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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Lista de Desejos e Resoluções para 2013


E lá vamos nós outra vez! 

Um novo ano já vai começar. 

E é senso comum que muitas pessoas - os que seguem o calendário gregoriano, ocidental - sintam a necessidade de mudança ou o desejo de fazer as coisas de um jeito melhor. 

Talvez a época das festas, o Espírito do Natal e todas as celebrações da véspera de Ano Novo nos inspirem a pensar em metas, em ser melhores e também a criar a famosa “lista de Resoluções de ano novo”. 

Mas, você já prestou atenção em sua “lista”? 

Por quantos anos mais você vai manter a promessa para si e aos outros de que vai fazer isso ou deixar de fazer algo? 

Por que as pessoas decidem pensar melhor e mais profundamente sobre suas vidas e comportamento em dezembro ou janeiro? 

Por que as pessoas pensam sobre seus erros ou uma maneira de fazer as coisas melhor e diferentes nesta época do ano? 

Novas metas, sonhos, projetos vêm à sua mente e um desejo de fazer as coisas “direito” neste momento. 

Mas, acredito que a “data” para iniciar ou reiniciar esses projetos poderia ser qualquer dia. 

Por que em vez de fazer uma “lista de desejos de ano novo”, não fazer uma “Lista para a vida toda”? 

Então, comece agora! 

Não importa se dezembro já era. 

Sua vida está acontecendo agora! 

O ano novo, dia ou segundo está acontecendo agora! 

Pense sobre todas as coisas que você gostaria de fazer. 

Não se preocupe se soar estranho ou impossível. 

Este exercício é perfeito para criar metas positivas e fazer você sonhar e agir para realizá-las. 

Limpe sua casa, seu escritório, seu computador, seu armário... e toda a confusão que você está enfrentando. 

Se você não usou algo nos últimos 365 dias… hum… por que mantê-lo? Seja algo material ou virtual. Seja um arquivo em pixels ou aquele sapato de 3 anos atrás! 

Então… vá mais longe e limpe as gavetas de sua mente e alma. Deixe maus sentimentos e memórias no passado. Eles são inúteis e bloqueiam sua felicidade. 

Sinta a leveza de ser livre e permita-se criar a sua incrível lista de desejos. É uma “Lista de Desejos” a longo prazo e você ficará surpreso com os seus sonhos e com o que pode realizar. 

Então, eu proponho um desafio para você: depois de ler este texto, crie a sua lista de desejos para a vida. 

Você quer escalar os Himalaias? Você quer surfar no Havaí? Você quer um novo emprego? Você quer mudar de casa? Não se preocupe se a lista soe muito pretensiosa. O que importa é a lista e o exercício. 

Você também pode criar uma simples lista de 365 dias com pequenas metas diárias. É muito interessante e positivo. 

Experimente ser feliz sempre! Não adie a vida. O ano novo é agora e todos os dias. Não espere   o próximo dezembro para sonhar e transformar seus desejos em realidade. 

Seja Feliz!

Feliz Ano Novo!

Feliz o Novo Você!

terça-feira, 24 de julho de 2012

O verdadeiro 'viver' é através do 'sentir' por Christine Day


True living is feeling. Feeling and breathing, through the heart, connecting naturally to the light of the Self.
O verdadeiro viver é sentido. Sentindo e respirando, através do coração, conectando naturalmente à luz do Ser.

It is time for you to begin to open up to your own manifesting abilities by awakening to yourself and taking back your power.
É hora de você começar a abrir-se para suas próprias habilidades manifestas pelo seu despertar e retomar o seu poder.

When you surrender your ego mind to your heart you create a direct connection to the light of the Self. #heart over ego
Quando você entrega a sua mente egóica para o seu coração, você cria uma conexão direto com a luz do Ser. #coração sobre o ego.

As you bring your consciousness into an experience and take a breath, your experiences begin to expand, change, or deepen.
À medida que você trouxer a sua consciência para uma experiência e tomar uma respiração, suas experiências começam a se expandir, alterar ou aprofundar.

As you come to live more and more in the heart, you will begin to experience a change in how you meet life's surprises. #no fear
À medida que você vir a viver cada vez mais no coração, você começará a experimentar uma mudança na forma como você se encontra com as surpresas da vida. #não tema

The walls around your heart may protect you from situations and people, but they close you off from your inner guidance.
As paredes em torno do seu coração podem protegê-lo de situações e pessoas, mas elas se fecham para a sua orientação interior.

By completing the self-healing process you will begin to open up into a very different relationship with your physical body.
Ao completar o processo de autocura, você começará a se abrir para uma relação muito diferente com seu corpo físico.

Once you clear, align with, begin to consciously live through your heart, you'll become a conscious co-creator of your world.
Depois de limpar, alinhar, e começar a viver conscientemente através de seu coração, você vai se tornar um co-criador consciente do seu mundo.

Feel your feelings, then with love and compassion forgive yourself. Part of our learning in this lifetime is self-forgiveness.
Sinta seus sentimentos e, em seguida, com amor e compaixão perdoe a si mesmo. Parte de nosso aprendizado nesta vida é o autoperdão.

If you feel that something is missing from life, it could be your connection to the Universal Consciousness.
Se você sente que algo está faltando na vida, ela poderia ser a sua conexão com a Consciência Universal.

The ego's true purpose is to help you organize things in your life and generally keeping the 3rd dimensional things in order.
O verdadeiro propósito do ego é ajudar você a organizar as coisas na sua vida e geralmente manter as coisas da 3ª dimensão em ordem.

You may heal one layer of an issue and have another level of the same issue surface so you can clear another level of emotion.
Você pode curar uma camada de uma questão e ter outro nível da mesma questão na superfície; então você poderá limpar um outro nível dessa emoção.

As you move into a deeper level of awakening you will connect with many other people who are here to support you.
Conforme você move para um nível mais profundo do seu despertar, você irá se conectar com muitas outras pessoas que estão aqui para apoiá-lo.

Our all too human mistakes create ripples that open opportunities for other people to have their human experience. #we're all human
Todos os nossos demasiados erros humanos criam ondulações que abrem oportunidades para que outras pessoas tenham a sua experiência humana. #nós todos somos humanos

As you become realigned to your place on the Universal Grid your point on the grid begins to activate and pulsate with light.
À medida que você se realinha ao seu lugar na Grade Universal, o seu ponto situado na grade começa a ativar e pulsar com a luz.

You keep recreating what you need to learn until you are willing to feel and learn the lesson for your healing. 
Você continua recriando o que você necessita aprender até que você esteja disposto a sentir e aprender a lição para a sua cura.

When you are truly open to living in the moment you will find and align with a new level of the life force within all things.
Quando você está realmente aberto a viver o momento, você vai encontrar e se alinhar com um novo nível de força vital em todas as coisas.

When you generate a new flow of life force within your cells the dense energy connected to illness transforms  the body heals.
Quando você gerar um novo fluxo de força vital dentro de suas células, a energia densa ligada à doença transforma e cura o corpo.

The more you live through your heart and activate your own manifesting potential, the more you'll experience your true passion.
Quanto mais você viver através do seu coração e ativar a sua própria manifestação potencial, mais você vai experimentar sua verdadeira paixão.

It is time for you to allow an unlimited abundance of support and love into your life as well as into the cells of your body.
Já é tempo de você permitir a abundância ilimitada de apoio e amor em sua vida, bem como para as células do seu corpo.

Our ego mind holds us strongly within the 3rd dimensional illusion. We must release this habit of holding onto the mind. #heart
A nossa mente egóica nos mantém fortemente dentro da ilusão da 3ª Dimensão. Nós precisamos liberar este hábito de nos mantermos na mente. #coração

Becoming more awakened brings us into a different state of consciousness and actually changes the vibration in our cells.
Tornando-se mais desperto nos leva a um estado diferente de consciência e realmente muda a vibração em nossas células.

We must learn to let go of old emotional baggage that prevents us from being able to receive and move forward in life.
Precisamos aprender a soltar a velha bagagem emocional que nos impede de ser capaz de receber e progredir na vida.

Everything that we do creates a wave of energy that goes out into the world and can make a difference on this earth plane.
Tudo o que fazemos cria uma onda de energia que sai para o mundo e pode fazer a diferença neste plano terrestre.

You keep recreating what you need to learn until you are willing to feel and learn the lesson for your healing. 
Você continua recriando o que você precisa aprender até que esteja disposta a sentir e aprender a lição para sua cura. 

Christine Day

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Como gerar energia de uma frustração?


Muitas vezes, assim que acordamos nossa mente busca responder à pergunta: Que dia é hoje? O que eu tenho que fazer? Se surgir em nós um sentimento de dever e obrigação, logo nos sentiremos pesados e cansados. Mas se houver em nós curiosidade e interesse em aproveitar este dia como uma oportunidade única, sentiremos ânimo e alegria.

Se observarmos nossa conversa interior assim que acordamos, poderemos nos dar conta de uma atitude paranóica, baseada no medo constante de que talvez não nos adequemos às situações, e que, portanto, seremos rejeitados ou punidos. Como essa atitude mental já se tornou um hábito, não nos damos conta do quanto nos fechamos na tentativa de nos proteger do mundo, caso as coisas não ocorram como nos programamos para elas.


Lidar com a vida tal como ela é nos exige coragem, abertura e disponibilidade para o desconhecido. Olhar a vida como uma grande oportunidade de crescimento é abandonar o medo de que as coisas não venham a funcionar como gostaríamos.

Às vezes, estamos demasiadamente introspectivos e nos fechamos para olhar para os fatos da vida tais como eles são. A ênfase excessiva no mundo interno pode nos impedir de ter uma comunicação saudável, aberta e relaxada com o mundo externo.

Abrir-se para o mundo significa aceitá-lo tal como ele se apresenta, e na grande maioria das vezes isso significa enxergar o que não gostaríamos de ver. Na tentativa de olhar para o mundo como gostaríamos que ele fosse, nos iludimos. O antídoto da auto-ilusão é reconhecer nossas frustrações como auto-enganos e simplesmente trabalhar com os fatos da vida com abertura e curiosidade em conhecê-los mais profundamente.


Quando enfrentamos os limites impostos pela realidade externa nos deparamos automaticamente com nossos limites internos.

A cada interferência externa, podemos nos dar conta onde estamos internamente. Como diz Judith Viorst em Perdas Necessárias: Sonhar é bom, mas não basta. Desejar algo é o começo de uma idéia, mas traduzi-la em realidade é lidar com os impedimentos e as frustrações ao coloca-la em prática. Equilibrar os sonhos com as realidades exige tempo. Podemos levar muito tempo para aprender que a vida é, na melhor das hipóteses, um sonho sob controle e que a realidade é feita de conexões imperfeitas.


Quando aceitamos tais imperfeições sentimos calma e serenidade. Este sentimento revela nosso senso de realidade: o equilíbrio que rege a percepção de nosso mundo interior em relação ao mundo exterior. Quanto maior for a sensação de sermos iguais dentro e fora de nós, mais poderemos desfrutar desta coerência geradora de confiança e bem-estar.


Não precisamos nos cindir. Podemos perceber a realidade externa ao mesmo tempo em que reconhecemos nossas necessidades e prazeres internos.

No entanto, quando nos tornamos vítimas de nossas frustrações, aumentamos as chances de repetí-las logo mais. Da próxima vez em que as coisas não acontecerem conforme sua expectativa, diga simplesmente: Ok, hoje não deu certo, mas o que eu posso aprender com isso agora mesmo? Lembre-se: o fracasso não existe. O fracasso é uma idéia, uma maneira momentânea de perceber a realidade sob um olhar estreito, imediatista e limitado.


Como dizem os ditados populares: 'Nada dá certo de primeira vez' ou 'Só quem errou muito é que tem chance de acertar'.

Podemos ouvir conselhos sábios e animadores, mas a capacidade de se auto-estimular é uma habilidade que temos que treinar todos os dias. Em geral somos pessimistas. Temos o hábito interno de nos lamentar. Se passássemos um dia gravando nossos pensamentos cotidianos, iríamos nos surpreender do quanto estamos familiarizados em nos desestimular. Como gatos escaldados, temos medo do sucesso. Desconfiamos da felicidade. O importante é lembrar: somente nós podemos nos estimular interiormente a superar os bloqueios interiores.

Os bloqueios interiores surgem quando somos dominados pela opinião alheia ou não assumimos nossa própria opinião como possível e verdadeira. É preciso se arriscar novamente para superar o condicionamento de um bloqueio. Susto só passa com susto. Ou seja, muitas vezes temos que nos ver repetidas vezes frente ao que tememos para reconhecer que já somos capazes de enfrentar tal situação.

Um antídoto para esse tipo de bloqueio é treinar-se para encontrar soluções sem pedir tantos conselhos. Podemos exercitar a sensação de gerar para nós mesmos o que necessitamos saber. Por exemplo, muitas vezes buscamos testemunhas no ato de nossas decisões, quando na realidade já tomamos nossa decisão. Outras vezes buscamos pessoas que estão tão pouco envolvidas com a questão em si, que suas opiniões pouco nos importam. Desta forma, nossa comunicação é unidirecional: não estamos abertos para escutar o que os outros têm para nos dizer, apesar de consultá-los.

Temos uma lição a aprender: sem autêntico engajamento interior, nada muda. Podemos nutrir a disposição interior para agir de verdade. Se nos treinarmos em pequenas situações, aparentemente sem importância, nossa mente estará apta a reagir positivamente quando necessitarmos uma força maior. Desta forma, o que quer que digamos para nós mesmos terá muita importância. Estaremos nos levando a sério e nos divertindo ao mesmo tempo.

Não temos porque deixar que as frustrações nos paralisem. Por de trás de cada frustração há uma nova intenção que espera por ser vista, organizada e expressa. Há um pensamento que pede por um novo olhar, um novo ajuste, uma nova ordem. O caos pode ser uma boa notícia, pois nos anuncia que algo novo está por vir, uma nova chance.

Bel Cesar 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Nada lhe posso dar que já não exista em voce mesmo...



"Nada lhe posso dar
que já não exista em voce mesmo,
não posso abrir-lhe
outro mundo de imagens
além daquele que há 
em sua própria alma.

Nada lhe posso dar
a não ser a oportunidade,
o impulso,
a chave.

Eu o ajudarei a tornar visível
o seu próprio mundo,
e isso é tudo."

Hermann Hesse

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O Sonho...


Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.

E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

Clarice Lispector

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sincronicidade... para ver a Magia da Vida / Deepak Chopra


Leis da Sincronicidade 

1. Meu espírito é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais. 

Esta frase resume a totalidade do que estou expondo. Se você esquecer tudo o mais, lembre-se apenas disso.

2. Meu diálogo interno reflete meu poder interno. 

O dialogo interno das pessoas auto-realizadas pode ser descrito assim: é imune a críticas; não tem apego aos resultados; não tem interesse em obter poder sobre os outros; não tem medo. 

Isso porque o ponto de referência é interno, não externo.

3. Minhas intenções tem poder infinito de organização. 

Se minha intenção vem do nível do silêncio, do espírito, ela traz em si os mecanismos para se concretizar.

4. Relacionamentos são a coisa mais importante na minha vida. E alimentar os relacionamentos é tudo o que importa. 

As relações são cármicas e quem nós amamos ou odiamos é o espelho de nós mesmos: queremos mais daquelas qualidades que vemos em quem amamos e menos daquelas que identificamos em quem odiamos.

5. Eu sei como atravessar turbulências emocionais. 

Para chegar ao espírito é preciso ter sobriedade. Não dá para nutrir sentimentos como hostilidade, ciúme, medo, culpa, depressão. Essas são emoções tóxicas. 

Importante: onde há prazer, há a semente da dor, e vice-versa. 

O segredo é o movimento: não ficar preso na dor, nem no prazer (que então vira vício). Não se deve reprimir ou evitar a dor, mas tomar responsabilidade sobre ela.

6. Eu abraço o feminino e o masculino em mim. 

Esta é a dança cósmica, acontecendo no meu próprio eu. 

A energia masculina: poder, conquista, decisão. 

A energia feminina: beleza, intuição, cuidado, afeto, sabedoria. 

Num nível mais profundo, a energia masculina cria, destrói, renova. A energia feminina é puro silêncio, pura intenção, pura sabedoria.

7. Estou alerta para a conspirações das improbabilidades. 

Tudo o que me acontece de diferente na vida é cármico. É, portanto, um sinal de que posso aprender alguma coisa com aquela experiência. 

Em toda adversidade há a semente da oportunidade.

Deepak Chopra

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

E voce? O que voce aprendeu?


"Aprendi que o amor chega na hora exata...
Que a maturidade vem aos poucos...
Que a infantilidade só vale a pena se for pra fazer a gente rir...
Que pai, mãe são tudo...
Que amigos bons e sinceros são muito poucos...
Que cuidar da sua vida é sempre a melhor opção...
Que dias melhores "sempre" virão...
Que na vida, tudo vale a pena...
E principalmente que minha felicidade 
depende muito das escolhas que Eu faço..."

Autor Desconhecido

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O voar da borboleta...


Esta experiência é única. Nela ocorre algo que nunca poderemos esquecer e que não poderemos também explicar. [...] Em um itinerário espiritual, deve-se fazer desta experiência uma oportunidade de iniciação. Não considerá-la como algo que jamais se reproduzirá ou como uma graça maravilhosa que queremos que se repita a todo instante. Porque esta experiência é uma revelação de nossa natureza verdadeira.

[...] São momentos em que, efetivamente, a paz dura um pouco mais e onde, no interior de nossa mente, o silêncio torna-se algo real. [...] é preciso acolher estes momentos gratificantes com gratidão, mas, ao mesmo tempo, não se apegar a eles e não procura-los. [...] Porque, se nós nos apegamos a estes momentos, se quisermos reencontrá-los sem cessar, em lugar de nos ajudarem a avançar, eles nos param, nos bloqueiam, fazendo-nos entrar em uma espécie de complacência com eles. [...] A vida, porém, é uma grande mestra e se encarrega de tirar nossas ilusões.

[...] E o sinal de que a experiência numinosa realmente nos tocou é que não podemos mais viver da mesma maneira que antes. [...] Porque podemos ter tido experiências maravilhosas e magníficas, mas concretamente, em que elas mudaram as nossas vidas? O que mudou em nossa vida cotidiana? Dessa maneira, podemos ter necessidade de uma prática, de um método em nosso itinerário.

[...] ao final de um itinerário espiritual não sobra muito da imagem que se tinha de si mesmo no início do processo. É como se houvesse uma morte de si mesmo. Mas esta morte não é o fim. O que alguns chamam de morte da lagarta, outros chamam de nascimento da borboleta.

Fonte:
Jean-Yves Leloup em Terapeutas do Deserto (com Leonardo Boff, Editora Vozes, Petrópolis, 2002)


Músicas:
City Building (Johann Johannsson)
Agnus Dei (Samuel Barber)
Magnificat (Vladimir Godar)
Madrigals of The Rose (Harold Budd)
O Dulcissime Amator (Hildegard von Bingen)
Sketch Pad with Trumpet and Voice (Peter Gabriel)
Sven-G-Englar (Sigur Ros)
Sense of Touch (Mark Isham)
Taniec (Jacaszek)
Trois Coleurs: Rouge (Zgbiniew Preisner)
All Day (Jan Steele)
Saravejo (Max Richter)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Pequena Alma



"Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus: - Eu sei quem sou!

E Deus disse: - Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou: - Eu sou Luz!

E Deus sorriu: - É isso mesmo! Tu és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas deveriam descobrir: - Uau, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe bastava. A Pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era. 


Então foi ter uma conversa com Deus e disse: - Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso ser Quem Sou?

E Deus disse: - Quer dizer que quer ser Quem já És?

- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é ser Quem Sou. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a pequena Alma.

- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.

- Sim, mas quero sentir! - gritou a Pequena Alma.

- Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou: - Há só uma coisa...

- O quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Bem, não existe nada além da Luz. Porque eu não criei nada além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil que você experimente Quem És.

- Poxa!? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

- Tu és como uma vela ao Sol. Estás lá, sem dúvida. Tu e mais milhões, ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem voces. Não seria um sol sem uma das suas velas. A questão é: como podes conhecer-te como a Luz, quando estás no meio da Luz?

- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma, mais animada.

Deus sorriu novamente: - Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.

- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

- É aquilo que tu não és - replicou Deus.

- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.

- Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.

- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é – disse Deus. Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê, antes, uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!

- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.

- Claro! - Deus riu-se. Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos se esqueceram disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!

- Oba! - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser!

- Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma. 


- Que parte de especial é que queres ser?

- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. Não entendi…

- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes: É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.

- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma. - É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso e amoroso com os outros.

- Sim! - concordou Deus. E tu podes ser todas essas coisas.

- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?

- Ah, sim, isso é muito especial - assegurou Deus à Pequena Alma.

- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.

- Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação...

- O que é? - suspirou a Pequena Alma.

- Não há ninguém a quem perdoar.

- Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta!

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados, porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer. 


Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar: Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

- Então, perdoar quem? – perguntou Deus.

- Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. - resmungou a Pequena Alma. E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse: - Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.

Vais? - a Pequena Alma animou-se. Mas o que é que tu podes fazer?

- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!

- Podes?

- Claro! - disse a Alma Amiga, alegremente. Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.

- Mas porquê? Porque é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?

- É simples - disse a Alma Amiga. Faço-o porque te quero muito bem.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga. Tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau. Fomos ambas a Vítima e o Vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos. Eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má”, desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.

- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

- Oh, havemos de pensar em alguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.

Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma: - Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?

- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Eu vou ter que fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.

- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma. E começou a dançar e a cantar: Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

- O que é? - perguntou a Pequena Alma. O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas!

E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga: - O que é que posso fazer por ti?

- No momento em que eu te atacar e atingir, - respondeu a Alma Amiga – no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...

- Sim? - interrompeu a Pequena Alma. Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

- Lembra-te de Quem Realmente Sou.

- Oh, não irei esquecer! - gritou a Pequena Alma. Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

- Que bom - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria vou esquecer Quem Sou. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.

- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva – a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão. E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível."

Neale Donald Walsch

domingo, 21 de agosto de 2011

A importância do Silêncio


Um dos nossos verdadeiros presentes numa vida corrida é um longo período de silêncio, um momento em que intencionalmente voltamos nossa atenção para longe da pressa das conversas e compromissos, imagens e mensagens, listas e obrigações, e silenciosamente nos sintonizamos com um espaço interior.

Para alguns de nós, o silêncio imposto foi uma punição em nosso passado; por exemplo, um pai pode ter dito: "Cale-se e vá para o seu quarto". O silêncio do qual tratamos aqui é uma escolha.

Esse silêncio é uma oportunidade para a descoberta, para encontrarmos coisas novas e diferentes. A ausência de fala é bastante diferente quando escolhemos não falar.

Silêncio não é falta de comunicação. Há uma linguagem sutil que nos conecta com os outros através dos olhos, com um sorriso, ou um gesto.

A fluência nessa linguagem sutil demanda nossa habilidade de observar os pequenos detalhes da vida.

Quando desenvolvemos nossa habilidade com essa linguagem sutil, descobrimos que somos menos dependentes dos instrumentos mecânicos que podem nos conectar, mas isso também pode fazer com que nos sintamos mais separados.

Ao entrarmos num espaço interno de silêncio, estamos nos sintonizando com o espírito da natureza e abandonando a tendência de sermos críticos.

O silêncio oferece a oportunidade para que eu identifique em mim mesmo as qualidades que possuem a capacidade de me transformar.

No silêncio, posso me conectar com a qualidade mais elevada do meu pensamento mais leve, mais claro.

A ação nasce das sementes do pensamento. As ações são os frutos dessas sementes.

O que será que existe no solo onde escolho plantar as sementes dos meus pensamentos? Violência ou paz? Raiva ou amor?

Essas escolhas são transformadoras.

O estado de consciência que atinjo no silêncio se conecta diretamente com a qualidade do meu entendimento.

Entender "no som" é um processo cognitivo, enquanto que entender "no silêncio" é mais sutil, resultando nas realizações que surgem de dentro.

Essas são experiências muito diferentes.

No silêncio, descubro minhas qualidades inatas, as qualidades que são intrínsecas de quem sou.

Aqui no silêncio posso tocar em meu eu eterno e passo a confiar nessa essência mais profunda.

A experiência do reconhecimento de minhas qualidades intrínsecas e singulares aumenta meu poder de receber.

No silêncio, toco em minha força interna e sinto confiança, fé, segurança, beleza, dignidade.

É a partir dessa base de força interna que minhas ações evoluem.

No silêncio, posso escutar o chamado de Deus, o chamado da natureza, o chamado daqueles que precisam.

O silêncio é um espaço interno de aprendizagem. Quando não entendo algo, continuo a me prender a isso.

Quando a aprendizagem acontece, posso me liberar e seguir adiante.

No silêncio, descubro a verdade ao me conectar com meu eu verdadeiro. 

O silêncio aumenta minha capacidade de manter a fé internamente.

O silêncio é uma oportunidade de descansar no colo de minha própria grandeza.

Lembre-se de cuidar de si com a atenção especial que você daria a qualquer grande alma.

O silêncio é uma disciplina, não do fazer, mas do ser.

Usem esses pensamentos sobre o silêncio como uma bandeja de petiscos de entrada, pegando o que quiserem para sustentá-los ao entrarem num espaço de silêncio interior.

Texto de Mohini Panjabi
Brahma Kumaris 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Curar-se



Parar, Acalmar-se, Descansar e Curar-se

 
A meditação budista tem dois aspectos - shamatha e vipashyana. Existe uma tendência a enfatizar a importância da vipashyana ("olhar em profundidade"), uma vez que ela tem o potencial de nos proporcionar "insight" e nos libertar do sofrimento e das aflições. Mas a prática da shamatha ("cessação") é fundamental. Se não conseguirmos parar, o "insight" não chegará a nós.

Existe uma história zen sobre um homem e um cavalo. O cavalo está galopando rapidamente, e parece que o homem que cavalga se dirige a algum lugar importante. Outro homem, em pé ao lado da estrada, grita: "Aonde você está indo?" e o homem a cavalo responde: "Não sei. Pergunte ao cavalo!" Esta é a nossa história. Estamos todos sobre um cavalo, não sabemos aonde vamos e não conseguimos parar. O cavalo é a força de nossos hábitos que nos puxa, e somos impotentes diante dela. Estamos sempre correndo, e isso já se tornou um hábito. Estamos acostumados a lutar o tempo todo, até mesmo durante o sono. Estamos em guerra com nós mesmos, e é fácil declarar guerra aos outros também.

Precisamos aprender a arte de fazer cessar - parar nosso pensamento, a força de nossos hábitos, nossa desatenção, bem como as emoções intensas que nos regem. Quando uma emoção nos assola, ela se assemelha a uma tempestade, que leva consigo a nossa paz. Nós ligamos a TV e depois a desligamos, pegamos um livro e depois o deixamos de lado. O que podemos fazer para interromper este estado de agitação? Como podemos fazer cessar o medo, o desespero, a raiva e os desejos?

É simples. Podemos fazer isso através da prática da respiração consciente, do caminhar consciente, do sorriso consciente e da contemplação profunda - para sermos capazes de compreender. Quando prestamos atenção e entramos em contato com o momento presente, os frutos que colhemos são a compreensão, a aceitação, o amor e o desejo de aliviar o sofrimento e fazer brotar a alegria.

Mas a força do hábito costuma ser mais forte do que nossa vontade. Dizemos e fazemos coisas que não queremos e depois nos arrependemos. Causamos sofrimento a nós mesmos e aos outros, e de forma geral produzimos grande quantidade de destruição. Podemos ter a firme intenção de nunca mais fazer isso, mas sempre acabamos fazendo de novo. Por quê? Porque a força do hábito acaba vencendo e nos levando de roldão.

Precisamos da energia da atenção plena para perceber quando o hábito nos arrasta, e fazer cessar esse comportamento destrutivo. Com atenção plena, temos a capacidade de reconhecer a força do hábito a cada vez que ela se manifesta. "Alô força do hábito, sei que você está aí!" Nessa altura, se conseguirmos simplesmente sorrir, o hábito perderá grande parte de sua força. A atenção plena é a energia que nos permite reconhecer a força do hábito e impedi-la de nos dominar.

Por outro lado, o esquecimento ou negligência é o oposto. Tomamos uma xícara de chá sem sequer perceber o que estamos fazendo. Sentamo-nos com a pessoa que amamos, mas não percebemos que a pessoa está ali. Andamos sem realmente estar andando.

Estamos sempre em outro lugar, pensando no passado ou no futuro. O cavalo dos nossos hábitos nos conduz, e somos prisioneiros dele. Precisamos deter este cavalo e resgatar nossa liberdade. Precisamos irradiar a luz da atenção plena em tudo o que fizermos, para que a escuridão do esquecimento desapareça. A primeira função da meditação - shamatha - é fazer parar.

A segunda função da shamatha é acalmar. Quando sofremos uma emoção forte, sabemos que talvez seja perigoso agir sob sua influência, mas não temos força nem clareza suficientes para nos abstermos. Precisamos aprender a arte de respirar, de inspirar e expirar, parando tudo o que estamos fazendo e acalmando nossas emoções. Precisamos aprender a nos tornar mais estáveis e firmes, como se fossemos um carvalho, e não nos deixar arrastar pela tempestade de um lado para outro.

O Buda ensinou uma variedade de técnicas para nos ajudar a acalmar corpo e mente, e considerar a situação presente em toda a sua profundidade. Essas técnicas podem ser resumidas em cinco estágios:

(1) Reconhecimento - se estamos zangados, dizemos "reconheço que a raiva está dentro de mim".

(2) Aceitação - quando estamos zangados, não negamos a raiva. Aceitamos aquilo que está presente em nós.

(3) Acolher - abraçamos a raiva como faz uma mãe com o filho que chora. Nossa atenção plena acolhe a emoção, e só isso já é capaz de acalmar a raiva e a nós mesmos.

(4) Olhar em profundidade - quando nos acalmamos o suficiente, conseguimos observar profundamente para entender o que provocou a raiva, ou seja, o que está fazendo o bebê chorar.

(5) Insight - o fruto do olhar profundo é a compreensão das causas e condições, tanto primárias quanto secundárias, que provocaram a raiva e fizeram nosso bebê chorar. Talvez ele esteja com fome. Talvez o alfinete da fralda o esteja machucando. Talvez nossa raiva tenha surgido quando um amigo nos falou em um tom ofensivo, mas de repente nos lembramos de que essa pessoa não está bem hoje porque seu pai está muito doente. Continuamos a refletir dessa forma até compreendermos a causa de nosso atual sofrimento. A compreensão nos dirá o que fazer ou não fazer para mudar a situação.

Depois de nos acalmarmos, a terceira função da shamatha é o repouso. Suponha que alguém nas margens de um rio joga uma pedra para o ar e a pedra cai no rio. A pedra afunda lentamente e chega ao fundo do rio sem esforço algum. Depois que a pedra chega ao fundo do rio, ela descansa, deixando que a água passe por ela. Quando sentamos para meditar podemos nos permitir repousar da mesma forma que essa pedra. Podemos nos deixar afundar naturalmente, na posição sentada - repousando, sem fazer esforço. Temos que aprender a arte de repousar, permitindo que nosso corpo e nossa mente descansem. Se tivermos feridas em nosso corpo e em nossa mente precisamos repousar para que elas possam por si só se curar.

O ato de se acalmar produz o repouso, e o descanso é um pré-requisito para a cura. Quando os animais selvagens estão feridos, eles procuram um lugar escondido para deitar, e descansam completamente por muitos dias. Não pensam em comida nem em mais nada. Apenas descansam, e com isso obtêm a cura de que precisam. Quando nós seres humanos ficamos doentes, nos preocupamos o tempo todo. Procuramos médicos e remédios, mas não paramos. Mesmo quando vamos para a praia ou para as montanhas com a intenção de descansar, não chegamos realmente a repousar, e voltamos mais cansados do que partimos. Temos que aprender a repousar.

A posição deitada não é a única posição de descanso que existe. Podemos descansar muito bem durante meditações sentados ou caminhando. A meditação não deve ser um trabalho árduo. Simplesmente permita que seu corpo e sua mente descansem, como o animal no mato. Não lute. Não há necessidade de fazer nada nem realizar nada. Eu estou escrevendo um livro, mas não estou lutando. Estou descansando. Por favor, leiam este livro de uma forma alegre e relaxante. O Buda disse: "Meu Darma é a prática do não-fazer." Pratiquem de uma forma que não seja cansativa, mas que seja capaz de proporcionar descanso ao corpo, às emoções e à consciência. Nosso corpo e mente sabem curar a si mesmos se lhes dermos uma oportunidade para isso.

Parar, acalmar-se e descansar são pré-requisitos para a cura. Se não conseguirmos parar, nosso ritmo de destruição simplesmente vai prosseguir. O mundo precisa imensamente de cura. Os indivíduos, comunidades e países estão cada vez mais necessitados de cura.

Do livro “A Essência dos ensinamentos de Buda”
Thich Nhat Hanh