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domingo, 5 de agosto de 2012
Agradecendo o Universo
Tenho percebido que o Universo ama a gratidão.
Assim, quanto mais agradecido você for, maiores serão os benefícios que obterá.
Quando digo benefícios, não me refiro apenas a objetos materiais, mas também incluo, entre eles, todas as pessoas, lugares e experiências que tornam a vida tão maravilhosamente digna de ser vivida.
Você tem consciência de que está bem quando a sua vida é plena de amor e alegria, saúde e criatividade, e você encontra todos os sinais abertos para dar prosseguimento a suas tarefas ou empreendimentos.
É desta maneira que nossas vidas devem ser vividas.
O Universo é um doador generoso, abundante, e que gosta de ser apreciado.
A gratidão põe em ação mecanismos para que se tenha mais motivos para sentir gratidão.
Ela aumenta a abundância da vida que você tem.
A falta de gratidão, ou as queixas, nos dão poucos motivos para que nos regozijemos.
Os que vivem se queixando sempre acham que têm poucas coisas boas em suas vidas ou, então, não usufruem do que têm.
O Universo sempre nos dá aquilo que acreditamos que merecemos.
Muitos de nós foram educados para olhar apenas para o que não têm, e sentir a falta destas coisas.
Somos produtos da crença na escassez e assim ficamos nos indagando por que nossas vidas são tão vazias.
Nós devemos ser gratos até pelas lições que recebemos.
Não fuja das aprendizagens, pois elas são pequenos pacotes que envolvem tesouros que nos foram oferecidos.
Na medida em que formos aprendendo com elas, nossas vidas sofrerão uma transformação para melhor.
Utilizemos o máximo de tempo que pudermos agradecendo, diariamente, tudo de bom que há em nossas vidas.
Se você recebe pouco agora, irá receber mais.
Se você já possui uma vida de abundância, está será intensificada.
É uma situação de lucro – você está feliz, e o Universo está feliz.
A gratidão multiplica a abundância.
Partilhe o segredo da gratidão.
Vamos ajudar a transformar o mundo em um lugar de pessoas agradecidas, um lugar para dar e receber.
SOU GRATA!
Por Louise Hay
terça-feira, 26 de junho de 2012
Gayatri Mantra
TAT SAVITUR VARENYAM
BHARGO DEVASYA DHIMAHI
DHIYO YO NAH PRACHODAYAT
Cada sílaba gera impulsos de criação em todo o Ser.
As 24 sílabas e seu significado:
1) Tat: Sabedoria Profunda
2) Sa: Bom uso da energia
3) Vi: Bom uso da riqueza
4) Tu: Coragem durante períodos ruins
5) Va: A grandiosidade do convívio amigável com as mulheres
6) Re: A grandiosidade da Grande Mãe
7) Nyam: Adoração e respeito à Natureza
8) Bhar: Controle Mental constante e firme
9) Go: Cooperação e Paciência
10) De: Todos os sentidos sob controle
11) Va: Vida Pura
12) Sya: Unidade do homem com Deus
13) Dhee: Sucesso em todas as esferas
14) Ma: Justiça Divina e Disciplina
15) Hi: Conhecimento
16) Dhi: Vida e Morte
17) Yo: Seguir o caminho da retidão
18) Yo: Manutenção da Vida
19) Nah: Cautela e Segurança
20) Pra: Conhecimento das coisas que estão por vir
e Doação para o Bem
e Doação para o Bem
21) Cho: Leitura das escrituras sagradas e Associação com os sábios
22) Da: Autorealização e Bem Aventurança
23) Ya: Boa Progênie
24) At: Disciplinas da Vida e Cooperação
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sexta-feira, 22 de junho de 2012
Amor sem Medo / Yehuda Berg
"O coração não pode conter medo e amor ao mesmo tempo.
Quando em nossos corações tem o medo,
não podemos amar.
O medo é a preocupação
de não recebermos
o que precisamos.
Amar é compartilhar com outra pessoa.
Quando caminhamos com amor no coração,
vivendo com amor,
estabelecemos afinidade com o Criador
e não há necessidade de ter medo.
O amor é a mais forte de todas as energias."
Por Yehuda Berg
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Sincronicidade... para ver a Magia da Vida / Deepak Chopra
Leis da Sincronicidade
1. Meu espírito é um campo de possibilidades infinitas que conecta tudo o mais.
Esta frase resume a totalidade do que estou expondo. Se você esquecer tudo o mais, lembre-se apenas disso.
2. Meu diálogo interno reflete meu poder interno.
O dialogo interno das pessoas auto-realizadas pode ser descrito assim: é imune a críticas; não tem apego aos resultados; não tem interesse em obter poder sobre os outros; não tem medo.
Isso porque o ponto de referência é interno, não externo.
3. Minhas intenções tem poder infinito de organização.
Se minha intenção vem do nível do silêncio, do espírito, ela traz em si os mecanismos para se concretizar.
4. Relacionamentos são a coisa mais importante na minha vida. E alimentar os relacionamentos é tudo o que importa.
As relações são cármicas e quem nós amamos ou odiamos é o espelho de nós mesmos: queremos mais daquelas qualidades que vemos em quem amamos e menos daquelas que identificamos em quem odiamos.
5. Eu sei como atravessar turbulências emocionais.
Para chegar ao espírito é preciso ter sobriedade. Não dá para nutrir sentimentos como hostilidade, ciúme, medo, culpa, depressão. Essas são emoções tóxicas.
Importante: onde há prazer, há a semente da dor, e vice-versa.
O segredo é o movimento: não ficar preso na dor, nem no prazer (que então vira vício). Não se deve reprimir ou evitar a dor, mas tomar responsabilidade sobre ela.
6. Eu abraço o feminino e o masculino em mim.
Esta é a dança cósmica, acontecendo no meu próprio eu.
A energia masculina: poder, conquista, decisão.
A energia feminina: beleza, intuição, cuidado, afeto, sabedoria.
Num nível mais profundo, a energia masculina cria, destrói, renova. A energia feminina é puro silêncio, pura intenção, pura sabedoria.
7. Estou alerta para a conspirações das improbabilidades.
Tudo o que me acontece de diferente na vida é cármico. É, portanto, um sinal de que posso aprender alguma coisa com aquela experiência.
Em toda adversidade há a semente da oportunidade.
Deepak Chopra
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
A Coruja e o Falcão
Certa vez um homem observou uma coruja que estava junto à janela. Ela caiu e o distraiu da oração, mas ele não deu muito importância a ela. Nos outros dias, ele observou que a coruja permanecia naquele lugar e parece que se estabelecera ali. Dia após dia ele pôs-se a observar aquela coruja. Notou que ela quase não se movia. Começou a incomodar-se com aquela ave, ela ocupava mais tempo de sua atenção que a oração.
Como veio parar ali, se não comia e uma vez até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade. De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas.
Até que um dia, notou que um falcão entrava na igreja com algo entre os bicos. Eram algumas minhocas ou algum inseto e que servia de alimento para a coruja. Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: O falcão entrava na igreja para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes.
Imediatamente o piedoso homem começou a louvar o Senhor e a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o cuidado de um pai. Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja.
O que não faria Deus por ele?
Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave.
No entanto sua consolação também lhe trouxe a moção interior de que Deus lhe revelava algo único. Refletiu e decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se ao único cuidado do Senhor. Ponderou que era apegado demais aos seus bens e que Deus o chamava para viver uma vida mais humilde, dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de coruja.
Saiu de sua casa e colocou-se como mendigo na porta da mesma igreja que costumava frequentar. No entanto começou a ter dificuldades. As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali. Alguns achavam que tinha endoidecido, não lhe davam esmolas e ele começou a passar fome.
Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado. Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia.
Revelou sua desolação e procurou um padre. Ao que o padre lhe perguntou:
– Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo?
– Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! – Respondeu convicto.
O padre o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou:
– Você tem certeza que Deus o chamava a ser coruja?
Não lhe estaria chamando a ser falcão?
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Preparativos para o Natal (Antroposofia)
Na época de Advento tem-se notoriamente muito que fazer para preparar a festa de Natal. Limpamos e arrumamos a casa, penduramos enfeites natalinos. Escolhemos e compramos os presentes e os embrulhos festivamente, escrevemos as cartas anuais aos parentes e amigos. Depois há também a confecção de bolos e biscoitos com que tem de se haver as donas de casa e as mães.
Afinal, há tantas coisas que não podemos deixar de fazer antes de Natal, que em nós mesmos e na casa pode vir a se instalar uma disposição de ânimo de correria e desassossego. Esse estado de presa febril Friedrich Rittelmeyer denominou “febre de Natal”, e ele explicou que esta é uma das invenções mais sutis e bem sucedidas do 'diabo', que com isto quer afastar o ser humano do verdadeiro sentido da festa de Natal. Podemos verificar em nós mesmos, essa sensação de falta de tempo e pressa nos causa um mal-estar que acaba nos esgotando logo no início das doze Noites Santas.
Mas justamente porque intuímos o que quer vir ao nosso encontro nessas Noites Santas, justamente porque esse pressentimento vive em nós com tanta força, por isso é que sentimos quão importantes são os nossos preparativos. E então essa sensação de importância do nosso agir pré-natalino nos leva a fazer demais, de tal modo que não sobram forças para os preparativos interiores, que são efetivamente os mais importantes.
O que fazemos exteriormente agora no Advento certamente tem seu significado, mas apenas é uma imagem daquilo que poderíamos fazer em nosso íntimo para nos preparar convenientemente. A sensação de agora ser tempo para arrumar e embelezar a casa é, na verdade, uma transformação daquela outra sensação que nos diz: é hora de arrumar a minha consciência, preciso cultivar os pensamentos adequados. Essa preparação interior é o mais primordial e também o mais essencial, apesar da atividade exterior da época de Advento sempre dificultar a obtenção da calma necessária para refletir e ordenar o nosso íntimo.
E há também os presentes que compramos ou confeccionamos nós mesmos. Por trás disso se encontra a arque-imagem do presentear, que se aproxima a cada ano na época de Advento. Essa arque-imagem denomina-se sacrificar. No sacrifício se a si mesmo temos o presentear em sua forma mais genuína. Presentear objetos exteriores certamente pode proporcionar grande alegria, mas quando alguém está disponível para o outro, se dedica ao bem-estar de outros, este é o presentear interior é a verdadeira preparação para o Natal. Dar-se a si mesmo cria um espaço em que pode nascer o Cristo quando vem a Noite Santa.
James H. Hindes
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Tudo o que precisamos: Amor! Por Yehuda Berg
A maioria de nós, em um momento ou outro, já lutou com o amor. Tivemos nossos corações partidos, nos tornamos dependentes ou simplesmente não sentimos amor algum. Mas não importa o que possamos pensar, não importa quão duros nossos corações tenham se tornado por vezes, não podemos fugir da verdade – precisamos de amor e precisamos dar amor.
Não permita que a aparente simplicidade do amor torne você cego para sua importância. Esta semana, o Zohar nos traz dois ensinamentos incrivelmente belos sobre o assunto.
1. A capacidade de amar e a qualidade do nosso amor é um presente da Luz do Criador.
2. Quanto mais usarmos nosso amor de forma positiva, compartilhando, mais amor receberemos para compartilhar. Por outro lado, se usarmos nosso amor deforma egoísta e negativa, então nossa capacidade de amar diminuirá.
Se você entender e praticar esses ensinamentos, não só aumentará a quantidade e a qualidade do amor que terá em sua vida, como também a quantidade de amor que se revelará no mundo. Pelo Zohar, fica claro que devemos correr atrás e aproveitar todas as oportunidades de compartilhar o nosso amor.
Outro segredo poderoso sobre o amor é que cada um de nós influencia a forma como os canais desse mesmo amor se abrem e fecham para o mundo! Quando não estamos amando ou quando usamos nosso amor para manipular ou punir, estamos diminuindo o amor existente no mundo.
Nossas ações importam. Tudo está conectado. É importante apreciar nosso poder, que infelizmente a maioria de nós subestima.
Os efeitos das nossas ações nesse mundo físico se espalham pelos mundos espirituais. Assim como nossas ações reverberam através dos Mundos Superiores, sua ressonância se torna cada vez mais forte, de forma muito semelhante ao Efeito Borboleta. Em 1972, os cientistas explicaram o fenômeno extraordinário de que o menor dos atos em um lugar pode ter um efeito imenso do outro lado do mundo (o exemplo que usaram foi o bater das asas de uma borboleta no Brasil causando um tornado no Texas).
Os kabalistas têm conhecimento deste fenômeno há mais de quatro mil anos. Mas eles o levam um passo adiante: uma ação espiritual aparentemente pequena, um simples ato de compartilhar, pode fazer com que uma incrível quantidade de Luz seja revelada no mundo.
Infelizmente, como nossos sentidos são limitados a enxergar apenas essa dimensão física, subestimamos de forma grosseira o efeito positivo das nossas ações e certamente dos nossos atos aparentemente menores. Precisamos lembrar constantemente que nosso poder é muito maior do que nos permitimos acreditar e que o efeito positivo das nossas ações – sejam elas grandes ou pequenas – é muito mais do que jamais poderíamos imaginar.
Uma coisa é certa sobre o mundo atual: não existe suficiente amor sendo compartilhado por um número suficiente de pessoas, e todos nós precisamos assumir essa responsabilidade e reconhecer que estamos contribuindo para isso.
Tudo de bom,
Yehuda
Fonte:
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Deusas Celtas: Soberanas da Terra e da Guerra
“A morte nasce conosco e conosco caminha por todos os instantes da vida, mesmo que tentemos ignorá-la.” John O’Donoghue (Escritor Irlandês)
Do grande tronco indo-europeu faziam parte os vários povos celtas estabelecidos em diferentes lugares do continente europeu. Considerados pelos romanos como bárbaros valentes, jamais formaram um império pois lhes faltava uma liderança única, as diversas tribos sempre guerreando entre si. Apesar da sua diversidade étnica, entre os séculos VIII e V a.C. houve uma cristalização da cultura celta com a uniformização dos sepultamentos (os mortos passaram a ser enterrados com armas e pertences e não mais cremados), a construção de fortificações com paliçadas e melhor elaboração dos conceitos e costumes sobre vida e morte. A sociedade celta era dividida em clãs e os laços familiares eram muito valorizados. As mulheres celtas se assemelhavam aos homens não apenas pela sua estatura e altivez, mas também com respeito à coragem e participação ativa nas batalhas, conforme comprovam centenas de relatos de mulheres poderosas e rainhas deificadas como Boudicca e Maeve.
Os celtas respeitavam profundamente a Natureza, honrando a Terra e suas criaturas como elos sagrados na teia da criação e na magia da vida. Esta reverência e o culto de inúmeras divindades ligadas às forças da natureza mantiveram-se intactos mesmo depois da romanização das terras celtas e do sincretismo com os deuses romanos. Porém, a erradicação e perseguição agressiva e opressiva da religião pagã aconteceram com a chegada do cristianismo, que conseguiu impor seus dogmas e proibições apesar da resistência dos druidas e do povo, principalmente o irlandês. Para erradicar a religião pagã e suas tradições os monges cristãos começaram a registrar lendas, mitos, crenças e costumes com as devidas correções e inevitáveis distorções, introduzindo elementos e conceitos cristãos. Mesmo assim, uma boa parte do legado ancestral foi preservada e o substrato original pode ser distinguido se usarmos um “filtro” corretor, olhando além das incongruências conceituais e sobreposições cristãs.
Um dos conceitos celtas mais difíceis de compreender e aceitar - pela nossa cultura cristã e a mentalidade atual - é a associação dos arquétipos sagrados femininos com a guerra. Para transpormos barreiras conceituais devemos conhecer o princípio celta da soberania da terra, sempre representado por uma Deusa Mãe com características protetoras e defensoras. A vida e a sobrevivência dependiam da terra e por isso ela devia ser preservada e protegida, pois desrespeitar a terra e a soberania de um povo significava ofender e ameaçar a própria natureza criadora da vida. A soberania – o verdadeiro poder de quem governava e conduzia os destinos de um povo – pertencia a um arquétipo feminino, a própria Deusa da Terra, com a qual o rei ou governante devia se casar simbolicamente para garantir a prosperidade e paz. O casamento do rei com a Deusa da terra representava as condições indispensáveis para que a soberania se manifestasse: respeito, igualdade, confiança, parceria e solidariedade. A representante da Deusa soberana era uma sacerdotisa ou rainha imbuída de poderes especiais, que até mesmo podia ser divinizada, como se conclui das lendas de Macha, Maeve e Boudicca. Nos mitos aparece de forma metafórica o alerta sobre as conseqüências da opressão, violência e exploração da natureza e da mulher com os inerentes desequilíbrios, a falta de prosperidade e do convívio pacífico.
Em várias lendas, Macha (pronuncia-se Maha) é descrita como uma típica deusa celta tendo um caráter ambíguo: ora generosa e gentil, ora terrível e implacável guerreira.Ela - assim como Maeve – é uma divindade ctônica, ligada às dádivas da terra e à sua necessária defesa e proteção. Maeve (ou Medb) representava o espírito feminino arcaico, existente em cada mulher e que é expresso em grau maior ou menor como comportamento instintivo, impulsivo, corajoso, combativo, sedutor e fértil. Outras fontes citam Macha como sendo uma das faces de Morrighan, a formidável deusa tríplice da guerra, morte e sexualidade (o meio natural para garantir a fertilidade). As faces de Morrighan chamadas de Morrigna eram conhecidas como: Nemain, o frenesi combativo que infundia o terror nos inimigos, Morrighan, a “Grande Rainha” que planejava o ataque e incitava o heroísmo e a valentia dos combatentes, Macha ou Badb, o corvo que se alimentava dos cadáveres dos mortos em combate e que era associada aos sangrentos troféus da batalha (as cabeças decapitadas dos inimigos, consideradas “sua colheita”). Esta triplicidade também era conhecida com os nomes de Banba, Fotla, Eriu, as ancestrais padroeiras da Irlanda.
A natureza das deusas celtas é multifuncional e com complexos significados, mesclando elementos ancestrais dos pacíficos povos pré-celtas (maternidade, fertilidade) com os dos combativos celtas, onde prevaleciam atributos de guerra, morte e sexo, acrescidos de soberania.Várias divindades representam uma paradoxal união de extremos: amor e guerra, guerra e fertilidade, guerra e soberania. Não existe uma deusa do amor no panteão celta, as deidades - deusas e deuses- simbolizam as forças da natureza e a eterna roda da vida/ morte/renascimento, início/ fim/recomeço, em que os opostos se seguem em círculos evolutivos e tem o mesmo peso.
Na filosofia celta não existia vida sem morte, nem paz sem guerra. Cada ser traz em si estes elementos e pela sua percepção vemos a necessidade do seu equilíbrio, que pode ser desestabilizado pela supervalorização de uma característica em detrimento de outra. Nosso desenvolvimento espiritual depende da compreensão e harmonização de todos os elementos que fazem parte do nosso ser. Somente conhecendo a face escura e selvagem e “domando-a”, poderemos tomar consciência da nossa divina complexidade, conhecendo assim a verdadeira e completa natureza. É possível unir as qualidades maternais e femininas com os aspectos guerreiros, os dons da arte, magia e sedução.
Em muitas referências míticas, iconográficas e literárias vê-se a forte ligação entre as deusas da guerra e a presença de mulheres nas batalhas. Indo além das interpretações tendenciosas romanas e as difamações cristãs, percebemos esta ligação como uma associação simbólica entre guerra e ritual. Para os celtas a caça era uma atividade que envolvia rituais para assegurar o sucesso, da mesma forma como as mulheres celtas vestidas de preto, com os braços elevados e proferindo maldições contra os conquistadores romanos tinham um forte componente ritualístico.As sacerdotisas que atuavam nos campos de batalha usavam encantamentos para atrair poderes sobrenaturais e direcioná-las contra os inimigos, fortalecendo seus companheiros para não recuar perante o inimigo. Os historiadores romanos descreveram as mulheres celtas como bruxas ferozes e ameaçadores, altas, robustas, com pele alva e olhos azuis e longos cabelos ruivos, sacudindo os punhos com raiva e gritando maldições. Em outras situações, as mulheres ficavam com seus filhos na retaguarda e incentivavam seus homens com gritos e orações para que lutassem melhor e não desistissem.
Das inúmeras mulheres guerreiras, sacerdotisas e rainhas poderosas sobressaem-se duas famosas rainhas: Cartimandua, dirigente dos Brigantes, sacerdotisa da deusa Brigantia eBoudicca governante dos Iceni, que se tornou famosa por venerar a deusa Andraste ou Andarta, a deusa da guerra citada por várias fontes. O nome Boudicca ou Boadiceia se origina na palavra celta bouda que significa vitória. A sua história é repleta de atos de coragem nas batalhas e crueldade com as prisioneiras, que eram empaladas vivas e mutiladas como oferendas sangrentas para a deusa Andraste e uma vingança pelo estupro das suas filhas e a conquista da terra pelos romanos. Existe um forte elo entre Boudicca e Andraste, podendo serem vistas como aspectos de uma mesma entidade, uma residindo no mundo sobrenatural e a outra sendo uma valente dirigente e cruel guerreira humana, ao mesmo tempo servindo como sacerdotisa da deusa da guerra.
Andraste ou Andred cujo nome significa ”A Invencível’ era uma deusa irlandesa equiparada com Andarte cultuada na Gália e com características semelhantes à Morrighan, sendo evocada na véspera das batalhas para garantir a vitória.Os romanos diminuíram seu status para uma deusa lunar (por ser a lebre seu totem) e a associaram ao amor e fertilidade. No entanto, o arquétipo original de Andraste é de uma deusa escura e ceifadora, invocada apenas nos momentos de extrema necessidade, pois ela exigia sacrifícios de sangue humano, considerado o mais potente substrato mágico.Ela controlava os fios da vida de cada ser humano, do nascimento até a morte, pois a morte era parte inevitável da vida. O seu lado sombrio (da anciã) era amenizado pelos seus atributos de deusa lunar, regente do amor e da fertilidade (como mãe criadora da vida) e regente da caça (na sua face de donzela).
O aparente paradoxo entre os aspectos e naturezas das deusas celtas reflete a profunda compreensão do processo de dar/receber, nascer/morrer, começo/fim. Muitas deusas aparecem como figuras promíscuas e destrutivas, mas elas personificavam aspectos da natureza, como a fertilidade e a soberania da terra, que tinham que ser defendidas a qualquer preço para assegurar a sobrevivência dos descendentes. A criação e a destruição são processos interdependentes, existe uma ausência de vida na escuridão da terra que recebe os mortos, mas também é a terra escura que abriga e promove o desabrochar das sementes, que renascem - assim como os mortos nela enterrados - para uma Nova Vida.
Mirella Faur
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