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quinta-feira, 22 de novembro de 2012
...alternativas...
Não opte pelo conveniente,
pelo confortável,
pelo respeitável,
pelo socialmente aceitável,
pelo honroso.
Opte pelo que faz o seu coração vibrar.
Opte pelo que gostaria de fazer,
apesar de todas as consequências.
Desenvolver-se significa
mover-se a cada momento
mais profundamente
no princípio da vida;
significa afastar-se da morte
- não ir na direção da morte.
Quanto mais profundo você vai para dentro da vida,
mais entende a imortalidade dentro de você.
Você está se afastando da morte:
chega a um momento em que você pode ver
que a morte não é nada,
apenas um trocar de roupas ou trocar de casas,
trocar de formas - nada morre,
nada pode morrer.
A morte é a maior ilusão que existe.
A vida deveria ser uma celebração contínua,
um festival de luzes por todo o ano.
Somente então você pode se desenvolver,
você pode florir.
Transforme pequenas coisas em celebração.
Tudo o que você faz deveria expressar a si próprio;
deveria ter a sua assinatura.
Então, a vida se tornará uma celebração contínua.''
Osho
terça-feira, 23 de outubro de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
O Caminho
O que é o Caminho?
No primeiro capitulo do livro “O Caminho da Autotransformação” o Guia nos coloca uma primeira e vasta gama de conceitos, fornecendo sua preciosa definição de “Caminho”.
Sugere que existem níveis de realidade ainda a serem explorados e diferentes formas de empreender a caminhada devido à unicidade de cada ser humano em sua jornada evolutiva, mesmo que em sua essência o Caminho fundamentalmente seja sempre o mesmo.
Colocando em seguida para todos a postura confiante ao se entregar para esta energia de busca e sem forçar conclusões superficiais baseadas na teoria, lembrando que cada ser humano existe em profundidade tão grande e sobre a qual pode não ter consciência.
Nestes níveis até agora inexplorados todos possuímos os meios de transcender as fronteiras de nossa personalidade, acessando outros reinos e entidades que nos proporcionarão um conhecimento maior e mais profundo.
Como primeiro passo é essencial lidar com nossas confusões, com as atitudes destrutivas, os mal entendidos, as emoções negativas, os sentimentos paralisados, as defesas alienantes... e o Guia nos confirma que o Caminho começa de fato onde esta fase crucial termina.
Esta primeira parte do trabalho só terá sucesso caso o contato com o nosso Ser Espiritual seja regularmente cultivado e utilizado.
A segunda e mais importante fase consiste em aprender como ativar a consciência superior inerente a cada alma humana. Quanto antes voce descobrir a infinita fonte interna de sabedoria, tanto mais fácil e rápido poderá deixar para trás todas as obstruções.
Vale lembrar que não estamos lidando com uma pratica que consista em exclusivamente querer atingir uma consciência espiritual superior, assim como muitas disciplinas espirituais que não focam aquelas áreas do ego perdidas na negatividade e destrutividade.
É comum que muitos seres humanos, evitando propositadamente lidar com determinadas partes deles mesmos, muitas vezes encontrem refugio em disciplinas ou atalhos que permitem evitar este encontro consigo mesmo. Os dois extremos são:
- a ilusão de evitar o que está no nosso profundo,
- e o que nega ou teme o que existe em você.
Qualquer seu aspecto interior problemático pode ser transformado, não interessa o quanto destrutivo este possa ser.
Recapitulando, o caminho não é Psicoterapia e nem jornada espiritual no sentido comum da palavra e, ao mesmo tempo, é ambos. O aspecto psicológico é lateral, representando mais uma via para superar obstáculos.
Três pontos importantes:
- Primeiro, o entendimento e a verdadeira iluminação virão ao descer em sua próprias profundezas e ao experimentar a própria riqueza interior em conexão com o Universo.
- Segundo, entrando no Caminho você não inicia uma terapia. Você embarca para uma viagem que o levará no novo território de seu universo interior, lembrando que a finalidade do caminho não é a de simplesmente cura-lo de uma doença mental ou emocional, mesmo que isso seja conseguido muito bem caso você faça o trabalho exigido corretamente.
- Terceiro, este Caminho deverá focar todos os aspectos da personalidade, incluindo os de que menos gostamos, pois somente quando fazemos isso podemos finalmente nos amar. Somente assim podemos encontrar nossa essência e o nosso verdadeiro Deus que existe em nós.
Toda confusão e contradição aparente vem da consciência de dualidade que permeia neste estagio a mente humana, o ambos/ou, bom ou ruim, certo ou errado, preto ou branco.
O caminho da dualidade é um caminho correto somente em parte, podendo nos fazer perceber somente fragmentos de realidade, sendo que a verdade plena nunca pode ser encontrada nesta lógica dualista. Tem uma voz interior nos dizendo que tem muito, muito mais em nossa vida e em você que você possa ter experimentado até aqui... mas como encontrar clareza sobre o que é real e o que é falso neste seu propósito?
O desejo é falso quando sua personalidade deseja amor e felicidade - ou prazer e expansão criativa - sem pagar o preço da mais completa e honesta auto-confrontação.
É falso também quando você não assume a responsabilidade pelo seu estado atual, culpando os outros de algum modo. Como o que é bom sempre vem de dentro, poderá também estar colocando a recompensa pela sua transformação no lado de fora, novamente, se frustrando por consequência e mantendo ainda o apego a padrões frustrantes e destrutivos.
A pista para a realização deve estar em voce, buscando com isenção e honestidade os nós que o impedem de ser pleno e realizado. Encontramos assim as razões de estar atraindo determinadas situações de sofrimento, somente quando deixarmos de lutar e permitimos que a intuição se manifeste operando em todos os seus níveis de manifestação, trazendo criatividade, estímulo, alegria e paz em nosso dia-a-dia.
Compreendemos aos poucos que é possível encontrar o estado de felicidade no viver diário, transmutando antes todos os conteúdos negativos e traumáticos de nossa mente. O “efeito colateral” desta transmutação será um estado crescente de alegria e harmonia.
De que maneira encontrar seu eu verdadeiro nesta jornada em território desconhecido?
Utilizando o instrumento da atenção focada nas suas áreas negativas, destrutivas e mal compreendidas; começando finalmente a desfrutar de uma inabalável certeza interior.
Somente enfrentando nosso conteúdo interior por inteiro, chegaremos a nos amar de verdade e a descobrir nosso Eu divino.
Se esse desafio é tarefa fácil, partindo de início de uma mente ainda limitada? ...é claro que não! Exige esforço e disponibilidade em aceitar novas possibilidades e alternativas para a nossa expansão na vida, mas seguramente o desafio estimula e por fim compensa todas as dificuldades em enfrentar as nossas áreas de sombra, fazendo assim de nossa vida algo pleno, excitante e verdadeiro.
As poucas regras do caminho pedem que você seja íntegro e leal com seu eu, que experimente toda sua vulnerabilidade e que retire todas suas máscaras e dissimulações, e, então, a partir deste entendimento, tudo se tornará propício, natural e suave.
A postura com a qual encaramos o Caminho irá depender do ponto de vista de sua experimentação, que poderá ser a partir de um lado positivo ou negativo, mesmo que estas polaridades representem a mesma (e única) corrente de energia. A busca da honestidade em todos os níveis, mesmo os mais sutis, deve ser integral e permanente.
O Guia fala também neste capitulo sobre as imagens mentais que constituem nossos “códigos de conteúdos” inconscientes, e que ficam impressas de forma profunda em nossa psique podendo - ao ser lidas e interpretadas - contar nossas estórias de desarmonias, bloqueios e traumas que podem ter sido causados por falsas crenças e percepções distorcidas da realidade em qualquer época de nossa vida (ou vidas).
Através dos exercícios específicos de cada capitulo, os conteúdos podem ser reprogramados por cada usuário em sua busca do autoconhecimento e da sua realização plena como ser total. O conteúdo emocional individual desta e de outras vidas, que em muitos casos fica como que comprimido dentro do nosso inconsciente, gera uma pressão constante que pode se manifestar em inúmeras desarmonias para o indivíduo e, ao se confrontar os velhos (e cristalizados) padrões com os novos padrões de realidade criados pelo conhecimento emocional atualizado e em alguns casos já livre de preconceitos e crenças limitadoras...
Recomendamos que faça por uma semana ao acordar o exercício deste primeiro capitulo: “O inicio de uma vida nova”. (Que se encontra no final deste texto). Novas percepções e conceitos de renovação e harmonização estarão atuando positivamente em seu ser.
Um auto-exame de nosso estado atual poderá ser levado a cabo nos fazendo perguntas simples e esclarecedoras sobre como estamos levando nossa vida, se de forma compensadora e produtiva, se nos sentimos realmente à vontade com outras pessoas de nosso convívio... Precisamos perceber se existe tensão, ansiedade, angústia e solidão. O Caminho bem trilhado levará em conta o ponto de partida, lembrando os estados iniciais, avaliados de forma honesta, completa e humilde, de forma que os resultados conquistados na evolução espiritual possam ser percebidos e comparados de forma absolutamente simples e clara.
Quando finalmente operamos a partir de nosso centro, e não mais buscando a aprovação dos outros, ou as crenças limitadoras e controladoras exteriores, estamos finalmente fazendo desabrochar nossa parte mais profunda, criativa, poderosa. Nossa essência representará finalmente nossa capacidade inata de gerar o fluxo abundante e merecido da vida que nos é reservado em nossa preciosa e única missão de vida.
No caminho serão fornecidas as ferramentas e os instrumentos para finalmente chegar nesta essência central que está e sempre esteve à espera de ser finalmente descoberta, permitindo merecidamente viver a harmonia total em nossa vida, sem mais fugir ao encarar nossos cantos sombrios, estando finalmente aptos a nos relacionar com todos os aspectos de nossa alma e a reconhecer o poder da cadeia de acontecimentos que brota de nossos pensamentos e opiniões, gerando sentimentos, emoções e comportamentos que constituem afinal a complexa e interligada teia da vida.
O Guia se concentra sobre o medo, dizendo tratar-se de algo que, quando por fim experimentado, pode levar a um estado mais profundo de realidade, representando o medo, a negação de vários sentimentos que, ao serem finalmente vivenciados e confrontados, permitem que o bloqueio se dissolva. O medo nos afasta da vida plena e impede nosso desenvolvimento até que consigamos assumir nossa responsabilidade pelos nosso sentimentos e os acontecimentos que atuam em nosso campo, deixando finalmente de responsabilizar os outros.
Somente desta forma nosso eu espiritual poderá emergir, transformando as distorções em energia primordial pura e atuante. Consciência e energia retornarão em sua ação criativa e positiva somente quando nossa intenção e nosso conhecimento da Luz estiverem novamente positivos e focados.
Nosso centro divino, nossa essência espiritual contém tudo de que precisamos para cumprir a missão que nos foi confiada, sendo assim, cada um de nós - a expressão de tudo que existe-, que o Guia coloca como “Todo-Consciência”, busca este centro deixando a vaidade e as demais ilusões de lado como condição fundamental, passando obrigatoriamente pela escuridão das próprias camadas profundas para de deparar com a luz.
A meditação e a visualização criativa serão instrumentos importantes nesta busca e sua frase para reflexão: "O portal da consciência está em você, abra-o com amor e percorra o caminho de volta para casa".
O caminho estará se abrindo pra você após os passos iniciais fazendo com que finalmente o seu interior lhe permita experimentar, talvez pela primeira vez na vida, seu maravilhoso e inesgotável potencial de ser, de atuar em níveis superiores de consciência, descobrindo de forma irreversível sua própria divindade.
Se você está disposto a livrar-se de medos, condicionamentos, a aceitar sua responsabilidade plena sem mais depender dos outros para a sua realização, e com certeza receberá do Universo todo o apoio e carinho na realização desta missão especial, amorosa e solidária.
Vamos começar?
Exercício de Imagens Mentais: O inicio de uma vida nova.
Sente num ambiente calmo e tranquilo.
Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim.
Antes é preciso respirar até conseguir um estado de tranquilidade e depois desta tranquilização leve sua atenção para a intenção deste exercício:
Os pés devem estar firmes no chão, as mãos colocadas sobre as pernas e os olhos fechados do começo ao fim.
Antes é preciso respirar até conseguir um estado de tranquilidade e depois desta tranquilização leve sua atenção para a intenção deste exercício:
Veja, sinta, perceba ou imagine que uma cortina se abre à sua frente e você avista um caminho. Este caminho está nublado.
Imagine que em sua mão direita você tem um aspirador que retira esta neblina e que o caminho está clareado.
Comece a andar por este caminho e encontre um grande buraco.
Este buraco representa seus medos e apegos.
Encha este buraco de pedras e cimento até que você possa passar.
Deixando os medos e o vazio para trás, continue a viagem e aviste o rio.
Agora, do outro lado do rio aviste seu Ser Espiritual perfeito.
Crie uma ponte e atravesse seu rio.
Caia nos braços seguros de seu Ser Interior.
Respire e abra os olhos
Fazer por 7 dias ao acordar.
Por Izabel Telles
sábado, 28 de julho de 2012
Poema Viagem
Viajantes somos desta longa estrada,
A vagar meio cegos e inconscientes,
Esquecemos, a muito, o local da partida,
Assim como, até, o ponto da chegada.
Só temos a ilusão de que a viagem é real,
Empoeirados estamos desta longa estrada,
A roupa agora já em andrajos, os pés feridos,
A alma em chagas, quem nos guia é o espírito.
Esquecidos, por certo, de missão e destino,
Distraídos pelas belas paisagens do entorno,
Desperdiçando o tempo, como se meninos,
Despreocupados, mas sentindo um vazio.
Relembrar, ainda que por instantes, as estrelas,
Procurar, através delas, perceber o sul e o norte,
Desapegar-se do aqui e do agora e concentrar-se,
Que o que importa é a viagem, mais que a sorte.
Márcio Filgueiras de Amorim
Márcio Filgueiras de Amorim
segunda-feira, 23 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
...tece as ilusões...
"É com frequência
trágico ver o quão evidentemente
um homem estraga a própria vida
e a vida de outros e,
ainda assim,
permanece totalmente incapaz de ver
que toda a tragédia tem origem nele mesmo
e como ele continuamente a alimenta
e a mantém em curso.
Não conscientemente, é claro –
pois conscientemente
ele está engajado em lamentar um mundo pérfido
que se perde cada vez mais na distância.
É um fator inconsciente
que tece as ilusões
que vela o seu mundo."
Carl Jung
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Pensamento Pensar Pense...
Tenha seus próprios pensamentos.
Se você simplesmente engole o que você vê, ouve e lê sem analisar, você não está vivendo como uma pessoa inteligente. Por outro lado, se você pesar, examinar e filtrar as evidências, você terá mais chances de encontrar a verdade e compartilhá-la com os outros.
Pense antes de agir.
Atitudes “no calor do momento” são geralmente baseadas em pensamentos superficiais e confusos. Mesmo um único momento de reflexão pode ter grandes e duradouras consequências.
Pense objetivamente.
Desenvolve a facilidade de pensar além de um ponto de vista limitado e egoísta. Se você for além da tendência humana de ouvir apenas o que quer ouvir, e de ser temeroso aos fatos, você será mais apto a receber a verdade, sem tentar adaptá-la ou distorcê-la.
Pense à frente.
Cultive o hábito de olhar além do presente. É importante pensar à frente. Pese as consequências no tempo e na eternidade das coisas que você pensa, diz e faz hoje.
Pense positiva e construtivamente.
Uma pessoa construtiva vê uma oportunidade em cada calamidade enquanto um cínico vê uma calamidade em cada oportunidade. Acostume-se a pensar esperançosamente nas circunstâncias mais desanimadoras.
Pense sobre as coisas.
Reserve alguns momentos para pensar sobre as coisas e você terá mais probabilidade de chegar à verdade do que perdê-la ou distorcê-la.
Pense caridosamente.
Um amor genuíno pelos outros é a melhor preparação para um pensamento claro e sem preconceitos. A pessoa hostil, invejosa e amarga raramente pensa direito sobre os assuntos humanos ou divinos.
Certifique-se e certifique-se novamente.
Faça uma investigação decente dos fatos antes de tomar uma decisão.
Cuidado com preconceitos.
Compromenta-se com sua consciência que você vai ter todos os fatos essenciais antes de chegar a uma conclusão final.
Olhe honestamente para seus próprios erros.
Ampliar as dificuldades dos outros enquanto diminui as próprias é o caminho mais curto para pensar torto e pode até mesmo levar a sérios problemas com a lei moral, como trapaça, fraude , mentira e julgamento.
Vá além do pensamento aspirador.
Você terá vigor e claridade no pensamento se você se disciplinar a carregar suas boas intenção para a ação. É fácil se iludir confundindo o pensamento que aspira pelas coisas com a real conquista delas.
Não subestime o óbvio.
Quando um grande caminhão ficou preso embaixo de um viaduto todos os esforços para tirá-lo de lá foram fracassados. Um garotinho que tinha assistido a todos os procedimentos finalmente disse para o motorista: “quer saber como fazê-lo soltar? Esvazie um pouco os pneus”.
Pense com determinação.
Persiga ideias valiosas de uma maneira que você possa tirar o máximo delas. Se você se esforçar para ter ideias valiosas, estará numa posição mais forte para passá-las adiante.
Cuidado com os detalhes.
Certifique-se que você tem completo conhecimento do que espera fazer e evitará equívocos. Às vezes o número do pedido está certo, o número do apartamento está certo, mas o número do prédio está errado…
Procure o significado mais profundo.
Mergulhe abaixo da superfície do que você ouve e lê. Tome, por exemplo, as palavras de Jesus Cristo: “Assim como você deseja que façam por você, faça pelos outros”. Antes que qualquer pogresso seja feito para resgatar a paz no mundo, é absolutamente necessário que milhares de pessoas como você pense no que significa “fazer aos outros como se você fosse os outros."
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
O Efeito Sombra: Encontre o Poder Escondido na Sua Verdade
Todos nós temos um lado obscuro. Encontre a sua Sombra e transforme-a no caminho para os seus sonhos.
O que é a Sombra?
Bem, a Sombra é tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter. Porém a Sombra é parte nossa, é algo bom.
Escondida, pode transformar-se em maus pensamentos. Mas descoberta e compreendida, a Sombra nos levará ao caminho da plenitude!
Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará ignição para nossa confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao nosso redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao nosso mais alto potencial.
Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma inteireza, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos sonhos.
O que é a Sombra?
Bem, a Sombra é tudo aquilo que não queremos ser, mas somos. É aquele sentimento escondido de todos, e aquele desvio de comportamento que uma pessoa considerada boazinha possui. É o desejo de se entregar ao vício, de explodir, de brigar. É toda a energia que tentamos não ter. Porém a Sombra é parte nossa, é algo bom.
Escondida, pode transformar-se em maus pensamentos. Mas descoberta e compreendida, a Sombra nos levará ao caminho da plenitude!
Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará ignição para nossa confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao nosso redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao nosso mais alto potencial.
Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma inteireza, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos sonhos.
Autores: Debbie Ford, Marianne Williamson e Deepak Chopra
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Princípios Para a Prática da Plena Consciência (Thich Nhat Hanh)
1. Os Dharmas São Mente
Todos os dharmas – físicos, fisiológicos e psicológicos – são objetos da mente, mas isso não significa que eles existam separadamente (da mente).
Todos os Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência – corpo, sensações, mente e dharmas – são objetos da mente. Como a mente e os dharmas são um, ao observar seus objetos, a mente é essencialmente mente observadora.
A palavra dharma no budismo é entendida como significando tanto o objeto quanto o conteúdo da mente. Os dharmas são classificados em doze reinos (em sânscrito, ayatanas). Os primeiros seis são os órgãos do sentido: olhos, ouvido, nariz, língua, corpo e mente. Os seis restantes são: forma, som, cheiro, gosto, tato e dharmas. Os dharmas são os objetos da mente assim como os sons são os objetos dos ouvidos. O objeto da cognição e o sujeito da cognição não existem independentemente um do outro. Tudo o que existe tem que emergir da mente. A melhor maneira de expressar essa verdade é “Tudo é apenas mente. Todas as coisas são somente consciência”, conceito que se desenvolveu na escola Vijñanavada do Budismo Mahayana.
Todos os Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência – corpo, sensações, mente e dharmas – são objetos da mente. Como a mente e os dharmas são um, ao observar seus objetos, a mente é essencialmente mente observadora.
A palavra dharma no budismo é entendida como significando tanto o objeto quanto o conteúdo da mente. Os dharmas são classificados em doze reinos (em sânscrito, ayatanas). Os primeiros seis são os órgãos do sentido: olhos, ouvido, nariz, língua, corpo e mente. Os seis restantes são: forma, som, cheiro, gosto, tato e dharmas. Os dharmas são os objetos da mente assim como os sons são os objetos dos ouvidos. O objeto da cognição e o sujeito da cognição não existem independentemente um do outro. Tudo o que existe tem que emergir da mente. A melhor maneira de expressar essa verdade é “Tudo é apenas mente. Todas as coisas são somente consciência”, conceito que se desenvolveu na escola Vijñanavada do Budismo Mahayana.
Nas tradições do Budismo do Sul, a idéia da mente como fonte de todos os dharmas também é muito clara. O termo cittasamutthana (o que emerge da mente) e o termo cittaraja (nascido da mente) são frequentemente usados nos escritos do Abhidhamma em Páli. No Patthana (equivalente ao sânscrito Mahapakarana) encontramos a frase cittam samutthanam ca rupanam (“e a mente é o ponto de emergência das formas”).
O objeto de nossa observação consciente pode ser a nossa respiração ou nosso dedo do pé (objeto fisiológico), uma sensação, uma percepção (objeto psicológico) ou uma forma (objeto físico).
Seja o fenômeno que observamos fisiológico, psicológico ou físico, sabemos que ele não é separado da nossa mente e é substância única com ela. A mente pode ser entendida como individual e coletiva.
Os ensinamentos da Escola Vijñanavada dizem de maneira clara: Precisamos evitar a noção de que o objeto que observamos é independente de nossa mente. Temos que nos lembrar que esse objeto se manifesta a partir de nossa consciência individual e coletiva. Nossa mente observadora é também um fenômeno que se manifesta devido à consciência. Observamos de modo a que nossa mão direita tome a nossa mão esquerda e se tornem um.
Seja o fenômeno que observamos fisiológico, psicológico ou físico, sabemos que ele não é separado da nossa mente e é substância única com ela. A mente pode ser entendida como individual e coletiva.
Os ensinamentos da Escola Vijñanavada dizem de maneira clara: Precisamos evitar a noção de que o objeto que observamos é independente de nossa mente. Temos que nos lembrar que esse objeto se manifesta a partir de nossa consciência individual e coletiva. Nossa mente observadora é também um fenômeno que se manifesta devido à consciência. Observamos de modo a que nossa mão direita tome a nossa mão esquerda e se tornem um.
2. Observar é ser um com o objeto da observação
O sujeito de nossa observação é a nossa plena consciência, a qual também emana da mente. A plena consciência tem a função de iluminar e transformar.
Quando, por exemplo, a nossa respiração é objeto da nossa plena consciência, ela se torna respiração consciente. A plena consciência joga sua luz sobre nossa respiração, transforma o esquecimento embutido nela em plena consciência e dá a ela sua qualidade de calma e cura.
Nosso corpo e nossas sensações também são iluminados e transformados sob a luz da consciência. A plena consciência é a mente observadora, mas ela não fica fora do objeto de observação. Ela vai diretamente no objeto e se torna um com ele. Justamente porque a natureza da mente observadora é a plena consciência, ela não se perde no objeto, mas o transforma ao iluminá-lo, como faz a luz penetrante do sol ao transformar árvores e plantas.
Quando, por exemplo, a nossa respiração é objeto da nossa plena consciência, ela se torna respiração consciente. A plena consciência joga sua luz sobre nossa respiração, transforma o esquecimento embutido nela em plena consciência e dá a ela sua qualidade de calma e cura.
Nosso corpo e nossas sensações também são iluminados e transformados sob a luz da consciência. A plena consciência é a mente observadora, mas ela não fica fora do objeto de observação. Ela vai diretamente no objeto e se torna um com ele. Justamente porque a natureza da mente observadora é a plena consciência, ela não se perde no objeto, mas o transforma ao iluminá-lo, como faz a luz penetrante do sol ao transformar árvores e plantas.
Se quisermos ver e compreender, teremos que penetrar e se tornar um com o objeto. Se ficarmos fora do objeto para observá-lo, não poderemos vê-lo e entendê-lo. O trabalho de observação é um trabalho de penetrar e transformar.
É por isso que o Sutra (Acerca dos Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência, NT) diz “observar o corpo no corpo, observar as sensações nas sensações, observar a mente na mente, observar os dharmas nos dharmas”. A descrição é muito clara. A mente da observação profunda não é meramente observadora, mas participante. Somente quando o observador é participante poderá haver transformação.
É por isso que o Sutra (Acerca dos Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência, NT) diz “observar o corpo no corpo, observar as sensações nas sensações, observar a mente na mente, observar os dharmas nos dharmas”. A descrição é muito clara. A mente da observação profunda não é meramente observadora, mas participante. Somente quando o observador é participante poderá haver transformação.
Na prática chamada de observação una, a plena consciência já influencia o objeto da consciência. Quando chamamos uma inspiração de “inspiração”, a existência da nossa respiração se torna muito clara. A plena consciência já penetrou nossa respiração. Ao continuarmos a nossa observação consciente, não haverá mais dualidade entre observador e observado.
Plena consciência e respiração são um. Nós e nossa respiração somos um. Se nossa respiração é calma, estamos calmos. Nossa respiração acalma o nosso corpo e nossas sensações. Este é o método ensinado no Sutra Acerca dos Quatro estabelecimentos da Plena Consciência e no Sutra Sobre a Plena Consciência da Respiração.
Quando a nossa mente é consumida por um desejo ou por aquilo que observamos, a plena consciência não está presente. A respiração consciente alimenta a plena consciência e esta gera a respiração consciente. Quando a plena consciência está presente, não temos nada a temer. O objeto de nossa observação se torna vívido e sua fonte, origem e verdadeira natureza se tornam evidentes. É assim que ele (o objeto, NT) será transformado. Não terá mais o efeito de nos segurar.
Plena consciência e respiração são um. Nós e nossa respiração somos um. Se nossa respiração é calma, estamos calmos. Nossa respiração acalma o nosso corpo e nossas sensações. Este é o método ensinado no Sutra Acerca dos Quatro estabelecimentos da Plena Consciência e no Sutra Sobre a Plena Consciência da Respiração.
Quando a nossa mente é consumida por um desejo ou por aquilo que observamos, a plena consciência não está presente. A respiração consciente alimenta a plena consciência e esta gera a respiração consciente. Quando a plena consciência está presente, não temos nada a temer. O objeto de nossa observação se torna vívido e sua fonte, origem e verdadeira natureza se tornam evidentes. É assim que ele (o objeto, NT) será transformado. Não terá mais o efeito de nos segurar.
Quando o objeto de nossa observação consciente é totalmente claro, a mente que observa é também revelada completamente com grande clareza. Ver os dharmas claramente é ver a mente claramente. Quando os dharmas se revelam na sua verdadeira natureza, a mente obtém a natureza da mais alta compreensão. O sujeito e o objeto da cognição não são separados.
3. A Mente Verdadeira e a Mente Ilusória São Um.
“Mente Verdadeira” e “Mente Ilusória” são dois aspectos da mente. Ambas emergem da mente. A mente ilusória é a mente esquecida e dispersa que emerge do esquecimento. A base da mente verdadeira é a compreensão desperta, o qual emerge da plena consciência.
A observação consciente revela a luz que existe na mente verdadeira, de modo que a vida poderá ser revelada em sua realidade. Sob esta luz, confusão se torna compreensão, visões errôneas se tornam visões corretas, miragens se tornam realidade e a mente ilusória se torna mente verdadeira. Uma vez que a observação consciente nasça, penetrará o objeto da observação, iluminá-lo-á e, gradualmente, revelará sua verdadeira natureza. A mente verdadeira emerge da mente ilusória. As coisas em sua verdadeira natureza e as ilusões são da mesma substância básica. É por isso que praticar é uma questão de transformar a mente ilusória e não buscar a mente verdadeira em outro lugar. Do mesmo modo como a superfície de um mar agitado e a de um mar tranqüilo são, ambas, manifestações do mesmo mar, a mente verdadeira não poderia existir se não houvesse a mente ilusória.
No ensinamento das Três Portas da Libertação (em páli: vimokkhamukha), a ausência de meta (em sânscrito: apranihita) é uma das fundações para a realização. O que a ausência de meta quer dizer é que não devemos procurar algo fora de nós de nós mesmos. No Budismo Mahayana, o ensinamento da não-realização é a mais alta expressão da unidade entre a mente verdadeira e a mente ilusória.
A observação consciente revela a luz que existe na mente verdadeira, de modo que a vida poderá ser revelada em sua realidade. Sob esta luz, confusão se torna compreensão, visões errôneas se tornam visões corretas, miragens se tornam realidade e a mente ilusória se torna mente verdadeira. Uma vez que a observação consciente nasça, penetrará o objeto da observação, iluminá-lo-á e, gradualmente, revelará sua verdadeira natureza. A mente verdadeira emerge da mente ilusória. As coisas em sua verdadeira natureza e as ilusões são da mesma substância básica. É por isso que praticar é uma questão de transformar a mente ilusória e não buscar a mente verdadeira em outro lugar. Do mesmo modo como a superfície de um mar agitado e a de um mar tranqüilo são, ambas, manifestações do mesmo mar, a mente verdadeira não poderia existir se não houvesse a mente ilusória.
No ensinamento das Três Portas da Libertação (em páli: vimokkhamukha), a ausência de meta (em sânscrito: apranihita) é uma das fundações para a realização. O que a ausência de meta quer dizer é que não devemos procurar algo fora de nós de nós mesmos. No Budismo Mahayana, o ensinamento da não-realização é a mais alta expressão da unidade entre a mente verdadeira e a mente ilusória.
Se a rosa está a caminho de se tornar lixo, o lixo também está a caminho de se tornar uma rosa. Aquela que observa com discernimento verá o caráter não-dual da rosa e do lixo. Ela será capaz de ver que existe lixo na rosa e que existem rosas no lixo. Ela saberá que a rosa precisa do lixo para sua existência e que o lixo precisa da rosa, pois logo ela se tornará lixo. Portanto, ela saberá aceitar o lixo para transformá-lo em rosas e não sentirá medo quando a rosa murchar e se transformar em lixo. Este é o princípio da não-dualidade. Se a mente verdadeira (a rosa) pode ser descoberta no material bruto da mente ilusória (o lixo), então poderemos reconhecer a mente verdadeira na substância mesma da ilusão, na substância mesma da ilusão, na substância do nascimento e da morte.
Libertar-se não é fugir ou abandonar os Cinco Skhandas: forma, sensações, percepções, formações mentais e consciência.
Mesmo que nosso corpo seja cheio de impurezas e mesmo que o mundo seja da natureza da ilusão, isso não significa que para nos libertarmos tenhamos que fugir do nosso corpo ou do mundo. O mundo da libertação e da compreensão desperta vem diretamente deste corpo e deste mundo. Uma vez que a Correta Compreensão se realize, transcendemos as discriminações entre puro e impuro e entre objetos da percepção ilusórios e reais.
Se o jardineiro for capaz de ver que a rosa vem diretamente do lixo, então o praticante no caminho da meditação poderá ver que o nirvana vem diretamente do nascimento e da morte, e não mais fugirá ou buscará o nirvana (fora de si mesmo, NT). “As raízes da aflição (em sânscrito: klesha) são as mesmas do estado desperto. O nirvana e o nascimento/morte são imagens ilusórias no espaço”. Esta citação expressa um profundo insight acerca da não-dualidade. A substância deste insight é a equanimidade ou o largar (to let go, NT. Em sânscrito: upeksha), uma das Quatro Mentes Incomensuráveis (também conhecida como as Quatro Moradas de Brahma, brahmaviharas em sânscrito, NT).
Mesmo que nosso corpo seja cheio de impurezas e mesmo que o mundo seja da natureza da ilusão, isso não significa que para nos libertarmos tenhamos que fugir do nosso corpo ou do mundo. O mundo da libertação e da compreensão desperta vem diretamente deste corpo e deste mundo. Uma vez que a Correta Compreensão se realize, transcendemos as discriminações entre puro e impuro e entre objetos da percepção ilusórios e reais.
Se o jardineiro for capaz de ver que a rosa vem diretamente do lixo, então o praticante no caminho da meditação poderá ver que o nirvana vem diretamente do nascimento e da morte, e não mais fugirá ou buscará o nirvana (fora de si mesmo, NT). “As raízes da aflição (em sânscrito: klesha) são as mesmas do estado desperto. O nirvana e o nascimento/morte são imagens ilusórias no espaço”. Esta citação expressa um profundo insight acerca da não-dualidade. A substância deste insight é a equanimidade ou o largar (to let go, NT. Em sânscrito: upeksha), uma das Quatro Mentes Incomensuráveis (também conhecida como as Quatro Moradas de Brahma, brahmaviharas em sânscrito, NT).
O Buda ensinou muito claramente que não deveríamos nos apegar ao ser ou ao não-ser. Ser significa o reino do desejo. Não-ser significa o reino do niilismo. Libertar-se é tornar-se livre de ambos.
4. O Caminho do Não-Conflito
A realização da não-dualidade naturalmente leva à prática de oferecermos alegria, paz e não-violência. Se o jardineiro sabe lidar com o lixo orgânico sem conflito e nem discriminação, então o praticante de meditação também deveria saber como lidar com os Cinco Agregados sem conflito e nem discriminação.
Os Cinco Agregados são a base do sofrimento e da confusão, mas também são a base da paz, da alegria e da libertação. Não deveríamos desenvolver uma atitude de apego ou aversão a eles. É claramente dito no Sutra (Acerca dos Quatros Estabelecimentos da Plena Consciência, NT) que o praticante faz a observação pondo de lado todo sentimento de apego e rejeição para com esta vida (vineyya loke abhijjha domanassam).
Os Cinco Agregados são a base do sofrimento e da confusão, mas também são a base da paz, da alegria e da libertação. Não deveríamos desenvolver uma atitude de apego ou aversão a eles. É claramente dito no Sutra (Acerca dos Quatros Estabelecimentos da Plena Consciência, NT) que o praticante faz a observação pondo de lado todo sentimento de apego e rejeição para com esta vida (vineyya loke abhijjha domanassam).
Antes de realizar o estado desperto, Siddharta manteve práticas austeras, reprimindo seu corpo e suas sensações. Este tipo de método é violento por natureza e os resultados são sempre negativos. Depois desta fase, ele mudou e praticou a não-violência e o não-conflito em relação ao seu corpo e às suas sensações.
O método ensinado pelo Buda no Sutra Acerca dos Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência claramente expressa o espírito da não-violência e do não-conflito. A plena consciência reconhece o que está acontecendo no corpo e na mente e continua a iluminar e observar em profundidade esses objetos. Durante essa prática, não há apego, busca ou repressão do objeto. Este é o verdadeiro significado do termo observação nua. Não há cobiça e nem rejeição. Sabemos que o nosso corpo e as nossas sensações somos nós mesmos e, portanto, não os reprimimos, pois se assim o fizermos estaremos reprimindo a nós mesmos. Ao contrário, aceitamos nosso corpo e nossas sensações. Aceitar não significa apegar-se. Ao aceitar, atingimos um grau de paz e compreensão. Paz e alegria surgem quando abandonamos as discriminações entre certo e errado; entre mente que observa e corpo observado (que costumamos dizer que é impuro); entre a mente que observa e as sensações que são observadas (que costumamos dizer que são dolorosas).
Ao aceitarmos nosso corpo e nossas sensações, nós os tratamos de maneira terna e não-violenta. O Buda nos ensinou a praticar a plena consciência dos fenômenos fisiológicos e psicológicos para observá-los e não para suprimi-los. Quando aceitamos nosso corpo, fazemos as pazes com ele e acalmamos o seu funcionamento, sem sentirmos aversão, estamos seguindo os ensinamentos do Buda: “Inspirando, sou consciente de todo o meu corpo, expirando acalmo as funções do meu corpo” (Sutra Acerca dos Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência).
Na observação feita enquanto meditamos, não nos transformamos num campo de batalha entre um lado bom e um lado mal. Se pudermos ver a não-dualidade da rosa e do lixo, das raízes da aflição e da mente desperta, não sentiremos mais medo. Aceitaremos essas aflições e as trataremos como as mães tratam os filho, conseguindo assim transformá-las.
Na observação feita enquanto meditamos, não nos transformamos num campo de batalha entre um lado bom e um lado mal. Se pudermos ver a não-dualidade da rosa e do lixo, das raízes da aflição e da mente desperta, não sentiremos mais medo. Aceitaremos essas aflições e as trataremos como as mães tratam os filho, conseguindo assim transformá-las.
Quando reconhecemos as raízes da aflição em nós e nos tornamos um com elas, a possibilidade de nos enredarmos nelas ou não vai depender do estado da nossa mente. Quando estamos em estado de esquecimento, podemos ser apanhados por essas raízes transformando-nos nelas. Quando estamos conscientes, podemos ver claramente as raízes da nossa aflição e transformá-las. Portanto, é essencial ver as raízes de nossa aflição com plena consciência. Enquanto a lâmpada da plena consciência jorrar sua luz, as trevas serão transformadas. Precisamos nutrir a plena consciência em nós mesmos pela prática da respiração consciente, da escuta do sino, da recitação de gathas e de muitos outros meios hábeis.
Precisamos de uma atitude de ternura e não-violência em relação ao nosso corpo. Não devemos olhar o nosso corpo apenas como um instrumento ou tratá-lo mal. Quando estamos cansados ou sentindo dor, nosso corpo está tentando nos dizer que ele não está feliz e nem tranquilo. O corpo tem sua própria linguagem.
Como praticantes da plena consciência, deveríamos saber o que o nosso corpo está querendo nos dizer. Se sentirmos muita dor nas pernas durante a meditação sentada, devemos sorrir e mudar a posição nossa posição lenta e gentilmente, com plena consciência. Não há nada de mal em mudar nossa posição. Não é perda de tempo. Enquanto a plena consciência for mantida o trabalho de meditação continua. Não devemos nos intimidar. Quando fazemos força demais não apenas perdemos a nossa paz e nossa alegria, perdemos também a plena consciência e a concentração. Nós praticamos a meditação sentada para sentirmos libertação, paz e alegria e não para nos tornarmos heróis capazes de aguentar dor.
Como praticantes da plena consciência, deveríamos saber o que o nosso corpo está querendo nos dizer. Se sentirmos muita dor nas pernas durante a meditação sentada, devemos sorrir e mudar a posição nossa posição lenta e gentilmente, com plena consciência. Não há nada de mal em mudar nossa posição. Não é perda de tempo. Enquanto a plena consciência for mantida o trabalho de meditação continua. Não devemos nos intimidar. Quando fazemos força demais não apenas perdemos a nossa paz e nossa alegria, perdemos também a plena consciência e a concentração. Nós praticamos a meditação sentada para sentirmos libertação, paz e alegria e não para nos tornarmos heróis capazes de aguentar dor.
Também precisamos de uma atitude não-violenta em relação às nossas sensações. Quando somos conscientes de que somos as nossas sensações, não as negligenciamos e nem as oprimimos. Nós as abraçamos afetivamente com os braços da plena consciência, como uma mãe abraça seu filho recém-nascido quando ele chora. Uma mãe abraça o filho com todo o seu amor para que ele se sinta confortável e pare de chorar. A plena consciência, nutrida pela respiração consciente, tomas as sensações nos seus braços, torna-se um com elas, acalma-as e transforma-as.
Antes de o Buda atingir a plena realização do caminho, tentou vários métodos que usavam a mente para suprimir a mente, mas nunca conseguiu. Foi por isso que ele terminou por escolher praticar de um modo não-violento. No Mahasaccaka Sutra (Madhyama Agama 36) o Buda nos diz:
“Então pensei, por que não trinco meus dentes, pressiono a língua contra o céu da boca e utilizo a mente para reprimir a minha própria mente? Como um lutador que segura firmemente a cabeça ou o torço de alguém mais fraco e, para restringi-lo e coagi-lo, tem que segurá-lo todo o tempo sem relaxar nem um momento, assim trinquei meus dentes, pressionei minha língua contra o palato e usei minha mente para dominar e reprimir a minha mente. Ao fazer isso, fiquei banhado de suor. Apesar de não me faltar forças, e apesar de ter mantido a plena consciência sem cessar, meu corpo e minha mente não estavam em paz e senti-me exaurido por esses esforços. Esta prática causou outras sensações de dor, além das dores associadas às práticas austeras, e não fui capaz de domar minha mente”.
Torna-se claro, a partir dessa passagem, que o Buda encarava esse tipo de prática como inútil. Apesar disso, a seguinte passagem foi inserida noVitakkasanthana Sutra (Madhyama Agama 20), com o sentido oposto à intenção do Buda:
“Da mesma forma que um lutador pega a cabeça ou o torço de alguém mais fraco, restringe-o e o coage e o segura sem relaxar um só momento, assim também um monge que medita para frear todos os pensamentos não-saudáveis de desejo e aversão, e eles continuam a emergir, deve trincar os dentes, pressionar a língua contra o palato e fazer o possível para usar sua mente para abater e derrotar sua mente”.
A mesma passagem foi inserida no Sutra Acerca dos Quatro Fundamentos da Plena Consciência, que aparece como a segunda versão neste livro: “O praticante que observa o corpo enquanto corpo fecha seus lábios com força ou trinca seus dentes, pressiona sua língua contra o palato e usa sua mente para restringir e se opor à sua mente”. Esta passagem não aparece na maioria das versões do Sutra (observem a primeira e terceira versões), mas se acha também no Kayasmrti Sutra (Madhyama Agama 81) cujo conteúdo é bastante similar ao da segunda versão. Como os sutras foram, por séculos, transmitidos oralmente antes de serem registrados por escrito, esse tipo de erro era inevitável. É necessário fazer estudos comparativos dos sutras, à luz de nossa própria experiência de meditação, para ver o que é o material original e o que foi adicionado depois.
5. Observação Não Significa Doutrinação
Em centros budistas espalhados pelo mundo, ensina-se aos estudantes a recitação de frases do tipo “corpo é impuro, sensações são sofrimento, mente é impermanente, dharmas não possuem ego” enquanto observam os Quatro Estabelecimentos. O autor dessas linhas foi ensinado dessa maneira, quando era noviço, e sentiu que era um tipo de lavagem cerebral.
O método dos Quatro Estabelecimentos da Plena Consciência é observar profundamente no espírito do “não-desejo e sem sentir repugnância“. A plena consciência não se apega, despreza, repreende ou reprime, desse modo a verdadeira natureza de todos os dharmas pode revelar-se à luz da observação consciente. Que a natureza impermanente, impura e sem identidade intrínseca de todos os dharmas tem por efeito causar sofrimento, pode ser vista enquanto observamos, não é por que repetimos fórmulas como essas acima de maneira automática. Quando olhamos em profundidade e vemos a natureza de todos os dharmas, eles se revelarão por si mesmos.
Se repetirmos mecanicamente, “o corpo é impuro”, estaremos recitando um dogma. Se observarmos todos os fenômenos fisiológicos e vemos sua natureza impura, isto não é dogma. É nossa experiência. Se, durante a nossa observação consciente, vemos que os fenômenos são, às vezes, puros e, às vezes, impuros, então esta é a nossa experiência. Se olharmos ainda mais profundamente e vermos que os fenômenos não são puros ou impuros, que eles transcendem os conceitos de puro e impuro, descobriremos aquilo que é ensinado no Sutra do Coração Prajñaparamita.
Este sutra também nos ensina a resistir a todas as atitudes dogmáticas. Não devemos nos forçar a ver o corpo como impuro ou as sensações como sofrimento. Mesmo que haja alguma verdade nessas sentenças, repeti-las dogmaticamente tem apenas o efeito de nos encher com conhecimento. Enquanto observamos com plena consciência, veremos que existem muitas sensações dolorosas, mas também vemos que também existem sensações de alegria e paz e muitas sensações neutras. E se olharmos mais profundamente, veremos que as sensações neutras podem se tornar sensações de alegria e que sofrimento e felicidade são interdependentes. O sofrimento é porque a felicidade é e a felicidade é porque o sofrimento é. Ao repetirmos “mente é impermanente”, nossa atitude ainda é dogmática. Se a mente é impermanente, então o corpo deve ser impermanente e assim também as sensações. O mesmo é verdadeiro para “dharmas são sem ego”. Se os dharmas são sem ego, assim também o são o corpo, a mente e as sensações.
Este sutra também nos ensina a resistir a todas as atitudes dogmáticas. Não devemos nos forçar a ver o corpo como impuro ou as sensações como sofrimento. Mesmo que haja alguma verdade nessas sentenças, repeti-las dogmaticamente tem apenas o efeito de nos encher com conhecimento. Enquanto observamos com plena consciência, veremos que existem muitas sensações dolorosas, mas também vemos que também existem sensações de alegria e paz e muitas sensações neutras. E se olharmos mais profundamente, veremos que as sensações neutras podem se tornar sensações de alegria e que sofrimento e felicidade são interdependentes. O sofrimento é porque a felicidade é e a felicidade é porque o sofrimento é. Ao repetirmos “mente é impermanente”, nossa atitude ainda é dogmática. Se a mente é impermanente, então o corpo deve ser impermanente e assim também as sensações. O mesmo é verdadeiro para “dharmas são sem ego”. Se os dharmas são sem ego, assim também o são o corpo, a mente e as sensações.
Portanto, o ensinamento especial do Sutra Acerca dos Quatro estabelecimentos da Plena Consciência é observar todos os dharmas sem ter, sobre eles, nenhuma idéia fixa, apenas manter a observação consciente sem comentar, sem assumir nenhuma atitude em relação ao objeto que se está observando. Dessa maneira, a verdadeira natureza do objeto será capaz de revelar-se por si mesma à luz da observação consciente, e você poderá obter insight sobre descobertas maravilhosas tais como o não-nascimento, não-morte, nem puro nem impuro, nem crescente e nem decrescente, interpenetração e interser.
Traduzido do livro de Thich Nhat Hanh, Transformation and Healing – Sutra On The Four Establishments of Mindfulness, Capítulo VI. Tradução: Samuel Cavalcante
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Como são os meus amigos? Assim... E os seus?
"Meus amigos são todos assim:
metade loucura... outra metade santidade...
Escolho-os não pela cor da pele,
mas pela pupila dos olhos...
que têm que ter
brilho questionador e tonalidade inquietante.
Escolho meus amigos
pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo,
quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto,
não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim:
metade bobeira... metade seriedade...
Não quero risos previsíveis,
nem choros piedosos.
Quero amigos sérios,
daqueles que fazem da realidade
sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos,
nem chatos.
Quero-os metade infância
e outra metade velhice.
Crianças,
para que não esqueçam
o valor do vento no rosto...
e velhos,
para que nunca tenham pressa de nada...
Tenho amigos para saber quem eu sou,
pois vendo-os loucos e santos,
bobos e sérios,
crianças e velhos,
nunca me esquecerei
de que a normalidade
é uma ilusão imbecil e estéril."
Fernando Pessoa
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Prece Árabe
Deus, não consintas que eu seja
o carrasco que sangra as ovelhas,
nem uma ovelha nas mãos dos algozes.
Ajuda-me a dizer sempre a verdade
na presença dos fortes,
e jamais dizer mentiras
para ganhar os aplausos dos fracos.
Meu Deus ! Se me deres a fortuna,
não me tires a felicidade;
se me deres a força,
não me tires a sensatez;
Se me for dado prosperar,
não permita que eu perca a modéstia,
conservando apenas
o orgulho da dignidade.
Ajuda-me a apreciar o outro lado das coisas,
para não enxergar a traição dos adversários,
nem acusá-los com maior severidade
do que a mim mesmo.
Não me deixes ser atingido pela ilusão da glória,
quando bem sucedido
e nem desesperado quando sentir insucesso.
Lembra-me que a experiência de um fracasso
poderá proporcionar um progresso maior.
Ó Deus ! Faze-me sentir que o perdão
é o maior índice da força,
e que a vingança é prova de fraqueza.
Se me tirares a fortuna,
deixe-me a esperança.
Se me faltar a beleza da saúde,
conforta-me com a graça da fé.
E quando me ferir a ingratidão
e a incompreensão dos meus semelhantes,
cria em minha alma
a força do perdão.
E finalmente Senhor,
se eu Te esquecer,
te rogo mesmo assim,
nunca Te esqueças de mim !
Amém!
Tradução de Seme Draibe
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Reflexão: Deus e o alfaiate
O título deste artigo poderia muito bem ser: o Mundo e a Calça. Nas minhas leituras encontrei um apólogo (historieta que ilustra sabedoria) que me fez refletir e que quero compartilhar com você, leitor.
Trata-se de uma peça de humor da católica Irlanda citada pelo renomado teatrólogo e dramaturgo Samuel Beckett. “Um inglês precisando rapidamente de uma calça nova para os festejos de Ano Novo vai ao alfaiate que toma suas medidas. – Pronto. Volte em quatro dias. Quatro dias mais tarde, o alfaiate revela a seu cliente: - Me desculpe, errei o fundo, volte em oito dias. Oito dias mais tarde: - Volte daqui a dez dias: lamento, estraguei uma das pernas. Dez dias mais tarde. – Oh! Arruinei a braguilha... Finalmente, de costura em costura, a Páscoa florida chega e o alfaiate erra as botoeiras. – Meu Deus, Senhor, isso é indecente no final das contas! Em seis dias, você entende, em seis dias, Deus fez o mundo. Sim, senhor, o mundo em seis dias! E você, você não consegue fazer uma calça em três meses! Aí o alfaiate responde, com desdém: - Mas meu Senhor, mas Senhor, olhe o mundo. E com orgulho: - e olhe a minha calça!”.
Qual ideia tirar dessa historieta? Talvez a seguinte. Face à imperfeição do mundo, do universo, do macrocosmo, o único recurso não é de nos lamentarmos, nem de nos desesperarmos, nem mesmo de tentarmos consertá-lo, mas de nos voltarmos sobre o microcosmo para realizar, nesta modesta escala, um pouco de beleza que o mundo nos recusa.
Talvez a mesma mensagem nos seja passada por Guimarães Rosa quando nos diz que “o mundo não é maravilhoso, mas é feito de pequenas maravilhas”, que podemos multiplicar. Sei que pode parecer pouco para nós, eternos sonhadores de sentido absoluto e de imortalidade, mas pode ser o que a nossa condição nos permite.
Hoje em dia, cada vez mais pessoas sentem o peso dos impasses da comunicação entre os seres humanos; o homem moderno sente-se cada vez mais isolado já que fugiu da certeza de Deus. O mundo parece cada vez mais um grande Shopping Center cheio de mercadorias expostas em vitrinas ilusórias, mas sem peso significativo, uma imensa movimentação num universo sem direção nem eixo. Mal-estar existencial diante de uma vida que parece cada vez mais sem fundamentos essenciais. Quais são, de fato, nossas relações fundamentais conosco mesmo, com a transcendência e com a divindade?
A historieta acima parece nos ensinar a não focalizar demasiadamente nossa atenção sobre as grandes questões existenciais como a do universo no qual estamos mergulhados, como as de nossas relações com o outro e conosco mesmo, para nos ocuparmos em construir e reconstruir para melhor nosso mundo imediato.
Mudar o mundo e o universo nos escapa, a confecção de uma calça perfeita está a nosso alcance e nos dá orgulho! Mesmo assim o sonho e a utopia não nos são proibidos; sem eles não há calça perfeita. Mas tudo na dimensão de homens, não na de deuses.
André Haguette
haguette@superig.com.br
Sociólogo
Fonte:
jornal o povo
domingo, 4 de dezembro de 2011
O Santo Graal
O Santo Graal não é um cálice. O Santo Graal tem tudo a ver com poder, sim, mas com o poder de mudar o mundo, no sentido mais vasto.
À conta de procurarem o poder pessoal, os homens percorreram caminhos longos, trilharam longas estradas em busca de matéria, e como se tratava de matéria, nada encontraram. Como queriam o poder na matéria, nunca o encontraram.
O poder de que lhes falava era muito mais vasto, muito mais amplo e muito mais universal. Falo do poder de libertar o homem da sua própria sombra.
Falo do poder de reconhecer num homem um emaranhado de energia vinda de outras eras. Falo da liberdade final do ser humano. Falo do poder, sim, de ajudar um irmão que se encontra detido numa prisão etérea de informações póstumas.
Tudo isto ainda é muito complicado, mas fica com esta ideia. O Santo Graal não é um cálice. O Santo Graal, na realidade, é um poder concedido pelos céus àqueles que prescindem da matéria e sobem, sobem muito alto para alcançar esta sabedoria.
A Alma Iluminada
Alexandra Solnado
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
O voar da borboleta...
Esta experiência é única. Nela ocorre algo que nunca poderemos esquecer e que não poderemos também explicar. [...] Em um itinerário espiritual, deve-se fazer desta experiência uma oportunidade de iniciação. Não considerá-la como algo que jamais se reproduzirá ou como uma graça maravilhosa que queremos que se repita a todo instante. Porque esta experiência é uma revelação de nossa natureza verdadeira.
[...] São momentos em que, efetivamente, a paz dura um pouco mais e onde, no interior de nossa mente, o silêncio torna-se algo real. [...] é preciso acolher estes momentos gratificantes com gratidão, mas, ao mesmo tempo, não se apegar a eles e não procura-los. [...] Porque, se nós nos apegamos a estes momentos, se quisermos reencontrá-los sem cessar, em lugar de nos ajudarem a avançar, eles nos param, nos bloqueiam, fazendo-nos entrar em uma espécie de complacência com eles. [...] A vida, porém, é uma grande mestra e se encarrega de tirar nossas ilusões.
[...] E o sinal de que a experiência numinosa realmente nos tocou é que não podemos mais viver da mesma maneira que antes. [...] Porque podemos ter tido experiências maravilhosas e magníficas, mas concretamente, em que elas mudaram as nossas vidas? O que mudou em nossa vida cotidiana? Dessa maneira, podemos ter necessidade de uma prática, de um método em nosso itinerário.
[...] ao final de um itinerário espiritual não sobra muito da imagem que se tinha de si mesmo no início do processo. É como se houvesse uma morte de si mesmo. Mas esta morte não é o fim. O que alguns chamam de morte da lagarta, outros chamam de nascimento da borboleta.
Fonte:
Jean-Yves Leloup em Terapeutas do Deserto (com Leonardo Boff, Editora Vozes, Petrópolis, 2002)
Músicas:
City Building (Johann Johannsson)
Agnus Dei (Samuel Barber)
Magnificat (Vladimir Godar)
Madrigals of The Rose (Harold Budd)
O Dulcissime Amator (Hildegard von Bingen)
Sketch Pad with Trumpet and Voice (Peter Gabriel)
Sven-G-Englar (Sigur Ros)
Sense of Touch (Mark Isham)
Taniec (Jacaszek)
Trois Coleurs: Rouge (Zgbiniew Preisner)
All Day (Jan Steele)
Saravejo (Max Richter)
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