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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Homeopatia


Porque a Homeopatia incomoda?

Esporadicamente eficácia dos medicamentos dinamizados tem sido questionada por alguns segmentos da grande mídia. O ilustre homeopata Dr. Mateus Marim apresenta nesse artigo, suas reflexões a respeito de possiveis motivos dessas campanhas.

Publicado no jornal "Correio Popular", Campinas, em 30/11/2007

Escolhemos o título acima, porque como praticantes de uma atitude médico-filosófica que vê o ser humano como uma unidade e integrado ao todo, jamais conseguimos nos furtar ao diagnóstico sistêmico. É hábito do homeopata o diagnóstico em sua totalidade, das partes integradas ao todo, buscando o porquê em tudo, até em um simples artigo de um simples jornal de uma simples cidade que integra o nosso pequeno planeta, diga ele respeito ou não à homeopatia.

Inicialmente a homeopatia começou incomodando as religiões, pois quando Hahnemann experimentou substâncias em humanos, observou o aparecimento de sintomas físicos e psíquicos, estes últimos eram tidos até então como instâncias da alma e portanto propriedade dos religiosos. Além de destruir o tácito acordo entre medicina e religião, onde médicos cuidavam dos males do corpo e os religiosos dos males da alma, resgatou também a unidade que é o ser. Foi a primeira prova testemunhal na medicina ocidental da comprovação dessa unidade. Percebemos aí que com apenas um experimento ele virou de pernas para o ar a ciência e a religião da sua época. Experimentou em humanos e acessou a alma, resgatou a unidade.

Mas a homeopatia incomoda principalmente ao capital. Calcula-se que o PIB mundial esteja em torno de US$ 25 trilhões, dos quais US$ 8 trilhões em mãos de 200 mega empresas, sobrando os restantes US$ 17 trilhões para o "resto" do mundo (empresas e nações, inclusive USA). Neste bolo de US$ 25 trilhões, a indústria farmacêutica é a que abocanha o maior percentual, constituindo-se assim em um dos importantes pilares do capital e da globalização que hora se pretende. Remédios para todos.

Para manter o "status-quo", o capital tem na mídia o seu principal arauto e de-formador de opinião (considero-a a maior e melhor quadrilha organizada do planeta), veiculando ela todos os seus interesses, defendendo, omitindo, informando parcialmente e deformando sempre que necessário. Considero uma ingenuidade encarar como acidental qualquer artigo sobre qualquer assunto que incomode o capital. Sempre há uma intencionalidade por detrás deles: a destruição por detrás de uma falsa polêmica e sempre com poucos argumentos de defesa, pois o acesso à mídia é convenientemente negado, a última palavra sempre é a do capital.

Diretamente interessada na área da "saúde", a indústria farmacêutica com seus trilhões, "ampara" as instituições de pesquisa, os hospitais, os pesquisadores etc. desde que estes rezem exatamente de acordo à sua cartilha. As amostras-grátis, os coquetéis, as viagens, os financiamentos à pesquisa, suporte às universidades, só têm uma intenção, vender mais remédios, e sabemos que remédios nem sempre significam saúde. Qualquer movimento que ouse questionar é sutilmente atraído e se morder a isca... destruído. Não podemos esquecer que o relatório Flexner foi sutilmente encomendado por Rockfeller II.

A homeopatia incomoda muito mais às ciências médicas, uma vez que estas se constituem no principal objeto e escudo de defesa da indústria farmacêutica. A medicina convencional atual está centrada no diagnóstico das doenças de um doente, remédios para doenças, quanto mais doenças mais remédios. O paradigma homeopático é outro, é a medicina do doente com suas doenças, é a medicina da resubjetivação do sujeito onde as doenças apreendidas nas suas origens psíquicas mais profundas, somente se atenuarão e/ou desaparecerão à medida que o doente for se curando como um ser integral que é. Tratar doenças com remédios homeopáticos não faz sentido, o resultado será sempre igual ao emprego do placebo como estamos cansados de ver em inúmeros trabalhos que teimosamente tentaram provar a eficácia da homeopatia fora da sua episteme.

Daí a dificuldade em o cientificismo atual avaliar a homeopatia e daí também a recusa da homeopatia em aceitar as reducionistas avaliações da atual metodologia da pesquisa em humanos.

Atualmente os critérios de regularidade e repetição minuciosamente analisados são utilizados como parâmetros do científico. Regularidade e repetição são observadas nas experimentações homeopáticas. As substâncias homeopáticas são experimentadas em humanos sadios e não em animais. Uma mesma substância experimentada em várias pessoas de diferentes regiões e países, em estudos duplo-cegos, embora diluídas até 50 mil vezes produzem nesses experimentadores sintomas que se repetem com regularidade e repetição, isso é o que constitui a nossa matéria médica.

Esses mesmos medicamentos quando prescritos às pessoas doentes só os ajudam quando houver similaridade com a Unidade que é o doente. Regularidade e repetição na pesquisa. Regularidade e repetição na Clínica da Similitude com o doente. Por outro lado, na pesquisa clínica, não aceitamos os duplo-cegos e triplo-cegos que se concentrem em apenas uma doença de uma pessoa que é um Universo. Consideramos esses estudos totalmente cegos. A cegueira consiste no reducionismo de olhar apenas uma úlcera, uma bronquite asmática, uma insônia, uma artrite reumatóide, deixando de lado o ulceroso, o asmático, o insone, o artrítico que está por detrás disso. Esse reducionismo é imposto à ciência como uma forma de afastá-la da Unidade que é o ser.

Qual a vantagem em se fechar uma úlcera sem resolver a dinâmica profunda que a provocou? Teremos para o futuro um ex-ulceroso portador de patologias mais sérias uma vez que a sua problemática profunda como sujeito não foi resolvida. Nos recusamos a participar de estudos que não encarem o sistema aberto que é o ser. Por que a medicina convencional não ousa enfrentar os sistemas abertos ao invés de trabalhar com modelos reducionistas? Simplesmente porque todo o edifício ruirá.

Não é à toa que bilhões estejam disponíveis para que se pesquise apenas aquilo que não saia fora do reducionismo. Calcula-se que 95% dos trabalhos publicados na área das ciências médicas são total ou parcialmente patrocinados pelos laboratórios farmacêuticos e as revistas que os veiculam cobrem seus custos com os anúncios dos mesmos.

A homeopatia incomoda um pouco menos à física, pois os físicos são muito hábeis em cambalhotas, vivem colocando o mundo de pernas para o ar. Sabem que o medicamento homeopático veicula uma informação mas que ainda não dispõem de um eficiente instrumental para sua avaliação. Atualmente a Ressonância Nuclear Magnética, após dez longos anos de experiências, começa a mostrar os primeiros resultados confiáveis.

Não compete pois aos homeopatas comprovar a natureza de seus medicamentos nem sua maneira de atuação, fá-lo-ão a física, a bio-física, a físico-química, uma vez que estamos trabalhando com grandezas de ordem freqüencial. O medicamento homeopático veicula uma informação e não é nossa culpa se o instrumental da física ainda não conseguiu demonstrá-lo. Não seremos nós que o faremos. Não há nada de mágico nas diluições homeopáticas, apenas uma informação.

Recentes experiências em unidades de pesquisa norte-americanas têm demonstrado que motores têm sua vida útil prolongada quando lavados com água dinamizada a partir das substâncias e gases que os danificam. A medicina não mudará por nossa causa, mas apenas quando os físicos anunciarem que existe uma outra maneira de acessar os seres vivos, o freqüencial. Medicina de pernas para o ar. Quanto ao fato de Benveniste conseguir enviar sinais homeopáticos via computador, nisso eu acredito e é aí que está o futuro.

A medicação homeopática veicula uma informação que é de ordem freqüencial, nada mais simples que com o evoluir da tecnologia essa informação seja lida e armazenada em um disco rígido e posteriormente enviada. Benveniste trabalha com tecnologia de ponta jamais sonhada por estas plagas em algo que parecia impossível há cinco anos. Hoje ele já consegue os primeiros resultados. A medicina do futuro será fundamentalmente freqüencial e a homeopatia é a sua precursora. Bill Gates ganhará, indústria farmacêutica perderá. Homeopatia é o futuro agora. Medicina de pernas para o ar.

Quanto à afirmação de que "a homeopatia se baseia em princípio totalmente científicos e inexplicados de ação medicamentosa que colocam a lógica de pés para o ar" podemos esperar que realmente isso acontecerá, aliás, isso sempre aconteceu em ciência. Copérnico colocou os nossos antepassados de pernas para o ar, o mesmo o fizeram Kepler, Newton, Faraday, Maxwell, Planck, Boltzmann, Michelson-Morley, Einstein e Hahnemann também.

O fato de ser portadora de uma prática onde alguns de seus passos não estão totalmente explicitados apenas coloca a Homeopatia como uma grande interrogação a ser resolvida e não a ser denegrida. O mesmo aconteceu com a mecânica quântica em relação à mecânica newtoniana. A homeopatia nada tem de anticientífico, ela é apenas a ciência do todo, da unidade do ser. A verdade não está apenas naquilo que entendemos ou pensamos que conhecemos, ela sempre vem "à posteriori".

Como homens de ciência devemos sempre estar prontos a acordar de pernas para o ar.


Publicado no jornal "Correio Popular", Campinas, em 30/11/97

domingo, 13 de março de 2011

A Força Eletromagnética




A interação eletromagnética, ou força eletromagnética, é aquela que ocorre quando corpos possuidores de cargas elétricas e/ou corpos magnetizados interagem.


As interações eletromagnéticas são descritas por uma parte da física chamada eletrodinâmica. Esta é a teoria física que descreve os fenômenos elétricos e magnéticos, ou seja todos os processos de interação que ocorrem entre corpos carregados que interagem por meio de forças eletromagnéticas. A formulação clássica da Eletrodinâmica foi feita por James Clerk Maxwell.


Interação entre corpos carregados: a lei de Coulomb


Sabemos que os elétrons têm carga negativa enquanto que os prótons têm cargas positivas. Desta forma, quando dois ou mais prótons, elétrons ou uma mistura destas partículas são colocadas próximas, sempre ocorre um processo de interação eletromagnética.


A interação elétrica não ocorre apenas entre elétrons e prótons mas também entre dois ou mais corpos quaisquer que possuam carga elétrica.


Já era conhecido que corpos possuidores do mesmo tipo de carga elétrica se repeliam enquanto que se as cargas fossem diferentes eles se atraiam . Mas foi o físico francês Charles Augustin Coulomb que conseguiu, a partir de experiências realizadas em seu laboratório, colocar estas observações sobre o comportamento de corpos carregadas em uma forma matemática.


Segundo Coulomb, a força elétrica entre duas partículas carregadas é dada pela fórmula, onde q e q' são as cargas elétricas dos dois corpos, d é a distância entre eles e k é uma constante (análoga à constante G que surge quando estudamos a gravidade). Esta é a chamada lei de Coulomb.


Observando que, uma vez que as cargas elétricas podem ter sinais diferentes, a força calculada pode ser positiva ou negativa. Se ela for positiva isso significa que os corpos têm cargas elétricas com o mesmo sinal e, portanto, se repelem. Se o sinal da força for negativo, isso nos mostra que as cargas elétricas possuem sinais contrários e, portanto, os corpos carregados se atraem.


As equações de Maxwell


As interações eletromagnéticas, ou seja o conjunto de fenômenos que ocorrem com corpos que possuem carga elétrica ou magnetismo, são regidas pelas chamadas equações de Maxwell.


James Clerk Maxwell foi um físico escocês que viveu de 1831 à 1879 e notou que todos os fenômenos elétricos e magnéticos que ocorrem na natureza podem ser descritos por um conjunto de apenas quatro equações!


As equações de Maxwell não são simples matemáticamente, exceto para os profissionais de ciências. Elas estabelecem uma íntima relação entre os fenômenos elétricos e magnéticos, mostrando que estes não são fenômenos isolados. Os fenômenos elétricos produzem os efeitos magnéticos e vice versa. É por esta razão que os fenômenos elétricos e magnéticos passaram a ser tratados por uma única teoria chamada eletromagnetismo.


A luz como uma onda


Também foi Maxwell que mostrou que a radiação eletromagnética, ou seja a luz, se propaga como uma onda. A partir de transformações matemáticas que ele realizou sobre as quatro equações do eletromagnetismo, Maxwell mostrou que elas se reduziam a uma equação de propagação de uma fenômeno ondulatório. Desta forma, a luz se propaga no espaço como uma onda e é por este motivo que a eletrodinâmica é o estudo das propriedades das ondas eletromagnéticas. A luz que recebemos das estrelas nada mais é do que a radiação eletromagnética produzida por fenômenos físicos que ocorrem no seu interior e, posteriormente, emitida por elas. Estas ondas eletromagnéticas se propagam no espaço interestelar e chegam até nós permitindo-nos ver os objetos celestes.


Também foi Maxwell que mostrou, a partir da obtenção da equação de propagação ondulatória da luz, que a velocidade desta propagação, ou seja a velocidade da luz, no vácuo é

vluz = c = 300000 km/seg

Observação:

É um erro comum vermos escrito que a velocidade de propagação da luz é de 300000 quilômetros por segundo. Isto não é verdade. Esta é a velocidade de propagação da luz no vácuo. Em um meio material a luz tem uma velocidade menor do que essa. Este "detalhe" é importante porque a velocidade da luz no vácuo é a velocidade limite máxima para todos os corpos materiais, princípio esse estabelecido pela Teoria da Relatividade Restrita de Einstein. Em um meio material a velocidade da luz pode ser inferior à sua velocidade de propagação no vácuo.


O alcance da força eletromagnética


Vimos anteriormente que a força eletromagnética é cerca de 1040 vezes maior do que a força da gravidade. Se ambas são forças de longo alcance, então qual o motivo para a gravitação, e não o eletromagnetismo, dominar as interações entre os corpos celestes? Porque a maioria das regiões do espaço são eletricamente neutras e, portanto, não sentem a interação eletromagnética.


A diferença de intensidade entre as forças gravitacional e eletromagnética não é aparente por causa da natureza dual (atrativa/repulsiva) dessa última. No entanto, no nosso dia-a-dia as forças que impedem você de cair no chão ou de sua cadeira, as forças que são exercidas quando você empurra um objeto (fricção, etc.) são exemplos da força eletromagnética em ação (elas são responsáveis pela solidez dos corpos).


A eletrodinâmica quântica


A teoria clássica da eletrodinâmica, construída por Maxwell, já era consistente com a teoria da relatividade especial de Einstein.


No entanto, para aplicar estas equações aos fenômenos eletromagnéticos que ocorriam entre partículas elementares carregadas , foi necessário construir uma nova teoria envolvendo a mecânica quântica. O "casamento" do eletromagnetismo com a mecânica quântica, ou seja, a construção de uma "Eletrodinâmica Quântica", foi realizada por grandes nomes da física tais como Dirac, Feynman, Tomonaga e Schwinger nos anos da década de 1940.


A eletrodinâmica quântica é uma das teorias mais bem construídas da física. Os equipamentos eletrônicos que você usa em sua casa possuem circuitos integrados cuja construção se baseia na eletrodinâmica quântica. De fato , a precisão verificada entre os resultados previstos teoricamente e aqueles obtidos no laboratório é fantástica !


A eletrodinâmica quântica nos diz que existe uma partícula que é a mediadora de todas as interações eletromagnéticas. Esta partícula é o fóton : um processo de interação de partículas carregadas eletricamente significa uma troca incessante de fótons .


A descrição das interações eletromagnéticas sob qualquer ponto de vista é uma das áreas mais importantes para nós que gostamos de astrofísica. Lembre-se que vemos as estrelas porque elas emitem radiação e esta radiação nada mais é do que fótons produzidos por processos quânticos que ocorrem no interior da estrela.


Fonte:
Observatório Nacional