ser humano deseja sentir a realidade incomum tornando-se um xamã, também o animal de poder deseja sentir a nossa realidade entrando no corpo de um ser humano vivente. E você pode fazê-lo imitando os seus movimentos, criando uma dança que vai possibilitar o animal se expressar através de seu corpo.


Não só a dança é um meio de manter o animal ao nosso lado. Outro modo para expressar seu modo de vida, é lançar do artifício das emoções, imitando os filhotes do seu animal.  Sinta o piar, grunhir, uivar, entre outros. Estes filhotes representam a dor de experiências passadas, como também ajudam a aumentar sua conexão com o animal.


Na maioria das vezes esses animais são seus aliados, e para saber isso é melhor pedir uma confirmação física de algum tipo. Entre em sua mente e pergunte se tal animal é seu aliado: peça que ele revele isto para você de alguma maneira dentro de uma semana. A confirmação pode ser de muitas formas: achando pegadas, vendo um programa de televisão onde aparece o animal, quadros ou estatuetas dos animais. Espere para ver o que vai acontecer. Você poderá ser surpreendido!


Se após você receber a confirmação, ainda esteja com dúvidas, peça uma confirmação física uma vez mais. Não se preocupe caso não receba nenhuma confirmação, você pode tentar outras técnicas para achar seus animais de poder.


Para que você comece a trabalhar com seu animal de poder, tudo o que você precisa, é ter respeito por seu animal. Lembre-se que o animal veio fazer com você uma parceria que visa orientar você em seu crescimento pessoal e espiritual.



Fonte:
somos todos um

sábado, 5 de março de 2011

Documentário: O Silêncio das Abelhas


PBS Nature: The Silent of the Bees - Documentário americano que mostra o fenômeno CCD - Colony Collapse Disorder -, em que as abelhas desaparecem inexplicavelmente.

O desaparecimento das abelhas tem estimulado o lançamento de uma investigação global, com apicultores e cientistas numa corrida contra o tempo para responder à pergunta: "Por que as abelhas estão desaparecendo?"

Sem as abelhas, a vida como a conhecemos, possivelmente não existiria. As abelhas são o mais importante polinizador sobre o Planeta. Elas representam a polinização de cerca de 1/3 da comida que é produzida nos EUA. Abelhas polinizam cerca de 100 das nossas mais importantes culturas: frutas, legumes, nozes, sementes, mesmo fibras como o algodão.


sábado, 20 de novembro de 2010

Mônadas / Veículos de Manifestação




O CAMPO DA EVOLUÇÃO

Podemos chamar de campo de evolução ao universo material no qual a evolução se desenvolve.

Espírito e Matéria não são, na realidade, existências separadas e distintas, mas, antes, pólos opostos de um número.

Porém, vamos analisá-los separadamente.

Em nosso Sistema Solar, o Campo de Evolução compõe-se de Sete Planetas, ou mundos, que podem ser divididos em três Grupos:

1) o Campo onde há apenas a Manifestação lógica;

2) o Campo de Evolução Supranormal;

3) o Campo de Evolução normal Humana, Animal, Vegetal, Mineral e Elemental.

O plano Adi e o Anupadaka, são planos que podem ser concebidos como existentes antes, da formação do Sistema Solar. Poderemos imaginar o Plano Adi composto de matéria do espaço, simbolizado por Pontos, enquanto o Logos delimita a forma da base material do sistema que Ele está para produzir.

O plano Anupadaka, simbolizado por linhas, pode ser imaginado como sendo composto dessa mesma matéria, modificada ou colorida pela vida individual do Logos, ou seja, sua consciência que penetra todas as coisas definindo este plano do correspondente em outro sistema Solar.

Podemos demostrar a tríplice manifestação da consciência do Logos e o outro a tríplice modificação da matéria, correspondente a tríplice modificação da consciência.

Considerando de inicio a manifestação da consciência, uma vez que o lugar do universo foi demarcado:

1) o Próprio Logos aparece como um Ponto dentro da Esfera;

2) o Logos avança desse Ponto em três direções até a circunferência ou circulo de Matéria;

3) a Consciência do Logos retorna a Si mesma manifestando, a cada Ponto de contato com o Circulo, um dos três aspectos fundamentais da Consciência, conhecidos como Vontade, Sabedoria e Atividade ou por outros termos.

A união desses três aspectos ou fase de manifestação, em seus pontos de contatos com o Circulo, resulta no Triângulo Básico de contato com a Matéria. Esse Triângulo, junto com os três Triângulos formados pelas linhas traçadas pelo Ponto, produz a “Tretrade Divina”, às vezes chamada Quaternário Cósmico.

Observando agora as modificações havidas na matéria universal, correspondendo às manifestações da Consciência, temos, na esfera da Substância Primordial, a matéria virgem do Espaço:

1) o Logos o aparece como um Ponto irradiando a esfera da Matéria;

2) o ponto que vibra entre o centro e a circunferência, formando assim a linha que marca a separação do Espírito e da Matéria;

3) o Ponto, com a linha que gira com Ele, vibrando em ângulos retos com a vibração precedente, formando a Cruz primordial dentro do Círculo.

Diz-se, assim que a Cruz “procede” do Pai (o Ponto) e do filho (o Diâmetro) e representa o Terceiro Logos, a Mente Criadora, a Atividade divina, pronta a manifestar-se como Criador.


O ADVENTO DAS MÔNADAS

A origem das Mônadas ou unidades de consciência, para cuja evolução na matéria o campo de um universo é preparado.

Essas inumeráveis unidades, que devem ser desenvolvidas no universo a existir, são geradas dentro da vida divina, antes que o campo de sua evolução seja formado.

Desse advento escreve-se:

“Isto está determinado: Eu multiplicarei e nascerei”: assim os Muitos surgem do UM por um ato de vontade.

O ato de vontade é do Primeiro Logos, o Senhor indiviso, o Pai.

As Mônadas são descritas como fagulhas do Fogo Supremo, como “Fragmentos Divinos”.

O Catecismo Oculto, citado em A Doutrina Secreta, de Alice Bailey diz:

“Ergue tua cabeça, ó Lanu; vês uma ou incontáveis luzes acima de ti, ardendo no céu escuro da meia-noite? Distingo uma chama, ó Guradeve; vejo inumeráveis fagulhas aglomeradas brilhando ali”.

A Chama é Ishvara, em Sua manifestação como o Primeiro Logos; as fagulhas aglomeradas são as Mônadas, humanas e outras.

A palavra “aglomeradas” deve ser notada especialmente, como significado que as Mônadas são o Próprio Logos.

Uma Mônada pode assim ser definida com um fragmento da vida divina, separada como entidade individual pela mais sutil película de matéria; matéria tão rarefeita que, enquanto dá forma separada a cada uma delas não oferece obstáculo à livre intercomunicação de uma vida, assim encaixada, com as vidas similares que a circundam.

A Mônada não é então pura consciência, puro Ser. É uma abstração. No universo concreto sempre há o Eu e seus envoltórios, por mais tênue que eles possam ser, de forma que uma unidade de consciência é inseparável da matéria. É por isso que a Mônada é consciência mais matéria.

Como a vida das Mônadas provém do Primeiro Logos, podemos descrevê-las como Filhos do Pai, tal como o Segundo Logos é também o Filho do Pai.

As Mônadas, porém, são Filhos mais moços, sem qualquer dos divinos poderes que as capacite a agir em matéria mais densa do que a de seu próprio plano – o Anupadaka; enquanto o Segundo Logos, que tem eras de evolução atrás de Si, está pronto para exercer Seus poderes divinos como “o primogênito entre muitos irmãos”.

Embora as raízes de sua vida estejam no plano Adi, as próprias Mônadas habitam o plano Anupadaka, todavia não possuem veículos através dos quais possam se expressar, à espera do dia da “manifestação dos Filhos de Deus”.

Neste plano permanecem, enquanto o Terceiro Logos inicia o trabalho externo de manifestação, modelando a matéria do universo objetivo.

Essas unidades de Consciência conhecidas como Mônadas são descritas como os Filhos, que vivendo desde o início da era criadora “no seio do Pai” ainda não se “tornaram perfeitos através do sofrimento”.

Cada uma delas é, verdadeiramente, “igual ao Pai no que se refere à sua Divindade, mas inferior ao Pai no que se refere à sua humanidade”.

De uma condição estática, envolvendo todas as potencialidades divinas, elas devem se tornar dinâmicas, desdobrando todos os poderes divinos.

Embora oniscientes e onipresentes em seu próprio plano – Anupadaka – elas são inconscientes, “insensíveis” em todos os outros.

Como as Mônadas derivam seu ser do Primeiro Logos, a vontade Deste de manifestar-se é também a vontade delas.

Daí que todo o processo de evolução individual do “Eu” é uma atividade escolhida pelas próprias Mônadas.

Esse impulso divino, eternamente lutando pela manifestação integral da vida, é perceptível em toda a natureza e tem sido amiúde descrito como Vontade-de-viver. Essa Vontade aparece na semente, que empurra seu broto em direção da luz, no botão rompendo sua prisão e expandindo-se ao Sol.


A FORMAÇÃO DOS CINCO PLANOS

O processo criador. O Terceiro Logos, a Mente Universal, trabalha sobre a matéria do espaço – Mûlaprakriti, a celestial Virgem Maria – age sobre sua três qualidades de Tamas (Inércia), Tajas (Mobilidade) e Sattva (Ritmo), passando-as do equilíbrio estável para um equilíbrio instável; colocando-as, portanto, em contínua movimentação umas em relação às outras.

O Terceiro Logos cria, assim, os átomos dos cinco planos inferiores –
  • Âtman,  
  • Buddhi,  
  • Manas,  
  • Kâma (Astral) e  
  • Sthûla (Físico):
“Fohat eletrifica-os para a vida e separa a substância primordial, ou matéria pregenética, em átomos”.

(1) A fixação do limite dentro do qual a vida do Logos deve vibrar; isso é conhecido como “medida divina”, ou Tanmâtra, cujo significado literal é “a medida Daquilo”, sendo “Aquilo” o Espírito divino.

(2) O estabelecimento dos eixos de crescimento do átomo, as linhas que determinarão seu contorno: ela correspondem aos eixos dos cristais.

(3) Pela intensidade da vibração e da relação angular dos eixos entre si, determina-se a superfície ou parede do átomo.

Sob a atividade diretora do Terceiro Logos, os átomos de cada plano despertam para novos poderes e possibilidades de atração e repulsão, de forma que possam se agregar em moléculas, que passam de simples a mais complexa, até que, em cada um dos cinco planos, seis Subplanos inferiores sejam formados, somando ao todo sete Subplanos em cada plano.

As correntes giratórias dos átomos, conhecidas como espirilos não são feitas pelo Terceiro Logos, mas pelas Mônadas. Os espirilos se desenvolvem em inteira atividade durante o curso da evolução , normalmente em cada Ronda.


OS REINOS DA VIDA

Proveniente do Segundo Logos ou Segunda Pessoa da Trindade, a segunda grande Onda-de-vida divina desce para a matéria vivificada pelo Terceiro Logos: isto é habitualmente conhecido como Segunda Emanação.

Assim , a Segunda Pessoa da Trindade toma forma não apenas com a matéria “virgem”, improdutiva, mas como a matéria já animada pela vida da Terceira Pessoa, de forma que ambas, vida e matéria, cobrem-Na como se fossem uma vestimenta.

Portanto, é exata a afirmação que diz que a Segunda Pessoa “encarnou do Espírito Santo e da Virgem Maria”; esse é o verdadeiro significado dessa importante passagem do credo cristão.

Lenta e gradualmente este irresistível fluxo de vida desce através dos vários planos e reinos, permanecendo em cada um deles por um período de duração igual ao da encarnação completa de uma cadeia planetária, que abrange milhões de anos.

(Nota: uma cadeia planetária consta de sete globos de matéria, em vários graus, ao redor dos quais o fluxo de vidas em evolução passa sete vezes completas.)

Quando a Emanação, ou Onda-de-vida Divina – que em alguma era anterior terminou sua evolução descendente através do plano Búddhico -, flui para o nível mais alto do plano mental, anima grandes massas de matéria mental atômica.

Nessas condições mais simples, não combina os átomos em moléculas a fim de formar um corpo para si própria, mas simplesmente aplica, pela sua atração, imensa força compressora sobre eles.


A INDIVIDUALIDADE DAS MÔNADAS

Quando está no reino mineral, a vida, às vezes, é chamada “Mônada mineral”, tal como em estágios posteriores será chamada “Mônada vegetal” e “Mônada animal.

Contudo, esses títulos são causadores de equívocos, porque parecem sugerir que uma grande Mônada anima todo o reino, o que não é o caso, já que mesmo quando a essência monádica surge pela primeira vez entre nós, como Primeiro Reino Elemental, não é uma só Mônada, mas muitíssimas Mônadas: não é uma grande fluxo de vida, mas muitos fluxos paralelos, cada qual possuindo características próprias.

Quando a Emanação alcança o ponto central do reino mineral, a pressão descendente cessa e é substituída por uma tendência ascendente.

A “Exalação” parou e a “Inalação” ou absorção começou.

Todo o plano tende, cada vez mais, para a diferenciação e os fluxos, descendo de reino para reino, vão se dividindo e subdividindo mais e mais.

O processo de subdivisão continua até que – ao fim do primeiro grande estágio de evolução – seja finalmente dividido em individualidades, isto é, em homens, cada homem sendo uma alma distinta e separada, embora tal alma seja, de início e como é natural, sem desenvolvimento.

As matérias preparadas pelo Terceiro Logos são compostas pelo Segundo Logos em fios e tecidos com os quais serão feitas as futuras roupas, isto é, os corpos.

Assim o Segundo Logos “tece” vários tipos de pano, isto é, de matéria com a qual mais tarde serão feitos os corpos caudal e mental dos homens.

Do tecido de matéria astral, ou substância de desejo, serão feitos posteriormente os corpos astrais dos homens.

Toda essa movimentação descende da Onda-de-vida através dos planos, dando qualidades aos vários graus de matéria, é uma preparativo para a evolução e é com freqüência e mais apropriadamente chamada Involução.

Depois de atingir o mais baixo estágio de imersão na matéria, tanto a Primeira como a Segunda Emanação voltam-se para cima e começam sua longa ascensão através dos planos: essa é a evolução propriamente dita.

A Primeira Emanação procedente do Terceiro Logos e que forma a matéria dos cinco planos inferiores, e a Segunda Emanação, que ao tomar a matéria vivificada pelo Terceiro Logos, Modela e anima essa matéria a fim de produzir os três Reinos Elementais e o Reino Mineral, assim como na devida sucessão os reinos vegetal e animal.

Está vinda do Primeiro Logos, Emanação da qual resulta a formação de entidades individuais, ou seres humanos.

Existe uma posição exata de cada reino.

Assim, o mineral, em toda a sua amplitude, apareceu na parte mais densa do plano físico, mostrando que a vida ali, tal como existe, tem completo controle sobre a matéria física.

Porém, ao subir através dos Subplanos etéricos, a faixa torna-se cada vez mais estreita, indicando que o controle sobre a matéria etérica ainda não está perfeitamente desenvolvido.

O pequeno ponto que penetra no plano astral indica que um pouco de consciência trabalha através da matéria astral.

Essa consciência é o inicio do desejo, expressa no reino mineral como afinidade química, etc.

A faixa que representa o reino vegetal tem toda a sua amplitude no plano físico, tanto no denso como no etéreo. Naturalmente, a porção que representa a consciência astral é muito maior, porque o desejo está mais desenvolvido no reino vegetal do que no reino animal.

No reino animal a faixa mostra que há completo desenvolvimento no Subplano astral inferior, revelando que o animal é capaz de experimentar plenamente os desejos mais baixos; mas o estreitamento da faixa através dos Subplanos mais altos revela que sua capacidade para desejos superiores é muito limitada.

Apesar disso, em casos excepcionais, é possível que ele manifeste uma qualidade altíssima de afeição e devoção.

A faixa que representa o animal mostra também a existência do desenvolvimento da inteligência, que necessita de matéria mental para se expressar.

De modo geral, admite-se agora que alguns animais – tanto domésticos como selvagens – possuem, indubitavelmente, o poder de raciocínio entre causa e efeito, embora as linhas sobre as quais sua razão possa funcionar sejam, naturalmente, poucas e limitadas, não sendo ainda faculdade poderosa.

A faixa representando o reino humano atinge em toda a largura o nível mais baixo do plano mental; isso indica que, até esse nível, sua faculdade de raciocínio está completamente desenvolvida.

Nas subdivisões mais altas do plano mental inferior, a faculdade da razão ainda não se desenvolveu completamente, conforme indica o estreitamento da faixa.

Contudo, um fator inteiramente novo introduziu-se pelo ponto no plano mental, ou no plano causal, porque o homem possui um corpo causal e um Ego permanente, que reencarna.

Na grande maioria dos homens a consciência não vai além do terceiro Subplano aos poucos, à medida que seu desenvolvimento continua, o Ego é capaz de elevar sua consciência até o segundo ou o primeiro dos Subplanos mentais.

A faixa da extrema direita representa um homem muito mais adiantado do que o homem comum. Aqui temos a consciência de um homem altamente espiritualizado, cuja consciência evoluiu além da do corpo causal, de forma que pode funcionar livremente no plano Búdhico, e também tem consciência – pelo menos quando fora do corpo – no plano Âtman.

Podemos notar que o centro da sua consciência, indicado pela parte mais larga da faixa, não está, como no caso da maioria dos homens, nos planos físico e astral, mas entre o plano mental superior e o plano Búdhico.

O mental superior e o astral superior são muito mais desenvolvidos do que suas partes inferiores, e embora ainda retenha seu corpo físico, tal corpo é indicado apenas por um ponto, explicando que o mantém somente por conveniência de trabalhar nele, e de forma alguma porque seus pensamentos e desejos estejam ali fixados.

Tal homem transcendeu todo o carma que poderia vinculá-lo à encarnação, de forma que aceita os veículos inferiores apenas para, através deles, poder trabalhar pelo bem da humanidade e emitir, para esses níveis, forças que de outra maneira não poderiam descer até ali.

É importante observar que o processo Evolutivo, que dá expressão à consciência Involutiva, deve começar pelos contatos recebidos pelo seu veiculo mais externo, isto é, deve começar pelo plano físico.

A consciência só pode tomar conhecimento do exterior através de impactos sobre seu próprio exterior.

Até então ela sonha dentro de si mesma, pois os ligeiros frêmitos, que estão constantemente manando da Mônada, causam leve pressão no Jivatma (Âtman-Buddhi-Manas), tal como uma nascente de água, sob a terra, procurando uma saída.

Texto de Mario J. B. Oliveira

Fonte:
levir teosofia