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terça-feira, 16 de outubro de 2012

...o pior destino que um homem pode ter...


O Amor nunca falha, 
e a vida não falhará enquanto houver Amor.

Seja qual for sua crença ou sua fé, 
busque primeiro o Amor.

Ele está aqui, existindo agora, neste momento.

O pior destino que um homem pode ter
é viver e morrer sozinho, 
sem amar e sem ser amado.

O poder da vontade não transforma o homem.
O tempo não transforma o homem.
O Amor transforma.

Henry Drummond

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Cada célula é um milagre


"Cada célula é um milagre. 
É o funcionamento cósmico nas pessoas. 
É o psiquismo celular. 
É uma espécie de inteligência que há nos tecidos. 
Há memória nas células, 
mecanismos de defesa, 
há agressividade, 
solidariedade celular. 
Existe também astúcia para mudar de aspecto 
quando se aproxima um inimigo poderoso. 
Há um psiquismo dos órgãos, 
das células, 
dos tecidos, 
ao qual não se acessa através da vontade, 
e sim 
através de todas as práticas 
que melhoram o ânimo: 
a dança, 
a carícia, 
o contato, 
o olhar"... 

Rolando Toro

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Oração 'Fica Comigo Senhor' / Padre Pio


Fica comigo, Senhor, pois preciso da tua presença para não te esquecer. 
Sabes quão facilmente posso te abandonar. 
Fica comigo, Senhor, porque sou fraco e preciso da tua força para não cair. 
Fica comigo, Senhor, porque és minha vida, e sem ti perco o fervor. 
Fica comigo, Senhor, porque és minha luz, e sem ti reina a escuridão. 
Fica comigo, Senhor, para me mostrar tua vontade. 
Fica comigo, Senhor, para que ouça tua voz e te siga. 
Fica comigo, Senhor, pois desejo amar-te e permanecer sempre em tua companhia. 
Fica comigo, Senhor, se queres que te seja fiel. 
Fica comigo, Senhor, porque, por mais pobre que seja minha alma, quero que se transforme num lugar de consolação para ti, um ninho de amor. 
Fica comigo, Jesus, pois se faz tarde e o dia chega ao fim; a vida passa, e a morte, o julgamento e a eternidade se aproximam. 
Preciso de ti para renovar minhas energias e não parar no caminho. 
Está ficando tarde, a morte avança e eu tenho medo da escuridão, das tentações, da falta de fé, da cruz, das tristezas. 
Oh, quanto preciso de ti, meu Jesus, nesta noite de exílio. 
Fica comigo nesta noite, Jesus, pois ao longo da vida, com todos os seus perigos, eu preciso de ti. 
Faze, Senhor, que te reconheça como te reconheceram teus discípulos ao partir do pão, a fim de que a Comunhão Eucarística seja a luz a dissipar a escuridão, a força a me sustentar, a única alegria do meu coração. 
Fica comigo, Senhor, porque na hora da morte quero estar unido a ti, se não pela Comunhão, ao menos pela graça e pelo amor. 
Fica comigo, Jesus. 
Não peço consolações divinas, porque não as mereço, mas apenas o presente da tua presença, ah, isso sim te suplico! 
Fica comigo, Senhor, pois é só a ti que procuro, teu amor, tua graça, tua vontade, teu coração, teu Espírito, porque te amo, e a única recompensa que te peço é poder amar-te sempre mais. 
Como este amor resoluto desejo amar-te de todo o coração enquanto estiver na terra, para continuar a te amar perfeitamente por toda a eternidade. 

Amém.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Aceite sua vida com vontade


Aceite sua vida com vontade,
aceite obstáculos, 
como parte da condição humana.

O que você quer dizer por 
'Aceite sua vida com vontade'?

Navegue as ondas altas e também as baixas,
não se preocupe com perdas ou ganhos.
Isso é 'Aceitar sua vida com vontade'.

O que você quer dizer com 
'Aceite obstáculos como parte da condição humana'?

Obstáculos são parte do seu aprendizado.
Sem obstáculos, como poderia haver vida?

Renda-se com vontade;
e a você poderá ser confiado cuidar de todas as coisas.

Ame o mundo como a si mesmo;
e você poderá, 
verdadeiramente, 
cuidar de todas as coisas.

Um bom andarilho não deixa pegadas;
um bom orador não comete deslizes;
um bom contador não precisa contar,
uma boa porta não precisa de tranca,
e, 
mesmo assim, 
ninguém conseguirá abri-la.

Uma boa amarra não precisa de nós,
e, 
mesmo assim, 
ninguém consegue desprende-la.

O sábio, portanto, cuida de todos os homens
e não abandona ninguém.
Ele cuida de todas as coisas
e não abandona nada.
Isso é chamado de 'seguir a luz',
esse é o coração do mistério.

O Tao

segunda-feira, 2 de abril de 2012

As Cartas de Cristo / Como Meditar


Este texto foi composto com partes extraídas da Carta 8, com o objetivo de proporcionar uma informação rápida para aqueles que desejarem iniciar a meditação sobre o conteúdo das Cartas, desde o início do estudo das mesmas. Salienta-se aqui a simplicidade do ritual proposto, acessível a todos. O foco é a disposição sincera e a perseverança. Não há necessidade de procedimentos complicados. 

“Quando meditar, adote uma posição que seja a mais confortável. Você não tem que fazer contorções físicas. Descanse e relaxe. Diga para você mesmo que relaxe e solte seus membros, incluindo sua cabeça, pescoço e rosto até um estado de profunda soltura".

Quero imprimir em você a ideia de que a meditação deve ser – finalmente – tão simples quanto deslizar para o sono. O propósito da meditação é o de habilitar a sua consciência inteira a se mover para além das fronteiras do intelecto e da razão. (...)

Antes de começar a meditação, prepare-se compreendendo plenamente que está a ponto de fazer contato com a “CONSCIÊNCIA DIVINA” tanto em sua consciência quanto transcendendo-a – assim ELA está também ali fora e ao seu redor. Visualize exatamente o que significa isso.

Lembre-se, a todo momento, que você estará sintonizando aquilo em que PENSAR. Seus pensamentos são “raios de luz” fazendo contato com o que você busca. Lembre-se de que cada “pensamento” tem sua própria frequência vibratória na consciência. Acredite, saiba isso, porque isso é verdade. Quanto mais espiritual é o pensamento, mais altas são as frequências vibratórias. As “formas de Consciência” expressas em palavras não são visíveis, mas são “específicas entidades do ser”. Elas têm a vida da consciência dentro delas. São magnetizadas pelas “formas de consciência” semelhantes. Semelhante atrai semelhante. Pense “cachorro” e visualize o que isso significa e seus pensamentos são sintonizados com a espécie canina.

Pense “CONSCIÊNCIA UNIVERSAL” ou “VIDA DIVINA” com compreensão do que isso significa – e seus pensamentos serão dirigidos para a “CONSCIÊNCIA UNIVERSAL” – “VIDA DIVINA”. (...) Em primeiro lugar, antes de tentar entrar em um estado meditativo, memorize a seguinte prece, de maneira que as palavras se tornem as suas próprias. Quando estiver perfeitamente relaxado, comece sua meditação com essa prece. Diga-a devagar e visualize o significado de cada palavra para ser capaz de entrar na consciência da palavra e permitir que a energia da consciência da palavra entre no mais profundo de seu ser. Enquanto diz esta prece, seus olhos devem estar fechados e seu olhar erguido em direção às sobrancelhas. “PAI – MÃE – VIDA, tu és minha vida, meu constante apoio, minha saúde, minha proteção, a perfeita satisfação de todas as minhas necessidades e minha mais alta inspiração. Peço que me reveles Tua verdadeira Realidade. Sei que é Tua VONTADE que eu seja plenamente iluminado/a e que eu possa receber melhor a consciência de Tua Presença em mim e ao redor de mim. Creio e sei que isso é possível. Creio que Tu me proteges e me guardas no perfeito AMOR. Sei que meu propósito final é TE EXPRESSAR. Quando falo contigo, sei que Tu estás perfeitamente receptivo para mim, pois Tu és a INTELIGÊNCIA AMOROSA UNIVERSAL que maravilhosamente concebeu este mundo e o tornou visível. Sei que quando Te peço para falar comigo, eu envio um raio de luz de consciência para a Tua Consciência Divina e que, quando eu escutar, TU entrarás em minha consciência humana e virás cada vez mais perto do meu espírito e meu coração mais e mais receptivos. Eu confio meu ser e minha vida aos Teus cuidados”. Cada vez que você disser e visualizar esta prece, criará uma forma de consciência espiritual que se tornará cada vez mais forte e mais elevada em frequências vibratórias, à medida que o verdadeiro significado da prece for se aprofundando em sua mente e no coração e suas percepções se elevarem.

Depois da oração, relaxe cada vez mais profundamente e deixe sua mente se esvaziar tanto quanto possível. Se pensamentos se intrometerem, recite suavemente “Vida – Divina” ou “Pai – Mãe – Vida” para você mesmo e volte a aquietar a mente. Depois de muitos meses de sincera meditação, você talvez sinta que seu corpo de repente estremece como uma pessoa que está entrando no sono e subitamente acorda. Se isso ocorrer, seja grato, pois sua consciência está penetrando as barreiras das suas forças de consciência previamente criadas e que encapsulam sua alma.

Quando sentir que está entrando em um estado de consciência diferente, profundo, tão profundo que mal respira, saiba que você está começando a alcançar seu objetivo. Ao final da meditação sempre agradeça com alegria e reconhecimento.

Lembre-se de que nada do que possa pensar, dizer ou fazer, de modo algum pode reduzir tudo o que é a “Consciência – Pai – Mãe – Vida”. No entanto, qualquer descrença formará uma barreira entre você e o pai – mãe – vida.

Quero avisá-lo de que, quando você está tentando aquietar sua mente e seus pensamentos, pode ser que se sinta pouco à vontade, fisicamente desconfortável e mesmo angustiado. Isso é porque – a princípio – você se baterá contra o muro negro de sua própria “consciência” e isso pode ser extremamente desconcertante – inclusive doloroso. Abençoe a experiência e peça ao “pai vida” para entrar em sua consciência da próxima vez e você ouvirá. Depois se levante e deixe a experiência para trás.

Quando você observar que enfim está entrando no silêncio, descanse serenamente, sabendo que agora entrou no que se poderia chamar de “o santo dos santos”, pois finalmente está conseguindo conectar-se com “pai – mãe – vida” em você. Será necessário algum tempo para que essa experiência altamente espiritual de Silêncio torne-se uma rotina diária. Lembre-se de que você tem a bagagem egoica de toda uma vida para desfazer e dissolver.

Seja o que for que perceber ou sentir durante a meditação, quando sair dela espere sentir uma diferença em sua vida. Lembre-se de que a expectativa é uma forma de “consciência” e que tendo uma “expectativa” você estará abrindo o caminho para que o que “espera” seja atraído para a sua experiência, seja o que for de que esteja necessitando ou se ocupando. Se não sentir nenhuma nova leveza de espírito, apesar de suas sinceras expectativas, não negue as mudanças nem duvide da possibilidade de ocorrerem. Lembre-se de que sua consciência é eletromagnética, da mesma substância que seu corpo físico e que é a base de todas as experiências de sua vida. Continue esperando – enquanto você faz isso está construindo o poder, a energia de suas “expectativas – formas de consciência” que atrairão a manifestação de tudo o que você está esperando. A “Consciência – Pai – Mãe – Vida” só pode ser atraída para a sua consciência individual pela fé, pela sincera expectativa e pela disponibilidade para abrir-se à purificação do seu impulso magnético - emocional de “ligação – rejeição”.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Quaresma (Antroposofia)


O cristianismo reserva 40 dias do ano para a preparação para a Páscoa, e chama esse período de Quaresma. Estes 40 dias simbolizam os 40 dias que Cristo passou meditando e orando no deserto. É um período de recolhimento e antigamente de jejum e penitência. Hoje passa geralmente despercebido no nosso calendário. Porém, a quaresma pode ser um tempo de reflexão e de transformações na sua vida.

Nosso psiquismo encontra expressão pelo pensamento, pelo sentimento e pela vontade que gera ação. O equilíbrio entre o pensar, o sentir e o agir conduz a uma vida psiquicamente harmoniosa, onde a depressão e a ansiedade não encontram refúgio. Os três estão interligados e influenciam-se mutuamente. Quando modificamos nosso pensar, pela meditação, por exemplo, passamos a sentir de uma maneira diferente e percebemos a sutileza de nossos sentimentos. E nossas ações também sofrem alterações, com essa mudança que começou no pensar.

Quando tomamos mais consciência de nossos sentimentos, percebemos o quanto eles mexem com nossos pensamentos e nos fazem agir como escravos de emoções que nos tomam, e conseguimos ter maior controle sobre a reação que os sentimentos nos causam.

Dos três, o agir é geralmente o mais prejudicado nos nossos dias de excesso de informações e compromissos, em que a imagem que exibimos nas redes sociais é muito mais importante do que a essência daquilo que somos. O que mais fazemos é reagir a algo que nos é solicitado, e é com muita dificuldade que conseguimos colocar a força de nossa vontade numa ação voluntária.

Por isso, a oportunidade de exercer nossa vontade de forma voluntária por 40 dias pode trazer grandes (ou ainda que sejam pequenas) transformações ao nosso pensar e ao nosso sentir. Dominar a própria vontade, através da renúncia a algo que lhe é caro é um exercício de fortalecimento da própria vontade.

Ano passado, minha filha de quinze anos abdicou de comer chocolate durante a quaresma, simplesmente como um treinamento da própria vontade. Foi impressionante como todos lhe ofereciam chocolates e ela recusava. Percebi depois disso como ela organizou-se de maneira disciplinada para estudar e como tem se dedicado às metas que ela mesma se propõe em relação ao seu desempenho na escola.

Esta mudança no agir pode levar à mudança de como percebemos nossos sentimentos e de como pensamos, e é um recurso que está ao alcance de qualquer um de nós, basta agir.

Por Marcelo Guerra

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O que é rezar / orar? Como rezar / orar?


Por que rezar? 

É fácil ou difícil rezar? 

Depende da idéia que fazemos de Deus. Depende da imagem que temos de nós mesmos.

Rezar é um diálogo que se estabelece entre duas pessoas que se amam, um diálogo que parte da confiança, da escuta, da abertura, da disponibilidade. É um diálogo que se faz com empenho e totalidade. Sob certos aspectos, não é fácil rezar e disso todos temos experiência. É difícil entrar no clima de oração que exigem desprendimento momentâneo de ocupações absorventes para ter espaço de encontro com Deus.

No evangelho de hoje, Lucas 11, 1-13 nos conta como nasceu a Oração do 'Pai Nosso'. Vendo um dia Jesus rezar, os discípulos experimentaram grande desejo de rezar como Jesus e disseram: “Senhor, ensina-nos a rezar”. É necessário deixar-se animar pelo mesmo desejo de aprender do Senhor o que é a oração e como rezar. Também desta vez a resposta de Jesus supera nossas expectativas. Ao invés de dar-nos definição da oração ou método seguro para rezar, ele nos introduz imediatamente no mistério da oração, nos coloca em comunicação direta com o Pai: “Quando rezardes, dizei, Pai...”.

Nestas simples palavras entrevemos toda a novidade da oração cristã. Trata-se precisamente de fazer o que fez Jesus, estar um pouco de tempo com ele, permanecer em colóquio com ele que sabe tudo de nós. Descobrimos assim algumas características mais belas da oração: comunhão no amor, dom gratuito do Espírito Santo.

A oração deve ser expressão de disponibilidade que não será confundida com certo modo praticado por não poucos cristãos: oração prevalentemente ou exclusivamente de pedidos.

Este aspecto da oração é legítimo. Jesus mesmo colocou no Pai Nosso os pedidos do pão, do perdão, da proteção, mas não deve ser o aspecto prevalente do encontro com Deus, com o perigo de deformá-la reduzindo à preocupação prevalentemente egoísta e individualista.

Jesus satisfez seu desejo, dando-lhes a sua própria oração. O Pai Nosso deve ser lido assim: como uma onda de oração de Jesus, propagada pelos séculos, com um fluxo de oração que da cabeça se transmite a todo o corpo.

O Pai Nosso é verdadeiramente a continuação da oração de Jesus. Todas as orações de Jesus, narradas nos evangelhos, se iniciam pelo clamor ao Pai. “Agradeço-vos, ó Pai... Sim, Pai, porque assim foi do vosso agrado... Pai santo, se é possível, afaste-se de mim este cálice... Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito...”.

É exatamente no grito “Abba, Pai” que Jesus se deu a conhecer como o Filho único de Deus. Mas ninguém tinha ousado, antes dele, dirigir-se a Deus com nome assim confidencial, familiar, nosso papai. Toda oração do Pai Nosso está contida nesse grito inicial. Encerra a essência mesma da oração do cristão, grito confiante de filho, dirigido a um Deus sentido como pai amoroso e bom. Mas rezamos: “Que estais no céu”, acima de nós, não apenas como doçura, mas um pai bom, forte, livre, capaz de defender dos perigos.

“Seja santificado o vosso nome” não por nós, como se faltasse alguma coisa à sua santidade, mas santificado em nós, isto é sua santidade seja proclamada por nós com palavras e testemunhada na vida. O contrário desta afirmação é a blasfêmia, onde o nome Deus ao invés de santificado, é profanado.

“Venha a nós o vosso reino”. O reino de Deus está no coração da mensagem e da vida de Jesus; representa a finalidade da sua vinda no mundo. Jesus o compara a um tesouro escondido, a uma pérola preciosa. Pedimos que a mensagem evangélica chegue a todos os homens acerca do sentido de cada homem e até os confins da terra, e penetre em intensidade em todos os aspectos da vida humana; que edifique toda nossa existência.

A vontade de Deus é que todos os homens sejam salvos. É vontade de amor, mesmo quando não a compreendemos. “Seja feita a vossa vontade” equivale a dizer que o seu projeto de amor sobre nós se realize logo. Por isso, não a nossa vontade, mas a Dele.

Essa atitude de abandono não pode ser limitada aos momentos específicos de oração, mas investe toda a vida. Assim todo momento de nossa existência torna-se oração, se somos atentos ao desígnio divino que se cumpre em nós e no universo. Viver olhando em profundidade as coisas, os acontecimentos, as palavras, em tudo a presença e ação do Pai. Assim viveu Jesus.

Cardeal Dom Geraldo M. Agnelo
Arcebispo de São Salvador da Bahia

domingo, 8 de janeiro de 2012

Fé no Amor... Voce tem fé no amor?


"Desejo que haja cumplicidade. 
Que o entendimento aconteça no olhar. 
Que as palavras sejam estilingues e não pedras. 
Desejo que haja tolerância e muita paciência. 
Que os defeitos de um, não machuquem o outro. 
Que as qualidades de um, não ofusquem o outro. 
Desejo que o tempo seja generoso. 
Que os dias passem em paz. 
Que as noites sejam de festa. 
Desejo que a a rotina não seja cruel. 
Que a paixão seja sempre descoberta. 
Que o abraço seja sempre conforto. 
Desejo que as vontades caminhem de mãos dadas. 
Que as diferenças e distâncias só sirvam para aproximar. 
E que a fé no amor, seja salvação para todos os dias."

Autor Desconhecido

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Respiração Consciente


É importante que se habitue a este exercício, ao que inclusive se lhe deve dar um caráter ritual. 

Pode ser que as distintas fases respiratórias não possam ser realizadas exatamente de acordo com o mesmo número de pulsações. 

Por exemplo: que a aspiração e a retenção precisem tempos diferentes, bem como a expiração e o vazio subsequente. 
No entanto, tanto os movimentos número 1 (aspiração), como o número 3 (expiração), devem ser feitos em tempos iguais. 
Assim, a retenção e o vazio (fases números 2 e 4) devem se efetuar em igual tempo. 
A saber, que se a aspiração é realizada em seis (6) pulsações, a expiração deve corresponder a esse mesmo número. 
Igualmente, se a retenção se faz em quatro (4) pulsações, o vazio se efetuará no mesmo tempo.


Seria muito conveniente que esta respiração começasse a ser para você como uma forma ritual, à qual pudesse recorrer em qualquer momento, distinguindo nitidamente do mundo da respiração ordinária este outro espaço, no qual você efetua seu exercício. 

Ao se acostumar a fazê-lo à vontade, começa o organismo a reconhecer outra possibilidade de si mesmo. 

Se no princípio tiver alguma dificuldade, não abandone. E reitere os esforços para consegui-lo. 

Lembre-se de que o segredo desta prática radica em expulsar totalmente o ar que possa ter em seus pulmões, na fase número 4, produzindo-se assim uma morte simbólica, à qual necessariamente tem de seguir um renascimento marcado por uma nova respiração. 

Lembre também que os exercícios têm de se efetuar aspirando o ar pelo nariz e expulsando-o pela boca

Se você consegue com estas práticas uma certa perfeição, poderá ampliar um pouco os minutos do dia para lhe dedicar, e inclusive exercitar-se nela em distintas ocasiões de sua jornada, e não só em seu gabinete de trabalho e em postura ritual. 

Se você consegue incorporar esta nova respiração a momentos determinados de seus horários ordinários, adquirirá uma certa mecanicidade em sua prática e execução. 

Isto tem valor, já que você está controlando à vontade sua recepção e entrega de energias, e sua respiração já não é algo inconsciente, arbitrário e casual, senão algo consciente, ordenado e efetivo. 

Ainda que não o tenhamos percebido, demos um pequeno grande passo para a concentração de nossos esforços na busca e reedificação de outras realidades adormecidas. 

Reitere e habitue-se a estes exercícios, que facilitarão outras muitas potências latentes em seu interior. 

Por certo, antes de se entregar a estas práticas, tem de ter um mínimo de relaxamento e tranquilidade indispensáveis.

Bom exercício! 

sábado, 24 de dezembro de 2011

Cantos de Natal (Antroposofia)


1. No pinheirinho
No pinheirinho as luzes brilham
Festivamente com amor
E os homens todos na Terra esperam,
Só pela vinda do Senhor.

2. Ó vinde crianças
Ó vinde crianças, ó vinde a Belém
Ó vinde ao presépio, não falte ninguém.
E vede que Deus nesta noite nos deu
Seu filho Jesus, por nós todos nasceu

3. Borboleta
Borboleta pequenina, saia fora do rosal
Venha ver as lindas flores, que hoje é dia de Natal.
Sou a linda borboleta, sou pequena e sou faceira
Vivo no meio das flores, procurando quem me queira.

4. Canta o galo
Bate asas canta o galo dizendo Cristo nasceu (bis).
Cantam os anjos nas alturas: Glória in “exerci” Deus (bis)
Olha que abraço que meu bem me dá (bis)
O meu amor é este, não há outro igual.

5. Feliz Natal
Feliz Natal é o que nós desejamos
A toda a gente de boa vontade
Feliz Natal para o rico e para o pobre
Natal de fé, Natal de paz o de bondade.

6. Surgem Anjos
Surgem anjos proclamando: Paz na Terra e a Deus louvor!
Vão seus hinos ecoando nas montanhas em redor:
Gló-ó-ó-ó-ria, glória a Deus nas alturas (bis).

7. Alegria de Natal
Pinheirinhos que alegria! trá—lá-lá
Sinos tocam noite e dia , trá-lá-lá
É Natal que vem chegando, trá-lá-lá
Vamos pois cantarolando trá-lá-lá
Mais um ano vai se embora trá-lá-lá


Margarethe Hauschka

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Arcanjo Micael, Arcanjo Miguel Por Rudolf Steiner (Antroposofia)


Imaginação do Arcanjo Micael

Oh luminosas potências espirituais
Agraciadas pelo cosmos, nascidas das potências solares,
Sois predestinadas pelo pensar dos deuses
A ser a veste resplandecente de Micael.
.
Ele, o enviado de Cristo, indica em vós,
A sacra vontade cósmica, que sustém os homens;
Vós, claros entes do cosmos etéreo,
Levais o verbo de Cristo aos homens.
.
Assim surge o arauto de Cristo,
Às almas ansiosas e sedentas;
Iluminadas sejam elas pelo vosso verbo fulgurante,
Na era cósmica do homem espiritual.
.
Vós, discípulos do conhecimento espiritual,
Aceitai o sábio aceno de Micael,
Aceitai o verbo de amor da vontade cósmica
Atuantes nas altas metas das almas.

Rudolf Steiner

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Como são as suas conversas com Deus?


"Todos os dias, 
logo cedo 
dou uma piscadinha para Deus 
e peço: 
tomara que as nossas vontades coincidam. 

E... 
se não coincidirem... 
que a Sua prevaleça!"


Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Psicossíntese



No seu sentido mais básico, a psicossíntese é o processo de crescimento pessoal - a tendência natural em cada um de nós de harmonizar, ou sintetizar, nossos vários aspectos em níveis sempre mais altos de organização. 

Em seres humanos, esse anseio de evolução para um nível mais refinado se torna consciente, o que permite facilitar e cooperar com esse processo natural. Para tornar essa cooperação mais eficiente, é necessário adquirir uma compreensão conceitual e estrutural, e entrar em contato com o leque de técnicas práticas disponíveis. 

A psicossíntese oferece uma metodologia e conceitos claros - dentro de um sistema abrangente e flexível - para ajudar e facilitar o impulso humano natural rumo a seu desenvolvimento e a sua integração.

A psicossíntese acredita que cada ser humano possui um vasto potencial que, geralmente, é pouco reconhecido e pouco usado. Ela também acredita que cada um de nós tem dentro de si a capacidade de ter acesso a esse potencial. 

A psicossíntese é vista frequentemente como um processo de tomada de consciência, de desvelamento do seu próprio potencial, no qual a pessoa possui um conhecimento interno e uma sabedoria daquilo que necessita a qualquer momento para que esse processo se desenvolva. O papel do terapeuta é ajudar a identificar esses recursos internos, apoiar o processo, e estar atento ao que está acontecendo.


O Supraconsciente

A Psicossíntese foi inicialmente formulada em 1910 pelo psiquiatra italiano Roberto Assagioli (1888-1974), um pioneiro do movimento psicanalítico na Itália e um contemporâneo de Freud e Jung. Cedo no seu trabalho, ele observou que essa repressão dos impulsos mais altos, supraconscientes (conhecida mais tarde como "a repressão do sublime") poderia ser tão danosa para a psique quanto a repressão do material inconsciente inferior. 

A psicanálise tradicional reconhece um inconsciente primitivo, ou "inferior" - a fonte de nossos impulsos atávicos e biológicos. Mas há também um inconsciente "superior", um supraconsciente - um reino autônomo no qual se originam nossos impulsos mais evoluídos, tais como: o amor e a vontade altruísticos, a ação humanitária, a inspiração artística e científica, a introspecção filosófica e espiritual e a procura do propósito e do significado da vida. A psicossíntese trabalha com a integração do material do inconsciente inferior e com a realização e a atualização do conteúdo do supraconsciente.

Para este fim, ela usa uma larga gama de técnicas para contatar o supraconsciente e para estabelecer uma ponte com aquela parte de nosso ser onde a verdadeira sabedoria deve ser encontrada. O supraconsciente é assim acessível, em grau variável, para cada um de nós, e pode se tornar uma grande fonte de energia, de inspiração e de orientação. A psicossíntese nos ajuda a entrar em contato e a manifestar essa parte de nós mesmos tão completamente quanto possível na vida cotidiana.


O Diagrama do Ovo e o Diagrama da Estrela

A psicossíntese usa diversos diagramas para ajudar no entendimento dos diversos componentes do self. Embora estejam necessariamente limitados em escopo e perspectiva, esses diagramas são úteis por fornecerem uma representação pelo menos parcial do mistério do self. O Diagrama do Ovo e o Diagrama da Estrela são básicos para a psicossíntese. O primeiro pode também ser visto em cor. O segundo descreve as funções psicológicas, com a vontade exercendo o papel central.



O Diagrama do Ovo

1. O Inconsciente Inferior
2. O Inconsciente Médio
3. O Inconsciente Superior ou Supraconsciente
4. O Campo da Consciência
5. O Self Consciente ou "Eu"
6. O Self Superior
7. O Inconsciente Coletivo




O Diagrama da Estrela

1. Sensação
2. Emoção-Sentimento
3. Desejo Impulso
4. Imaginação
5. Pensamento
6. Intuição
7. Vontade
8. Ponto central: O Eu, ou Self pessoal


O Self

O self é uma entidade soberana e independente dos diversos aspectos da personalidade, tais como o corpo, os sentimentos e a mente. 

Este conceito é achado nas principais religiões e, cada vez mais, em ramos da psicologia e da filosofia ocidental. 

Livrando esse conceito de qualquer fundo doutrinal e examinando-o empiricamente, achamos primeiro um centro de consciência e de vontade. Isto é o "self pessoal", o "Eu" ou o centro da identidade pessoal, a partir do qual os diversos aspectos da personalidade podem ser reconhecidos, reorganizados e integrados. Porém, o self pessoal é distinto do "Self Transpessoal" que é o ponto central do nível do supraconsciente. O self pessoal é um centro de identidade e de ser mais profundo e abrangente, onde a individualidade e a universalidade se combinam.

Uma imagem útil é a de uma orquestra onde os músicos representam as diversas partes ou aspectos de nós mesmos. Sem um maestro, haveria pouca cooperação porque cada um dos músicos tentaria que fosse executada a sua música favorita, de acordo com a sua própria interpretação. A aceitação e a submissão ao maestro resulta numa integração da orquestra, e isto se reflete subseqüentemente na música. Enquanto o maestro representa o self, o self transpessoal pode ser imaginado como o compositor ou o produtor.


Funções do Self

As duas funções centrais do self pessoal são a consciência e a vontade. A consciência do self permite que a pessoa seja claramente consciente do que está acontecendo dentro e em volta dela, e que ela se perceba sem distorção e sem ficar na defensiva. Isto foi chamado de "atitude do observador interno". Na medida em que a pessoa consegue alcançar este ponto de centramento, as reivindicações da personalidade e sua tendência para a auto-justificação não a impedem mais de se ver com uma visão clara.

A vontade é considerada na psicossíntese como uma expressão direta do self e ocupa um lugar central. Libertando a vontade do Self, ganhamos a liberdade de escolha, a responsabilidade pessoal, o poder de decisão sobre nossas ações e a possibilidade de controlar ativamente e dirigir as muitas funções da personalidade. Deste modo, somos liberados da reação inútil aos nossos impulsos internos não desejados e às expectativas dos outros. Nós nos tornamos verdadeiramente "centrados" e, gradualmente, ficamos capazes de seguir um caminho que está conforme com o que é melhor dentro de cada um de nós. No nível mais alto do desenvolvimento da vontade, procuramos alinhar nossa vontade pessoal com uma vontade mais universal, aumentando assim a capacidade de servir as forças de evolução e de encontrar um significado e um propósito mais profundos em nossas vidas pessoais e em nossas tarefas sociais, e a capacidade de funcionar de maneira mais eficiente e mais serena no mundo, num espírito de cooperação e boa vontade.


Falsas Identificações

Agir "a partir de nosso centro" pode ser difícil, como todos nós já experimentamos. Uma das maiores dificuldades encontradas quando se aprende a agir "do centro" é a grande quantidade de falsas identificações que nós fazemos com aspectos internos específicos de dentro de nós. Por exemplo, podemos nos identificar as vezes com um sentimento passageiro de medo ou de raiva e perder ou distorcer nossa verdadeira perspectiva. Ou podemos nos identificar com uma de nossas "subpersonalidades" - esses aspectos semi-autônomos e freqüentemente contraditórios de nós mesmos que seguem uma rotina previsível, pré-programada, quando são evocados por um determinado conjunto de circunstâncias. 

Muito do trabalho básico da psicossíntese é orientado para o reconhecimento e a harmonização das subpersonalidades. Deixamos, então, de ser controlados por essas subpersonalidades de maneira desamparada, e podemos aprender progressivamente a dirigi-las conscientemente. Para isso, é essencial a aprendizagem do processo fundamental da "des-identificação" de tudo que não é o self, e da "auto-identificação" ou realização de nossa verdadeira identidade como um centro de consciência e de vontade.


Métodos Utilizados

Há uma grande variedade de técnicas utilizadas na psicossíntese para atender à diversidade de necessidades apresentadas por situações diversas e pessoas diversas. 

Cada pessoa é tratada como um indivíduo, e um esforço é feito para achar os métodos mais adequados à situação existencial, ao tipo psicológico, às metas individuais, às necessidades e ao caminho de desenvolvimento da pessoa. 

Algumas das técnicas mais comumente usadas são: a imaginação dirigida, a consciência e o movimento do corpo, o trabalho com símbolos, o trabalho com a arte, manter um diário, o treinamento da vontade, a fixação de meta, o trabalho sobre os sonhos, o desenvolvimento da imaginação e da intuição, a gestalt, os modelos ideais e a meditação. 

A abordagem principal da psicossíntese é o tratamento da pessoa como um todo, embora em cada sessão se possa focalizar um nível ou um aspecto particular da pessoa. Tendo como objetivo a integração do corpo, dos sentimentos e da mente, a psicossíntese tem como meta promover um processo de crescimento contínuo, onde aplicamos as atitudes e técnicas básicas da psicossíntese na vida cotidiana para promover uma atualização mais jovial, harmoniosa e plena de nossas vidas.


Fases da Psicossíntese

Toda pessoa é um indivíduo, e a integração de cada pessoa segue um caminho particular. Mas no processo global da psicossíntese, podemos distinguir duas fases sucessivas - a psicossíntese pessoal e a transpessoal. Na psicossíntese pessoal, a integração da personalidade ocorre em volta do self pessoal, e o indivíduo atinge um nível de funcionamento, em termos do seu trabalho e de suas relações, que seria considerado como plenamente saudável pelos padrões atuais de saúde mental.

Na fase transpessoal da psicossíntese, a pessoa aprende a alinhar-se com o Self Transpessoal e a expressar as energias desse Self Transpessoal, manifestando então qualidades tais como: responsabilidade social, espírito de cooperação, perspectiva global, amor altruístico e propósito transpessoal. Frequentemente, as duas fases se sobrepõem, e pode haver uma atividade transpessoal considerável bem antes da fase de psicossíntese pessoal estar completada.

O texto acima foi traduzido e adaptado do site Psycosynthesis (Canada)

sábado, 3 de setembro de 2011

Aceitação e Mudança


"Ao se aceitar o prazer sem suplicar por ele e sem se tornar dependente, e ao se aceitar o sofrimento, quando inevitável, sem temê-lo e sem se rebelar contra ele, consegue-se aprender muito mais tanto com o prazer como com o sofrimento, e torna-se possível "destilar a essência" que eles contêm."

Roberto Assagioli


Se nos tornamos dependentes das mudanças, e tentamos mudar coisas em nossas vidas antes de elas estarem prontas para isso, então estamos lutando em uma batalha perdida. 

De forma semelhante, se ficamos presos em conservar as coisas como estão, resistentes a toda e qualquer mudança em nossa vida, a batalha se mostra igualmente difícil e despropositada. 

Por outro lado, se aprendemos a aceitar o que está acontecendo, sem nos identificarmos com a necessidade de mudar ou manter as coisas, começa a ser criado um espaço em nossa vida para as coisas mudarem ou não, de acordo com as nossas reais necessidades.

Há duas energias arquetípicas primárias da vida, a mudança e a manutenção. Ambas são igualmente necessárias e ambas são partes de uma polaridade dinâmica com a qual podemos ou não cooperar. 

Quando aceitamos qualquer uma dessas, essas energias conseguem se manifestar de uma forma relativamente pura. Assim, a mudança pode ser considerada em termos de progresso, evolução, transformação e libertação. A manutenção, quando manifesta em seu estado cristalino, transmite eternidade, ritmo, paciência e a sensação de eternidade.

Quando resistimos e lutamos contra qualquer uma delas, mudança ou manutenção, e não aceitamos as coisas como são, então essas energias começam a se manifestar de uma forma distorcida. Nesse caso, as mudanças podem ser despropositadas, levando ao dispêndio de nossa energia, ficamos insensíveis às nossas necessidades e às necessidades alheias. Tomamo-nos destrutivos e não reconhecemos nossos limites com clareza. A manutenção, quando distorcida, leva à inércia e à indolência, à obstinação, à inflexibilidade, à covardia e ao medo do desconhecido, estrangula o fluxo natural da energia da vida.

Não é preciso dizer que há necessidade tanto das mudanças como da manutenção em nossa vida. 

Quando falamos sobre aceitação das coisas como elas são, permitindo que essas duas polaridades se manifestem em nossa vida, não significa que temos que aceitar cegamente algum tipo de destino predeterminado, nem que devemos nos tornar vítimas das circunstâncias. Pelo contrário, quando aprendemos a reconhecer o valor da verdadeira aceitação interior, essa conduta liberta nossa energia de modo que podemos mudar ou não uma certa situação, de acordo com o que é melhor para nós num determinado conjunto de circunstâncias. Claro, nem sempre é assim tão fácil, mas devemos procurar o nosso equilíbrio sem excluirmos nem a mudança nem a manutenção, buscando o que há de melhor nas duas.

Tudo muda o tempo todo. 

Essa é uma verdade fundamental da vida. 

Se estivéssemos prontos para aceitar essa "verdade", então não sentiríamos tanto medo e insegurança diante dos acontecimentos que parecem mudar rapidamente demais, nem perante situações aparentemente estagnadas. 

Como tudo muda, podemos perceber que essas coisas – sejam elas o que forem – também passarão. 

Às vezes, temos a sensação de que estamos presos e amarrados a uma relação que já não nos satisfaz – mas, lembre-se, tudo pode se modificar. Outras vezes, passamos por períodos de solidão porque não encontramos um bom relacionamento - mas, lembre-se, tudo pode se modificar. Podemos nos harmonizar com o fluxo natural da vida e aceitar as coisas como elas são. Só assim conseguimos compreender claramente as idas e vindas dos acontecimentos.

Tudo isso está muito bem, mas o grande problema é que a maioria das pessoas geralmente estão excessivamente apegadas ou identificadas com o desejo de mudança ou de estabilidade. 

Supondo que o seu relacionamento afetivo seja incrivelmente satisfatório - bem, certamente você não quer que isso se modifique, mas, se tentar manter as coisas exatamente como estão, não permitirá que a relação cresça e se modifique no seu ritmo natural e, por isso, ela logo se tornará estéril e inflexível. E, devido à estabilidade forçada, não será de qualquer maneira a mesma relação de antes. Provavelmente, essa estabilidade forçada acabará provocando modificações, contrariando tudo que você sempre planejou para esse relacionamento. Ou, quem sabe, você ainda não tenha conseguido desenvolver uma relação duradoura, e o seu desejo de mudar essa situação é tão intenso, que você está preso e vinculado à idéia de arranjar um parceiro, ao ponto de não conseguir pensar em outra coisa. Está tão apegado ao seu desejo que, ao surgir qualquer oportunidade, você tenta iniciar um novo relacionamento e faz de tudo para ele dar certo. Geralmente, as pessoas que se comportam dessa maneira são tão insistentes que as coisas simplesmente não acontecem, ou, quando acontecem, não duram. Novamente, o apego excessivo o deixa à deriva, e a vida, mais uma vez, "não deu certo"!

Contudo, quando abandonamos nossa insistência em mudar, ou manter, uma determinada situação, começamos a ver a situação como ela realmente é. 

Com esta nova visão de como a coisa é, torna-se possível escolher se devemos mudá-la ou não. 

Mas essa aceitação verdadeira tem que ser realmente sentida, realmente vivida, não pode ser apenas uma postura intelectual. Assim, quando a aceitação passa a ser vivenciada dessa maneira, as transformações têm espaço para acontecer.

Quando a dinâmica da vida é aceita conforme foi exposto acima, sem simplesmente nos resignarmos às circunstâncias, sempre tentando determinar nossas escolhas ativa e conscientemente, estamos mais aptos a compreender o significado interior dos acontecimentos. 

Quando aceitamos um fato, passamos a perceber mais claramente qual é a sua finalidade, por que as coisas são do jeito que são. Aí, adquirimos o direito de escolha, podemos determinar se deixaremos as coisas acontecerem ou se lutaremos contra a sua evolução de um modo mais impositivo.

Jamais conseguiremos nos livrar totalmente das experiências indesejáveis em nossa vida, portanto é melhor sabermos como aceitá-las. 

Na realidade, é muito comum as coisas piorarem quando tentamos lutar desesperadamente contra elas. 

Por outro lado, a aceitação da vida como ela é inclui dor, sofrimento e fracasso, experiências desagradáveis e momentos em que temos que tomar certas atitudes que nem sempre são exatamente o que gostaríamos de fazer. 

Aprendemos a controlar nossas energias e podemos usá-las a nosso favor em vez de utilizá-las contra nós mesmos. Por exemplo, se aceitamos que estamos passando por uma fase depressiva, temos muito mais condições de lidar com esse problema do que quando não aceitamos e tentamos ignorar a situação.

Nem sempre é possível modificar as condições externas, mas sempre podemos trabalhar as condições internas. Pode parecer paradoxal se nos apenas pensarmos nisto. Entretanto, quando começamos a agir sobre o problema, percebemos que sempre temos à disposição um meio de provocar modificações que é um ato de aceitação. Quando aceitamos as coisas como elas são, estamos abertos ao aprendizado. Se compreendida desta maneira, a aceitação passa a ser um dos melhores instrumentos de transformação.

Se pensarmos em uma experiência recente que tenha nos proporcionado muito prazer e alegria, recordando de todos os detalhes dessa experiência, os fatos agradáveis, quaisquer que tenham sido, ressurgirão em nossa consciência, trazendo com eles a sensação do prazer vivido naqueles momentos. É possível reviver experiências agradáveis, senti-las como se ainda estivessem acontecendo. Isso é saudável, algo que nos dá prazer e nos faz sentir bem. Contudo, podem surgir alguns problemas se ficarmos excessivamente apegados e presos às sensações de um determinado momento, ao ponto de só pensarmos nisso e de empregarmos todas as nossas energias tentando fazer as coisas acontecerem novamente.

Por outro lado, se nos recordamos de uma experiência "desagradável", acontecimentos que não nos provocaram bons sentimentos, e ficamos algum tempo revivendo todas as sensações, emoções e pensamentos que estão associados àquele momento, da mesma maneira podemos achar que essa experiência ainda está acontecendo. Esse tipo de comportamento também pode ser muito saudável, porque, embora não desejemos reviver momentos angustiantes e desagradáveis, se conseguirmos repensá-los isso nos ajudará a resolver os problemas associados a esse tipo de situação.

Tanto as experiências aparentemente positivas quanto as aparentemente negativas podem ser de grande valor. Na verdade, o que aprendemos com as experiências supostamente "desagradáveis" é que vai nos ajudar a crescer e a amadurecer, tornando-nos capazes de expressar o que realmente somos e o que realmente desejamos da vida. Para mergulhar verdadeiramente nas profundezas do nosso passado, trazendo à superfície experiências angustiantes e traumáticas, precisamos do acompanhamento de um bom psicoterapeuta ou guia, capaz de nos orientar ao longo desse processo. Mas com a simples aceitação desses dois tipos de experiência, passamos a ser pessoas mais completas, mais aptas a encarar o nosso futuro, qualquer que seja ele.


O poder de aceitar e mudar

Podemos usar o poder de nossa vontade e imaginação para provocar mudanças, ou para aceitar as coisas como elas são. 

Para qualquer uma dessas alternativas, precisamos ter a vontade para que elas aconteçam, seja através das mudanças provocadas ativamente ou através de um comportamento passivo que permite o desenrolar natural dos fatos. 

Também precisamos da nossa capacidade imaginativa para criarmos os novos ambientes que desejamos ou para mudarmos os velhos padrões do passado. 

Esses poderes são às vezes descritos como os poderes que nos tornam aptos a realizar mudanças da maneira que nos queremos. Mas também são esses poderes que nos ajudam a aceitar os momentos em que a atitude mais correta é não mudar as coisas.

Para isso tudo funcionar de maneira eficiente, também precisamos dos poderes do amor e da consciência. 

Sem a consciência, como saberíamos se nossas escolhas são "certas" ou não? 

Sem amor, como podemos ter certeza de que estamos fazendo a escolha mais "acertada", de acordo com as necessidades e energias das outras pessoas? 

Essas quatro energias - amor, consciência, vontade e imaginação - nos acompanham constantemente no decorrer de nossa vida, auxiliando-nos a realizar as ações que desejamos e que estão de acordo com a evolução da consciência planetária.

Essas energias se tornam particularmente importantes para nós quando atravessamos momentos de sofrimento, crise ou fracasso em nossa vida. 

São essas experiências que frequentemente nos levam a buscar a orientação de um psicoterapeuta especializado em psicossíntese ou outro tipo de terapeuta ou conselheiro. Na psicossíntese não tentamos "encobrir" a dor, dispersar a crise, nem ignorar o fracasso. Pelo contrário, reconhecemos o valor de tais experiências. É frequentemente com a aceitação do sofrimento, em todos os seus disfarces, que conseguimos conhecer um pouco mais sobre nós mesmos e liberar as energias criativas.

Todos já passaram pela experiência do fracasso em alguma ocasião de sua vida. Muitas pessoas fracassam com tanta frequência que começam a se considerar o "fracasso em pessoa”. Nesse caso, é como se o fracasso as tivesse possuído em vez de elas apenas terem vivido uma experiência fracassada! Um indivíduo nessas circunstâncias já não consegue dizer "passei por uma determinada experiência e fracassei", mas os fatos passados assumem o controle e é mais provável que essa pessoa diga "eu sou um fracasso".

Quando passamos por uma situação em que fracassamos, ela pode causar a queda da nossa energia potencial. Por exemplo, podemos estar atravessando um período em que sentimos raiva, amargura e decepção. Não há nada de errado em ter esse tipo de sentimento, mas também é muito importante saber reconhecer o momento em que estamos preparados para prosseguir. Porém, isso só acontece quando deixamos o potencial criativo fluir novamente. Podemos dar o primeiro passo para nos libertarmos desse problema se simplesmente aceitarmos o fracasso emocional resultante.

Uma das técnicas mais eficientes para fazer isso chama-se “a consagração do obstáculo”. Para aceitarmos o fracasso, consagramos, abençoamos conscientemente o que quer que nos tenha impedido de atingir o sucesso. Depois de fazer isso, que não deve ser apenas uma "afirmação de boca", mas uma atitude real e completamente assumida, estamos prontos para seguir adiante.

Ao considerarmos tudo o que aprendemos com nosso aparente "fracasso", a idéia de "consagração de um obstáculo" já não nos parecerá tão estranha. É algo semelhante a amar os seus inimigos. Por exemplo, um fracasso nos dá a oportunidade de tentar de novo, só que dessa vez faremos as coisas muito melhor. Caso a situação em que fracassamos não possa se repetir por algum motivo, com a consagração do obstáculo podemos concluir que aquilo não era mesmo para ter acontecido. Assim não ficamos subordinados a algum tipo de destino impessoal e tomamos uma atitude de controle consciente, aprendemos a tomar nossas próprias decisões.

Tudo que fazemos em nossa vida, estejamos ou não conscientes disto, nós decidimos. Mesmo que essa afirmação não seja realmente uma "verdade", não há nada que conteste a sua veracidade. Se temos o poder de decidir nossa própria vida, quando as coisas não acontecem conforme desejamos, também devemos ter decidido algo sobre isso. Pode ser difícil aceitar e assimilar esse conceito a nível consciente, já que não estamos conscientes da atuação desse processo e devido ao fato de algumas subpersonalidades até insistirem na preservação dos vínculos com o sofrimento e o fracasso. Mas a Psicossíntese acredita que o eu interior, ou alma, sempre determina tudo que acontece conosco no decorrer de nossa existência.

Quando aprendemos a nos entregar ao sofrimento e ao fracasso, em vez de mergulharmos nele, sendo esmagados pela experiência, descobrimos que conseguimos superá-lo muito mais rapidamennte. Mas o primeiro estágio tem que ser a entrega à experiência, ao desenvolvimento completo dos acontecimentos. Isso é mais fácil dizer do que fazer, é claro, mas quando aprendemos a proceder dessa maneira, podemos escolher conscientemente de prosseguir. Então, em vez de ser vítima do sofrimento ou fracasso, temos sempre a possibilidade de nos perguntarmos: 

O que há de bom em tudo isso? 

O que posso aprender com essa situação?

As crises que enfrentamos na vida, embora não consigamos ver isto com muita clareza no momento em que ocorre uma crise, servem como impulsos genuínos que nos elevam a uma nova fase de desenvolvimento. As crises ocorrem habitualmente quando ainda estamos presos a um tipo de comportamento ou de crença ultrapassados, que deixaram de ser realmente úteis para nós e dos quais seria melhor se libertar. Geralmente, uma espécie de medo não nos deixa fazer isso. Então, começa a existir um acúmulo de energia e, se continuamos resistentes à mudança, entramos numa crise. É como se a crise, ou pelo menos sua energia, se originasse no superconsciente e de repente "batesse à porta" da personalidade. Podemos abrir ou resistir, e quanto mais resistimos, maior a quantidade de energia acumulada, até que, por fim, a porta é arrombada e acaba se abrindo de qualquer maneira. Assim surgem as crises.

Qualquer nova energia que tente emergir a nível consciente tem que ser primeiramente aceita e, depois, enraizada e expressada. Frequentemente, evitamos fazer isso porque sentimos medo. Podemos até não aprovar a situação em que estamos, mas preferimos encarar o diabo, que já é nosso conhecido, do que assumir o risco de explorar o desconhecido. Criamos bloqueios que impedem a manifestação dessas novas energias emergentes, bloqueios que nada mais são do que o medo da mudança. Logo, a energia gerada durante um processo de crise é, na realidade, nossa energia de sobrevivência que se caracteriza como resistência a uma nova experiência. Só quando nos aprofundamos o suficiente no processo é que percebemos que a nossa sobrevivência requer a mudança. Aí, conseguimos aceitar a nova situação e prosseguimos.

Frequentemente, o aspecto mais importante deste trabalho não é o que está acontecendo, mas nossas reações aos acontecimentos - portanto, pare e enfrente, seja lá o que for. Ao mesmo tempo, procure se desidentificar da situação para obter uma melhor perspectiva e uma noção da proporção exata de seus problemas. 

Avalie tanto os sucessos quanto os fracassos pelo que eles são - eventos que participam do seu desenvolvimento. Procure adquirir uma noção de perspectiva e proporção ao considerá-las; sempre perguntando a si mesmo: 

Quais são as minhas opções? 

Como posso fazer uso dessa situação para ampliar meu potencial criativo?


A transformação da energia

Se não aceitamos o sofrimento, os fracassos e as crises que enfrentamos ao longo da vida, frequentemente acabamos acumulando uma quantidade de energia que pode chegar a ser descarregada de maneira errada. Podemos nos tornar extremamente agressivos, por exemplo, e explodir por qualquer coisa, de maneira totalmente desproporcional ao que está realmente acontecendo. Ou nossas inseguranças, agressão e sofrimento podem ser projetados em outras pessoas, especialmente nos membros da familia, amigos e colegas de trabalho.

Todos nós temos a tendência, nesse tipo de circunstâncias, de projetar nos outros nossas próprias atitudes, impulsos e sentimentos. Por exemplo, se nos sentimos hostis com relação a alguém, é comum projetarmos a hostilidade que sentimos nessa pessoa e acharmos que ela é quem é agressiva conosco, nunca somos nós os responsáveis. Em consequência, ficamos na defensiva e nos sentimos ameaçados. Inicia-se um círculo vicioso. Se conseguirmos perceber que isso está acontecendo, devemos nos esforçar para "reassumir a projeção".

Temos que aceitar a verdade básica da vida de que tudo depende das nossas atitudes e determinações. Se somos agressivos com uma certa pessoa, ou se achamos (correta ou incorretamente) que alguém é agressivo conosco, o único jeito de mudarmos essa situação é através da nossa própria mudança. Temos que perceber que a nossa vontade é livre e que podemos decidir ser o que somos sem ter que fazer exigências e imposições a outras pessoas, sem projetar nossos "grilos" sobre elas. Só assim conquistamos liberdade para nos relacionarmos com essas pessoas de uma maneira mais harmoniosa, mais centrada. Quando procedemos dessa forma, observamos frequentemente que a situação se modifica e o conflito é resolvido.

A eficiência desse método pode ser surpreendente. Por exemplo, às vezes, tudo o que precisamos fazer é compartilhar o que estamos sentindo com as outras pessoas envolvidas. Se somos honestos e expressamos livremente os medos, sentimentos e pensamentos que nutrimos a respeito do conflito ou problema, constatamos que a energia se tranforma. De repente, já somos amigos outra vez, dividindo o compromisso comum de todos os seres humanos - ser sozinho e individual em essência e, simultaneamente, conectado a tudo e a todos. Esses momentos de verdadeira realização espiritual, que podem advir dos gestos mais simples, como falar sobre os nossos sentimentos, têm o poder de enriquecer e transformar nossa vida.

O mais importante disso tudo é constatarmos que existe um meio saudável de descarregarmos as energias acumuladas. É o mesmo no caso de uma agressão física. Não é necessário dar meia-volta e ir à casa do indivíduo tomar satisfações, por exemplo, e se atracar com ele - podemos descarregar toda essa maldita raiva em uma almofada. A satisfação gerada por esse ato, associada à real descarga de energia física, ilumina nossa consciência e nos estimula a prosseguir com escolhas mais claras e maior noção do que somos e fazemos.


Exercício: A consagração do obstáculo

Escolha um lugar onde você possa se sentar e ficar completamente relaxado, mas não a ponto de cair no sono. Respire profundamente e procure se centralizar, da forma que achar melhor.

Procure se lembrar de um momento recente que lhe tenha provocado sofrimento ou fracasso. Considere essa experiência profundamente, recorde-se dela com todos os seus detalhes, todos os pensamentos, sentimentos e sensações que isso tudo lhe causou. Permita-se realmente reviver o sofrimento associado a essa experiência.

Agora, imagine-se saindo desse quadro mental. Observe todos esses elementos de fora. Diga em voz alta: "Abençôo esse medo (ou qualquer outra coisa que tenha representado o sofrimento ou fracasso experimentados)".

Continue analisando os componentes dessa experiência, como se você fosse um observador desligado do sofrimento, fracasso, etc. Reafirme a sua consagração, em voz alta, mais algumas vezes. Enquanto faz isso, veja e sinta a memória dessa experiência se modificar. As circunstâncias se tornam mais leves e você está bem menos ligado a esses acontecimentos passados.

Conscientize-se de tudo que aprendeu ao executar o exercício proposto acima. 

Agora, você está livre e desimpedido, tome a decisão de prosseguir.

Por Will Parfitt

O artigo acima foi extraído do livro "Psychosynthesis – The Elements and Beyond” de Will Parfitt, Ed. PS Avalon, Glastonbury, Inglaterra – 2003. O livro em português “Elementos da Psicossíntese" de Will Parfitt, Ed. Ediouro, Rio de Janeiro - 1990
Will Parfitt é Escritor, Psicoterapeuta, Cabalista. Concluiu sua especialização em psicossíntese em 1981, e possui grande experiência em outros métodos de auto-realização.