- a que se assusta com a palavra ( ela fica confusa, atônica, perplexa)
- a que reflete sobre a palavra ( ela pondera, medita, pensa)
- a que pergunta ao anjo ( ela interpela o anjo)
- a que se submete á palavra do anjo ( ela se entrega á vontade de Deus)
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Atitude da alma de Maria (Antroposofia)
Na história da humanidade há uma figura, na qual a atitude e a mentalidade própria do Advento se nos defronta como que personificada: é Maria. Ela é o ser humano que pôde preparar o corpo para o Redentor que estava vindo. Para ele Maria estava de“boa esperança”, a espera advêntica para ela foi um fato corpóreo. Ela cuidou de germinar que devia vir á luz do mundo.
Mas Maria é também uma alma advêntica. Isto verifica com maravilhosa nitidez no evangelho de Lucas, o qual, aliás, é o evangelista de Maria. Aprofundar-se na questão da atitude da alma de Maria corresponde ao caráter da época de Advento.
Assim como Maria se tornou o envoltório protetor do menino Jesus, assim a época de advento quer ensinar ao homem a preparar sua alma para 'se+r' envoltório do Cristo.
Como deve ser minha alma para poder ter esperança de nela nascer o homem superior, o homem-espírito?
Como minha alma deve conduzir-se, como deve agir para que o“Filho do Homem” possa nela manifestar-se?
O que ela tem que fazer, como ela tem que ser para que o Filho de Deus possa nela revelar-se?
Olhar para a atitude da alma de Maria pode dar respostas a essas perguntas.
O evangelho de Lucas primeiro descreve a anunciação do nascimento de Jesus pelo anjo Gabriel.
Como o evangelho caracteriza a alma de Maria? O que ela faz? Como ela se conduz?
Dos dizeres do Evangelho (Cap.1, 29-38) depreendem-se os seguintes modos de conduta: Maria é:
A alma de Maria fica perplexa com a palavra do anjo. Ela se deixa tocar e abalar pela vivência supra-sensível, não permanece fria e fechada perante tal vivência. Ser inabalável nem sempre é uma virtude, pode indicar endurecimento e insensibilidade. Quem não se emociona com nada, não tem nem possibilidade de evoluir e nem futuro. Maria está aberta perante o mundo espiritual. Não traz couraça com torno da alma que a feche para o Espírito. Ela se expõe ás forças e aos seres supra-sensíveis, não lhe opõe resistência e reserva. Por isso o Espírito consegue penetrá-la, falar-lhe poderosamente. Inicialmente ela não estava á altura desse falar e nela prevalecia uma certa confusão, até mesmo medo.
Ela treme sob o bafejo do mundo divino. Ela é como um instrumento de cordas que sob a mão do tocador treme e vibra. Uma atitude contrária mostraria uma alma que diante da palavra do espírito permanece endurecida em si mesma, surda e não-receptiva. A alma de Maria pode ser abalada. Ela não permanece em preguiçosa apatia e insensibilidade. Depois que Maria, em certa camada de sua alma, superou o assustar-se, uma outra faculdade nela se faz valer: o pensar, a reflexão; ela (consigo) “refletiu, que saudação seria aquela”. Superando o sentimento de susto, passa a atuar a força do pensamento com a qual procura assimilar a vivência. Para além da alma que sente, entra em ação a alma pensante, a razão. A alma de Maria é também pensadora. Pensando, ela quer obter clareza sobre a vivência espiritual, pensando, ela quer dominar a confusão em que a colocou o encontro com o anjo. Ao fazê-lo, o anjo pode, então, revelar o nascimento do filho Jesus, que será chamado Filho do Altíssimo.
Em seguida, Maria ergue-se para uma ação arrojada. Ela ousa perguntar ao anjo: “Como pode ser isto, se não conheço homem algum?” (1,34). Podemos dizer que se tratou de uma audaciosa interpelação, pois foi necessária uma grande coragem e força interior, levantar-se para uma palavra própria diante do poderoso arcanjo. Maria consegue ter a força de alma de colocar uma questão de cognição no âmbito da vida supra-sensível. Ela não é das almas resignadas que acreditam em limites do conhecer, porém crê corajosamente que para a alma que pergunta possam fluir respostas do mundo dos espíritos, capazes de esclarecer e solucionar os enigmas da vida.
A alma de Maria crê no conhecimento. Perguntando audaciosamente, seu empenho cognitivo se dirige ao supra-sensível. Ela não pode permanecer parada com a simples anunciação do mundo espiritual, porém ousa perguntar como pode ser. Ela quer entender, quer saber, com humana força de consciência ela quer compreender como a palavra do anjo deve ser recebida e traduzir a relação do supra-sensível para o pensar humano. Ela não recebe a revelação com fé cega.
E o anjo atende e diz sim ao seu audacioso empenho por conhecer. Á sua pergunta ele responde: ”O Espírito Santo virá sobre ti...”. O Espírito Santo ilumina a sua alma que luta por consciência. Ele satisfaz seu anseio cognitivo, sua sede de saber.
Maria experimenta a verdade, que a satisfaz seu anseio cognitivo, sua sede de saber. Maria experimenta a verdade, que a satisfaz no fundo do seu íntimo: “Nenhuma palavra que vem de Deus será sem força” (1,37). Impulsos espirituais autênticos se impõem, alcançam sua meta. Segurar isto no íntimo denomina-se crer. Por isso, mais tarde Elisabeth exclama: ”E bem-aventurada é a que creu no cumprimento daquilo que lhe foi falado da parte do Senhor”, (1,45).Um impulso proveniente do Espírito encontrará conclusão, realização. Com esta verdade permeia-se totalmente a alma de Maria.
Assim que a vivência espiritual pôde, então, desembocar nas palavras de total submissão á vontade de Deus: “Maria porém disse: Vê, eu sou a serva do Senhor; aconteça a mim conforme a tua palavra”, (1,38). Não é uma submissão cega, pois sua alma obteve esclarecimento do mundo espiritual. Ela se une á vontade do Espírito, porque sabe. Profunda paz agora nela opera, mas essa paz, essa comunhão com a vontade divina foi antecedida por uma luta interior, por um drama íntimo.
Maria atravessou o susto, a reflexão, o perguntar, para finalmente unir-se nas profundezas íntimas com a vontade de Deus, expressa pela palavra do anjo. Ela se mostrou: abalável, pensativa, crente na cognição, submissa a Deus.
Com estas quatro faculdades a alma de Maria é, também, modelo para o homem de atualidade. São forças de Advento. Se as nutrirmos e cuidarmos, farão da nossa alma a morada d’Aquele que vem.
Willi Nuesch
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Época de Pastores (Antroposofia)
A Bíblia nos relata que na noite santa chegam para admirar o menino Deus os pastores do campo e os anjos do Senhor. Ambos declaram a fórmula específica que acompanha este nascimento: “revelado seja o Deus nas alturas e paz na Terra aos seres humanos que têm boa vontade”.
Para conseguir que algo maior nasça dentro de nós, não precisamos de conhecimento. Só é necessário boa vontade para conseguir “paz na terra”, ou seja, confraternização e respeito entre os homens e em relação as outras criaturas vivas do planeta.
Quando o homem decide por si mesmo que vai atuar com bom senso e boa vontade, espalhando paz na terra, os seres superiores, os anjos, assintem-no, fortalecendo essa decisão. Para fazer brotar esse Eu superior é necessária , principalmente, a qualidade do coração quente, sensível, como a dos pastores que se dirigem ao estábulo para contemplar e cumprimentar a chegada do Mestre.
Mas como não basta só ter boa vontade para caminhar pelo mundo, precisamos também de sabedoria e conhecimento, para fundir ao coração sensibilizado. Senão o caminho se torna enganoso e perigoso. É a chegada, em 6 de janeiro, dos reis magos, dos homens de sabedoria, que representa essa união entre a intuição pura dos pastores e o conhecimento secular. Representa também o fim do ciclo, que se esgotou, representado pela meta dos dez mandamentos, em um novo, onde a única lei é “amem aos outros como a si mesmo”.
Quem começa a caminhar em dezembro de cada ano desta forma, vai andar o maravilhoso percurso da transformação do conhecimento e da sabedoria na capacidade de amar sempre mais, até que a paz se estabeleça na terra. Também vai poder transformar o condicionamento do dez mandamentos: “não pode... não deve..."na capacidade de poder ser livre para realizar o que for necessário ser realizado.
Este é o caminho da digna liberdade de agir a partir da própria força, longe das amarras do condicionamento religioso e social e consciente da própria responsabilidade. Dos atos de cada um, e unicamente deles, virão as consequências dos erros e dos acertos na caminhada anual.
Texto de Evelyn Scheven
Do livro O Caminho Do Cristo
domingo, 2 de dezembro de 2012
Advento: e seu significado (Antroposofia)
A Época do Advento inicia-se logo após os dias de finados, quando estamos envolvidos com os entes falecidos, com o tempo já ido, com o passado.
No Advento, dirigimo-nos ao futuro, a época vindoura, assim como se expressa a composição da palavra ADVENTO: “aquele que vem”. É uma época cheia de tradições e, aqui, vamo-nos aprofundar um pouco em alguns de seus símbolos.
No advento, deveríamos atravessar um portal enorme e silencioso: o que nos conduz do exterior, que nos rodeia, para dentro do nosso mais oculto interior. O sol, o calor, a vegetação exuberante chamam a nossa alma para fora de nós; isto está certo e correto quando ocorre na ocasião e hora certa. A alma até deve poder viver em um mundo de sensações e de beleza natural. Porém, no advento, devemos iniciar uma introspecção, uma vivência interiorizada.
Se nos interiorizarmos, haveremos de ver como nós somos e nos prepararmos para o SER que virá, sem a necessidade de usar chavões, posturas adquiridas, máscaras. Lembremo-nos do dito popular: “ouça os milagres do silêncio; a sabedoria não reside aos ruídos”.
Chegou a hora certa de contar a lenda do diabo, para quem a festa do Natal era constante razão de aborrecimento. “Se eu não conseguir acabar com esta festa, todo o ano a Humanidade vai ter novamente a visão do céu e esta saudade voltará sempre. Deste modo, não conseguirei acabar com o cristianismo”. E matutou muito; chegou a ficar pálido, mais magro e cheio de preocupações, quando, repentinamente, soube o que fazer! E o que foi? Inventou a febre natalina! O comerciante PRECISA lucrar. Eis que surgem os dias “dourados”. E ao anoitecer da data máxima da cristandade, o homem está acabado; talvez ainda consiga contar seu dinheiro... e provavelmente precisará ter um longo sono! A dona da casa, porém, que deve se preocupar com filhos e parentes, com todos os tios e tias, com os preparativos da casa, quase desfalece no sofá ao chegar a noite santa. “Deixem-me em paz! Não posso mais!”
Estes dois instrumentos infernais, o barulho e a pressa, amortecem em nossa alma todos aqueles sentimentos delicados e suaves que nos querem “re-ligar” à nossa origem celeste, mundo que foi perdido e esquecido.
Esta é uma das tarefas, provavelmente a mais difícil, que nos fica por tentar cumprir na época do Natal: precisamos treinar conscientemente a achar o silêncio, a compenetração e a reflexão. Não somente combatendo ruídos e interferências exteriores, porém, principalmente, tentando encontrar, ou melhor, encontrando uma ligação nova com o mundo espiritual.
Sabemos como é benéfica e cheia de paz uma contemplação prolongada do céu estrelado: sentimo-nos acalmados, mais abertos e confortados até o fundo da nossa alma. Há inúmeros versos e canções a este respeito. Este fato é como um chamado de alerta para a alma: assim como as estrelas querem iluminar a escuridão terrestre, igualmente, nós devemos achar em nossa vida terrena pontos de luz dentro de nós; devemos nos iluminar com o que achamos dentro de nós, com o que vem do mundo espiritual.
A cor que corresponde ao advento é o azul, como a do manto de Maria e ele simboliza a vontade que temos de nos ligarmos novamente com a nossa origem. O azul representa a escuridão que foi permeada de luz. Este azul é a cor do terreno que deve envolver o espiritual, assim como o manto azul de Maria envolve o espírito vindouro, a criança , o germinar celestial que está por vir.
Conseguiremos iluminar-nos interiormente? Conseguiremos que nossa alma possa manifestar sua luz e, com isto, transformar a escuridão em luminosidade? Vejamos, pois, o símbolo da TRANSPARÊNCIA.
Esta é uma forma muito profunda para demonstrar-nos o que nossa alma pode ser: uma iluminação que vem do nosso interior. Podemos comparar cada ser humano com uma transparência que ele mesmo fez de si próprio - com suas peculiaridades, suas dificuldades e seus dons, cada um, dentro do que pode ou quis, recortou, colou, tirou ou adicionou seu papel de seda ou retalhinho colorido. Todos ainda sem a luz interior um mais harmonioso, outro pouco chamativo, mas cada um bem individual, bem “ele mesmo.” Porém, ao acender, as velas de cada um sairá luminosidade, cada um, sem exceção, será iluminado, nenhum ficará esquecido ou precisará de luz quando a vela o iluminar de dentro para fora.
Se observarmos um vitral na janela de igrejas, a impressão será bem diferente daquele que teremos ao ver uma foto, por melhor que seja, desse mesmo vitral. É o segredo é a magia da iluminação através de algo, da transparência. A transparência deixa isto bem claro: cada ser humano é um “eu” particular e original, inicialmente sem iluminação, ainda escuro. Ele precisa achar a luz interior, que é a MESMA para cada um no mundo, e com esta luz iluminar o seu próprio eu, sem ser necessário amoldar este seu “eu”! Cada individualidade deve manter ( e não esconder) o que lhe é peculiar e pessoal e isto com a luz que é igual para todos! Com esta luz, não só cada um deve trazer ao mundo o que é pessoal e seu, mas com este seu eu iluminado, deve trazer claridade ao mundo TODO!
E damos, então, o passo para o símbolo da VELA. A vela seria como a luz que brilha IGUALMENTE para todos. E é clara e quente; não uma luz ofuscante como a luz artificial e nem somente quente como o calor, mas suave no clarear e no esquentar. A vela é como deveriam ser a cabeça e o coração do homem: clara no pensar e quente no amar. E, assim como a vela se consome ao ofertar luz e calor, o ser humano também deve-se exaurir, sacrificar-se, queimando, para poder dar luz e calor a tudo e a todos!
Se perguntarmos, retrucar-nos-ão que sempre existiu a coroa do advento! E que nasceu junto com o pinheiro de Natal! Mas foi somente no início deste século vinte que ela começou a expandir-se largamente e se divulgou bastante durante o movimento juvenil dos alemães andarilhos (caminhadores, excursionistas). Eles costumavam enviar aos companheiros falecidos em combate uma coroa com velas acesas por cima de lagos e lagoas, como símbolo da viagem ao mundo do além. E, com isto, surgia uma crença e força grande para viverem esperançosos e, principalmente confortados pela fé. Levamos coroas aos túmulos dos falecidos como símbolo de um círculo vital que se completou. E, assim como a natureza que fenece transforma-se em novo crescimento, em florescer e amadurecer, igualmente, a morte do ser humano é apenas uma passagem para um mundo diferente, se contemplarmos o fato através do milagre do nascimento de Cristo.
Uma grande esperança surge-nos desta visão e todo o peão (talvez esta palavra esteja errada) que sentimos se desfaz e nos sentimos aliviados e leves. E o luto fica na terra. A coroa de flores que ficara por terra deitada no túmulo eleva-se a gravita, flutua, como que livres do seu peso físico. E se a dependurarmos abaixo do teto, será um símbolo da vida futura, que fechará seu círculo iniciado na vida física sobre a terra. A coroa, então, espelha a espera e a vinda do que a nossa alma já esta sentindo.
Suas quatro vela, acesas em sequência de quatro domingos, cada domingo uma a mais até se queimarem todas, mostram-nos quatro direções na imensidão dos mundos, aonde os doze signos do zodíaco se fecham, também em um círculo. As quatro velas do advento são sua cruz luminosa: a cruz dos quatro evangelistas, a quem o simbolismo cristão deu, também, um signo:
Mateus – o homem / aquário
Marcos – o touro
Marcos – o leão
João - a água que no futuro trará a vitória sobre o escorpião
Se as quatro velas da coroa flutuante estão acesas, o caminho para a vinda ao mundo do “Senhor dos Elementos” (como diziam os Celtas D’Aquele que está por vir) estará iluminado.
O nosso modo tradicional de colocar a árvore de Natal de pé na sala faz perder muito do simbolismo original tão abrangente. Há pessoas na Tchecoslováquia e outras regiões que se recordam de terem sido, também, as árvores penduradas como flutuantes, nos tetos. Assim, seriam um símbolo das amplidões dos mundos. No pé da árvore dependurada pendia uma maça como símbolo da terra, para a qual o milagre da luz havia acontecido. Esta terra, fruto e sinal do pecado original do tempo, vivencia do Natal o milagre da libertação e redenção pelo amor demonstrado por Deus, redimindo e elevando-nos para uma nova humanidade.
O dia 24 de Dezembro chama-se Adão e Eva e esta relação já foi praticamente esquecida. Mas até o começo do século apresentava-se neste dia a peça do paraíso e dos pastores ( o nascimento de Cristo) em Oberufer {Alemanha}, tradição que as Escolas Waldorf continuam, para a alegria de muitos.
Este lembrar-se, este reatar dos símbolos antigos com a história da humanidade no aspecto anímico-espiritual é que nos dará todo o potencial, a base ( o “background”) que nos dias de hoje irá nos ajudar a reconhecer as forças novas que anunciam a vinda, o advento.
Os Quatro Anjos do Advento / Lenda Russa (Antroposofia)
Há muito tempo atrás os homens viviam no mundo,
mas não sabiam construir casas, nem plantar e cuidar da terra.
Viviam em cavernas onde era escuro, não
tinham luz
Deus, então, chamou os Anjos para que trouxessem
luz aos quatro cantos do mundo e avisassem os homens
que o Filho de Deus viria.
O primeiro Anjo tinha as asas azuis. Foi iluminar as
cavernas e as grutas com um raio de luz que o sol lhe
deu. Foi esse raio de luz de sol que ajudou os anões a
fazerem as pedras coloridas. Esse Anjo trouxe a chuva e
ela lavou as pedras, encheu os lagos, fez os rios correrem
mais depressa.
O segundo Anjo tinha as asas verdes. Saiu do céu bem
cedinho, mas, como voava devagar, chegou na terra ao entardecer. O raio de luz que esse Anjo trouxe deu cor e perfume às plantas. Ele também ensinou os homens a plantar
e a deixar a terra bem fofinha para receber a semente.
O terceiro Anjo tinha as asas amarelas. Ele foi até perto do sol e o sol lhe deu um raio de sua luz para que ele
trouxesse até a terra. Quando ele estava chegando, os
animais viram aquela luz e ficaram admirados. O Anjo
então explicou que iria nascer uma criança muito especial e que todos deveriam se preparar para recebê-La. Os
pássaros fizeram músicas muito bonitas, as borboletas
coloriram suas asas, os animais de pelo falaram uns com
os outros sobre o acontecimento e o vento espalhou a
notícia por todos os cantos.
O quarto Anjo tinha as asas vermelhas. Ele queria
tanto ajudar os homens que foi logo falar com Deus,
não esperou ser chamado. Deus tirou uma luz de seu
trono e disse ao Anjo vermelho que colocasse essa luz
no coração de cada homem, de cada mulher e de cada
criança. Porque já estava bem perto o dia do nascimento
de Jesus.
É por isso que até hoje acendemos 4 velas na coroa de
Advento, para lembrar os quatro Anjos que nos avisaram
da chegada do filho de Deus.
Advento: quarto domingo antes do Natal (Antroposofia)
"No princípio era o verbo e o verbo era Deus e o verbo estava com Deus". (JO 1:1)
"E o verbo se fez carne e habitou entre nós". (JO 1:14)
Vivendo o Advento / Um olhar Antroposófico
Advento é uma palavra latina que significa aproximar-se, vir chegando aos poucos.
O Advento é uma comemoração cristã que tem seu início no quarto domingo antes do Natal.
É um tempo de preparação e alegria, de expectativa, tempo de promover a fraternidade e a paz.
Tempo de espera para o que há de vir.
“O verbo se fez carne e habitou entre nós”.
A coroa do Advento é um sinal importante deste tempo, o redondo cria harmonia, une, agrega.
Faz-nos lembrar que vivemos em um mundo circular, onde os processos são cíclicos e se repetem ano após ano.
Assim temos a oportunidade de transformação a cada ciclo.
Numa coroa de cipreste são colocadas quatro velas que serão acesas a cada domingo que antecede o Natal.
Nestes momentos os adultos podem contar histórias para as crianças e aproveitar para montar o presépio.
Na primeira semana acendem-se a vela azul.
Pedras, terra e areia são colocadas no presépio, representando o mundo mineral e sua ligação com o mundo físico (elemento terra).
Na segunda semana acendem-se a vela azul e a verde.
São colocadas plantas, troncos, musgos e água para o presépio, representando o mundo vegetal e sua ligação com o mundo etérico (elemento água).
Na terceira semana acendem-se as velas azul, verde e amarela.
Colocam-se os animais representando o mundo animal e sua ligação com o mundo anímico (elemento ar).
Na quarta e última semana acendem-se as velas azul, verde, amarela e vermelha.
A luz se torna mais intensa, com a proximidade do nascimento de Jesus, é o Natal, a festa da luz! Então são colocados Maria, José e os pastores, simbolizando as figuras humanas e no dia de Natal, o menino Jesus é colocado na manjedoura. Tudo isso representa o Reino Humano e sua ligação com o mundo espiritual (elemento fogo).
A colocação de todos esses elementos requer uma atitude de veneração por parte do adulto que acompanha as crianças na montagem do Presépio.
Essa atitude será percebida pelas crianças e trará calor e alegria a seus pequeninos corações.
Por Silberto Azevedo
Fonte:
lemnis farmacia
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Conto A Primeira Árvore de Natal (Antroposofia)
Em Nazaré, aquela região tranquila em que crescia o Menino Jesus, vivia uma pobre mulher.
Deus havia lhe presenteado com sete filhinhos, mas não havia pão suficiente para alimentá-los. A fome era hóspede constante naquela casa.
O pai já estava debaixo da terra e o trabalho das mãos da mãe não bastava para encher as sete barriguinhas.
Mas Deus não abandona os Seus. Enviou-lhes seu próprio Filho, o Menino Jesus, que muitas vezes brincava com as crianças.
E quando ficavam cansados de correr e brincar, Jesus levava o grupinho para sua casa.
Mãe Maria, então, esquentava leite, uma grande jarra cheinha, cortava uma montanha de fatias de pão e passava manteiga e mel nelas.
E as crianças famintas avançavam alegres a conquistar aquela montanha e depois voltavam felizes e satisfeitas com a sua mãezinha.
O pequeno Menino Jesus havia completado sete anos.
Mãe Maria não havia deixado passar esse dia sem ter realizado muitos desejos de seu querido filho.
Quando Jesus, durante a noite, cansado e feliz, deitado na sua caminha, relembrava os grandes acontecimentos de seu sétimo aniversário, pensou de repente nos seus amiguinhos pobres, que com certeza nunca haviam recebido um presente no seu aniversário.
Quietinho saiu de sua cama, chamou os seus sete anjinhos, pegou seus mais lindos brinquedos e de camisola pôs-se em direção a cabana no outro fim da aldeia, onde moravam as crianças pobres.
E mandou o primeiro anjinho à arvorezinha milagrosa chamada “Sacuda-te” buscar seus frutos que eram lindas roupinhas, vestidos, sapatos e meias quentinhas.
O segundo anjinho foi enviado para buscar guloseimas no “País Doce”, outro teve que trazer frutas deliciosas do Jardim do Paraíso, o quarto foi buscar estrelinhas douradas da Via Láctea, e assim cada anjinho recebeu sua tarefa e sua encomenda.
E chegaram finalmente, carregados com seus tesouros, à casinha da viúva.
Tudo estava escuro e silencioso.
No jardim pequeno em frente da casinha havia entre canteiros de batatas e algumas flores, um pequeno cedrinho solitário, plantado para servir de repouso aos pássaros.
Nos seus galhos o Menino Jesus pendurou todos aqueles belos presentes, que Ele e seus anjinhos haviam carregado até lá.
E os anjinhos ajudaram, pondo os mais lindos enfeites nos galhos mais altos que o Menino não alcançava.
Às vezes um fio de cabelo angelical dourado ficava preso nos galhos verdes iluminando aquelas maravilhas todas.
Em cada galho e galhinho havia algo, uma maçã, um sapatinho, uma noz que havia ficado dourada ao encostar na asa de um anjo, um brinquedo, uma blusinha, um doce ou até uma estrelinha brilhante.
Tendo pendurado o último presente na árvore, Jesus afastou-se silenciosamente, despediu os anjos prestativos, agradecendo-lhes a ajuda e deitou-se na sua caminha, feliz da vida.
Imaginem a alegria das crianças pobres ao ver na manhã seguinte aquela estranha árvore em frente da sua casa.
Pegaram-se pelas mãos e dançaram em volta da arvorezinha milagrosa.
Mais feliz ainda estava Jesus, e ficou tão contente com sua boa idéia, que decidiu fazer o mesmo em cada aniversário seu: dar essa alegria a muitas crianças, se possível, a todas as crianças do mundo.
Assim o dia de Natal transformou-se na festa mais abençoada do ano, e não há outro dia em que haja mais rostos felizes e corações alegres.
Mesmo o homem mais pobre tem sua árvore de Natal, por mais humilde e pequena que seja, e alguma bondosa pessoa, de perto ou de longe, terá para ele um presente, para que a felicidade não deixe de existir no mundo.
Essa é a história da primeira árvore de Natal.
FELIZ NATAL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
FELIZ !!!!!!!!!!!!!!!!!!
Fonte:
Contos para o Advento e Natal
Noite de Luz - Volume 2
Karin E. Stasch
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Evangelho de Lucas (Antroposofia)
No princípio do evangelho de Lucas é narrada uma cena que nos permite ver as secretas ligações existentes entre a alma humana e o mundo divino. O já idoso sacerdote Zacarias encontra-se no templo de Jerusalém oferecendo o sacrifício do incenso, enquanto lá fora no pátio o povo ora devotamente em silêncio. Então, nas volutas da fumaça, aparece a Zacarias a figura de luz de um anjo e lhe anuncia o nascimento de um filho. É o arcanjo Gabriel indicando a eminente encarnação de João Batista.
Essa narrativa singela desvenda um profundo mistério da vida religiosa da humanidade pré-cristã. Os atos cúlticos daquele tempo não eram cerimônias vazias, eram acontecimentos através dos quais os homens entravam em contato com poderes superiores. O ouvir de suas preces era vivenciado por eles como uma revelação do mundo divino. O altar era o lugar onde se recebia a iluminação celeste.
Ao homem da atualidade que, como protestante, rejeita o culto como cerimônia exterior, ou que católico, não mais entende seu significado, tais pensamentos terão que ser estranhos. Mas quem quer entender o Evangelho precisa familiarizar-se com a idéia de que, no passado, religião era um real intercâmbio das almas com Deus. Nos atos cúlticos sempre havia momentos em que a cortina diante do mundo espiritual se abria e o homem em que a cortina diante do mundo espiritual se abria e o homem em oração podia ver os reinos dos céus. Justamente quando sua alma em íntimo anseio seguia as nuvens ascendentes do incenso, muitas vezes vinha-lhe ao encontro a revelação do mundo dos anjos. Em virtude de tais experiências suprassensíveis, o homem sabia que os anjos existem. Especialmente uma das esferas do mundo espiritual podia revelar-se ao homem da época pré-cristã durante o culto: o reino das almas não-nascidas. O pintor Rafael trouxe isso novamente á consciência da humanidade por meio da sua conhecida Madona Sixtina. Por entre nuvens azuis, inúmeras cabeças de crianças olham para a terra, á espera do momento de descer a ela para nascer. O menino Jesus repousando no regaço de sua mãe é tão somente uma delas, já a caminho da encarnação.
A linguagem dessa imagem é hoje tão pouco entendida, porque os homens crêem no dogma segundo o qual Deus cria as almas a partir do nada no momento da concepção. Esse modo de ver, representado tanto pela igreja católica quanto pelas confissões reformistas, absolutamente não é de origem cristã. Nós o encontramos já no filósofo grego, Aristóteles. No entanto, ainda seu mestre, Platão, defendia a opinião da pré-existência da alma, isto é, ele ensinava que antes de nascer no corpo a alma permanece como um ser espiritual nos mundos divinos. A representação de que o homem é imortal depois da fé física só tem sentido se a alma em si mesma for eterna. Mas então ela é eterna não só depois da morte como também antes do nascimento. Nascimento e morte, princípio e fim da vida eterna, por esse modo de ver são apenas etapas no caminho da alma humana eterna em seu desenvolvimento sem limite de tempo. Antes do nascimento, ela permanece nas alturas do mundo espiritual, desce á terra com a concepção, aqui faz as suas experiências felizes e dolorosas e, após a morte, novamente as leva para os reinos a que pertence de eternidade em eternidade. Esta era a opinião óbvia e natural do homem pré-cristão a respeito do ser da alma. Só Aristóteles desligou-se dessa opinião no século IV A.C. e ensinou que a alma tem um princípio mas não tem um fim. Daí, esse ensinamento passou para a igreja cristã, mas nem por isso se tornou mais verdadeiro.
O modo de ver popular, segundo o qual cegonha retira as crianças de uma lagoa onde dormem em cálices de flores, decididamente se aproxima mais da verdade do que o dogma da criação da alma a partir do nada. Pois o povo pelo menos ainda tem a intuição de que as almas não-nascidas repousam no mar do espírito e são trazidas á terra por um gênio, um ser alado.
O evangelho de Lucas logo na primeira página nos mostra que ainda sabe da existência do reino dos não-nascidos. Descreve-nos Gabriel como senso o arcanjo que prepara o caminho do nascimento das almas. Os homens de outrora conheciam esses mistérios, devido á experiências que faziam com o culto, o que o exemplo de Zacarias mostra claramente. Em momentos de graça, o culto os elevava á esfera de inocência das almas não-nascidas. Dessa fonte da juventude, hauriam a força para conduzir sua vida de acordo com o espiritual. Toda religiosidade pré-cristã indicava o caminho para trás, para o paraíso da vida pré-natal.
Diante da imagem do sacerdote pré-cristão, que nas nuvens do incenso via o anjo, o guia das almas não-nascidas, coloquemos, então, o sacerdote cristão que, junto ao altar, com a fumaça do incenso envia sua oração para as alturas divinas. Suas palavras dizem que “nosso primordial no Espírito” queira, abençoando, preencher a fumaça, por estar Cristo vivendo em nosso orar... Assim acontece no Ato de Consagração do Homem. Aqui comunidade cristã pede que sua oração seja ouvida pelo tornar-se manifesta a entidade primordial do homem. Como resposta a essa prece, deve desvendar-se ao orante seu verdadeiro Eu, o Eu superior, cujas raízes estão no espírito. O sacerdote cristão e sua comunidade não estão mais sob a sombra da nuvem dos não-nascidos na mesma medida como dantes. Sobre as nuvens de fumaça deve descer até aos que estão reunidos para o culto o próprio ser de luz do espírito humano eterno. Os presentes pedem que seu próprio ser imortal lhes dê a graça da sua presença.
Na missa católica as palavras correspondentes a esse ponto são: Per intercessionem beati Michaelis archangeli, stanti a dextris altaris incensi, et omnium electorum suorum, incensum istud, dignetur Dominus benedicere ET in odorem suavitates accipere. ( Pela intercessão do santo arcanjo Micael, que está a direita do altar do incenso, e de todos os Teus eleitos, queiras Tu, oh Senhor, abençoar este sacrifício e aceitá-lo em suave odor).
No lugar do arcanjo Gabriel, que ao ofertante do Antigo Testamento se revela como espírito-guia dos não-nascidos, no culto cristão está o arcanjo Micael, o qual luta com o Adversário pela imortalidade da alma humana. A epístola de Judas, do Novo Testamento, diz expressamente, que Micael lutou com Satanás pelo cadáver de Moisés. Assim como Gabriel cuida da entidade humana eterna antes do nascimento, assim Micael vigia pela imortalidade do homem após a morte. Os mencionados trechos mostram claramente que a alma humana está no caminho desde Gabriel para Micael.
O homem pré-cristão buscava a eternidade antes do nascimento, o homem cristão busca-a principalmente após a morte. Como Gabriel em nome de Jeová dava ao homem em oração suas inspirações, hoje Micael, a “face de Cristo”, indica ao homem como pode conquistar a eternidade de sua alma neste mundo mudado. Gabriel anunciava o nascimento de um filho corpóreo, Micael indica os caminhos para um novo nascimento das almas, para que ela possa em seu seio conceber o Filho divino.
Outrora o culto era – como o evangelho de Lucas acentua com ênfase – uma real comunicação do homem com as entidades celestes que dirigem a humanidade. A seriedade inerente ao culto, ao longo do desenvolvimento cristão, os homens deixaram de sentir já há muitos séculos. Na Comunidade de Cristãos a vida cúltica foi renovada, porque reconhece que atualmente temos urgente necessidade de novamente nos comunicar com os poderes divinos. É preciso que os anjos possam outra vez nos guiar, se não quisermos decair para o degrau do homem animalesco.
O altar do Ato de Consagração do Homem foi erigido, para que no nosso meio exista um lugar sagrado onde o homem e Deus possam novamente encontrar-se. O arcanjo Micael, aquele que ajuda o homem na luta contra o espírito do animal que vem do abismo, é o guardião e o inspirador desse sacrifício de consagração. Às almas humanas que ousam novamente bater á porta da eternidade, o ser solar de Micael abençoa com as dádivas das metas divinas, da coragem celestial e da força supra-terrena.
Tradução Liselotte Sobotta
Extraído do livro Micael
Comunidade de Cristãos
Movimento de Renovação Religiosa
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