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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Mascarados de Cora Coralina







Mascarados

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.

Ele semeava tranquilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.

Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.

Cora Coralina


quinta-feira, 1 de junho de 2017

Poema 'Todas as Vidas' de Cora Coralina






Todas as Vidas


Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço…
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo…
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
-Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida –
a vida mera
das obscuras!

Cora Coralina


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Poema O Cântico da Terra de Cora Coralina







O Cântico da Terra

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranquila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranquilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.


Cora Coralina


quarta-feira, 8 de março de 2017

Poema Todas as Vidas de Cora Coralina







Todas as Vidas


"Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço…
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo…
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida
a vida mera
das obscuras."

Cora Coralina



quarta-feira, 1 de março de 2017

Poeminha Amoroso de Cora Coralina







Poeminha Amoroso

"Este é um poema de amor 
tão meigo, tão terno, tão teu... 
É uma oferenda aos teus momentos 
de luta e de brisa e de céu... 

E eu, 
quero te servir a poesia 
numa concha azul do mar 
ou numa cesta de flores do campo. 

Talvez tu possas entender o meu amor. 

Mas se isso não acontecer, 
não importa. 

Já está declarado e estampado 
nas linhas e entrelinhas 
deste pequeno poema, 
o verso; 
o tão famoso e inesperado verso que 
te deixará pasmo, surpreso, perplexo... 
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

Cora Coralina


terça-feira, 12 de julho de 2016

Poema Das Pedras de Cora Coralina






Das Pedras


Ajuntei todas as pedras
que vieram sobre mim.
Levantei uma escada muito alta
e no alto subi.
Teci um tapete floreado
e no sonho me perdi.

Uma estrada,
um leito,
uma casa,
um companheiro.
Tudo de pedra.

Entre pedras
cresceu a minha poesia.
Minha vida…
Quebrando pedras
e plantando flores.

Entre pedras que me esmagavam
Levantei a pedra rude
dos meus versos.

Cora Coralina


domingo, 1 de março de 2015

Todas as Vidas de Cora Coralina





Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé
do borralho,
olhando para o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço…
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, pai-de-santo…
Vive dentro de mim
a lavadeira
do Rio Vermelho.
Seu cheiro gostoso
d’água e sabão.
Rodilha de pano.
Trouxa de roupa,
pedra de anil.
Sua coroa verde
de São-caetano.
Vive dentro de mim
a mulher cozinheira.
Pimenta e cebola.
Quitute bem feito.
Panela de barro.
Taipa de lenha.
Cozinha antiga
toda pretinha.
Bem cacheada de picumã.
Pedra pontuda.
Cumbuco de coco.
Pisando alho-sal.
Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada,
sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim
a mulher roceira.
Enxerto de terra,
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos,
Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo ser alegre
seu triste fado.
Todas as vidas
dentro de mim:
Na minha vida
a vida mera
das obscuras!

Cora Coralina

sexta-feira, 19 de julho de 2013

... feliz...






"Feliz aquele que transfere o que sabe
e aprende com o que ensina."

Cora Coralina


domingo, 14 de outubro de 2012

Quem é poeta?


“Poeta, não é somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia,
se extasia sensível ao achado de uma rima, 
à autenticidade de um verso.”

Cora Coralina

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

...sabedoria...


"O saber se aprende com os mestres.
A sabedoria, só com o corriqueiro da vida."

Cora Coralina

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Se for para semear...




"Se temos de esperar,
que seja para colher
a semente boa 
que lançamos hoje
no solo da vida.

Se for para semear,
então, que seja
para produzir milhões de sorrisos.
de solidariedade e amizade."


Cora Coralina

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Se a gente cresce...



"Se a gente cresce
com os golpes duros da vida,
também podemos crescer
com os toques suaves da alma."

Cora Coralina


Fonte da Imagem:

Contato de Vicente Moura Cersosimo
E-mail: vincenzo600@hotmail.com

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Assim eu vejo a vida... Por Cora Coralina


 
Assim eu vejo a vida


A vida tem duas faces:

Positiva e negativa

O passado foi duro
mas deixou o seu legado

Saber viver é a grande sabedoria

Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.

Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo

Aprendi a viver.



Cora Coralina


Biografia


Cora Coralina (Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas) [20/08/1889 — 10/04/1985] é a grande poetisa do Estado de Goiás.
Em 1903 já escrevia poemas sobre seu cotidiano, tendo criado, juntamente com duas amigas, em 1908, o jornal de poemas femininos "A Rosa".
Em 1910, seu primeiro conto, "Tragédia na Roça", é publicado no "Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás", já com o pseudônimo de Cora Coralina.
Em 1911 conhece o advogado divorciado Cantídio Tolentino Brêtas, com quem foge.
Vai para Jaboticabal (SP), onde nascem seus seis filhos: Paraguaçu, Enéias, Cantídio, Jacintha, Ísis e Vicência.
Seu marido a proíbe de integrar-se à Semana de Arte Moderna, a convite de Monteiro Lobato, em 1922.
Em 1928 muda-se para São Paulo (SP).
Em 1934, torna-se vendedora de livros da editora José Olimpio que, em 1965, lança seu primeiro livro, "O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais".
Em 1976, é lançado "Meu Livro de Cordel", pela editora Cultura Goiana.

Em 1980, Carlos Drummond de Andrade, como era de seu feitio, após ler alguns escritos da autora, manda-lhe uma carta elogiando seu trabalho, a qual, ao ser divulgada, desperta o interesse do público leitor e a faz ficar conhecida em todo o Brasil.

Sintam a admiração do poeta, manifestada em carta dirigida a Cora em 1983:


"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia (...)."

Editado pela Universidade Federal de Goiás, em 1983, seu novo livro "Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha", é muito bem recebido pela crítica e pelos amantes da poesia.
Em 1984, torna-se a primeira mulher a receber o Prêmio Juca Pato, como intelectual do ano de 1983.
Viveu 96 anos, teve seis filhos, quinze netos e 19 bisnetos, foi doceira e membro efetivo de diversas entidades culturais, tendo recebido o título de doutora "Honoris Causa" pela Universidade Federal de Goiás. No dia 10 de abril de 1985, falece em Goiânia. 
"Estórias da Casa Velha da Ponte" é lançado pela Global Editora.
Postumamente, foram lançados os livros infantis "Os Meninos Verdes", em 1986, e "A Moeda de Ouro que um Pato Comeu", em 1997, e "O Tesouro da Casa Velha da Ponte", em 1989.

Ana Lins de Guimarães Peixoto Bretas publicou seu primeiro livro aos 75 anos de idade.
Ficou famosa principalmente quando suas obras chegaram até as mãos de Carlos Drummond de Andrade, quando ela tinha quase 90 anos de idade.

Sua obra se caracteriza pela espontaneidade e pelo retrato que traça do povo do seu Estado, seus costumes e seus sentimentos.


Alguns dos prêmios que recebeu:

- Doutor Honoris Causa - Universidade Federal de Goiás (1983)
- Troféu Juca Pato - União Brasileira dos Escritores (1983)
- Troféu Cora Coralina - Coordenadoria de Moral e Civismo da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro (1982)
- Grande Prêmio da Crítica - Associação Paulista de Críticos de Arte



Fonte:
vila boa de goias

sábado, 16 de outubro de 2010

Antiguidades / Cora Coralina








Antiguidades

Quando eu era menina
bem pequena,
em nossa casa,
certos dias da semana
se fazia um bolo,
assado na panela
com um testo de borralho em cima.

Era um bolo econômico,
como tudo, antigamente.

Pesado, grosso, pastoso.
(Por sinal que muito ruim.)

Eu era menina em crescimento.

Gulosa,
abria os olhos para aquele bolo
que me parecia tão bom
e tão gostoso.

A gente mandona lá de casa
cortava aquele bolo
com importância.

Com atenção.

Seriamente.

Eu presente.

Com vontade de comer o bolo todo.

Era só olhos e boca e desejo
daquele bolo inteiro.

Minha irmão mais velha
governava.

Regrava.

Me dava uma fatia,
tão fina, tão delgada...

E fatias iguais às outras manas.

E que ninguém pedisse mais !

E o bolo inteiro,
quase intangível,
se guardava bem guardado,
com cuidado,
num armário, alto, fechado,
impossível.

Era aquilo, uma coisa de respeito.

Não pra ser comido
assim, sem mais nem menos.

Destinava-se às visitas da noite,
certas ou imprevistas.

Detestadas da meninada.

Criança, no meu tempo de criança,
não valia mesmo nada.

A gente grande da casa
usava e abusava
de pretensos direitos
de educação.

Por dá-cá-aquela-palha,
ralhos e beliscão.

Palmatória e chineladas
não faltavam.

Quando não,
sentada no canto de castigo
fazendo trancinhas,
amarrando abrolhos.

"Tomando propósito".

Expressão muito corrente e pedagógica.

Aquela gente antiga,
passadiça, era assim:
severa, ralhadeira.

Não poupava as crianças.

Mas, as visitas... Valha-me Deus !...

As visitas...

Como eram queridas,
recebidas, estimadas,
conceituadas, agradadas!

Era gente superenjoada.

Solene, empertigada.

De velhas conversar
que davam sono.

Antiguidades...

Até os nomes, que não se percam:
D. Aninha com Seu Quinquim.

D. Milécia, sempre às voltas
com receitas de bolo, assuntos
de licores e pudins.

D. Benedita com sua filha Lili.

D. Benedita - alta, magrinha.

Lili - baixota, gordinha.

Puxava de uma perna e fazia crochê.

E, diziam dela línguas viperinas:
"- Lili é a bengala de D. Benedita".

Mestre Quina, D. Luisalves,
Saninha de Bili, Sá Mônica.

Gente do Cônego Padre Pio.

D. Joaquina Amâncio...

Dessa então me lembro bem.

Era amiga do peito de minha bisavó.

Aparecia em nossa casa
quando o relógio dos frades
tinha já marcado 9 horas
e a corneta do quartel, tocado silêncio.

E só se ia quando o galo cantava.

O pessoal da casa,
como era de bom-tom,
se revezava fazendo sala.

Rendidos de sono, davam o fora.

No fim, só ficava mesmo, firme,
minha bisavó.

D. Joaquina era uma velha
grossa, rombuda, aparatosa.

Esquisita.

Demorona.

Cega de um olho.

Gostava de flores e de vestido novo.

Tinha seu dinheiro de contado.

Grossas contas de ouro
no pescoço.

Anéis pelos dedos.

Bichas nas orelhas.

Pitava na palha.

Cheirava rapé.

E era de Paracatu.

O sobrinho que a acompanhava,
enquanto a tia conversava
contando "causos" infindáveis,
dormia estirado
no banco da varanda.

Eu fazia força de ficar acordada
esperando a descida certa
do bolo
encerrado no armário alto.

E quando este aparecia,
vencida pelo sono já dormia.

E sonhava com o imenso armário
cheio de grandes bolos
ao meu alcance.

De manhã cedo
quando acordava,
estremunhada,
com a boca amarga,
- ai de mim -
via com tristeza,
sobre a mesa:
xícaras sujas de café,
pontas queimadas de cigarro.

O prato vazio, onde esteve o bolo,
e um cheiro enjoado de rapé.


Cora Coralina

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Considerações de Aninha / Cora Coralina






Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos



Cora Coralina

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mascarados Por Cora Coralina



Mascarados



Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.




Cora Coralina

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O que importa na vida...



"O que importa na vida
não é o ponto de partida,
mas a caminhada.

Caminhando e semeando,
no fim terás o que colher!"

Cora Coralina

sábado, 21 de agosto de 2010

Se...




"Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa
que lançamos hoje no solo da vida.

Se for para semear,
então que seja para produzir
milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade."




Cora Coralina