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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Prece da Árvore




 Ser Humano, 
Protege-me! 

Junto ao puro ar 
da manhã ao crepúsculo, 
eu te ofereço 
aromas, flores, frutos e sombra! 

Se ainda assim não te bastar, 
curvo-me e te dou 
proteção para teu ouro, 
pinho para tua nota, 
teto para teu abrigo, 
lenha para teu calor, 
mesa para teu pão, 
leito para teu repouso, 
apoio para teus passos, 
bálsamo para tua dor, 
altar para tua oração 
e te acompanharei até à morte... 

Rogo-te: Não me maltrates!

Walter Rossi


Fonte:

Walter Rossi
Jornal da Poesia
http://www.jornaldepoesia.jor.br/wrossi.html

e
Árvores Sagradas
Por Sandra Siciliano

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sustentabilidade: começa dentro de voce


A sustentabilidade começa dentro de você: mais do que preservar o meio ambiente, é preciso reciclar as emoções!

Ouvimos cada vez mais falar sobre sustentabilidade. Mas você sabe o que esse termo significa?

É comum associarmos sustentabilidade às questões ambientais, porém, ela é bem mais abrangente do que isso. Está ligada à nossa sobrevivência e existência. Afinal, somente otimizando todos os aspectos da vida poderemos criar as condições necessárias para que nós e o planeta possamos viver em harmonia.

A base de toda e qualquer estrutura coletiva é formada, antes de tudo, por indivíduos. Muito se fala dessa sustentabilidade que se trata do coletivo, das políticas, das tecnologias e das tendências que vêm do coletivo para o indivíduo. A sustentabilidade costuma ser tratada de fora para dentro. Porém, se são os indivíduos que conduzem essas diretrizes e ações para o ambiente e para o coletivo, como seres insustentáveis poderão ser capazes de conduzir ações sustentáveis? A insustentabilidade do planeta é, antes de tudo, uma insustentabilidade de cada um dos seus quase 7 bilhões de indivíduos!

Sustentabilidade além do aspecto físico

Ao levar nossa visão para o indivíduo, vou abordar nós, seres humanos, de maneira mais profunda. Sempre considerando, além de nossos aspectos físicos, os aspectos mais sutis: emocional, mental e espiritual. Ainda que algumas possam tentar ser mais abrangentes e alcançar esses níveis mais sutis, as discussões sobre sustentabilidade, assim como seus resultados e ações decorrentes, ainda trabalham demasiadamente focadas apenas no nível físico. Isso porque como indivíduos, levamos nossa vida focada prioritariamente neste âmbito. 

Prestamos atenção à saúde de nosso corpo e de nossa vida material e financeira, mas não damos igual valor aos nossos aspectos sutis, à nossa saúde emocional, mental e espiritual. E quando buscamos trabalhá-los, tentamos lidar com eles da mesma maneira como lidamos com nossos aspectos físicos. No meu trabalho, canso de ouvir a pergunta: "o que eu tenho que fazer para me sentir melhor?". 

Não adianta determinarmos em nossa agenda que hoje estaremos alegres, amanhã tristes e depois de amanhã alegres de novo, cumprindo isso como mais uma tarefa do dia-a-dia. Trabalhar e "resolver" nossas questões emocionais, mentais e espirituais não é algo que possamos fazer somente de forma racional e prática. Nossos aspectos sutis não funcionam exatamente como nossos aspectos físicos. 

Mas como humanidade, ainda não percebemos essa diferença e não aprendemos a lidar com nosso próprio mundo das emoções, pensamentos e alma. Tentamos resolver tudo de forma racional e prática, e nos sentimos perdidos e frustrados quando nossas abordagens não funcionam.

Tendemos a levar em conta e a dar credibilidade somente àquilo que é racionalmente comprovado por números e estatísticas. A realidade deve ser demonstrada de maneira racional e física. 

Porém, se em nossa essência somos também seres emocionais, mentais e espirituais, como deixaremos isso de lado? 

Como poderemos trabalhar uma verdadeira sustentabilidade sem nos trabalhar de maneira verdadeiramente integrada?

Reproduzimos essa falta de integração em nossas vidas individuais, distorcendo as diretrizes que direcionam nossa maneira de viver e ser coletivamente. Nos preocupamos em separar e reciclar lixo, em economizar água, defender as florestas. De fato é importante cuidar do ambiente coletivo físico. Porém, isso é apenas uma das dimensões da sustentabilidade.

Será que limpamos e reciclamos nossas emoções e pensamentos, gerando uma atmosfera emocional e mental coletiva saudável? 

Será que otimizamos nossas energias em forma de atitudes, pensamentos e ações positivas na maneira como nos relacionamos com os outros e com o ambiente?

É preciso haver uma sustentabilidade individual antes de levá-la para o coletivo, pois só assim a sustentabilidade será sólida e verdadeira. De outra maneira, ela se torna parcial, até ilusória, e nos faz continuar a empurrar os verdadeiros problemas com a barriga. 

Pode parecer contraditório falar de algo individual quando tratamos de um conceito que se trata de um nível tão coletivo como a sustentabilidade planetária. Porém, a coletividade é antes de tudo um conjunto de indivíduos muito bem trabalhados, e que por terem seus limites e responsabilidades bem definidos são capazes de interagir de maneira equilibrada. 

Para chegar à tal sustentabilidade individual precisamos aprender a sermos egoístas de maneira positiva. Esse "egoísmo" ao qual me refiro aqui é positivo para a coletividade, e até essencial a ela, e não o egoísmo que desagrega o coletivo. 

É conquistado pelo exercício individual de observar a si mesmo e ao outro, sem julgamentos e pela desconstrução dos falsos bons comportamentos e atitudes.

Em nome do coletivo, tentamos atropelar aqueles que pensam diferente de nós, em clima de preconceito e julgamento, sem nem mesmo tentar uma real conciliação. Em nome do bem, fazemos boas ações pelo ambiente e pelos outros que na verdade não necessariamente beneficiam quem está lá fora, mas sim a sua própria carência e necessidade de ser reconhecido pelos outros. Em nome do que é justo, impomos nossa verdade ao outro sem nem ao menos tentar buscar compreender a verdade que ele traz dentro de si.

Sustentabilidade pode ser um caminho para a felicidade

Ao nos desfazermos das nossas falsas intenções e assumirmos para nós mesmos nossos verdadeiros e distorcidos impulsos, começamos o trabalho de "purificar" as energias que nos impulsionam, a poluição interna em nossas motivações e intenções. Não adianta acharmos que o mundo está errado e que nós estamos cobertos de razão, e por isso ficarmos bravos.

Podemos não concordar com alguém ou com o mundo, e nos sentirmos revoltados por alguns instantes, mas se não transformarmos essa raiva em amor - pelo outro, pela humanidade, pelo planeta, ou simplesmente Amor, um impulso genuíno de fazer o bem - todo o trabalho que fizermos na "boa intenção" de ajudar, fazer o certo e o bem, na realidade será movido pela má intenção (raiva, irritação, revolta, vingança, competição, julgamentos externados ou apenas pensados no silêncio de si, etc.) disfarçada de boa intenção. Isso significa alimentar o emocional, mental e espiritual coletivo de maneira negativa. E pior, exalar negatividade disfarçada de boas intenções, justiça, de algo "certo". 

Criamos uma energia de contradição e ilusão, afinal, nós mesmos acreditamos estar fazendo algo pelo bem, e que no nível físico até pode parecer ser o bem mesmo. Porém, nos níveis sutis alimenta somente a negatividade. Vamos criando uma polarização, um abismo entre o que aparenta ser e o que realmente é na essência. São nessas percepções e atitudes pequenas, mas de importância gigantesca, que podemos começar a trabalhar nossa sustentabilidade humana e contribuir para a sustentabilidade integrada do planeta.

O que isso tem a ver com a nossa vida? 

Como afeta o nosso dia-a-dia? 

Trabalhar a sustentabilidade dentro de nós significa, na prática, sermos pessoas mais bem resolvidas e felizes, e por isso capazes de interagir coletivamente de maneira harmoniosa. No final das contas, trabalhar a sustentabilidade integrada é trabalhar pela nossa própria felicidade antes de tudo.

Então, convido você a refletir e a trabalhar a sustentabilidade sob essa visão integrada, de dentro para fora, afinal, o mínimo que pode acontecer é você se tornar mais apto para a felicidade! Não soa nada mal, não é?

Por Ceci Akamatsu

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sê inteiro...


"Para ser grande, sê inteiro: 
Nada teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa
Põe quanto és
No mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua toda brilha
Porque alta vive."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tai Chi


Tai Chi é uma arte marcial não combativa que contém em sua prática meditação e exercícios para beneficiar a saúde global do organismo.

É um dos componentes da medicina chinesa, composta também por acupuntura, acupressura, fitoterapia e massagem.

Utilizado na manutenção da saúde e alívio do estresse, o Tai Chi é também um meio de se buscar a longevidade e a consciência espiritual.

Indicação: O Tai Chi proporciona amplos resultados contra distúrbios ligados ao estresse. Pressão arterial, tensão e ansiedade são amenizadas pela sua prática. Há pacientes que se beneficiaram da prática do Tai Chi com melhoria de artrites e lesões.

Em longo prazo, diminui a incidência de problemas ósseos e da coluna.

Método: A base do Tai Chi é a prática da "forma", que consiste em um conjunto de exercícios lentos, harmoniosos e padronizados. Estas diferem-se de acordo com o estilo praticado - uns mais lentos e constantes, outros com ritmo variável. Assim, há formas breves e outras mais longas.

Os movimentos estimulam o relaxamento geral e a harmonia entre mente, corpo e espírito. Com caráter de autodefesa, todos são planejados para equilibrar o fluxo do CHI pelos meridianos bem como harmonizar o fluxo da linfa e do sangue.

Fonte: 
verdor


Os ideogramas que compõe a palavra Tai Chi Chuan significam:

太, Tai significa "o maior", "o mais alto", "supremo", "absoluto".

極 (ou 极, em chinês simplificado), Chi (ou Ji) significa, original e literalmente, a parte mais alta do telhado - "cumeeira".

拳, Chuan (ou Quan) significa Punho, aqui simbolizando "soco", "luta à mãos livres" (desarmadas), "boxe"

Portanto, algumas das possíveis traduções literais de Tai Chi Chuan são: "Punho da Suprema Cumeeira", "Punho do Limite Supremo" ou simplesmente "Punho do Tai Chi". Como cada ideograma pode ter mais de um sentido, há outras formas de traduzir o termo além destas.

No Taoísmo, onde o Tai Chi Chuan teve sua origem, a "Suprema Cumeeira", ou "Limite Absoluto" tem a conotação filosófica de "Elevação", "Sublimação", "Purificação", resultante, entre outras, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos inferiores se transformam em outros que não o sejam.

O Tai Chi também simboliza o "Cosmos" e a interação, dos princípios energéticos Yin e Yang, em constante mutação, sendo conhecida a sua representação pelo Tai Chi Tu (Diagrama do Tai Chi), mais conhecido no Ocidente como o "Símbolo do Yin-Yang".

O Tai Chi Chuan (em chinês: 太極拳 pinyin: Taiji Quan) é uma arte marcial interna chinesa, categoria nomeada em chinês de neijia (內家).

Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento. Os princípios filosóficos do Tai Chi Chuan remetem ao Taoísmo e à Alquimia Chinesa. A relação de Yin e Yang, os Cinco Elementos, o Ba Gua (Oito Trigramas), o Livro das Mutações (I Ching) e o Tao Te Ching de Lao Zi são algumas das principais referências para a compreensão de seus fundamentos.

Os textos clássicos do Tai Chi Chuan escritos pelos mestres orientam a:

Vencer o movimento através da quietude (Yi Jing Zhi Dong) 以靜制動

Vencer a dureza através da suavidade (Yi Rou Ke Gang) 以柔克剛

Vencer o rápido através do lento (Yi Man Sheng Kuai) 以慢勝快

Apesar de ter suas raízes na antiga China, o Tai Chi Chuan é atualmente uma arte praticada em todo o mundo. É apreciado no ocidente especialmente por sua relação com a meditação e com a promoção da saúde, oferecendo aos que vivem no ritmo veloz das grandes cidades uma referência de tranquilidade e equilíbrio.

Os criadores do Tai Chi Chuan basearam sua arte na observação da Natureza - não apenas na observação dos animais, mas no estudo dos princípios da interação entre os diversos elementos naturais.

Fonte: Wikipédia

domingo, 20 de novembro de 2011

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ártemis: A Senhora da Natureza Selvagem


"Amada Deusa arqueira, Senhora da caça e dos animais selvagens, que vigias no céu estrelado quando o Sol está adormecido, cuja testa é adornada pelo crescente lunar, que habitas nas florestas escuras com Teu séquito de ninfas, a Ti Senhora e Mãe, que eu invoco para me fortalecer e proteger, ao longo da minha vida como mulher ..." Hino para Ártemis de Virgilio (adaptado).



As imagens e mitos gregos mais recentes representam Ártemis como uma virgem assexuada, regente da lua crescente, perambulando pelas florestas com seu grupo de ninfas, evitando o contato com os homens e matando aqueles que espiavam sua intimidade. No entanto, esta é apenas uma das inúmeras identidades assumidas por esta misteriosa Deusa, uma síntese das energias multifacetadas da essência feminina.

A natureza de Ártemis é complexa e contraditória: ela é virgem, mas cuida e auxilia parturientes e crianças; é caçadora e ao mesmo tempo protetora dos animais, é guerreira e rainha das Amazonas, mas também é A Mãe dos Mil Seios, senhora da fertilidade. Simboliza a dualidade do bem e do mal, ora aparecendo como uma linda donzela, ora deusa vingativa, agindo como parteira amorosa ou feroz guerreira, protetora das crianças sem nunca ter sido mãe, cuidando da vida ou promovendo a morte.

A sua origem é remota, sendo a herdeira de Potnia Theron, a Senhora dos Animais da civilização neolítica, representada cercada de animais e alada, com desenhos de peixes e espirais na sua túnica, vistos como símbolos do fluxo de energia criativa. Originariamente, Ártemis era a Mãe da Floresta, invocada por caçadores e viajantes que eram por Ela protegidos, desde que eles não matassem fêmeas prenhas e filhotes, não caçassem por esporte ou distração, nem desperdiçassem recursos e riquezas naturais.

Ártemis foi reverenciada ao longo do tempo e do espaço, com diferentes atributos, nomes e rituais, mas permanecendo sempre Megale Ártemis, a Grande Deusa. Das montanhas de Anatólia, o habitat das tribos de Amazonas, seu culto espalhou-se para África, Sicilia, Europa, as ilhas gregas como Creta e Delos, até Trácia na Grécia, onde floresceu em Brauron com as iniciações e danças das meninas–ursas. Sua estátua como a Deusa dos Mil Seios, no templo de Éfeso (construído em 320 a.C. e destruído mil anos depois pelos godos), era uma das sete maravilhas do mundo antigo e simbolizava o instinto primal de gerar, viver e morrer, o poder verdadeiro da Grande Mãe, tanto a Nutridora quanto a Ceifadora da vida, chamada Proto Thronia, a primeira no trono.

No mito grego Ártemis aparece como filha de Zeus e Leto (que originariamente era uma deusa pré-grega chamada apenas “Nossa Senhora”), que tinha sido amaldiçoada pela Hera para não poder parir em nenhum lugar onde os raios solares incidissem. Leto foi ajudada pela sua irmã Asteria, que se transformou em uma ilha mágica, Ortigia, que flutuava sob a superfície do oceano e assim sendo, livre da maldição. Ártemis nasceu com facilidade, mas como seu irmão gêmeo custava a nascer e Leto sofria dores terríveis, Ártemis a ajudou trazer Apollo ao mundo. Foi assim que se originaram os nomes de Ártemis como Eileithya e Partenos, a Parteira amorosa e o título de “Aquela que trazia a luz”. A ilha mágica - renomeada Delos (“brilhante”) - foi consagrada a Ártemis e Apollo, sendo que lá nenhum ser humano podia nascer ou morrer.

Quando Ártemis completou três anos, foi apresentada ao seu pai e Zeus encantado com sua precocidade lhe ofereceu quaisquer presentes que ela quisesse. Ártemis pediu para jamais precisar casar (e assim permaneceu, sendo imune aos encantamentos de Afrodite e Eros), ter mais nomes do que seu irmão, mas ter arco e flechas como ele, poder usar sempre uma túnica curta para correr à vontade nos bosques, ter como companhia sessenta ninfas do oceano e trinta dos rios que cuidassem dos seus animais, reger a Lua e a luz (na sua qualidade de Phoebe, “a luminosa”), ter o domínio das montanhas e florestas e o direito de fazer sempre suas próprias escolhas.

Assim como Athena e Héstia, Ártemis era virgem, ou seja, tinha autonomia e independência, liberdade para agir seguindo seu instinto, jamais se submetendo ao domínio ou controle masculino. Ela prezava sua liberdade e defendia o Seu espaço, transformando os intrusos em animais, bem como protegia as crianças e animais recém nascidos com a ferocidade da ursa, que era o Seu animal totêmico (além do cão, veado, corça, lebre, javali, lobo, cavalo) e que a personificava como a Mãe Ursa.

Seus inúmeros títulos se referiam às Suas funções e domínios múltiplos, como regente das florestas, dos animais, caça, lagos, pântanos, rios, mares, campos, clareiras, madrugada, Lua, luz, partos, cura, proteção. Ela regia as fases da vida, as transições e dimensões das experiências femininas, (infância, adolescência, gravidez, amamentação, menopausa, solidão, morte), protegendo-as das ações ou interferências masculinas. Eram três as grandes áreas regidas: a sobrevivência das espécies (fertilidade, reprodução e nascimentos), o controle do tempo, das águas e das marés e o ciclo de vida, destruição e morte (como caçadora ela mantinha o fluxo e o intercâmbio natural das energias), regendo também a lua negra e a noite, junto com Hécate. As matas, os bosques e campos pertenciam à Ártemis e às suas ninfas que moravam nas árvores, plantas, nascentes e rios, cuidando e protegendo tudo com amor e dedicação. A paixão e a virgindade são aspectos entrelaçados de forma estranha e profunda, assim como também é o habitat selvagem e longínquo, que resiste e reage à qualquer forma de violação.

De todas as deusas gregas, Ártemis é a mais próxima das mulheres, por isso é considerada sua Protetora por excelência, como comprovam as dezenas de títulos e atributos a Ela conferidos, distribuídos em várias áreas por eles regidos.

Aspectos da natureza

Agrea, da terra não cultivada, Aetole, dos ventos, Agrotera, da caça, Akrea, das colinas, Amarysia, que traz a chuva, Aphetura e Toxotis, as Arqueiras, Arkadia, das montanhas, Artio e Eleuthera, as Mães Ursas, Astrateia, das estrelas, Daphne, do louro, Diktina, da caça, Euploea, que traz bom tempo, Heleia, dos pântanos, Hemera, do anoitecer, Kypharissa, rainha dos ciprestes, Lakone, do lago, Lemnos, da terra, Kariathis, da nogueira, Kedrinos, do cedro, Lykaena, das lobas, Melissa, das abelhas, Skulakitis, protetora dos cães, Pythia, a serpente.

Protetoras dos partos

Amnius e Delphinia, guardiãs do ventre antes do nascimento, Argennis e Eileithya, auxiliam os partos difíceis, Eulochia, Eunumos, Genetaira e Orsilochia ajudam no parto, Genetyllis, protetora dos nascimentos, Kurotrophos e Paedotrophus, enfermeiras e “babás”, Hemeresia, que tranquiliza, Locheia, a que cuida do sangue no parto, Mogostakia, ajuda diminuir as dores do parto, Oraia, protege os fetos, Paeonia, a curadora, Soodina, a salvadora nos partos difíceis. Protetoras das mulheres: Alexeteira, a campeã nas competições, Alexiares, afasta as maldições, Alexibelemnos, protetora da vida, Angelos, mensageira, Aristoboulia e Boulephorus, conselheiras, Berekynthia, traz sabedoria, Brauronia e Philomeirax, protetoras das meninas, Britomartis, a doce donzela cretense, Despoena, a Senhora, Dynatera, a poderosa, Eleutho, a libertadora, Eulinos, a tecelã, Kalliste e Parthenia, lindas donzelas, Keladeina, que dá a boa voz, Kleito, das invocações, Kytheria, para esconder e proteger, Hegemone, da dança, Hiereia, a sacerdotisa, Iasoria , a curadora, Lathrios, dos segredos, Metapontina, guia e protege nas mudanças, Nikephoros, dá a vitória, Opis, do silêncio, Pamphylaia, providencia tudo, Pasikrateia, fortalece, Prothurea, fica na frente da porta, Progoneia, a ancestral, Polymastis, com muitos seios, Skiatis, das sombras, Thekla, a famosa, Themisto, do oráculo, Upis, a que vigia. “Aquela que traz a luz”: Amphipyros, que leva a tocha, Delia, a Brilhante, Koryphasia, Donzela da luz, Leukione, a Branca Brilhante, Phoebe, a luminosa, Pyronia, guardiã do fogo, Selaphoros, que transmite a luz.

Nos seus cultos e festivais (como Mounichion, em abril em Athenas ou Nemoralia em agosto em Roma), celebrados nas noites de lua cheia eram acesas fogueiras e feitas procissões com tochas; as sacerdotisas apareciam em carruagens puxadas por cervos e traziam bolos cobertos com velas para as oferendas.Em Brauronia, onde tinha um templo dedicado a Ártemis, meninas pré-púberes vestidas com túnicas tingidas com açafrão e nomeadas de “ursinhas” eram iniciadas e preparadas para realizar danças ritualísticas imitando os movimentos das ursas. As sacerdotisas usavam máscaras de argila branca para representar a Lua e dançavam nas clareiras nas noites de lua cheia. Muitas eram as lendas sobre as ninfas de Ártemis, as jovens que corriam junto com as corças e os cães nas florestas e se defendiam dos perseguidores com seus arcos e flechas como fazia a própria Deusa. Muitas delas ao invocarem a proteção de Ártemis – quando ameaçadas pela violência ou cobiça masculina- eram transformadas em árvores ou animais, como Daphne que se tornou em louro (planta sagrada e oracular), Aretusa em uma fonte ou Atalanta em leoa. Ártemis matava os seus perseguidores como aconteceu com Orion e Acteon; também matou a serpente Python e o gigante Tithyus, que atormentavam sua mãe, sendo a única deusa que auxilia e defende a mãe.

Para as mulheres que seguem o Caminho da Deusa, Ártemis personifica o espírito feminino independente, que lhes possibilita estabelecer e defender seus próprios objetivos e escolhas, agindo com confiança e determinação, sem precisar da aprovação masculina. Sentindo-se completas em si e por elas mesmas, o arquétipo de Ártemis reencontrado e reavivado pelas mulheres modernas, lhes confere a habilidade de se concentrar naquilo que é importante, sem se perturbar com a competição, as exigências ou necessidades alheias. O enfoque nos objetivos e a perseverança facilitam a superação dos desafios e obstáculos, direcionando a vontade para alcançar o alvo estabelecido.

As metas do movimento feminista podem ser resumidas pelas qualidades de Ártemis:empreendimento, independência, competência, compaixão (pelos oprimidos, crianças, mulheres, animais). A área dos interesses abrange uma gama variada como: defesa social, socorro às mulheres perseguidas, maltratadas ou abusadas, combate à pornografia e exploração infantil, punição dos estupros e incestos, o empenho para a divulgação e prática dos partos naturais com auxilio das parteiras, a conexão, o respeito e a gratidão permanente perante a natureza, as competições esportivas para jovens, atividades e preocupações ecológicas, solidariedade, parceria e irmandade entre as mulheres, o resgate dos valores e cultos lunares.

Os desafios representados pela exacerbação do arquétipo de Ártemis são: negação da vulnerabilidade própria, indiferença às necessidades alheias (frieza e crueldade com os homens e animais), hostilidade, raiva destrutiva, distanciamento emocional, falta de atenção, cuidados ou compaixão perante os outros, desvalorização das qualidades receptivas, nutridoras e protetoras femininas. A tarefa para retificar os excessos ou faltas deste arquétipo consta na identificação dos padrões positivos e negativos, reconhecendo e eliminando a auto-sabotagem, o alinhamento com os ciclos lunares e naturais, atividades físicas, interesse pela natureza, a definição do que precisa renovar, inovar, descartar, começar ou completar, a valorização da amizade com mulheres.

A sabedoria que Ártemis nos oferece nos dias de hoje é descobrir, defender e expressar a verdade e o poder pessoal, ter centramento e enfoque necessários para alcançar objetivos, complementar as polaridades internas e externas, ampliar os interesses saindo do micro e do individual para o macro e o global, unir razão e emoção, instinto e intuição, força e compaixão, rumo para a unificação e a total integração do ser.

Por Mirella Faur

Fonte:

segunda-feira, 28 de março de 2011

Técnica de yoga alivia sintomas do estresse em cinco minutos!



Yoga: Entenda esta filosofia de vida e de saúde


"Praticando regularmente a “técnica do corpo oco”, você perceberá que os antigos obstáculos desaparecem e que você responde de uma maneira mais alerta, aos diferentes pedidos da vida. Alem de livrar-se do estresse, você será capaz de incentivar as forças de recuperação que estão dentro de você"

Uma das técnicas mais eficazes para livrar-se do estresse, das tensões acumuladas no corpo e na mente consiste em visualizar o corpo como um oco!


Como se o corpo fosse vazio. Como se fosse uma forma para bolo, cheia de espaço transparente, cristalino. O espaço visualizado dentro da forma nem é sólido, nem é vazio, trata-se de um espaço onde as sensações e os sentimentos podem ir e vir livremente.


O truque é sentir essa abertura, esse espaço. É chegar à sensação que nesse espaço não existe obstáculo, solidez e nem densidade.


Essa prática simplíssima foi usada durante milênios a tal ponto, que hoje os médicos encontram nessa técnica um meio fácil de aperfeiçoar certas funções fisiológicas e de aumentar a coordenação do conjunto corpo/espírito.


Você está pronto?


Podemos começar sentado numa posição confortável com as costas alinhadas. Quando você se sentir tranquilo e em paz consigo mesmo, leve a atenção para sua respiração.


Princípio essencial para ser lembrado antes de começar: todas as respirações são feitas pelas narinas.


- Inspirando, leve sua atenção para a cabeça e imagine-a repleta de uma neblina luminosa e transparente.


- Expirando, imagine que você esteja dissolvendo a sensação de densidade e de solidez nessa região do corpo, tornando-se totalmente transparente como se fosse um espaço aberto sobre um universo amigável e maravilhoso.


- Tenha consciência das sensações e das vibrações indo e vindo nesse mesmo espaço aberto.


- Numa próxima inspiração, preste atenção à nuca, ao pescoço, e sinta essa região do corpo repleta dessa substância cristalina e transparente que tem capacidade de se mesclar com a atmosfera exterior, amigável e maravilhosa.


- Gradativamente, passe para outra região do corpo, até que sua imaginação tenha percorrido o corpo todo: deixe a expiração transformar num espaço aberto, seus ombros, braços, mãos, peito, ventre, quadril, pernas e pés.


- Com cada expiração, sinta, observe cada região do corpo se tornando um espaço aberto às vibrações maravilhosas do universo em volta. Você e o Universo se tornam um só. As fronteiras entre o dentro e o fora se apagam.


- Sinta a paz que vem da fusão com o universo.


- Agora permaneça nessa sensação de “corpo oco”, focado só na sensação. É inútil raciocinar ou querer pensar. Ficar nessa sensação de “espaço aberto” é mágico. Esse tempo especial lhe ajudará a voltar à calma e à paz interior que cura.


Às vezes, existem certas partes do corpo que resistem à visualização. A razão é que cortamos nossa atenção dessas partes com feridas, cicatrizes, traumas e cirurgias. Ativar novamente essas regiões “dormentes” de você permitirá que a energia circule e também que se livre dos bloqueios, tanto físicos quanto psíquicos.


Se nós sustentarmos a hipótese que o corpo integra todas as experiências na memória das células, podemos acreditar que estar atento às sensações estimula a fluidez das energias nervosas, sanguíneas, linfáticas ou prânica ( ou seja, o somatório de todas as energias que promovem a vida dentro e fora do ser humano).

Essas partes do corpo que podemos sentir “resistentes” à visualização podem ao longo do tempo tornar-se focos ou “pontos de partida” de doenças.


Com a prática, você poderá com facilidade imaginar e sentir seu corpo todo, da cabeça aos pés, aberto, unificado e vibrando com a luz. Em um belo dia, você sentirá que não existe mais obstáculo à progressão de sua consciência em cada parte do corpo.


Ao longo dos dias, você será capaz de unir sua mente conscientemente a cada parte do seu corpo e criar uma sensação formidável de solidez, consistência e integração.


Treinando dessa forma, você poderá gradativamente encurtar o exercício, para só ficar com o essencial: uma só respiração unificadora que lhe tornará capaz de realizar a integração.


Os benefícios dessa prática são maravilhosos, principalmente nos níveis mais sutis de nosso ser. “Contagiam” nosso dia a dia com mais equilíbrio e bem-estar. O espírito, aos poucos, impregna cada célula do corpo. Assim, seu corpo estará também mais atento à comunicação com o espírito, garantindo uma saúde melhor graças ao poder da autocura pela visualização e imaginação.


Lembro a respeito que estudos hoje comprovam que o ato imaginado é capaz de modificar as células. O ato imaginado, quando feito com atenção e concentração, modifica tanto os caminhos neuronais como cada parte do corpo que queremos melhorar ou curar, seja músculo, órgão ou esqueleto.


Praticando regularmente a “técnica do corpo oco”, você perceberá que os antigos obstáculos desaparecem e que você responde de uma maneira mais alerta, aos diferentes pedidos da vida.

Alem de livrar-se do estresse, você será capaz de incentivar as forças de recuperação que estão dentro de você. E bom treinar porque na hora que precisar, você já estará pronto!


Por Nicole Witek

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Integrando os Hemisférios Cerebrais




Pensamentos confusos e mente agitada: sensibilidade e emocional instáveis

Este é um exercício muito praticado nas aulas de yoga.
Seu propósito, entre muitos, é acordar ambos os hemisférios do cérebro, buscando uma integração entre:
o lado lógico/racional com o lado analógico/emocional.
Nesta integração acontece uma sustentação do "estado" de sentir no "mundo da realidade": a meditação, o estado de alerta.

Preparo: respire e inspire várias vezes antes de começar o exercício.

Com o dedo médio tape a narina direita. Inspire lenta e profundamente pela narina esquerda. Na sequência, solte o ar pelas duas narinas, com a boca fechada.

Tape agora com o dedo médio a narina esquerda. Inspire lenta e profundamente pela narina direita. Na sequência, solte o ar pelas duas narinas, com a boca fechada.

Repita o exercício várias vezes.


Quando decidimos alterar o ritmo da nossa respiração, podem surgir bloqueios e impedimentos. Não desista. Faça este exercício regularmente, em horários programados, de preferência antes de dormir e ao acordar. Bastam alguns minutos. Não precisa inspirar com força; faça tudo com leveza e naturalidade.

Há um ditado que diz: "O hábito faz o monge". Assim, a busca de uma prática diária de reeducação respiratória irá, aos poucos, conferindo a sua forma adequada de respirar.

Na verdade, o homem alimenta-se muito mais pela respiração do que pelo alimento. Dizem alguns pesquisadores que 80% da sustentação do corpo humano está na respiração. No entanto, na atualidade, os indivíduos só inspiram 30% do ar que deveria atrair para seus pulmões e órgãos. Conclusão: pensamentos confusos e agitados.

É importante salientar que, somente a partir do momento em que, através da respiração, nós assumirmos o controle da entrada de vida e energia em nosso corpo físico, estaremos transitando para um novo estágio, permitindo que todos os nossos corpos expandam-se. E, com a expansão dos corpos, o espírito terá uma habitabilidade terrena superior, ampliando expressões e percepções: sexto, sétimo e demais sentidos.

Fonte:
EXERCíCIO:
Livro Alimentação Desintoxicante de Conceição Trucon
Doce Limão

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Integrando Razão x Emoção (Hemisférios Cerebrais) / Exercício



Integrando Razão x Emoção (Exercício)


Estes são os mais importantes de todos os exercícios de integração dos hemisférios.

Trabalham o corpo caloso do cérebro, que é um tecido ou ponte de integração entre os 2 hemisférios:

Razão - HD / Emoção - HE

São eles: Engatinhar e Saltar Cruzado

A ideia é cruzar os membros (braços e pernas), como se estivesse ligando as pontas dos circuitos da nossa bilateralidade. Você vai perceber no início de cada série que existe uma dificuldade para coordenar os movimentos cruzados. Mas este é o propósito e o benefício: trabalhar a bilateralidade.

ENGATINHAR

Neurocientistas já reconhecem que crianças que não engatinharam, podem apresentrar mais problemas de motricidade que aquelas que vivenciaram naturalmente esta importante fase do desenvolvimento humano.

Mas nunca é tarde e o cérebro agradece. Fica Simples Mente Feliz!

Agache-se no chão apoiando-se nos joelhos e nas mãos espalmadas. 
Engatinhe, lentamente, por uns cinco minutos ou mais, procurando reconhecer toda a sua fisicalidade, todos os seus apoios.

No primeiro passo, a mão direita adianta-se para a frente junto com o joelho esquerdo. 
Depois avança a mão esquerda com o joelho direito.

Bem, parece que todo mundo sabe engatinhar, mas não é bem assim.

SALTAR CRUZADO

Faça o salto cruzado (faz-se um X com braços e pernas) com uma música alegre de fundo.

Coordene os movimentos de forma que o braço e a perna oposta mexam ao mesmo tempo. 
A mão direita busca tocar o joelho esquerdo, que levanta, e depois a mão esquerda também toca o joelho direito, que levanta.

Faça os movimentos aproveitando para mover os olhos em todas as direções.

Leve sua mão ao joelho oposto, cruzando a linha divisória.


Quando os seus hemisférios cerebrais trabalham juntos desta forma, sua mente fica totalmente aberta para aprender novas informações.

Os movimentos cruzados levando braços e pernas para frente trabalham a visão de futuro.

Quando cruzamos levando pernas e braços para trás (mão direita busca tocar o tornozelo esquerdo, e vice-versa), este exercício ativa a intuição, o raciocínio matemático abstrato e a visão espacial.

Quando realizado (para frente ou para trás), porém com pulos, teste exercício trabalha a verticalidade, a abstração, a capacidade de organização e planejamento.

Quando praticar:


Pela manhã ao levantar por 5-10 minutos, se possível ao ar livre ou diante de uma janela aberta; e outras vezes ao dia se desejar.

Você decide!

Fonte:
Doce Limão

Meu Comentário:
Este exercício é bem interessante quando estamos cansados e nosso rendimento para os estudos ou a leitura não está sendo tão proveitoso. Experimente! É também divertido!

sábado, 17 de julho de 2010

O que é Antroposofia?



Antroposofia, do grego "conhecimento do ser humano", introduzida no início do século XX pelo austríaco Rudolf Steiner, pode ser caracterizada como um método de conhecimento da natureza do ser humano e do universo, que amplia o conhecimento obtido pelo método científico convencional, bem como a sua aplicação em praticamente todas as área da vida humana.


1. Abrangência

Ela cobre toda a vida humana e a natureza - daí suas aplicações em praticamente todas as áreas da vida. A mais popular dessas realizações práticas, a Pedagogia Waldorf, que desde 1919 representa uma revolução em matéria de educação, tem seus resultados visíveis em mais de 1.000 escolas no mundo inteiro (25 no Brasil) e pode ser examinada por qualquer um – basta visitar uma delas.

2. Edifício conceitual


Ela é apresentada sob forma de conceitos que se dirigem à capacidade de pensar e à sede de conhecimento e compreensão do ser humano moderno.

3. Espiritualismo


Por seu método ela chega ao fato de que o universo não é constituído apenas de matéria e energia físicas, redutíveis a processos puramente físico-químicos. Ela descobre um mundo espiritual, estruturado de forma complexa em vários níveis. Por exemplo, os seres humanos têm um nível de "substância" espiritual, não-física, mais complexa do que a das plantas e dos animais, daí sua distinção em relação a eles. Ela também descreve seres puramente espirituais, que não têm expressão física, e que atuam em vários níveis diferentes de espiritualidade. Alguns desses seres estão em níveis acima dos da constituição humana, mas nem por isso deixam de ser compreensíveis por um pensar abrangente e perceptíveis conscientemente por meio de uma observação direta supra-sensorial.

Para a Antroposofia a substância física é uma condensação da "substância" espiritual, não-física. É, portanto, um estado do "ser" espiritual. Se formos tanto ao microcosmo das "partículas" atômicas e sub-atômicas, como ao macrocosmo das estrelas e galáxias, começamos a penetrar diretamente no mundo não-físico. Nesse sentido, a Antroposofia representa um monismo: para ela não existe o paradoxo do espírito atuar na matéria; ele é a origem de tudo.

4. Antropocentrismo


Ela parte da compreensão do ser humano para ele entender não só a si próprio como a todo o universo. Para ela, o ser humano gerou, na sua evolução, o mundo dos animais. Estes são especializações evolutivas do ser humano, que representa a razão de ser do universo físico, dele também dependendo a evolução do mundo espiritual.

5. Desenvolvimento de órgãos de percepção supra-sensorial


A Antroposofia demostra que o mundo espiritual pode ser observado com tanta (na verdade, maior) clareza com que se observa o mundo físico. Para isso, é necessário que se desenvolvam individualmente órgãos de percepção que jazem latentes em todos os seres humanos, sendo nesse sentido indicados exercícios de meditação individual. Aquilo que se denomina normalmente de "intuição" já é, para a Antroposofia, uma percepção espiritual. No entanto, ela não é consciente e nem auto-controlada, como devem ser as observações espirituais adequadas ao homem moderno, que deseja absorver idéias com a compreensão de seu pensamento, fazer observações próprias e não ter crenças e crendices.

A meditação antroposófica baseia-se na atividade do pensamento consciente, que deve conservar sua clareza, ser totalmente controlado e ser desenvolvido a ponto de não depender de conceitos e imagens provenientes do mundo físico. Veja um texto sobre meditação e exercícios colaterais e o texto de uma palestra sobre meditação de H. Zimmermann, um dos diretores da Sociedade Antroposófica Geral, do Goetheanum. Veja também o texto de uma palestra de Steiner onde ele enfatiza a necessidade de se manter o pensamento consciente em qualquer ato cognitivo, inclusive na vidência supra-sensorial.

6. Desenvolvimento da consciência, da auto-consciência, da individualidade e da liberdade


A Antroposofia preconiza que essas quatro características humanas (a primeira temos parcialmente em comum com os animais) devem ser radicalmente preservadas e mesmo desenvolvidas.

7. Cosmovisão aberta


Toda a obra de R.Steiner (ele publicou 40 livros e deu cerca de 6.000 palestras agrupadas em 270 volumes) e de seus continuadores está publicada. Não há absolutamente nada de secreto na Antroposofia.

8. Perspectiva histórica


A Antroposofia fornece uma grandiosa perspectiva para a evolução da Terra e do ser humano, abrangendo todo o passado histórico e pré-histórico. Através dela pode-se conceitualmente compreender muito do que foi transmitido na antigüidade através de imagens como as dos mitos antigos e os relatos no Velho e Novo Testamentos (em particular, do ser cósmico Cristo e sua manifestação), passando pela filosofia grega, os movimentos heréticos, a Idade Média, a Renascença e até os movimentos materialistas modernos. Assim, ela resgata a continuidade histórica, mostrando como o ser humano atual é a conseqüência de uma linha de acontecimentos espirituais e físicos desde os primórdios do universo.


9. Renovação da pesquisa científica


A Antroposofia indica como ampliar a pesquisa científica tornando-a mais humana e mais coerente com a natureza, tendo obtido ótimos resultados no desenvolvimento de medicamentos, na compreensão dos animais e plantas, etc. Nesse sentido, ela deve ser considerada como uma evolução do método científico estabelecido por Goethe. Em particular, sua Teoria das Cores foi estendida e melhor conceituada a partir de pesquisas científicas feitas e publicadas por antropósofos.

10. Desenvolvimento moral


A Antroposofia recomenda um desenvolvimento moral que deve ser feito pessoalmente, fundamentado no conhecimento da essência do ser humano e do universo. Para ela, o desenvolvimento moral baseado em um amor altruísta é a missão do ser humano na presente Terra. As atitudes morais devem preservar a liberdade individual, isto é, não devem ser baseadas em imposições exteriores de mandamentos, dogmas e leis, mas irradiar do amor e do conhecimento individuais em plena liberdade.



Fonte:
Site Sociedade Antroposófica do Brasil
Por Valdemar W. Setzer