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quinta-feira, 7 de junho de 2012
Corpus Christi (Antroposofia)
A Festa de Corpus Christi foi instituída pela Igreja no século XIII, época em que as tradições místicas cristãs estão sendo confrontadas pelo racionalismo dos filósofos árabes, então retomando a filosofia de Aristóteles que tinha sido banida da Europa medieval mística cristã.
O cristianismo está ameaçado, os escolásticos e particularmente, Tomás de Aquino, realizam todo um trabalho filosófico de conciliação da filosofia pagã de Aristóteles com o cristianismo, razão pela qual Tomás é muito criticado pelos seus colegas monges. Tomás realiza este trabalho com muita eficácia mas a aceitação pela Igreja de sua filosofia não é imediata, ele está sempre envolvido em discussões, debates e controvérsias.
Uma das questões colocadas para Tomás foi a da Transubstanciação : transformação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo – o sacramento da Eucaristia. Tomás se ocupou muito com isto e escreveu sobre isto.
Na verdade Tomás, além de filósofo escolástico racionalista, era um homem de muita fé, e fez questão de manter como questão de fé, os pontos da mística cristã, que não era capaz de alcançar com a razão proporcionada pelos órgãos dos sentidos naturais.
Isto parece nitidamente, no que é considerado a mais bela obra poética do filósofo Tomás, e é justamente no hino composto para a festa de Corpus Christi, que teve os ritos elaborados por Tomás.
É o famoso “Pange língua”, este canto gregoriano que até hoje se ouve nas igrejas nas festas de Corpus Christi.
“Canta, ó língua, o mistério
Daquele corpo glorioso
E do sangue precioso
Fruto do ventre sagrado
Que o rei das gentes derramou
Para a redenção do mundo.
O Verbo encarnado
Com sua palavra, transforma
Em carne o pão verdadeiro
E o vinho em sangue de Cristo
E não alcançando a idéia o espírito,
Basta a fé para aliviar o sincero coração.
Humildemente veneremos, portanto,
Esse grande sacramento,
E que ceda a antiga liturgia
Seu lugar ao novo rito,
E que a nossa fé redima,
A fraqueza dos nossos sentidos.”
Tomás teve algumas vivências espirituais que não revelou nos últimos anos de sua vida que o fizeram deixar de escrever : “ Não posso, revelaram-se-me tantas coisas que o que escrevi parece agora ser inútil.”
Morreu aos 49 anos, em 1274 e sua filosofia só foi estabelecida como oficial da Igreja em 1879 por Leão XIII e 1921 por Benedito XV.
Mas nesta época é justamente quando temos Rudolf Steiner contestando filosoficamente as barreiras impostas ao conhecimento e demonstrando que aquilo que Tomás deixou como questão de fé pode ser acessado pela Ciência do Espírito.
Assim como Aristóteles e Tomás, Rudolf Steiner se ocupou e escreveu sobre muitos assuntos e especialmente com a Cristologia.
Assim através do resultado da pesquisa espiritual de Rudolf Steiner podemos nos aproximar de forma renovada dos conteúdos das festas cristãs e compreendermos o sentido da forma tradicional em que nas pequenas cidades do interior se organiza a festa de Corpus Christi.
Tapetes coloridos com materiais de terra transformados em obras de arte efêmera – dura um dia. O Santíssimo Sacramento é levado para fora da Igreja e percorre as ruas preparadas para recebê-lo.
Podemos compreender melhor o sentido desta festa no texto de Steiner na XIV conferência do Evangelho de João : “ Estamos apenas no princípio daquela evolução, que é a Evolução Cristã. O futuro desta evolução consiste em vermos o corpo de Cristo em toda a Terra. Porque Cristo entrou desde esse momento na Terra, e criou um novo ponto central de Luz. Ele penetra a Terra, ilumina o mundo e está entretecido para a eternidade na aura terrestre. Por isso, ver hoje a Terra sem o Espírito de Cristo, que lhe está na origem, é ver o apodrecer e decompor da Terra, o corpo em decomposição. Por todo lado onde se veja apenas matéria temos a ver com falsidade.Tomai agora qualquer coisa da Terra. Quando a reconhecereis corretamente ? Quando disserdes : isto é uma parte do Corpo de Cristo.”
Esta época em que nos tornamos conscientes dos mistérios da Terra, é justamente também aquela em que a vida da Terra se mostra tão ameaçada e se nos tornamos conscientes de qual é o Espírito que habita este corpo vivo da Terra, talvez possamos ter uma atitude renovada e cristianizada em mais uma comemoração que foi instituída para a época, o dia 5 de junho, o dia mundial do Meio Ambiente, que se compreendermos corretamente deveria ser o dia da terra como Corpo de Cristo.
Texto de Marilda Milanese
Imagem:
Tapete de Corpus Christi
Foto de Inês Cavalcanti de Mendonça
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Na Origem está o Pensamento...(Antroposofia)

Na Origem está o Pensamento,
E algo Infinito é o Pensamento,
E a vida do pensamento é a Luz do Eu.
Queira o pensamento luminoso preencher
A escuridão de meu Eu,
Para que a escuridão de meu Eu o apreenda,
O pensamento vivo,
E viva e teça em sua Origem Divina.
E algo Infinito é o Pensamento,
E a vida do pensamento é a Luz do Eu.
Queira o pensamento luminoso preencher
A escuridão de meu Eu,
Para que a escuridão de meu Eu o apreenda,
O pensamento vivo,
E viva e teça em sua Origem Divina.
Im Urbeginne ist der Gedanke,
Und ein Undendliches ist der Gedanke,
Und das Leben des Gedanken ist das Licht des Ich.
Erfüllen möge der leuchtende Gedanke
Die Fisternis meines Ich,
Dass ihn die Finsternis meines Ich ergreife,
Den lebendigen Gedanken,
Und lebe und webe in seinem göttlichen Urbeginn.
Und ein Undendliches ist der Gedanke,
Und das Leben des Gedanken ist das Licht des Ich.
Erfüllen möge der leuchtende Gedanke
Die Fisternis meines Ich,
Dass ihn die Finsternis meines Ich ergreife,
Den lebendigen Gedanken,
Und lebe und webe in seinem göttlichen Urbeginn.
Fonte: GA 40, p. 97. De uma palestra de 7/3/1914. Trad. VWS; rev. SALS.
Obs.: este é um dos versos que Steiner deu como variação
das primeiras linhas do Evangelho de João.
sab org br
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