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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ártemis: A Senhora da Natureza Selvagem


"Amada Deusa arqueira, Senhora da caça e dos animais selvagens, que vigias no céu estrelado quando o Sol está adormecido, cuja testa é adornada pelo crescente lunar, que habitas nas florestas escuras com Teu séquito de ninfas, a Ti Senhora e Mãe, que eu invoco para me fortalecer e proteger, ao longo da minha vida como mulher ..." Hino para Ártemis de Virgilio (adaptado).



As imagens e mitos gregos mais recentes representam Ártemis como uma virgem assexuada, regente da lua crescente, perambulando pelas florestas com seu grupo de ninfas, evitando o contato com os homens e matando aqueles que espiavam sua intimidade. No entanto, esta é apenas uma das inúmeras identidades assumidas por esta misteriosa Deusa, uma síntese das energias multifacetadas da essência feminina.

A natureza de Ártemis é complexa e contraditória: ela é virgem, mas cuida e auxilia parturientes e crianças; é caçadora e ao mesmo tempo protetora dos animais, é guerreira e rainha das Amazonas, mas também é A Mãe dos Mil Seios, senhora da fertilidade. Simboliza a dualidade do bem e do mal, ora aparecendo como uma linda donzela, ora deusa vingativa, agindo como parteira amorosa ou feroz guerreira, protetora das crianças sem nunca ter sido mãe, cuidando da vida ou promovendo a morte.

A sua origem é remota, sendo a herdeira de Potnia Theron, a Senhora dos Animais da civilização neolítica, representada cercada de animais e alada, com desenhos de peixes e espirais na sua túnica, vistos como símbolos do fluxo de energia criativa. Originariamente, Ártemis era a Mãe da Floresta, invocada por caçadores e viajantes que eram por Ela protegidos, desde que eles não matassem fêmeas prenhas e filhotes, não caçassem por esporte ou distração, nem desperdiçassem recursos e riquezas naturais.

Ártemis foi reverenciada ao longo do tempo e do espaço, com diferentes atributos, nomes e rituais, mas permanecendo sempre Megale Ártemis, a Grande Deusa. Das montanhas de Anatólia, o habitat das tribos de Amazonas, seu culto espalhou-se para África, Sicilia, Europa, as ilhas gregas como Creta e Delos, até Trácia na Grécia, onde floresceu em Brauron com as iniciações e danças das meninas–ursas. Sua estátua como a Deusa dos Mil Seios, no templo de Éfeso (construído em 320 a.C. e destruído mil anos depois pelos godos), era uma das sete maravilhas do mundo antigo e simbolizava o instinto primal de gerar, viver e morrer, o poder verdadeiro da Grande Mãe, tanto a Nutridora quanto a Ceifadora da vida, chamada Proto Thronia, a primeira no trono.

No mito grego Ártemis aparece como filha de Zeus e Leto (que originariamente era uma deusa pré-grega chamada apenas “Nossa Senhora”), que tinha sido amaldiçoada pela Hera para não poder parir em nenhum lugar onde os raios solares incidissem. Leto foi ajudada pela sua irmã Asteria, que se transformou em uma ilha mágica, Ortigia, que flutuava sob a superfície do oceano e assim sendo, livre da maldição. Ártemis nasceu com facilidade, mas como seu irmão gêmeo custava a nascer e Leto sofria dores terríveis, Ártemis a ajudou trazer Apollo ao mundo. Foi assim que se originaram os nomes de Ártemis como Eileithya e Partenos, a Parteira amorosa e o título de “Aquela que trazia a luz”. A ilha mágica - renomeada Delos (“brilhante”) - foi consagrada a Ártemis e Apollo, sendo que lá nenhum ser humano podia nascer ou morrer.

Quando Ártemis completou três anos, foi apresentada ao seu pai e Zeus encantado com sua precocidade lhe ofereceu quaisquer presentes que ela quisesse. Ártemis pediu para jamais precisar casar (e assim permaneceu, sendo imune aos encantamentos de Afrodite e Eros), ter mais nomes do que seu irmão, mas ter arco e flechas como ele, poder usar sempre uma túnica curta para correr à vontade nos bosques, ter como companhia sessenta ninfas do oceano e trinta dos rios que cuidassem dos seus animais, reger a Lua e a luz (na sua qualidade de Phoebe, “a luminosa”), ter o domínio das montanhas e florestas e o direito de fazer sempre suas próprias escolhas.

Assim como Athena e Héstia, Ártemis era virgem, ou seja, tinha autonomia e independência, liberdade para agir seguindo seu instinto, jamais se submetendo ao domínio ou controle masculino. Ela prezava sua liberdade e defendia o Seu espaço, transformando os intrusos em animais, bem como protegia as crianças e animais recém nascidos com a ferocidade da ursa, que era o Seu animal totêmico (além do cão, veado, corça, lebre, javali, lobo, cavalo) e que a personificava como a Mãe Ursa.

Seus inúmeros títulos se referiam às Suas funções e domínios múltiplos, como regente das florestas, dos animais, caça, lagos, pântanos, rios, mares, campos, clareiras, madrugada, Lua, luz, partos, cura, proteção. Ela regia as fases da vida, as transições e dimensões das experiências femininas, (infância, adolescência, gravidez, amamentação, menopausa, solidão, morte), protegendo-as das ações ou interferências masculinas. Eram três as grandes áreas regidas: a sobrevivência das espécies (fertilidade, reprodução e nascimentos), o controle do tempo, das águas e das marés e o ciclo de vida, destruição e morte (como caçadora ela mantinha o fluxo e o intercâmbio natural das energias), regendo também a lua negra e a noite, junto com Hécate. As matas, os bosques e campos pertenciam à Ártemis e às suas ninfas que moravam nas árvores, plantas, nascentes e rios, cuidando e protegendo tudo com amor e dedicação. A paixão e a virgindade são aspectos entrelaçados de forma estranha e profunda, assim como também é o habitat selvagem e longínquo, que resiste e reage à qualquer forma de violação.

De todas as deusas gregas, Ártemis é a mais próxima das mulheres, por isso é considerada sua Protetora por excelência, como comprovam as dezenas de títulos e atributos a Ela conferidos, distribuídos em várias áreas por eles regidos.

Aspectos da natureza

Agrea, da terra não cultivada, Aetole, dos ventos, Agrotera, da caça, Akrea, das colinas, Amarysia, que traz a chuva, Aphetura e Toxotis, as Arqueiras, Arkadia, das montanhas, Artio e Eleuthera, as Mães Ursas, Astrateia, das estrelas, Daphne, do louro, Diktina, da caça, Euploea, que traz bom tempo, Heleia, dos pântanos, Hemera, do anoitecer, Kypharissa, rainha dos ciprestes, Lakone, do lago, Lemnos, da terra, Kariathis, da nogueira, Kedrinos, do cedro, Lykaena, das lobas, Melissa, das abelhas, Skulakitis, protetora dos cães, Pythia, a serpente.

Protetoras dos partos

Amnius e Delphinia, guardiãs do ventre antes do nascimento, Argennis e Eileithya, auxiliam os partos difíceis, Eulochia, Eunumos, Genetaira e Orsilochia ajudam no parto, Genetyllis, protetora dos nascimentos, Kurotrophos e Paedotrophus, enfermeiras e “babás”, Hemeresia, que tranquiliza, Locheia, a que cuida do sangue no parto, Mogostakia, ajuda diminuir as dores do parto, Oraia, protege os fetos, Paeonia, a curadora, Soodina, a salvadora nos partos difíceis. Protetoras das mulheres: Alexeteira, a campeã nas competições, Alexiares, afasta as maldições, Alexibelemnos, protetora da vida, Angelos, mensageira, Aristoboulia e Boulephorus, conselheiras, Berekynthia, traz sabedoria, Brauronia e Philomeirax, protetoras das meninas, Britomartis, a doce donzela cretense, Despoena, a Senhora, Dynatera, a poderosa, Eleutho, a libertadora, Eulinos, a tecelã, Kalliste e Parthenia, lindas donzelas, Keladeina, que dá a boa voz, Kleito, das invocações, Kytheria, para esconder e proteger, Hegemone, da dança, Hiereia, a sacerdotisa, Iasoria , a curadora, Lathrios, dos segredos, Metapontina, guia e protege nas mudanças, Nikephoros, dá a vitória, Opis, do silêncio, Pamphylaia, providencia tudo, Pasikrateia, fortalece, Prothurea, fica na frente da porta, Progoneia, a ancestral, Polymastis, com muitos seios, Skiatis, das sombras, Thekla, a famosa, Themisto, do oráculo, Upis, a que vigia. “Aquela que traz a luz”: Amphipyros, que leva a tocha, Delia, a Brilhante, Koryphasia, Donzela da luz, Leukione, a Branca Brilhante, Phoebe, a luminosa, Pyronia, guardiã do fogo, Selaphoros, que transmite a luz.

Nos seus cultos e festivais (como Mounichion, em abril em Athenas ou Nemoralia em agosto em Roma), celebrados nas noites de lua cheia eram acesas fogueiras e feitas procissões com tochas; as sacerdotisas apareciam em carruagens puxadas por cervos e traziam bolos cobertos com velas para as oferendas.Em Brauronia, onde tinha um templo dedicado a Ártemis, meninas pré-púberes vestidas com túnicas tingidas com açafrão e nomeadas de “ursinhas” eram iniciadas e preparadas para realizar danças ritualísticas imitando os movimentos das ursas. As sacerdotisas usavam máscaras de argila branca para representar a Lua e dançavam nas clareiras nas noites de lua cheia. Muitas eram as lendas sobre as ninfas de Ártemis, as jovens que corriam junto com as corças e os cães nas florestas e se defendiam dos perseguidores com seus arcos e flechas como fazia a própria Deusa. Muitas delas ao invocarem a proteção de Ártemis – quando ameaçadas pela violência ou cobiça masculina- eram transformadas em árvores ou animais, como Daphne que se tornou em louro (planta sagrada e oracular), Aretusa em uma fonte ou Atalanta em leoa. Ártemis matava os seus perseguidores como aconteceu com Orion e Acteon; também matou a serpente Python e o gigante Tithyus, que atormentavam sua mãe, sendo a única deusa que auxilia e defende a mãe.

Para as mulheres que seguem o Caminho da Deusa, Ártemis personifica o espírito feminino independente, que lhes possibilita estabelecer e defender seus próprios objetivos e escolhas, agindo com confiança e determinação, sem precisar da aprovação masculina. Sentindo-se completas em si e por elas mesmas, o arquétipo de Ártemis reencontrado e reavivado pelas mulheres modernas, lhes confere a habilidade de se concentrar naquilo que é importante, sem se perturbar com a competição, as exigências ou necessidades alheias. O enfoque nos objetivos e a perseverança facilitam a superação dos desafios e obstáculos, direcionando a vontade para alcançar o alvo estabelecido.

As metas do movimento feminista podem ser resumidas pelas qualidades de Ártemis:empreendimento, independência, competência, compaixão (pelos oprimidos, crianças, mulheres, animais). A área dos interesses abrange uma gama variada como: defesa social, socorro às mulheres perseguidas, maltratadas ou abusadas, combate à pornografia e exploração infantil, punição dos estupros e incestos, o empenho para a divulgação e prática dos partos naturais com auxilio das parteiras, a conexão, o respeito e a gratidão permanente perante a natureza, as competições esportivas para jovens, atividades e preocupações ecológicas, solidariedade, parceria e irmandade entre as mulheres, o resgate dos valores e cultos lunares.

Os desafios representados pela exacerbação do arquétipo de Ártemis são: negação da vulnerabilidade própria, indiferença às necessidades alheias (frieza e crueldade com os homens e animais), hostilidade, raiva destrutiva, distanciamento emocional, falta de atenção, cuidados ou compaixão perante os outros, desvalorização das qualidades receptivas, nutridoras e protetoras femininas. A tarefa para retificar os excessos ou faltas deste arquétipo consta na identificação dos padrões positivos e negativos, reconhecendo e eliminando a auto-sabotagem, o alinhamento com os ciclos lunares e naturais, atividades físicas, interesse pela natureza, a definição do que precisa renovar, inovar, descartar, começar ou completar, a valorização da amizade com mulheres.

A sabedoria que Ártemis nos oferece nos dias de hoje é descobrir, defender e expressar a verdade e o poder pessoal, ter centramento e enfoque necessários para alcançar objetivos, complementar as polaridades internas e externas, ampliar os interesses saindo do micro e do individual para o macro e o global, unir razão e emoção, instinto e intuição, força e compaixão, rumo para a unificação e a total integração do ser.

Por Mirella Faur

Fonte:

segunda-feira, 14 de março de 2011

As 7 Deusas Gregas / O Feminino e seus Arquétipos




Arquétipos são fontes derradeiras daqueles padrões emocionais de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamentos.

No caso, arquétipo feminino é tudo o que pensamos com criatividade, inspiração, tudo o que acalentamos, amamentamos, gostamos, todas as fusões e impulsos de absorver, reproduzir, tudo o que nos impele à união e a proximidade humana, é lua, água, ciclo.

É receber, acolher, enfeitar, proteger, é lutar pelo bem dos amados, é ser onça, leoa, materna.

E, assim como não somos apenas o signo do Sol no nosso mapa, mas sim a conjunção de todos os signos e planetas, também não somos apenas um dos aspectos apresentados e sim todos os arquétipos, já que somos influenciados por eles no decorrer de um mesmo dia e na própria vida.

A abordagem mitológica ajuda na compreensão do ser humano e em seu posicionamento no mundo que o cerca.

O mito serve como elemento de orientação.

Assim como os pais ensinam os filhos como e a vida, relatando-lhes as experiências vividas, os mitos também fazem a mesma coisa, porém num sentido mais amplo, delineando padrões para a caminhada existencial, com o recurso da imagem e fantasia.

Jung vê o mito “como uma verdade profunda de nossa mente”.

Temos, como representação dos padrões arquetípicos femininos, sete exemplos retirados da Mitologia Grega que, de acordo com Jean Shinoda Bolen, psiquiatra junguiana, são a projeção dos arquétipos do sexo feminino.

Sua divisão se dá em:

1. Invulneráveis

* as três grandes deusas virgens:

Ártemis, Atená e Héstia - as quais nunca se deixaram dominar por seus pares masculinos.

2. Vulneráveis

* as três deusas:

Hera, Deméter-Coré ou Deméter-Perséfone, que foram violentadas, raptadas ou humilhadas por seus consortes.

3. Afrodite, que fecha os arquétipos e representa uma deusa alquímica.

Por estar sujeita a transmutações, tanto é a inspiradora dos amores carnais (Afrodite Urânia) como também o é do amor etéreo, superior (Afrodite Celeste).

As Sete Deusas Gregas

1. ARTÊMIS / DI

Ártemis (Lua): é a mulher atlética, que aprecia a vida ao ar livre e os animais. Ama a natureza e dedica-se á proteção do meio ambiente. Respeitada, sabe viver só e sente-se bem assim. Pode ser vingativa e cruel, se ultrapassarem o limite imposto por ela mesma no seus encontros; irmã gêmea de Apolo, deus do Sol. Sua mãe, Leto, era uma divindade da natureza, filha de Titãs. Seu pai era Zeus, deus líder do Olimpo. Deusa do parto.

· Pedido ao pai: arco e flechas, uma quadrilha de cães de caça, ninfas para acompanhá-la, uma túnica curta para correr, montanhas e selvas como seus lugares especiais e a castidade eterna. Seu pai lhe concedeu tudo e mais o privilegio de fazer suas próprias escolhas.

· Deusa da caça e da Lua – personifica o espírito feminino independente. Podia objetivar qualquer alvo e sempre acerta-lo.

· Capacidade de concentração e direcionamento possibilitam-na atingir qualquer meta.

· Como deusa virgem, era imune de se apaixonar e representa um sentido de integridade, uma atitude de cuidar de si mesma. Esse arquétipo possibilita a mulher sentir-se completa sem um homem.

· Representa as qualidades do movimento feminista: empreendimentos e competência, independência dos homens e das suas opiniões, e preocupação pelos atormentados, pelas mulheres fracas e pelos jovens. Irmandade entre as mulheres.

· Afinidade com a selva e a natureza não doméstica, responsável pela identificação que algumas mulheres experimentam entre si mesmas e a natureza, quando saem com mochilas pelas montanhas, adormecem no luar, caminham numa praia deserta etc.

a) Trabalho: Empenha-se no trabalho que tem valor subjetivo para ela. É estimulada pela competição e não se amedronta com oposição. Os interesses perseguidos por ela não têm valor comercial e não conduzem a uma carreira. Algumas vezes, o interesse é tão pessoal ou fora do comum, tão absorvente quanto ao tempo, que a falta de sucesso no mundo ou a falta de relacionamentos são garantidos.

b) Homens: Fraternal.

· Como sua irmã, Apolo é andrógeno. O casal Ártemis-Apolo é o modelo mais comum de relacionamentos da mulher-Artemis. Pode resultar num casamento assexuado, amigável.

Algumas mulheres até casam com homossexuais e valorizam o companheirismo e a independência que cada parceiro permite ao outro.

· O 2º padrão comum é o de envolvimento com homens que as sustentam. Tal homem é uma pessoa com a qual ela se sente à vontade. Se for incompatível pode lembrar os conflitos pai-filha: o marido não aprova suas atitudes, é rebelde etc.

· O 3º tipo de homem atraído pela pureza de Ártemis, sua virgindade e identificação com a natureza primitiva, é o tipo Hipólito, um jovem atraente, que se dedicou a deusa Ártemis e ao celibato. Tais homens que parecem ser tão puros, ficam ofendidos pela sexualidade pura e simples. Eles podem estar na fase final da adolescência ou no começo da fase adulta e ser castos.

c) Filhos: Estar grávida ou amamentando não é motivo de realização para a mulher - Ártemis. Não sente atração para ser mãe, no entanto gosta de crianças. Quando mães, encorajam a independência, ensinam seus filhos a se defenderem sozinhos e pode ser cruel na defesa deles.

Não olham para trás com saudades da época que eram bebês, olham para frente, quando seus filhos serão independentes.

2 - ATENAS OU MINERVA

Atená – Palas: mulher extremamente profissional e prática, busca realizar-se numa carreira onde possa mostrar sua sabedoria. Equilíbrio, cultura e educação. Não briga à toda, envolvendo-se em causas justas, às quais defende com argumentos irrefutáveis, o que lhe concede quase sempre o merecimento da vitória.

· Filha do pai: Saltou da cabeça de Zeus, usando uma lança aguda numa das mãos, emitindo um grito de guerra.

· Protetora, conselheira e patrona de homens heróicos, tomou o partido da patriarquia.

· Como deusa da sabedoria, era cohecida por suas vitórias e soluções práticas. Como arquétipo, é seguida por mulheres de mente lógica, governadas pela razão.

· Quando a mulher reconhece o modo intenso com que sua mente trabalha, como uma qualidade feminina, ela pode desenvolver uma auto-imagem positiva, ao invés de se amedrontar de estar masculinizada.

· Como deusa virgem, é como Ártemis, motivada por suas próprias prioridades. Difere desta no sentido que procura a companhia dos homens, precisa estar no meio da ação e do poder masculino.

· Personifica o “adulto sensível” com sua conformidade aos padrões adultos tradicionais e a falta de romantismo ou idealismo.

· É estrategista e eficaz para a guerra e outros assuntos políticos

· Como deusa das artes faz coisas que eram ao mesmo tempo úteis e esteticamente agradáveis.

· Enquanto arquétipo de “filha do pai”, representa a mulher que tende aos homens poderosos, que têm autoridade e poder (homem patrão). Muitas secretárias têm esse tipo.

· Vive o justo meio termo, nunca os excessos.

· Estar encouraçada é seu traço. As defesas intelectuais conservam tal mulher longe do sofrimento. No meio da agitação emocional, permanece impermeável, enquanto observa, qualifica e analisa o que esta acontecendo.

· Mulher Atenas: Prática, desconfiada, desinibida, segura. Tipicamente tem boa saúde, não tem conflitos mentais e é fisicamente ativa. Usa roupas práticas, duráveis e sem influência da moda.

a) Trabalho: trabalha em direção a um fim, aceita a realidade e se adapta. No lar, se sobressai nas artes domésticas, usando sua mente prática e olho estético para dirigir uma ordem doméstica eficiente.

b) Relação com as mulheres: Distante ou evitada. Têm falta de amigas. Competitiva.

c) Relação com os homens: Atrai-se por homens bem sucedidos, e não tem paciência com pessoas sonhadoras. Para ela, adjetivos como neurótico, bom coração e sensível, descrevem os perdedores. Só os heróis tem vez. Gosta dos homens como amigos ou mentores, e não tanto como amantes.

d) Filhos: Como mãe, não vê a hora de seus filhos chagarem a maturidade para fazerem projetos juntos, e mostrar-lhes a vida. Adora filhos competitivos, extrovertidos e intelectualmente curiosos.

3 - HÉSTIA OU VÉSTIA

· Recusou-se a casar, permanecendo virgem para sempre. Então Zeus, lhe concedeu um privilégio, ao invés de um presente de casamento: ela tem seu lugar no centro da casa para receber o melhor em ofertas.

· Proporciona a mulher sentimento de integridade e inteireza. Se concentra em sua experiência interior subjetiva. Fica absorvida quando medita.

· Seu modo de aprender, é olhando-se interiormente, e sentir-se intuitivamente.

· Deusa da lareira: arquétipo ativo nas mulheres que acham que cuidar do lar equivale à meditação. Este arquétipo de desenvolve em comunidades religiosas.

· Arquétipo da mulher sábia que tudo passou e viu, portanto experiente.

a) Trabalho: falta-lhe ambição e ímpeto, não valoriza o poder. Destacam-se em profissões em que se requer calma e paciência.

b) Mulheres: tem poucos amigos e não se interessa por conversa fiada, política ou intelectual. Seu dom é ouvir com o coração compassivo, permanecendo centrada no meio de qualquer perturbação que uma amiga lhe traga, proporcionando um lugar caloroso ao lado de “sua lareira”.

c) Homens: sexo não é muito importante. Sexo é como vir para casa ou um santuário. Adapta-se a forma tradicional do casamento. É fiel, embora não exija fidelidade. Pode aparentar dependência, porém mantém sua autonomia interior, uma em si mesma. Não precisa de um homem para sentir-se emocionalmente completa. Ela prefere cuidar do lar, aprecia a autonomia de decidir como será sua casa e gosta do amparo econômico que lhe permite tempo para sua dedicação.

d) Filhos: Pode ser um pouco desligada como mãe, quando se volta para o interior, e seu amor pode ser uma sombra por demais impessoal e não demonstrado. Mas usualmente dá aos filhos amor e atenção. Permite aos filhos que sejam eles próprios pois não tem ambições para eles. Seus filhos não precisam se rebelar.

4 - HERA OU JUNO

Hera – (Juno): mulher ligada ao poder. São as líderes políticas, governantes, regentes. Por outro lado, são apegadas à tradição, não abrindo mão de um casamento convencional, com moralidade, fidelidade e companheirismo, sendo boas esposas e “imperatrizes” em suas casas.

· Irmã e esposa de Zeus. Ciumenta, sua raiva dirigia-se à “outra” e nunca à Zeus. Outras essas que haviam sido enganadas. Hera vingava-se nelas em seus filhos ou nos espectadores.

· Representa os três estados na vida da mulher: virgindade, casamento, separação e viuvez.

· Representa o desejo ardente de ser esposa. É capaz de se estabelecer numa relação, ser leal e fiel, suportando dificuldades com o companheiro.

· Casamento aqui tem três aspectos: a satisfação de uma necessidade interior, reconhecimento exterior entre marido e esposa e luta pela totalidade através do “matrimônio sagrado”.

· Reage a perda com raiva e não com depressão.

a) Trabalho: aspecto secundário em sua vida, porém pode ser boa e alcançar êxito aí. Contudo, se não for casada, se sentirá fracassada.

b) Mulheres: Quando está só, mantém relações sociais, mas casada se afasta das amigas. Suas amizades não são aprofundadas.

c) Homens: atraída por homens de sucesso. Supõe que sexualidade e casamento vêm juntos. Depende do marido para despertá-la sexualmente. A idéia de sexo submisso provavelmente surgiu com ela. O dia de seu casamento é o mais significativo de sua vida, na qual não existe a palavra divórcio.

d) Filhos: São parte de sua função como esposa. Não é muito maternal, a menos que Deméter apareça. Pode chegar a usar os filhos para manter o marido.

5 - DEMÉTER OU CERES

Deméter - é a mulher-mãe. Gosta de estar grávida, de amamentar e de cuidar de crianças. Geradora não só da vida mas também de sentimentos, emoções, experiências. É a que protege, acolhe e alimenta, é a que se apresenta com reservas aparentemente inesgotáveis de energia. A que cuida de tudo o que é pequeno, carente e sem defesa. entre os dois mundos, não temendo a morte.

· Deusa do cereal, nutridora e mãe.

· 4ª esposa real de Zeus, também seu irmão, com quem teve uma única filha: Perséfone.

· O rapto de Perséfone: Ela estava colhendo flores quando foi atraída por uma flor. Ao estender a mão para pegá-la, o solo abriu-se emergindo das profundezas da terra, Hades em sua carruagem de ouro puxada por cavalos pretos. Ele apoderou-se dela e sumiu. Deméter ouviu os gritos e procurou-a por 9 dias e 9 noites, sem nunca comer, beber, nem dormir. Ela retirou-se do Olimpo indignada. Assim, nada podia nascer. Então Zeus implorou a Deméter que voltasse. Ela recusou-se e disse só mudar de opinião se Perséfone voltasse. Zeus trouxe a deprimida Perséfone de volta, mas antes Hades lhe deu algumas doces sementes de romã, que ela comeu. Correram, mãe e filha e se abraçaram, então Deméter pergunta se ela havia comido algo no mundo das trevas. Em caso negativo, ela seria completamente devolvida à mãe. Mas por haver comido, passaria dois terços do ano com a mãe e o restante com Hades.

· Arquétipo da mãe, fornecedora de alimentos materiais e espirituais. Motiva as mulheres a nutrirem os outros, serem generosas no dar. Representa o instinto materno, o desejo de estar grávida e de ter bebê, ou ainda ser mãe de criação, babá ou algo no qual possa expressar o amor maternal. Como mãe angustiada, vive em depressão.

a) Trabalho: Profissões educativas ou de assistência, inclinadas a empregos “femininos”.

b) Mulheres: Qualquer inveja ou ciúme será em relação aos filhos. Sendo estéril, sente-se amargurada pela gravidez de outra. Ressente-se com as feministas por desvalorizarem o papel da maternidade; querem ser mães tempo integral e agora sentem-se pressionadas a trabalhar fora do lar. Têm muitas amigas com as quais trocam apoio emocional.

c) Homens: Atrai homens que se afinam com mulheres maternais. Não escolhe, é escolhida, e pode permanecer com um homem por pena. Têm muita expectativa sobre os homens, mas frequentemente os vê como “eternos meninos”. Sua sexualidade não é muito importante. É ardente, afeutuosa e feminina, mas prefere mais ser abraçada do que fazer amor. Algumas são puritanas com sexo. Dão mais importância à amamentação do filho do que a fazer sexo com o marido.

d) Filhos: São mães extremamente dedicadas ou terríveis. Só têm consciência de suas intenções positivas, não dos elementos negativos, que, por vezes, envenenam seu relacionamento com os filhos. Quando é “deixada pelo filho”, sente que seu senso de significado foi raptado, pois seu filho era como uma extensão de si mesma, compartilhando os mesmos valores. Vive deprimida e zangada, e pára de atuar como mãe. Algumas temem o abandono desde que a criança nasce, e assim, limitam a independência e o relacionamento com os outros. Pode ser do tipo que nunca diz não ao filho, não estabelecendo limites.

6- PERSÉFANE OU CORÉ

Perséfone: mulher atraída pelo mundo espiritual, pelo que está oculto modesta e discreta, mostra-se misteriosa e mística, reservada e inquietante. Vive dividida entre o mundo real e o desconhecido, Poder ter pensamentos sombrios, apesar de compreender o hiato que existe. Ao voltar do inferno, diz a mãe que foi obrigada por Hades a comer, o que não era verdade. Deméter aceita a história e o padrão cíclico se segue.

· Enquanto personalidade, predispõe a mulher a não agir, e sim, a ser conduzida pelos outros, a ser complacente na ação e passiva na atitude.

· Coré significa “jovem anônima”, representando a jovem que não sabe quem é e está inconsciente de seus desejos e força. Sua atitude é de eterna adolescente indecisa.

· Como arquétipo de “filha da mãe”, acredita que a mãe sabe melhor qualquer coisa, quer agradar a mãe, sendo obediente.

· Como arquétipo da “mulher-criança” (antes do rapto), vive inconsciente de sua sexualidade e beleza, permanecendo assim, em geral, pelo resto da vida.

· O aspecto de rainha do inferno e guia do mesmo, desenvolve um resultado de experiência e crescimento. Simbolicamente, o inferno pode representar camadas mais profundas da psiquê. E neste caso, representa a habilidade de movimentar-se de um lado para outro, entre a realidade do "mundo real" baseada no ego e o inconsciente ou realidade arquetípica da psiquê. Quando este arquétipo está ativo, é possível para a mulher integrar os dois aspectos em sua personalidade.

· As mulheres Perséfone, podem permanecer receptivas à mudança e jovens de espírito durante toda a vida.

a) Trabalho: Inclina-se a ter vários empregos, ao invés de uma profissão, e tende para onde a família e os amigos estão. Se sobressai em empregos que não requerem iniciativa ou persistência. Gosta quando tem um patrão a quem agradar. Embora o trabalho não seja importante, pode tornar se diferente com o aspecto rainha do inferno. Então vai entrar num campo criativo, psicológico ou espiritual.

b) Mulheres: Sente-se bem com jovens como ela, e habitualmente experimenta novas situações em companhia de outras garotas, e não sozinha. Se é bonita, atrai mulheres amigas que não pensam em si mesmas como mulheres femininas, e acabam projetando sua feminilidade não desenvolvida nela, passando a tratá-la como alguém especial. Se for tratada como frágil durante a vida, assumirá esse papel. Sua amiga mais íntima, geralmente, tem forte personalidade. Perséfone evoca respostas maternais em suas relações com as mulheres.

c) Homens: Três tipos são atraídos por ela: os tão jovens e inexperientes como ela; os malandros atraídos por sua inocência e homens que não se sentem confortáveis com mulheres amadurecidas.A relação com um homem pode ser o meio que a faz separar-se da mãe dominadora. A mulher na fase Perséfone jovem, é como Bela Adormecida ou Branca de Neve, inconsciente de sua sexualidade, espera o príncipe vir acordá-la. E então, se descobrem mulheres apaixonadas, um efeito positivo em sua auto-estima, pois antes sentia-se uma garota disfarçada de mulher. Por natureza, se submetem a opinião da pessoa mais forte. Não são competitivas e nem atrevidas.

d) Filhos: Não se sente autêntica como mãe, sendo insegura ( precisa ter Deméter ativada para sentir-se mãe). Pode alimentar a imaginação de seus filhos e capacidade de brincar, compartilhando esses aspectos de si mesma com eles. Se ela cresceu além de Coiré-Perséfone, pode criá-los com vistas a valorizar a vida interior como fonte de criatividade.

7 - AFRODITE OU VÊNUS

Afrodite - Vênus: é a mulher que se deixa levar pelo amor. Feminina, atraente, pode vir a usar o amor como arma mortal, satisfazendo seus desejos. Sensual, sensível e refinada, está voltada principalmente para os relacionamentos humanos, para a beleza e inspiração nas artes.

· A mais bela das deusas.

· Seu arquétipo governa o prazer do amor e da beleza, da sexualidade e da sensualidade das mulheres.

· Afrodite impele as mulheres a preencherem funções criativas e procriativas, toda mulher apaixonada está embebida deste arquétipo.

· É mais reconhecida pela sua atratividade do que por sua aparência. Seu arquétpo cria um carisma pessoal, um magnetismo.

a) Trabalho: Deve envolvê-la emocionalmente e gosta de variedade e intensidade. Somente quando está totalmente ocupada criativamente é que age bem. Assim, é provável ser encontrada na arte, música, escrita, dança, terapeuta, professora. Faz o que gosta, não o que dá dinheiro.

b) Mulheres: Estimula ciúme, e medo de perda em muitas mulheres que veem seus maridos reagindo a elas com crescente animação. Afrodite se abala com tais cenas de ciúmes, pois ela não é possessiva nem ciumenta. Têm várias amigas extrovertidas como ela. Algumas mulheres descobrem Afrodite através de relações com o mesmo sexo.

c) Homens: Tendem para homens que não são bons para elas, geralmente criativos, complicados, mal humorados ou emotivos. Tais homens não objetivam postos elevados ou autoridade, e não querem chefiar assuntos domésticos ou serem maridos ou pais.

d) Filhos: Gostam de crianças, o que é recíproco. E consegue um nível de comunicação profundo com a criança, através de seu olhar não julgador e compreensivo. Inspira os filhos com seu entusiasmo. Seus filhos geralmente têm sucesso. Ela sabe cativar os filhos, o que pode causar danos: complexos de Édipo etc.

Fonte:
roda de mulheres

sábado, 12 de março de 2011

Animais de Poder



Uma das ferramentas mais poderosas para o crescimento pessoal do xamã é o trabalho com os espíritos animais. Para os mais experientes neste caminho, os animais podem aparecer frequentemente, principalmente quando se necessitam do auxílio deles. Mas encontrar um Animal de Poder às vezes pode ser uma tarefa difícil.


O modo mais fácil para começar a trabalhar com os animais de poder é estudar primeiro as habilidades naturais do animal e seus modos de como metaforicamente você vai aplicá-las em diversas situações na vida.

Por exemplo, por causa de sua visão, a águia poderia lhe ajudar a manter uma visão de suas verdadeiras metas. Um imagem de uma águia capturando sua presa é uma ferramenta poderosa para ajudá-lo alcançar metas. Tais imagens servem para lhe dar a força que você precisa para manter sua visão e metas.

Também estudando os modos naturais do seu animal, ajuda a criar um laço poderoso entre você e seu animal, permitindo assim o ajudar até mesmo em sua vida.


Estude também algum outro significado que esse animal pode ter em outras culturas. Por exemplo, para alguns: o urso representa introspecção, o colibri representa alegria, e o leopardo representa poder interno. Nós podemos usar estes mitos para nos ajudar a conectar com nossos animais de poder e como um enfoque para entender o que esses animais vieram nos ensinar.


Assim que você estabelecer uma conexão forte com seu animal de poder, você poderá convocá-lo quando desejar para auxiliá-lo e aconselhá-lo. Geralmente essa comunicação se dá pela jornada xamânica ou uma voz interna.


Outro modo xamânico que você pode usar para conectar os seus animais de poder, é utilizar um enfoque ou um objeto físico para representar o animal, que pode ser um quadro, uma imagem, uma reprodução em miniatura, uma parte do corpo (p.ex: um dente, uma asa). Qualquer um desses objetos poderão ser-lhe útil em sua conexão com ele. Segure o objeto e procure sentir a energia fluindo pelas mãos e tomando conta de todo seu ser dando-lhe a paz e o respeito necessário para a conexão.


Outro modo xamânico de conectar com seu animal é imitar o movimento dele. Este é um modo saudável para conectar com seu animal. Exercite esses movimentos para livrar-se da tensão. Combinando esses movimentos através da dança, você verá que esse ritual irá ajudar o fortalecimento espiritual e a sua conexão com seu animal.


É muito importante dentro do xamanismo, que você se transforme regularmente no seu animal, para que ele sinta-se satisfeito e possa permanecer ao seu lado. Esse espírito animal que existe na nossa mente-corpo, deseja ter a alegria de existir na forma material. Temos que encarar esse fato como uma permuta, pois tal como o ser humano deseja sentir a realidade incomum tornando-se um xamã, também o animal de poder deseja sentir a nossa realidade entrando no corpo de um ser humano vivente. E você pode fazê-lo imitando os seus movimentos, criando uma dança que vai possibilitar o animal se expressar através de seu corpo.


Não só a dança é um meio de manter o animal ao nosso lado. Outro modo para expressar seu modo de vida, é lançar do artifício das emoções, imitando os filhotes do seu animal.  Sinta o piar, grunhir, uivar, entre outros. Estes filhotes representam a dor de experiências passadas, como também ajudam a aumentar sua conexão com o animal.


Na maioria das vezes esses animais são seus aliados, e para saber isso é melhor pedir uma confirmação física de algum tipo. Entre em sua mente e pergunte se tal animal é seu aliado: peça que ele revele isto para você de alguma maneira dentro de uma semana. A confirmação pode ser de muitas formas: achando pegadas, vendo um programa de televisão onde aparece o animal, quadros ou estatuetas dos animais. Espere para ver o que vai acontecer. Você poderá ser surpreendido!


Se após você receber a confirmação, ainda esteja com dúvidas, peça uma confirmação física uma vez mais. Não se preocupe caso não receba nenhuma confirmação, você pode tentar outras técnicas para achar seus animais de poder.


Para que você comece a trabalhar com seu animal de poder, tudo o que você precisa, é ter respeito por seu animal. Lembre-se que o animal veio fazer com você uma parceria que visa orientar você em seu crescimento pessoal e espiritual.



Fonte:
somos todos um

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Consciência Ecológica: O Barro e os 4 Elementos da Natureza



O contato com a energia da terra desperta a sensibilidade, alivia as tensões e satisfaz os mais profundos e primitivos instintos humanos da natureza criativa.

É um material vivo que nos coloca em contato com a natureza e os quatros elementos: terra, água, ar e fogo, despertando a consciência para a natureza e possibilitando o reconhecimento da nossa natureza interna.


O Homem faz parte da natureza e por várias circunstâncias acaba se afastando dela e também de si mesmo.

Trabalhar o barro é a oportunidade de resgatar o contato com a natureza, é um re-encontro e um re-conhecimento de si.


O Barro é terra, água, ar e fogo. Ao tocar no barro, o processo começa, e a terra fria é experimentada aguçando as sensações e aí podemos voltar no tempo acessando nossas raízes, nossas memórias.

Trabalhar o elemento terra no barro é poder entrar em contato com a nossa terra interna que nos dá sustentação. É poder enraizar para achar o eixo, o equilíbrio e assim, obter nutrição e acolhimento.

Para Chevalier e Geerbrant a terra é símbolo da origem da vida, que sustenta, nutre e acolhe e também é símbolo ligado às raízes.


A água que contém no barro é responsável pela maleabilidade e flexibilidade no processo da modelagem.

Trabalhar o elemento água no barro é poder entrar em contato com a nossa água interna, com o movimento, com as emoções, que à medida que vamos modelando-a, vamos colocando a energia em movimento.

É a fluidez da água que ajuda dar forma às sensações, sentimentos e pensamentos.

Segundo Chevalier e Geerbrant a água é símbolo de expansão, fluidez, purificação e fonte de vida e também objeto da fantasia que acolhe as emoções, a sensibilidade e a intuição.


O elemento ar entra para secar a peça modelada.

E é no processo de secagem que a forma modelada muda de cor, se estrutura buscando uma solidez interna. É um processo lento e intenso.

Trabalhar o ar no barro é se dar conta do ar que respiramos, do nosso potencial criativo, do poder de criação que ao comunicar liberta.

Quando estamos inspirados ficamos mais perto do nosso ser criativo.

Chevalier e Geerbrant nos diz que o ar é o símbolo de liberdade, de criação e de comunicação.


A peça modelada está pronta para ser comunicada e colocada no forno alquímico é então o momento do elemento fogo entrar em ação para transformar o barro em cerâmica.

Trabalhar o elemento fogo no barro é se conscientizar que a matéria mudou. Há uma mudança interna significativa.

Para Gouvêa levar uma peça ao forno é não saber com precisão absoluta qual será a reação da matéria.

"Esse é um momento de grande emoção, de pura emoção. É o momento do fogo da emoção e no homem, só há vida onde há emoção".

No forno tudo pode acontecer inclusive, a peça explodir. O fogo é símbolo purificador, regenerador e transformador, o fogo ilumina, mas também pode destruir.


Vivenciar os quatro elementos da natureza no barro é possibilitar o encontro com o criativo desde o momento de tocar, de sentir a massa, de dialogar com ela até dar forma às sensações experimentadas, às emoções escondidas e às imagens em ação.

É no contato com a massa fria, escura que entramos no espaço silêncio do barro para "dar forma à verdade interior, libertando o ser das amarras do mundo imaginário restrito. A energia em movimento amplia consciência e resgata a vocação da alma".


O diálogo dos quatro elementos no barro faz a energia fluir abrindo-se à fonte energética da natureza.

Para que haja uma conexão com o ritmo da natureza é preciso deixar a energia em movimento, em ritmo de criação para expandir a consciência, uma consciência ecológica que sustenta o emocional, que liberta e transforma a matéria.


Por Regina Fiorezzi Chiesa

rchiesa@ uol. com. br


Fonte:
Livros/Referências Bibliográficas

*CHIESA, Regina Fiorezzi; FABIETTI, Deolinda. A Arte e os 4 Elementos. In: ALLESSANDRINI, Cristina Dias (org.). Tramas Criadoras na Construção do Ser Si Mesmo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
*CHIESA, Regina Fiorezzi. O Diálogo com o Barro o Encontro com o Criativo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004
*CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. 10 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996.

*GOUVÊA, Alvaro Pinheiro. Sol da Terra. São Paulo: Summus, 1989.