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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Papéis invertidos: Mulheres com energia masculina e Homens com energia feminina






É estranho, mas é bem isso que está acontecendo!

Na medida em que as mulheres conquistaram seu espaço na sociedade e incorporaram em suas vidas cada vez mais e mais atribuições, foram pegando para si o papel do masculino e estão se tornando O Guerreiro na relação com a vida. Vão à luta, conquistam o mundo e sobrevivem a tudo. Parece até que estão numa guerra. E, de fato estão. Sobrevivem às emoções, aos fracassos, às crises, à depressão, ao vazio, à falta de apoio e sentido na vida, à solidão. O preço é bem alto: a conta dos remédios cresce, as visitas aos consultórios terapêuticos e psiquiátricos, as doenças, as dores do corpo que não tinham antes…

E o que é pior: o tempo perdido que não volta mais! Ah, aquele doce tempo de sonhar, fazer planos, querer um parceiro, um marido, alguém para dividir a vida. Sabe que muitas mulheres deixaram até de sonhar com isso? Parece algo tão distante, tão irreal diante de relacionamentos cada vez mais superficiais e vazios, que elas agora querem admitir que talvez não seja mais viável mesmo.

E nesse ciclo de criar e recriar suas feridas emocionais, vão decretando para si mesmas os velhos postulados de findar sozinha, envelhecer e repetir o que sempre fizeram. Excursões e viagens sozinhas já é algo normal. Ir a festas e eventos e sair sozinhas, também. Afinal, precisam de um homem para que mesmo? Mas como esse padrão de comportamento foi construído ao longo de várias vidas? Como interromper esse ciclo vicioso e tornar a vida um novo ciclo virtuoso? Será possível? Abrindo-se para liberar o conteúdo armazenado no inconsciente é um bom começo.

Por outro lado, os homens perderam seu espaço na relação com o mundo e estão igualmente perdidos e sem poder. O poder real, yang, forte, equilibrado, vibrante. Não essa coisa banal e desequilibrada de conquistar muitas mulheres a cada dia, de lutas e competições vazias e fazendo parte de um jogo sem sentido, de disputas tolas que não levam a nada. Perdeu-se a capacidade da conquista real, de um relacionamento intenso, de ser vitorioso de verdade por conquistar a mesma mulher a cada dia, mesmo diante dos altos e baixos e percalços da vida a dois. De conquistar seu lugar no mundo profissional por seus atributos, de ter contato com a linhagem ancestral e a se colocar nessa hierarquia de tal forma que consiga passar para os filhos os valores e a herança de valores humanos há muito perdidos ao longo das guerras e domínios históricos.

E quando um toma o papel do outro o que acontece na relação? Cada um se acomoda naquilo que é mais fácil, naquilo que o outro permite e impõe. Os homens se acomodam, as mulheres assumem mais e mais tarefas, se sobrecarregam e depois reclamam da omissão e falta de apoio.

Como é difícil para algumas descansarem no seu feminino, pedirem ajuda, entrarem em contato com a fragilidade e delicadeza. Parece até que tudo isso é sinônimo de fraqueza e submissão. Mas está distorcido, pois o feminino suave e doce tem uma beleza e poder sem igual. É muito poderoso quando uma mulher se apropria disso, de conquistar as coisas na vida a partir dessa energia feminina equilibrada, que a coloca em contato com a força intuitiva, da criatividade, abundância, fluidez e magia.

Mas muitas mulheres endureceram e perderam essa capacidade. Secaram o útero, mas antes, tiveram que secar as lágrimas. Muitas até nem choram mais. Triste, pois lágrima que corre tem um significado profundo de liberação e de deixar ir aquilo que não se quer mais.

Houve mudança também no corpo. Perderam as formas e, encouraçadas, colocaram na cintura e barriga uma super camada de proteção de gordura. Outras estão no outro extremo e modelaram corpos masculinos para si, de tão identificadas que estão com a energia masculina. É luta mesmo e puxam ferro pra valer!

No passado, os homens forjavam as espadas malhando o ferro; hoje muitas mulheres malham o ferro e se tornam verdadeiras armas de combate com os homens para ver quem pode mais.

Por outro lado, os homens também fazem isso, buscam um corpo forte, que mais parece uma armadura, mas que esconde uma fragilidade que não tem tamanho. Outros estão de fato, bem identificados com o feminino e estão encerrados em corpos franzinos, muito delicados, buscando outros homens para se relacionar. Buscam na verdade o seu masculino perdido.

É meio louco tudo isso, bem neurótico. As pessoas dizem que querem uma coisa, um relacionamento vivo, real, intenso, mas estão criando exatamente o contrário disso. Desencontros e mais desencontros, sob o pretexto de ter perdido o “time”. E perderam mesmo, e perderão outros e outros tempos se não despertarem para o AGORA, para a necessidade de mudar o padrão, de fazerem escolhas mais conscientes e começarem a pensar, falar e agir diferente.

UM CONVITE ÀS MULHERES: descansem no seu feminino, usem a magia da sedução para outro nível de conquista, coloquem seu poder pessoal à disposição de algo maior na sua vida, pois estão aqui para isso, para ajudar a recriar esse belo planeta e nos colocar em contato com outras vibrações mais elevadas.

UM CONVITE AOS HOMENS: peguem seu bastão de poder de volta, reassumam seu espaço na vida e se abram para novas possibilidades de manifestação desse poder. Sua força está aí, naquilo que tem a ver com a energia masculina equilibrada de servir, de prover, de agir. Como é belo ver um homem agindo com segurança e força – o verdadeiro Guerreiro!

UM CONVITE AOS DOIS: se abram para o amor, para o convívio, para a intimidade, para a partilha. Conseguirão isso retirando as máscaras da auto-suficiência, se permitindo sentir, falar, dialogar, contar um ao outro seu ponto fraco, aquilo que dói, onde está sua ferida. O cuidado vem depois disso, de um saber e querer cuidar de si e do outro. Ser verdadeiro consigo é porta para ser verdadeiro com o outro. Amar-se e respeitar-se profundamente são condições para amar e respeitar o outro.

E assim, a verdadeira alquimia acontece. O relacionamento em níveis mais e mais profundos, cada um no seu espaço de poder, com sua força. Dois inteiros convivendo lado-a-lado, sem co-dependência, sem bengalas, sem ataques, sem fuga nem medo. Pura entrega, fluidez, encontro, intensidade.

Estão preparados para isso? Podem começar a criar essa realidade neste exato momento. Quem quer mudar, começa AGORA. Não existe isso de um dia quem sabe, ou aquela infindável listinha de quando isso acontecer, depois que eu me formar, trabalhar em tal lugar, conquistar isso e depois aquilo. Essa lista não acaba nunca. É apenas pretexto para quem não quer a mudança. Mude hoje, agora, enquanto lê e sente o seu coração vibrar.

Texto de Valéria Bastos

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Mulheres... e Lobos...




Mulheres que correm com os Lobos é livro de cabeceira de inúmeras de vocês.
Fiquei tão inspirada, que decidi traduzir o texto e colocar à disposição daquelas pessoas que não transitam pela língua inglesa. 

“Meus estimados: Não desanimem. Nós fomos feitos para estes tempos. Eu, recentemente, tenho ouvido de tantos que estão profundamente desnorteados e com razão. Eles estão desnorteados a respeito dos acontecimentos atuais em nosso mundo… Nosso tempo é de assombramento quase diário e de raiva muitas vezas justificada a respeito das recentes degradações daquilo que é o mais importante para pessoas civilizadas, visionárias.

Vocês estão certos em suas avaliações. O brilho e a arrogância a que alguns aspiraram, enquanto endossavam atos hediondos contra crianças, velhos, pessoas comuns, os pobres, os desprotegidos, os desamparados, é de tirar o fôlego. Contudo, eu recomendo, peço, solicito encarecidamente a vocês, para não secarem seu espírito lamentando estes tempos difíceis. Principalmente, não percam a esperança. Particularmente, porque fomos feitos para estes tempos. Sim. Por anos temos aprendido, praticado, sendo treinados e esperado para nos encontrar neste plano de engajamento…

Eu cresci na região dos Grandes Lagos e reconheço uma embarcação em boas condições de navegabilidade, quando a vejo. No que diz respeito a almas despertas, nunca houve tantas boas embarcações nas águas do que agora, em todo mundo. E elas estão plenamente equipadas e capazes de se sinalizarem mutuamente, como nunca na história da humanidade… Olhem por sobre a proa; há milhões de embarcações de almas íntegras nas águas com vocês. Mesmo que seus vernizes se arrepiem a cada onda nesta turbulência, eu lhes asseguro que as vigas que compõem suas proas e remos vêm de uma floresta maior. Esta madeira de veios profundos é conhecida por resistir às tormentas, permanecer junta, sustentar-se e avançar, indiferente.Temos estado em treinamento para um tempo obscuro como este, desde o dia em que concordamos vir para a Terra. Por muitas décadas, em todo mundo, almas como nós tem sido ceifadas e deixadas para morrer de tantas formas, repetidamente derrubadas pela ingenuidade, pela falta de amor, sendo encurraladas e assaltadas por vários choques culturais e pessoais, ao extremo. Temos uma história de termos sido devastados, mas, lembrem-se especialmente disto – nós também temos, por necessidade, aperfeiçoado a habilidade da ressurreição. Recorrentemente temos sido a prova viva de que aquilo que foi exilado, perdido ou soçobrado pode ser novamente restaurado à vida.

Em todo tempo obscuro, há uma tendência para o abatimento diante de quanto está errado ou quebrado no mundo. Não foquem nisto. Há também uma tendência para ficarmos enfraquecidos por perseverar naquilo que está fora do nosso alcance, naquilo que ainda não pode ser. Não foquem aí. Isto significa gastar o vento sem levantar as velas. Somos necessários, isto é tudo que podemos saber. E apesar de encontrarmos resistência, ainda assim vamos encontrar grandes almas que nos impulsionarão, amarão e guiarão, e nós as reconheceremos quando elas aparecerem. Vocês não disseram que tinham fé? Vocês não se comprometeram a ouvir uma voz maior? Vocês não pediram por graça? Vocês não se lembram de que estar na graça significa submeter-se à voz maior?

Compreendam o paradoxo: Se você estuda a física de uma bica d’água, você verá que o vórtice externo gira mais rapidamente do que o interno. Acalmar a tormenta significa aquietar a camada externa, fazer com que ela gire mais lento, para equiparar-se mais à velocidade de seu cerne – até que tudo que foi erguido em tal funil vicioso caia de volta na Terra, deite-se, torne-se novamente pacífico. Um dos passos mais importantes que vocês podem dar para ajudarem a acalmar a tormenta é não permitir que sejam tomados em uma comoção exaustiva de emoção ou desespero e assim, acidentalmente, contribuir para o afundamento e o turbilhão.

Não é nossa tarefa consertar o mundo todo de uma só vez, mas nos estendermos para consertar a parte do mundo que está ao nosso alcance. Qualquer pequena coisa calma que uma alma pode fazer para ajudar outra alma, para ajudar alguma porção deste pobre mundo sofredor, ajudará imensamente. Não nos é dado saber quais atos, ou de quem, farão com que a massa crítica emerja como um bem duradouro. O que é necessário para esta mudança dramática é o acúmulo de fatos, somando, somando a, somando mais, continuando. Sabemos que não serão necessários “todos na Terra” para trazer justiça e paz, mas apenas um pequeno grupo determinado, que não desistirá durante o primeiro, segundo ou centésimo temporal.

Uma das ações mais calmantes e poderosas que vocês podem fazer para intervir em uma tempestade é se levantar e mostrar sua alma. A alma no convés brilha como ouro em tempos obscuros. A luz da alma lança faíscas, pode levantar labaredas, construir sinais de fogo, causar matéria apropriada a queimar. Mostrar a lanterna da alma em tempos sombrios como estes – ser feroz e mostrar misericórdia a outros, ambos, são atos de imensa bravura e maior necessidade. Almas em conflito pegam luz de outras almas que estão plenamente acesas e dispostas a mostrá-lo. Se vocês quiserem ajudar a acalmar o tumulto, esta é uma das coisas mais poderosas que vocês podem fazer.

Sempre haverá momentos em que vocês se sentirão desencorajados. Eu também tenho sentido desespero muitas vezes em minha vida, mas eu não guardo uma cadeira para isto; eu não entretenho isto. Eu não permito que isto coma do meu prato. A razão é esta: até o âmago dos meus ossos eu sei algo, como vocês sabem. Que não poderá haver desespero, se vocês lembrarem porque vieram para a Terra, a quem vocês servem e quem enviou vocês aqui. As boas palavras que dizemos e os bons atos que fazemos não são nossos: eles são as palavras e atos do Um que nos trouxe aqui. Neste espírito, eu espero que vocês escrevam isto em seu mural: Quando um grande navio está no porto e ancorado, ele está seguro, não há dúvida. Mas não é para isto que grandes navios são construídos.

Isto vem com muito amor e oração para que vocês se lembrem de quem vieram e porque vocês vieram para esta bela e necessitada Terra.”

©Clarissa Pinkola Estes, Ph.D
Tradução de Monika Vonkoss

Para quem quiser acessar o texto em inglês, basta ir para http://www.huna.org/html/cpestes.html

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Feminino: A Consciência Feminina


A sensação de que lhes falta algo para se tornarem inteiros os fez criar uma situação de separação tal que parece exterior a vocês. O vosso drama equipara-se à relação de um homem muito for­te contra uma mulher muito forte. Quem será a vítima? Quem está certo e quem está errado? O que este drama interior signi­fica realmente? Que espelho exterior é esse, que reflete o que se passa em seu interior? Para acessar a multidimensionalidade é necessário a fu­são do masculino e feminino.

A separação, a luta entre homens e mulheres que se arrasta há milhares de anos não pode barrá­-los. Quem criou a separação entre homens e mulheres? Os deu­ses criadores estabeleceram este paradigma e instigaram tais frequências de várias formas. A história da separação serviu-­lhes muito bem, pois criou a destruição almejada. As vibrações masculinas chegaram ao poder recente­mente, há cerca de cinco mil anos. Para se identificar, provoca­ram a dissociação total e completa de tudo o que estava no poder: o matriarcado e as mulheres. As mulheres operam tra­dicionalmente através dos níveis da intuição e do sentimento.

Os homens também eram portadores de intuição e sentimento em diversas épocas, mas nesta recente separação perderam tais qualidades. Houve um grande cisma, que desencadeou um tremendo conflito entre homens e mulheres. Foi provocado pelos deuses criadores que dominaram o planeta e invadiram a realidade - alimentando-se, mantendo-se vivos, executando suas funções e nutrindo-se do desequilíbrio emocional. Este planeta foi sujeito a todas as espécies de planos e atividades projetados para criar um desequilíbrio emocional cada vez maior.

Quanto maior o número de pessoas envolvi­das nestas atividades, maior o potencial para o desequilíbrio emocional. Vocês se comprometeram a destruir esse paradigma, e para isso, é necessário mudar muitas das estru­turas separatistas que foram estabelecidas. Toda e qualquer separação - entre homem e mulher, brancos e negros, orientais e caucasianos - tem de ser mudada. Como membros da Família da Luz, vieram a este plane­ta com o propósito de se inserirem em situações arquetípicas.

Devem compreender e transmutar a energia das massas/mas, para isso, precisam ser capazes de transmutar a energia dentro de si mesmos. Quando fazem uma cura ou uma união, elas não se limitam a vocês, elas abrangem a espécie humana, a psique das massas. Distanciem-se dos vossos dramas pessoais e percebam como tudo é simbólico.

Observem-se como entidade feminina procurando sua identidade e notem como a identidade mas­culina parece estar constantemente se opondo a vocês. Preci­sam descobrir como unir estas duas identidades. Quando essa união interna ocorrer, automaticamente irá refletir-se fora de vocês. Parte da missão que vieram executar no planeta consis­te em eliminar o domínio masculino sobre as mulheres. Não é necessário assumir, como pessoal essa tarefa, ou sentir-se so­brecarregado como se esse fardo fosse exclusivámente vosso. Não é apenas vosso: é universal.

Cada um de vocês é portador de energias a serem resol­vidas dentro de sua experiência coletiva. Como membros da Família da Luz trazem a vossa "herança" das outras encar­nações nas áreas mais simbólicas, ou que consideram mais es­timulantes. É por isso que todos são diferentes. Precisam ramificar-se, espalhar-se para "pegar o jeito" dos humanos. É necessário abranger todo o espectro das experiências para com­preender, a partir do nível celular, o quanto deve ser transmutado, a profundidade da sensação de desamparo e o quanto da energia da Deusa se perdeu na consciência da espécie.

Não se esqueçam de que são criaturas cujo desenvolvi­mento foi bloqueado através do controle da frequência, e que a vossa tarefa consiste em conduzir os seres humanos ao lugar onde possam equilibrar-se, para conscientemente acelerarem a evolução humana. Quando se bloqueia a evolução através do controle da frequência e pela manipulação do DNA, apenas um certo tipo de frequência pode ser transmitida. Existe um conflito interior, e tudo parece mais separado. À medida que se forem tornando mais completos, deixam de separar as coisas dessa forma, pois percebem que tudo faz parte da experiência.

Precisam lembrar que vieram aqui com o objetivo de fa­zer uma transmutação em favor da espécie humana. À medi­da que se forem desligando dos dramas, irão sentir-se cada vez menos vítimas ou prisioneiros deles. Compreenderão que se trata de um conjunto de energias com as quais estão lidan­do. Então, de forma coletiva, ao alcançarem a percepção inte­rior/ poderão transmitir a nova vibração para que os homens e as mulheres se harmonizem com ela. Cada vez que sentirem ter dado um passo adiante signi­fica que avançaram mesmo. Não desprezem o número de pas­sos dados. Não se depreciem, taxando de mau o vosso com­portamento ou o de outras pessoas. Procurem tirar proveito de todos os acontecimentos.

Sejam bondosos e generosos consigo próprios. À medi­da que desenvolverem interiormente a cooperação entre as par­tes masculina e feminina, serão capazes de encontrar a cooperação para trabalhar com as outras pessoas do planeta e com os seres vindos do espaço - que são vocês todos. Precisam tornar-se soberanos. Nesta transformação evolutiva, necessitam de um espaço seu onde possam operar livremente, sem obrigações para com pessoa alguma. Não po­dem cobrar as outras pessoas sem dar-lhes o direito de fazer o mesmo.

Vocês estão redefinindo, sob vários aspectos, o con­ceito global de relacionamento e cooperação. Relacionamento é cooperação. É um acordo de cooperação de frequência, ou uma fusão de modulação-frequencial. A antiga maneira de se relacionarem está se tornando muito irritante, pois estão des­cobrindo a frequência da liberdade. A vossa missão é trazer esta frequência para o planeta. É claro que primeiro terão de trazê-Ia para a vossa vida pessoal, a vossa família e outros rela­cionamentos. O ideal seria que aprendessem a ser livres man­tendo ainda os envolvimentos intricados de todos os tipos de relacionamento.

Infelizmente, neste planeta, todo o relacionamento im­plica em posse. Quando um homem e uma mulher se casam, o papel tradicional do pai da moça é conceder a sua mão. Em outras palavras, uma figura masculina deve adquirir a sua pos­se. Existe uma incrível expectativa, dentro dos relacionamen­tos, em relação ao comportamento do outro. Procurem perceber com clareza qual é o vosso conceito de relacionamento e este procedimento lhes facilitará as coisas a longo prazo. Da mes­ma forma como não há posse em relação aos filhos, não deve haver posse em nenhum tipo de relacionamento. Vocês se re­lacionam com os outros da mesma forma que enviam energias para trás e para a frente.

Teoricamente, deve haver uma comu­nicação entre todo o relacionamento e revesamento. As vibrações masculinas jogaram fora a sua força, tanto quanto as femininas. Entregam-nas a um governo que diz: "Va­mos, venham arriscar a vossa vida. Vistam a camisa e lutem por nós. Se o vosso corpo for mutilado, nós cuidamos de vocês no hospital e ainda lhes damos um pouco de dinheiro. Que dia­bo! Ação!" e os homens simplesmente obedecem. A cadeia de obedecer e jogar fora a força do indivíduo fica, assim, completa. Vocês estão abrindo os vossos centros de sentimento. Os homens costumam ter maiores bloqueios em seus centros de sentimento do que as mulheres.

A energia nos homens está estagnada porque sobe do primeiro para o segundo chakra e pára. O centro do sentimento na vibração masculina não foi ativado. Faz parte da experiência dos últimos quatro a cinco mil anos. A energia feminina, que sente, traz vida ao planeta e representa a criatividade, entrou em estado de submissão para dar oportunidade à vibração masculina, que não possui senti­mento, de governar o mundo. Nós queremos que vocês enxerguem a cena global. Bus­camos movimentos de consciência.

A energia feminina, porta­dora da magia e da intuição, concordou em abdicar dessas qualidades - energia feminina significando não apenas os se­res fisicamente femininos, mas a consciência feminina. Diver­sas culturas nativas que viveram na Terra e conheciam a vida possuíam características predominantemente femininas. Não se esqueçam de que os seres femininos, literalmente, trazem vida ao planeta pois a vida sai do corpo feminino. Os seres femininos, portanto, são portadores de sentimentos, porque não se pode trazer vida ao planeta e não sentir - a não ser que você participe do movimento patriarcal que cria drogas para embotar os sentimentos. Quem não consegue sentir a vida, não lhe dá valor.

Quando você sente a vida, participa da criação e traz uma vida ao mundo, lhe dá um valor muito maior porque a conheceu. O movimento patriarcal nos últimos cinco mil anos afastou-se completamente do processo do nascimento para poder dedicar-se ao desenvolvimento de armas e ao contínuo aniquilamento dos seres humanos. O bloqueio da energia nos homens foi proposital; em geral está estagnada no segundo chakra, ou no pênis. As mulheres estão com um "nó na gar­ganta" porque concordaram, há quatro ou cinco mil anos, man­ter silêncio acerca da magia e da intuição que representavam e conheciam como parte da chama gêmea. A chama gêmea con­siste na energia masculina e feminina coexistindo num só cor­po, quer seja ele fisicamente masculino ou feminino.

A sociedade patriarcal tem sido governada pelo aspecto masculino do Eu. Vocês todos experimentaram, através da consciência, e aprenderam o que funcionaria melhor, prepa­rando-se para a época em que as chamas, juntas, irão acender­se- no vosso corpo. Neste momento, a chama gêmea não mais será procurada como um parceiro fora do Eu, mas compreen­dida como a integração dos Eus feminino e masculino e o amadurecimento de tudo aquilo que o Eu já realizou. Depois que tiverem integrado as energias feminina e masculina dentro de vocês e ativado a chama gêmea, irão procurar uma pessoa que também esteja completa, não alguém que preencha uma ne­cessidade vossa, ou vice-versa.

Durante este período de mudança, será necessário que as mulheres desatem o "nó da garganta" e se permitam falar. Chegou a hora. Para os homens, o desafio consiste em com­preender as mulheres e sentir. Devem deixar que o sentimento entre na expressão da vossa sexualidade e dos vossos relacio­namentos. Muitos homens estão atravessando um período de grande dificuldade em relação às mulheres. É verdade. O que estamos sugerindo à vibração masculina - e isso vale também para as mulheres, quando operam seu aspecto masculino - é que deixem o sentimento entrar na área da sexua­lidade. Sintam a amplitude da emoção e não apenas a sexuali­dade física, o estímulo localizado.

Existe um estímulo emocio­nal que necessita de um compromisso emocional e de uma confiança emocional. No campo eletromagnético, este estímu­lo emocional vai abrir uma frequência dentro de vocês. Esta frequência, que a sexualidade representa, é um remanescente da vossa divindade. Os homens fecharam o seu centro do sentimento para serem os comandantes do planeta. Foram capazes de guerrear, matar e dominar o planeta por terem fechado este chakra do sentimento. E as mulheres concordaram em fechar o chakra da laringe, o centro da fala, para que os homens tivessem a oportunidade de comandar o sistema.

Tudo isso agora está chegando a um ponto de equilí­brio, de estabilização, de equalização. As mulheres começa­ram a abrir sua garganta há cerca de trinta anos, passando a ter a oportunidade de falar sempre. O problema é que muitas mulheres acabaram fechando o centro do sentimento ao abri­rem o da fala. Começaram a parecer homens. É necessário equi­líbrio. A mulher agora está sentindo a necessidade de despertar o princípio feminino dentro dela. Vive num corpo feminino e controla o uso da vibração masculina no seu interior.

Saiu para o mundo, sente-se poderosa. Pode andar pelas ruas sem um véu a esconder-lhe o rosto e decidir se deseja, ou não, se casar. É dona de si. É responsável por suas próprias decisões. Está começando a se tornar mais suave, despertando seu lado fe­minino que a nutre e vitaliza. Ao se tornar inteira, com suas porções masculina e feminina, e se permitir vivenciar o DNA evoluído, ela transmite uma frequência. E esta será a frequência predominante no planeta. É inevitável que os homens abram o centro do senti­mento. É o próximo passo que precisam dar para estabelecer o equilíbrio com as mulheres. Isto vai acontecer muito depressa para os homens.

Não será um processo de trinta anos, pois os homens, em nossos dias, parecem uma multidão caótica. Per­ceberam que não gostam nem um pouco do que está aconte­cendo e questionam a sua autoridade. Em determinado momento certas frequências se torna­rão predominantes. Então, por exemplo, uma pessoa pode es­tar num laboratório fazendo experiências com um animal e, de repente, o seu chakra do sentimento se abrir completamen­te. Ela passará a sentir a dor que o bichinho está sentindo, e tudo aquilo que vinha fazendo torna-se monstruoso.

Dá meia volta e sai do laboratório para nunca mais voltar, pois ficou realmente chocada. Isto é o que vai acontecer com a vibração masculina. Nós afirmamos que a vibração masculina vai sofrer uma transformação num período de tempo muito breve. Não dire­mos como nem porquê, para que não nos considerem adivi­nhos pretensiosos. Contudo, afirmamos que as ondas conti­nuam a chegar, e isso irá desencadear uma elevação de consciência unilateral dentro da população. Quando o confli­to masculino em relação à autoridade tiver atingido seu nível mais profundo, o centro do sentimento será ativado. Esta aber­tura poderá ser gradativa, suave, ou violentamente abrupta.

As mulheres também serão atingidas pela abertura do chakra do coração, sentindo grande compaixão e alegria ao verem seus homens sentir. Estamos nos referindo a aconteci­mentos de massa, que atingirão a humanidade através de on­das de luz. A energia feminina, aquela que sente e liga uma vida à outra, está sendo despertada em todas as pessoas. As mulhe­res precisam redefinir seus conceitos de feminilidade e força. Elas precisam descobrir o que significa ser uma mulher forte, assim como os homens precisam descobrir o que significa ser um homem vulnerável. Qual será o aspecto cativante de um homem, quando ele se tornar vulnerável?

Qual será o aspecto cativante de uma mulher, quando ela se encontrar no processo de auto-fortalecimento - sendo uma versão feminina da po­tência, e não uma versão masculina? As mulheres possuíam um invólucro muito rígido em volta de seu campo de energia; precisavam proteger-se. Agora elas vão desenvolver a verdadeira força emocional. A casca rígida vai se diluir e o corpo radiante luminoso brilhará direto do coração. Os deuses e as deusas estão de acordo e trabalham juntos com essa energia. Assim está decretado e assim será o desenrolar deste drama. As histórias da antiguidade que contavam a magia da mulher, a criadora, aquela capaz de dar à luz, a que recebe o mistério do sangue - a força vital- e que é capaz de devolver essa força vital à Terra foram soterradas, esquecidas.

Onde es­tão as histórias da Deusa - aquela que ama, sente e nutre? A espécie masculina costumava possuir a energia da Deusa den­tro de si, também, e sente necessidade dessa energia. Para melhor controlar o planeta nos últimos milênios, os extraterrestres deram-Ihes mitos. Eles semearam todas as vossas instituições religiosas. Já dissemos que vocês são uma experiência. Às vezes as experiências são gratificantes e amo­rosas mas, nos últimos anos, essa experiência entrou numa decadência incrível.

Com os homens e a sociedade patriarcal dominando o planeta nos últimos milênios, e as mulheres numa posição subterrânea - nem ao menos secun­dária - separação era o tema e a emoção foi posta de lado, corno coisa feia, a ser evitada. Agiram como autômatos, repre­sentando papéis que os mantinham separados. Vocês não têm um panteão de imagens femininas cria­doras poderosas. Não possuem nada que sirva de padrão da imagem positiva da força feminina. Assim, os homens esfor­çam-se para ser másculos e as mulheres para adquirir o forta­lecimento através da vibração masculina, não possuindo ambos urna visão clara da potência feminina.

Devem criar esta imagem. Comecem a reconhecer a riqueza de energia da versão feminina do Eu, que é intuição, receptividade, criatividade, compaixão e nutrição. Vocês estão descobrindo que existe urna riqueza de identidade enorme numa essência desacreditada por muito tempo. Se você for urna mulher, é urna forma viva desta essência. Os homens precisam descobrir a forma da Deu­sa no seu interior, onde a sua Deusa se encontra com o seu deus. De forma análoga, a visão do masculino é distorcida.

Vocês não têm urna imagem de homem poderoso sensível. A sociedade sempre considerou homens sensíveis como" delica­dos", pouco másculos. Os homens estão começando a olhar para suas emoções e dizer: "Opa, estou sentindo isso", e sabem que ainda são homens. Portanto, homens e mulheres estão cri­ando modelos de imagem para versões potentes e integradas dos papéis masculino e feminino. Estes modelos estão chegan­do, e rápido. O tempo de separação acabou.

Como já mencionamos, não é fora que devem procurar a chama gêmea companheira. Devem procurar a integração da essência masculina e feminina dentro de si. Elas formam um todo. Pessoas inteiras procuram unir-se a outras pessoas intei­ras em relacionamentos baseados na confiança, desejo e esco­lha. Esses relacionamentos não se baseiam em "Eu preciso de você na minha vida para me completar e me autorizar." Vocês se tornam completos em si mesmos e operam com outras pes­soas também completas em si mesmas, criando um território totalmente novo a ser explorado.

Quando casam a chama gêmea interior, estão reconhe­cendo o intuitivo, a Deusa, portadora-de-vida, a parte sensível de si mesmos, bem corno a parte de si que é potente, racional e intelectual. Uma parte muito ligada ao plano físico e outra muito ligada ao plano espiritual. Quando fundem essas ener­gias dentro de si, torna-se imprescindível encontrar alguém com as mesmas qualidades. Isso irá acontecer sem o menor esforço, pois terão a capacidade de atrair pessoas inteiras. Vão atingir o que nunca consideraram possível nos relacionamen­tos anteriores, ligar-se a uma outra pessoa por desejo ou afini­dade, jamais por necessidade, e darão aos relacionamentos uma nova personalidade, um novo limite, uma nova defini­ção.

Vocês se tornarão seu próprio modelo neste novo tipo de relacionamento. Muita gente vai achar que a instituição do ca­samento perdeu o significado. Não comportará o que vocês conhecem, nem será adequada à maneira como querem viver. Como todos estão no caminho de integração das polari­dades dentro de cada um, temas difíceis surgirão muitas e muitas vezes. Acolham esses momentos difíceis, pois eles se­rão o vosso melhor professor. Permaneçam focados no vosso próprio crescimento, no próprio caminho, no próprio Eu e não se preocupem com o que os outros estão fazendo.

Chamem suas partes feminina e masculina, estabeleçam um diálogo entre elas para que comecem a trabalhar em cooperação e har­monia. Dêem a si mesmos muito amor e incentivo. Marquem um encontro consigo mesmos e digam: "Meu Eu, eu amo você. Você é um Eu maravilhoso. Você é o número um, o campeão, o melhor Eu do mundo!" Quando concedem a si mesmos a dignidade do vosso próprio amor, como se fossem a realeza recebendo saudações de seus súditos, tudo muda. A integridade e a força tornam-se vossa propriedade porque acreditam e amam quem são. Quan­do acreditam e amam a si mesmos, tudo começa a correr como vocês querem.

O mais difícil para quase todos é acreditar que merecem amor. Ninguém é obrigado a amá-los. Vocês não es­tão aqui para mendigar o amor de outras pessoas e, assim, se convencer de que têm valor. Estão aqui para desempenhar uma tarefa muito difícil num sistema sombrio, com pouca energia, estímulo ou infor­mação sobre a verdadeira história. Estão aqui para fazer o im­possível. Através do compromisso de amar a si mesmos, e fazendo deste compromisso o primeiro passo a partir do qual vocês operam todos os dias, tudo entra no lugar. Vocês se tor­nam inteiros, completos. Estão prontos para um relacionamen­to com outro ser completo e este relacionamento pode levá-los a planos deliciosamente inexplorados.

Bárbara Marciniak
Mensageiros do Amanhecer

terça-feira, 24 de abril de 2012

Mulheres Celtas


As mulheres de origem celta eram criadas tão livremente quanto os homens. 

À elas era dado o direito de escolherem seus parceiros, e nunca poderiam ser forçadas a uma relação que não queriam. 

Eram ensinadas a trabalhar para que pudessem garantir seu sustento, bem como eram excelentes amantes, donas de casas e mães. 

A primeira lição era:

1."Ama teu homem e o segue, mas somente se ambos representarem um para o outro o que a Deusa Mãe ensinou: Amor, Companheirismo e Amizade".

2. Jamais permita que algum homem a escravize. Você nasceu livre para amar, e não para ser escrava.

3. Jamais permita que o seu coração sofra em nome do amor. Amar é um ato de felicidade, por que sofrer? Jamais permita que seus olhos derramem por alguém que nunca fará você sorrir.

4. Jamais permita que o uso de seu próprio corpo seja cerceado. Saiba que o corpo é a moradia do espírito - por que mantê-lo aprisionado?

5. Jamais se permita ficar horas esperando por alguém que nunca virá, mesmo tendo prometido.

6. Jamais permita que o seu nome seja pronunciado em vão por um homem cujo nome você sequer sabe.

7. Jamais permita que o seu tempo seja desperdiçado com alguém que nunca terá tempo para você.

8. Jamais permita ouvir gritos em seus ouvidos. O Amor é o único que pode falar mais alto.

9. Jamais permita que paixões desenfreadas transportem você de um mundo real para outro que nunca existiu.

10. Jamais permita que outros sonhos se misturem aos seus, fazendo-os virar um grande pesadelo.

11. Jamais acredite que alguém possa voltar quando nunca esteve presente. 

12. Jamais permita que seu útero gere um filho que nunca terá um pai.

13. Jamais permita viver na dependência de um homem como se você tivesse nascido inválida.

14. Jamais se ponha linda e maravilhosa a fim de esperar por um homem que não tenha olhos para admirá-la.

15. Jamais permita que seus pés caminhem em direção a um homem que só vive fugindo de você.

16. Jamais permita que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos seus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de você.

17. E, sobretudo, jamais permita que você mesma perca a dignidade de ser MULHER.

Fonte: 
Papo de Mulher

domingo, 22 de janeiro de 2012

Pequena Alma...


"Era uma vez, em tempo nenhum, uma Pequena Alma que disse a Deus: - Eu sei quem sou!

E Deus disse: - Que bom! Quem és tu?

E a Pequena Alma gritou: - Eu sou Luz!

E Deus sorriu: - É isso mesmo! Tu és Luz!

A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas deveriam descobrir: - Uau, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.

Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe bastava. A Pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era.

Então foi ter uma conversa com Deus e disse: - Olá Deus! Agora que sei Quem Sou, posso ser Quem Sou?

E Deus disse: - Quer dizer que quer ser Quem já És?

- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é ser Quem Sou. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a pequena Alma.

- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.

- Sim, mas quero sentir! - gritou a Pequena Alma.

- Bem, acho que já era de esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada. Depois a sua expressão mudou: - Há só uma coisa...

- O quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Bem, não existe nada além da Luz. Porque eu não criei nada além daquilo que tu és; por isso, não vai ser fácil que você experimente Quem És.

- Poxa!? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.

- Tu és como uma vela ao Sol. Estás lá, sem dúvida. Tu e mais milhões, ziliões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem voces. Não seria um sol sem uma das suas velas. A questão é: como podes conhecer-te como a Luz, quando estás no meio da Luz?

- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma, mais animada.

Deus sorriu novamente: - Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.

- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.

- É aquilo que tu não és - replicou Deus.

- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.

- Só se o escolheres. Na verdade não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos a inventar tudo. Estamos a fingir.

- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.

- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é – disse Deus. Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê, antes, uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!

- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.

- Claro! - Deus riu-se. Claro que podes! Mas lembra-te de que “especial” não quer dizer “melhor”! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos se esqueceram disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!

- Oba! - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser!

- Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma.

- Que parte de especial é que queres ser?

- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. Não entendi…

- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes: É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?

A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.

- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma. - É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso e amoroso com os outros.

- Sim! - concordou Deus. E tu podes ser todas essas coisas.

- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. Quero ser a parte de especial chamada “perdão”. Não é ser especial alguém que perdoa?

- Ah, sim, isso é muito especial - assegurou Deus à Pequena Alma.

- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.

- Bom, mas há uma coisa que devias saber — disse Deus.

A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente. Parecia haver sempre alguma complicação...

- O que é? - suspirou a Pequena Alma.

- Não há ninguém a quem perdoar.

- Ninguém? A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.

- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta!

Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que se tinha aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados, porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava a ter uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles estavam a dizer.

Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar: Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.

- Então, perdoar quem? – perguntou Deus.

- Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. - resmungou a Pequena Alma. E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.

Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse: - Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.

Vais? - a Pequena Alma animou-se. Mas o que é que tu podes fazer?

- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!

- Podes?

- Claro! - disse a Alma Amiga, alegremente. Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.

- Mas porquê? Porque é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! O que é que te levaria a ti, que danças sobre as estrelas, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?

- É simples - disse a Alma Amiga. Faço-o porque te quero muito bem.

A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.

- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga. Tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau. Fomos ambas a Vítima e o Vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos. Eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a “má”, desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.

- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.

- Oh, havemos de pensar em alguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.

Então a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma: - Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?

- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.

- Eu vou ter que fazer esta coisa não muito boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E por isso, só te peço um favor em troca.

- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma. E começou a dançar e a cantar: Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!

Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.

- O que é? - perguntou a Pequena Alma. O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!

- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas!

E então a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga: - O que é que posso fazer por ti?

- No momento em que eu te atacar e atingir, - respondeu a Alma Amiga – no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...

- Sim? - interrompeu a Pequena Alma. Sim?

A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.

- Lembra-te de Quem Realmente Sou.

- Oh, não irei esquecer! - gritou a Pequena Alma. Prometo! Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.

- Que bom - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar a fingir tanto, que eu própria vou esquecer Quem Sou. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar às duas Quem Somos.

- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva – a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.

E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão. E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível."

Neale Donald Walsch

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Sincronicidade... para ver a Magia da Vida / Deepak Chopra


Leis da Sincronicidade 

1. Meu espírito é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais. 

Esta frase resume a totalidade do que estou expondo. Se você esquecer tudo o mais, lembre-se apenas disso.

2. Meu diálogo interno reflete meu poder interno. 

O dialogo interno das pessoas auto-realizadas pode ser descrito assim: é imune a críticas; não tem apego aos resultados; não tem interesse em obter poder sobre os outros; não tem medo. 

Isso porque o ponto de referência é interno, não externo.

3. Minhas intenções tem poder infinito de organização. 

Se minha intenção vem do nível do silêncio, do espírito, ela traz em si os mecanismos para se concretizar.

4. Relacionamentos são a coisa mais importante na minha vida. E alimentar os relacionamentos é tudo o que importa. 

As relações são cármicas e quem nós amamos ou odiamos é o espelho de nós mesmos: queremos mais daquelas qualidades que vemos em quem amamos e menos daquelas que identificamos em quem odiamos.

5. Eu sei como atravessar turbulências emocionais. 

Para chegar ao espírito é preciso ter sobriedade. Não dá para nutrir sentimentos como hostilidade, ciúme, medo, culpa, depressão. Essas são emoções tóxicas. 

Importante: onde há prazer, há a semente da dor, e vice-versa. 

O segredo é o movimento: não ficar preso na dor, nem no prazer (que então vira vício). Não se deve reprimir ou evitar a dor, mas tomar responsabilidade sobre ela.

6. Eu abraço o feminino e o masculino em mim. 

Esta é a dança cósmica, acontecendo no meu próprio eu. 

A energia masculina: poder, conquista, decisão. 

A energia feminina: beleza, intuição, cuidado, afeto, sabedoria. 

Num nível mais profundo, a energia masculina cria, destrói, renova. A energia feminina é puro silêncio, pura intenção, pura sabedoria.

7. Estou alerta para a conspirações das improbabilidades. 

Tudo o que me acontece de diferente na vida é cármico. É, portanto, um sinal de que posso aprender alguma coisa com aquela experiência. 

Em toda adversidade há a semente da oportunidade.

Deepak Chopra

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Voce está preparado para o Amor? Prepare-se para receber o Amor!


"Seja voce: Homem ou Mulher...

O verdadeiro amor...

O seu amor companheiro...

O seu amor de alma...

Aquele amor que voce sonha desde sempre...

Só vai encontrar voce,
de verdade,
o dia que voce conseguir encontrar em si mesmo
o equilíbrio perfeito e harmonioso
entre o seu lado masculino e o seu lado feminino...

Pense nisso...

E o Amor... encontrará voce!"

Autor Desconhecido

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hagia Sophia: A Sabedoria Sagrada


"...Há milênios fui pelo Senhor criada, no começo de tudo, como Seu primeiro ato criador, antes mesmo da Terra, quando não existia o abismo profundo, nem fontes de água, montanhas, colinas ou campos. Quando Ele estabeleceu os céus Eu estava lá, também quando traçou um círculo na superfície do abismo e firmou a abóbada celeste, quando delimitou as margens dos mares e a fundação da Terra. Eu estava sempre ao seu lado como uma Mestra criadora e parceira, sendo o seu deleite e me alegrando ao lado dele no mundo habitado..." (Livro dos provérbios, 8:22-31)

Inúmeros textos (“livros da sabedoria”) da bíblia hebraica descrevem Hokhmah, a Sabedoria feminina, de forma complexa e desafiadora, dando origem a inúmeras interpretações e contradizendo o conhecido monoteísmo judaico. Ela – assim como Yahweh - era invisível e transcendente, sua origem retrocedendo ao “inicio dos tempos antes da Terra existir”. Mas também era imanente, pois além de consorte de Deus e construtora do universo, ela fazia parte da criação e caminhava no meio da humanidade. A controvérsia gira em torno da sua aparição, vista ora como primeiro ato de criação de Deus, ora como entidade pré-existente, herdeira de Zoé, arquétipo da própria existência. Filósofos modernos argumentam que a Sabedoria representa a ordem oculta do mundo, sendo uma lei cósmica, um pré-requisito da criação e portanto percebida e reconhecida por Deus, mas sem ser por ele criada.Como princípio espiritual e força transcendental, Hokhmah é a mediadora entre Deus e o mundo e proporciona à humanidade a sua redenção. O seu surgimento (do abismo profundo, sinônimo do ventre primordial, de uma Deusa mãe) confirma a sua origem e natureza feminina e co-participante no processo de criação. A natureza de Hokhmah é a própria Lei da Vida, mescla de amor e conhecimento que traz à humanidade tanto a alegria, quanto o sofrimento. Ela é o espírito invisível que guia a vida dos humanos e os convida através das mulheres a participarem da sua hospitalidade e buscarem seus conselhos, como é descrito nestes versos:

A sabedoria construiu Sua casa sobre sete pilares, preparou uma farta mesa e enviou Suas mulheres para convidar aqueles que queriam ter a visão para compartilhar do seu pão e do seu vinho (Provérbios 9:1-6).

....saibam que não dedico meus esforços apenas para mim, mas para todos aqueles que buscam sabedoria. Meus pensamentos são mais amplos que o mar e meus conselhos mais profundos que o grande vazio... (Livro de Ben Sirach 24:3-6)

Os livros mais antigos da bíblia que falam sobre a sabedoria baseados em compilações de textos arcaicos de Suméria, Babilônia e Egito, preservam as qualidades de sabedoria de deusas como Nammu, Inanna, Cibele, Isis, as Rainhas do céu e da Terra que antecederam por dois milênios a cultura hebraica e grega. Muitas destas imagens e atributos constituíram a base dos textos do Velho Testamento, em que a sabedoria aparece como uma árvore com fruto, um manto que envolve e protege, uma figura velada e misteriosa, um símbolo mítico da divindade feminina.

A sua mudança da representação metafórica da sabedoria no judaísmo, personalizada nos textos posteriores (hebraicos, gnósticos, cabalísticos e helenísticos) para Espírito Santo e Logos foi embasada em distorções de palavras e gêneros na língua hebraica e grega. DeHokhmah - palavra feminina em hebraico- chegou-se ao termo grego neutro Hagion Pneuma e ao masculino Logos, depois ao conceito latino e masculino do Spiritus Sanctus, apesar da sua imagem ser a pomba, totem da Deusa Mãe. A transição da sabedoria como atributo da Mãe Deusa até sua transformação no Espírito Santo dos evangelhos gnósticos e cristãos aparece nos Livros dos provérbios (400 a.C), Ben Sirach (200 a.C.), O canto de Salomão, o Livro de Enoch (100 a.C.). No livro de Ben Sirach “a sabedoria é criada da boca do Altíssimo, que fez sozinho a abóbada celeste, os mares e a terra, e que lhe determinou morar somente em Israel” privando assim o resto da humanidade da qualidade universal da sabedoria. A real fonte da compreensão intelectual, do esforço e da realização foi transformada no Torah, que à sua vez passou a ser declarado o receptáculo da própria sabedoria identificada pelo Logos, a palavra. A jornada da sabedoria da Terra para o céu foi descrita desta forma:

A sabedoria tentou fazer sua morada no meio dos filhos dos homens, mas não encontrou lugar para ficar e retornou à sua origem, entre os anjos (Livro de Enoch, 42:1).

Como punição pela perda, os pecadores seriam punidos, as pessoas comuns não mais podiam reverenciar as leis da natureza, que iriam ser interpretadas por mestres, padres e homens de lei, os únicos autorizados para compreender os escritos sagrados. O Torah foi visto como escrito pelo próprio Deus e a natureza feminina e universal da sabedoria foi abolida, considerada um compromisso com a lei de punição e recompensa.

O verdadeiro significado da sabedoria não se perdeu mas ressurgiu de outra forma, comoSophia, no Livro de Sabedoria de Salomão, escrito em grego no primeiro século a.C. em Alexandria, por autores judeus não tradicionais com orientação helenística e com comentários de mulheres de um grupo místico chamado Therapeutae. Nele a descrição de Sophia (“a qualidade elevada da alma”) é muito semelhante a Hokhmah bíblica, mas com poderes expandidos, como podemos ver nos versos a seguir:

Ele deu-me o conhecimento de tudo que existe, para compreender a ordem do mundo e a ação dos elementos, o início, meio e final do tempo, a mudança das estações, os ciclos dos anos e a posição das estrelas, a natureza dos animais, as espécies das plantas, as virtudes das raízes, as forças dos espíritos e o raciocínio dos homens (Livro de Sabedoria do Salomão, 7:17-20). 

Sophia se revela uma divindade feminina, atributo de sabedoria da natureza acessível às mulheres, que ficou degradada ao se tornar possessão humana e apenas um veiculo para a grandeza masculina e por isso aos poucos desaparecendo. Interpretações posteriores consideram a Sabedoria o Espírito Divino, um atributo radiante e reflexo luminoso de Deus ou o próprio espírito criador, a centelha divina presente nos humanos e em toda a natureza. 

Ela pode ser vista como criadora por ter feito o mundo e conhecer suas leis, que compartilha com os seres humanos. A atividade mental, a capacidade criativa portanto pertencem também às mulheres, permitindo-lhes assim confiar no seu intelecto e raciocínio lógico. 

Deus é considerado a fonte do conhecimento, mas cuja origem é a própria sabedoria, contida nas leis naturais e não confinada em um livro bíblico.

A sabedoria é definida como: inteligente, sagrada, única, diversa na manifestação, sutil, móvel, clara, pura, singela, bondosa, invulnerável, beneficente, irresistível, perspicaz, humana, firme, segura, livre da ansiedade, poderosa, vê tudo e permeia os espíritos inteligentes, puros e bondosos. 

Porém, depois dos capítulos iniciais do livro em que se enumeram as vinte e uma qualidades de Sophia, ela passa a ser vista como uma mulher com que os homens desejam se casar e considerá-la uma maneira para aumentar seu próprio poder.

A sabedoria tornou-se assim um objeto a ser possuído pelos sábios, garantindo-lhe poder e vitória sobre os inimigos, sucesso nos negócios e felicidade doméstica, perdendo seus aspectos universais e sagrados. Especula-se que os capítulos foram escritos por pessoas em épocas diferentes, mas o mistério não foi resolvido.

Reflexos da Hockhma hebraica são encontrados nos hinos órficos, 80 poemas que honravam várias divindades gregas, atribuídos a Orfeu e usados em rituais entre 300 a.C. e 500 d.C. Independentemente dos seus nomes, as deusas honradas eram manifestações da Grande Mãe, o principio divino feminino universal, existente e manifestado nas leis da natureza, conhecido como Hockhma ou Sofia, a Sabedoria, com os mesmos atributos e qualidades citados nos livros hebraicos. Todavia, a mudança histórica do sagrado feminino para o monoteísmo patriarcal levou aos poucos ao esquecimento e diminuição de status das deusas do Oriente próximo e da Grécia, antes cultuadas e honradas. Expandindo a noção da divindade acima da compreensão humana a sabedoria perdeu seu aspecto telúrico, a mulher foi dissociada da imagem da Deusa e passou a ser menosprezada como manifestação do pecado e do mal. Espírito e natureza tornaram-se polaridades opostas e simbolizadas pela Sophia celeste e a Eva terrestre.

Com o advento do cristianismo o arquétipo feminino foi totalmente eliminado da ligação com o divino, a matéria decretada inferior ao espírito, o atributo de sabedoria associado com Jesus e depois transformado na terceira figura da trindade masculina, o Espírito Santo.

A conexão entre Sophia, a Mãe Divina e seu filho Cristo é perdida, Jesus nasce como filho de Deus Pai e de Maria (simples mortal) e assume as qualidades de Sophia, a sabedoria passando a ser atributo masculino. 

Hockhma hebraica ou Sophia gnóstica são totalmente negadas como aspectos divinos femininos e jamais é feita alguma menção à sua existência prévia nas escrituras cristãs. A sabedoria é personificada por Jesus como o mediador entre o plano divino e material e cuja missão era salvar as almas e não mais orientá-las para se tornarem “moradas da sabedoria”. Jesus, apesar da sua associação pelo apóstolo posterior pelo apóstolo Paulo com os atributos e títulos da sabedoria, nunca afirmou ser ele a Sabedoria divina. O enfoque passou a ser a salvação, conseguida ao pertencer ao cristianismo, que privou assim a alma da união mística do criador com a criação, separando os processos físicos, mentais e espirituais e levando ao distanciamento da natureza e à inferiorização da mulher.

As seitas gnósticas que preservaram a associação mítica entre a Deusa e a imagem de Sophia como personificação da sabedoria divina feminina, foram proibidas no ano 326 pelo imperador Constantino. Sophia ou Sapientia (que emerge do mar e de cujos seios jorram o vinho vermelho e branco da iluminação pela união das polaridades) reaparece apenas na Idade Média nas obras de vários filósofos, ordens iniciáticas (Templários, Cátaros, Graal) alquimistas e trovadores.

A natureza lunar de Sapientia é representada nas suas duas faces, uma clara, outra escura e que está presente nas figuras das duas Marias, a Mãe (doadora da luz) e a consorte (Madalena que detém o conhecimento da sabedoria oculta). 

A igreja ortodoxa preservou por um bom tempo o titulo grego de Sophia como sendo a sabedoria divina (Hagia Sophia) dedicando-lhe inúmeras igrejas, inclusive a basílica bizantina. Santa Sofia foi uma adaptação da Grande Mãe gnóstica simbolizada pela pomba de Afrodite e depois transformada no Espírito Santo.

Por ser a natureza desvalorizada na comparação com a salvação e as mulheres sendo a ela associados, surgiu a doutrina do controle e autoridade masculina, a dominação do mundo material e exploração das mulheres. Esta teoria foi reforçada pela culpa atribuída à mulher pelo pecado original e a origem dos males no mundo. A demonização das mulheres e da natureza enfatizou a supremacia masculina, divina e humana, premissa que incentivou as horrendas e cruéis perseguições da Inquisição na Idade Média.

O que importa para nós mulheres é lembrar que Hagia Sophia é uma energia divina feminina, mediadora entre o céu e a Terra, que detém e compartilha o conhecimento universal do Logos e da sabedoria ancestral. Ela existe em todas nós mulheres e agora chegou a hora de prestar atenção à sua voz e agir de acordo com as leis da natureza, onde é sua morada, buscando inspiração, conhecimento intelectual e sintonia espiritual. Quanto mais conscientes agirmos na nossa vida, mais poderoso e recompensador será o conhecimento que encontraremos, fruto da árvore da sabedoria e verdade. Conscientes do nosso poder e da habilidade de criar, poderemos assumir nossa condição inata de Filhas da Sophia, sacerdotisas da dança sagrada da vida e da Terra, artesãs dos nossos sonhos e realizações, reconhecendo e honrando a unidade e a interdependência da luz e escuridão, silêncio e palavra, razão e intuição, Espírito e matéria.

Mirella Faur

Fonte: