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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Defume...






DEFUME...

🌿🍃🌿🍃🌿


"Defume os teus braços por baixo e por cima
para que tenhas as tuas asas livres para voar.

Defume a tua cabeça
para limpar as velhas memórias
que te levam a repetir o mesmo e
te ligares com bênçãos do mundo de cima.

Defume a tua frente
para espantar os pensamentos que apagou a tua visão,
os teus olhos
para que possas ver o que ainda não observas e
os teus ouvidos para que ouças o chamado da tua alma.

Defume a tua garganta
para soltar o nó que não te deixa falar e
ligar a tua mente com o teu coração.

Defume o teu coração
para espantar o medo,
para que se vá bem longe onde não te possa encontrar,
e se abra a receber o amor verdadeiro.

Defume seu plexo solar
para que se dissipe a dor
que você carrega dentro e
possa saborear o prazer da paz.

Defume com fogo o teu baixo ventre
para que se queimem os apegos,
os amores que não foram,
os sonhos que não nasceram e os filhos que não chegaram,
para que se acenda a tua vontade de sentir,
criar e começar de novo.

Defume com força o teu sexo,
que é a porta de entrada para tirar o lixo
que você recolheu de tanto tentar te amar e amar.

Defume seus pés
para limpar as pegadas velhas e
você possa dar passos novos,
que se abra o caminho com este remédio
para que o novo destino se manifeste diante de você.

Vira-te e defume assim a tua nuca
lá onde se esconde o que te assombra.

Defume suas costas
tirando o peso do passado e a história de cargas e
peço que você se vire
e coloque suas mãos em forma de tigela e
defume suas mãos para tirar-lhe o dano e as amarras
que tenham e que estas estejam abençoadas para dar e receber."


Desconheço a autoria




sábado, 22 de setembro de 2012

Estágios da Consciência


Muitos sábios falaram em níveis de consciência. A consciência é uma só, mas ela se manifesta em vários níveis. Quando a consciência se manifesta, cada nível tem uma frequência de onda diferente. 

Tudo no universo está em movimento, em constante vibração, o que significa que tudo se inter-relaciona através de uma vibração característica.

Como todos os sete estágios da consciência estão presentes no ser humano, a questão não é em que estágio ele está, mas em qual ele está funcionando agora. Qual está sendo a sua possibilidade agora. Porque num próximo momento você pode estar funcionando a partir de um outro prisma de consciência. Nós todos flutuamos por esses estágios. 

Num dia só podemos estar uma hora com medo de não ter dinheiro no futuro e não ter onde morar (o medo do primeiro estágio), e depois de uma hora ter medo de ficar sozinho (o medo básico do segundo estágio), e mais adiante ter medo de perder o controle da vida ou uma profunda falta de confiança diante de tudo (terceiro estágio).

Esse artigo é só para brincar com esses conceitos, e ver como a nossa mente reage diante dos outros e dos acontecimentos. 

Em cada nível a mente percebe o mundo de uma maneira. Aquele que vê o mundo com os olhos do amor e da compaixão abriu seu coração, e está funcionando do quarto nível para cima, muito diferente da pessoa que está só com medos da vida, sentindo-se separada de Deus, desamparada e solitária. 

Mas são apenas níveis mentais, não são realidades fixas. Sempre a questão é: 

Quais os meus níveis preponderantes? 

Quais os meus níveis habituais? 

É apenas para isso que ajuda falar desses níveis. E para notarmos que cada um deles é natural acontecer. O universo é inteligente. Você já notou que seu cabelo cresce sem você controlar? E que sua unha cresce, seu sangue circula, sua respiração acontece, sem você escolher? O universo é mágico e surpreendente. Quantas coisas estão acontecendo e não sendo feitas por nós, seres humanos. 

Porque nós achamos então que podemos controlar tudo que acontece ao redor? Cada nível tem sua função e é perfeito em si mesmo. Nós somos os vários níveis. Mesmo que você não conheça alguns níveis, não importa. 

Nós precisamos conhecer bem alguns níveis, pois todos são importantes na evolução da consciência. Não é uma questão de que você não deveria ter medo. Nós precisamos sentir Medo para então conhecermos o seu oposto. O oposto do medo é o Amor. 

Mas como o branco pode ser conhecido sem o preto? Como o baixo pode ser conhecido sem o alto? Como o alegre pode ser conhecido sem o triste? Como o sucesso pode ser conhecido sem o fracasso? Se você não tem o contraste, não pode conhecer. 

Sem os três primeiros níveis de consciência, não é possível conhecer os demais. É do carvão que nasce o diamante.

Os sete estágios:

primeiro estágio da consciência no ser humano é caracterizado pela busca da sobrevivência. Um teto onde morar, algo para comer. É a base para a formação de um ser humano. Um corpo sadio, um corpo saudável. 

segundo estágio da consciência em nós é o caracterizado pelo desejo de sexo e poder. O desejo de dominar, a competição, e o sexo pelo sexo. Não há encontro de dois seres, apenas o encontro de dois corpos. Se para preencher seu vazio a pessoa precisa estar sempre no controle de tudo, ela estará funcionando a partir do segundo nível de consciência. A mente vive sob o império do medo neste estágio. Medo de perder o controle. Medo de não possuir o outro. Medo de perder o poder.

O terceiro estágio na consciência humana tem como ponto marcante os relacionamentos. É um relacionamento mais profundo que o do segundo estágio, porque agora, além do sexo, há ternura, carinho, amor, atenção, cuidado. É claro, há também posse, controle, inveja e ciúme neste relacionamento, mas traz infinitas possibilidades a mais que o segundo. A grande maioria dos relacionamentos de amor que conhecemos se comporta dessa maneira: marcante troca de sentimentos que variam de bons a ruins.

O quarto estágio é o Amor. A consciência humana marcada pelo quarto estágio vibratório da mente experimenta o Amor. Este amor não é uma alternância entre amor e ódio. É um Amor, com letra maiúscula. Neste nível funcionamos numa entrega à vida. Este é o chamado chacra do coração. Você vê a vida como um milagre vivo. 

Há vislumbres do amor que as pessoas são, porque quando a mente está funcionando neste quarto nível de consciência muitos problemas e dificuldades desaparecem. Há um engano de que podemos mudar os nossos problemas. Os problemas não desaparecem. Na verdade o que acontece é que você funciona em outro nível. Um outro nível de consciência. É como se você visse um filme. As vezes é aventura, outras é drama. O que muda é o filme. Há problemas em um nível que não há em outro. A percepção de tudo muda. Quando a percepção da mente muda, o que acontece? Todo aquele mundo que você construía é visto de uma outra forma. Porque o mundo e a vida é o conjunto de crenças e sentimentos pessoais que temos sobre o mundo e a vida. Aquilo que penso ou sinto é minha percepção. Mas há outras maneiras de sentir e ver as mesmas coisas. Muitos terapeutas, psicólogos, estão cientes da beleza do quarto estágio. Eles podem ajudar as pessoas que ainda estão envolvidas no medo, insegurança, e em relacionamentos co-dependentes (terceiro nível), aqueles que não aprenderam a se amar e a respeitar sua personalidade como um trampolim para Deus. Mas o quarto nível é muito frágil. Nele ainda é fácil se identificar com os problemas e conflitos dos três primeiros níveis. 

Você já conheceu pessoas que você sabe que são muito amorosas, mas ao mesmo tempo se metem em muitas armadilhas? Pois é, há pessoas extremamente amorosas, que conhecem muito bem a compaixão e o amor pelo outro, mas os seus próprios pensamentos e sentimentos por si mesmos os abalam muitas vezes. São pessoas amorosas, mas ainda sofrem de insegurança e medo da vida. Então a vida vai as encaminhando para conhecer o quinto nível. Perceba uma coisa interessante: os níveis são regidos por sentimentos e pensamentos, não é mesmo? Pensamentos e sentimentos de medo, amor, culpa,ansiedade, leveza... Estes são os filmes: Pensamentos e sentimentos são filmes, que nesse caso são o que diferenciam um nível de mente para outro. Uma necessidade de outra. 

Mas quem é você neste caso?

Um nível de mente ou aquele que percebe que os níveis mudam?

Se você percebe que os níveis mudam e que você está se identificando ora com um, ora com outro, note que a mudança de foco criará uma nova percepção em você. Se você é aquele que vê o filme, aquele que nota que os níveis mudam, você é a pura consciência que vê. Essa pura consciência que vê nós chamamos de observador.

A meditação é o início desse ponto de vista novo.

No quinto nível vibratório de mente você nota que há um observador que se identifica com a mente. Ou seja, você percebe que há algo em você que observa e que não é aquilo que observa. Este observador foi chamado por algumas religiões de Espírito Santo.

Quando você percebe que este observador é você, e você não é quem você pensava que era (o conteúdo dos três primeiros níveis, que são pensamentos, sentimentos passados, e sensações corporais), então você está tomando consciência do quinto nível, que é pura observação sem julgamento, pois não há conceitos a serem julgados neste nível.

O quinto nível vê os quatro primeiros níveis sem julgar, sem comparar, sem analisar, sem comentar, sem dar opinião, sem usar lógica, sem argumentar. 

O quinto nível é apura observação.

A prática da meditação em essência é isto. Os buscadores aprendem a observar os pensamentos, sentimentos e sensações corporais sem julgar "bom ou mau", e a isso chamam de meditação.

Quem julga são os quatro níveis primeiros - A MENTE CONSCIENTE, que está sempre em comparação. É o nível do ego ativo. Se você apenas nota a mente julgar, você aprende devagarinho a separar o julgador, do observador que nota o julgador.

Quando você aprende a observar que quem está julgando é sua mente (quatro primeiros níveis de consciência da mente), e que seu quinto nível é puramente silencioso e cheio de amor, você percebe que pensamentos e sentimentos o incomodam quando você se identifica totalmente com eles. 

Aprender a se desidentificar dos pensamentos e sentimentos passados é meditar. Os pensamentos e sentimentos estão lá, mas não são mais controlados pelo ego. E um milagre acontece: toda aquela energia que estávamos colocando para fora é guardada dentro. É por isso que as pessoas dizem que a yoga e a meditação ajudam a conservar energia. Sua mente fica mais clara. E você deixa de criar problemas desnecessários.

Dizem os sábios, que os sexto e sétimo estágios são experienciados pela graça divina.

"Você não pode fazer nada para alcançar a iluminação", dizia Buda. Porque a iluminação é uma entrega total a Deus. 

Jesus Cristo entregou totalmente quando disse: "Pai, Seja feita a Tua Vontade". 

Gautama Buda entregou quando disse: "Descobri que não há eu, que tudo é vazio, que a vida faz tudo por mim".

Krishnamurti dizia: "O pensamento é passado. Descubra o que está presente Agora".

Osho disse: "Iluminação acontece quando não há nenhum desejo de ser diferente do que você é. Então Deus te ilumina com sua graça quando você relaxa e confia." 

O sábio Gurdjieff dizia: "Você não tem um centro. O centro é sua alma. Você é, nesse instante, muitos desejos desconexos. Você tem de trabalhar para descobrir seucentro." 

O sábio hindu Yogananda dizia: "Só um coração que conhece o amor pode ver Deus."

O professor pode te ajudar a conhecer o que ele conhece. Se um professor espiritual conheceu através da experiência os cinco primeiros níveis de mente, e aprendeu a se estabelecer no observador, simplesmente relaxando e observando seus pensamentos e sentimentos, ele pode ensinar outros, ajudar amigos, a se estabelecer no observador, no quinto nível.

Este é o último ensinamento. Os outros ensinamentos são na verdade aprofundamentos na entrega do ego, aprofundamentos na confiança, que não há nada que se possa fazer pois é a vida a Grande Mestra.

Um mestre iluminado pode criar uma energia para iluminação. Ele cria um campo de energia búdica. Um mestre iluminado conhece todos os níveis, e portanto, conhece truques, e tem uma clareza total do funcionamento da grande mente cósmica, ou seja, daquilo que chamamos de níveis de consciência.

Um mestre iluminado simplesmente desapareceu como 'eu', porque ele não quer mais controlar a vida. Mas ele tem um ego que o ajuda a falar com você. Quando você chama seu nome ele reconhece. A única diferença é que ele conhece os níveis e não se identifica com nenhum, pois ele sabe que não é nenhum nível, mas puramente consciência além de qualquer nível. Consciência que observa os níveis. Um mestre iluminado vê a vida com uma grande brincadeira cósmica. Vê tudo como uma coisa só, e não julga aquilo que vê. E nota que todas as pessoas são na verdade iluminadas, apenas precisam realizar isto.

Swami Sambodh Nasseb

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Partícula de Deus / Bóson de Higgs

Modelo esperado da produção de bósons de Higgs
na colisão de dois protons
 

Físicos do Laboratório Nacional Acelerador Fermi, vinculado ao Departamento de Energia dos EUA, anunciaram ter encontrado a mais forte evidência até agora da existência de um corpo subatômico conhecido como «Partícula de Deus» ou «Bóson de Higgs». A evidência surgiu com subprodutos da colisão de partículas no acelerador chamado de Tevatron. A pista, porém, ainda precisa de provas que a comprovem.

Uma vez que os mesmos subprodutos da colisão que indicam a existência da partícula também podem vir de outras partículas subatômicas, os físicos só poderão excluir outras explicações se tiverem confiança de 550 para 1, ou seja, de que há menos de 0,2% de probabilidades de que os escombros da colisão não são do bóson de Higgs. Por convenção internacional, as probabilidades precisam de ser mais próximas a 0,14%.

Na quarta-feira, físicos do CERN, o laboratório acelerador de partículas localizado na fronteira entre a Suíça e França, devem anunciar os seus próprios achados sobre a pesquisa da partícula.

O que é o Bóson de Higgs?

Segundo teorias da Física, Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do universo. Diferente dos átomos, feitos de massa, as partículas de Higgs não teriam nenhum elemento na sua composição. São importantes porque apoiam uma das mais aceitas teorias acerca do Universo - a do Modelo Padrão, que explica como outras partículas obtiveram massa.

Segundo essa tese, o universo foi aquecido após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais.

A «caça» ao Higgs é uma das razões que levaram à construção do imenso acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), do Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), na Suíça. A primeira vez que se falou da partícula foi em 1964, quando seis físicos, incluindo o escocês Peter Higgs, apresentou uma explicação teórica à propriedade da massa. O Modelo Padrão é um manual de instruções para saber como funciona o cosmos, que explica como as diferentes partículas e forças interagem. Mas a teoria deixou sempre uma lacuna - ao contrário de outras partículas fundamentais, o Higgs nunca foi observado através de experiências.

A Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN) anunciou esta quarta-feira que descobriu uma partícula nova que pode ser o bosão de Higgs, conhecido como «partícula de Deus», porque confere ordem e massa ao universo.

«Este é um resultado preliminar, mas pensamos que é muito forte e muito sólido. É realmente uma nova partícula», disse no CERN em Genebra Joe Incandela, porta-voz da CMS, uma das duas equipas que conduziram a investigação no laboratório europeu, notando que a nova partícula tem características de massa e comportamento previstas para o Bosão de Higgs.

Fabiola Gianotti, representante da equipa ATLAS, reforçou, ao dizer que foram observados «sinais claros de uma nova partícula, ao nível de 5 sigma», precisamente o valor que os cientistas definiram como fiável para formalizar o anúncio de uma descoberta. Agora segue-se um período de testes antes da confirmação definitiva.

O anúncio no CERN foi transmitido em direto via internet e seguido por todo o mundo. A revelação da descoberta foi saudada com um estrondoso aplauso e houve quem visse uma lágrima no rosto de Peter Higgs, o físico que postulou há quase 50 anos a existência do bosão. «Para mim é realmente incrível que tenha acontecido enquanto eu sou vivo», disse Higgs, hoje com 83 anos, saudando uma «tremenda descoberta».

Quando os jornalistas pediram ao diretor do CERN, Rolf Heuer, para explicar em linguagem corrente se tinham ou não descoberto o bosão de Higgs, ele respondeu assim: «Em linguagem corrente posso dizer que o apanhamos. Mas como cientista digo «O que temos?» Temos um bosão. Agora temos de descobrir que tipo de bosão é.»

O princípio do bosão de Higgs é que essa partícula subatômica seria o elemento que faltava na teoria da interação de forças no universo, para explicar como os elementos e a matéria ganham massa. O que seria o passo para explicar muito do que ainda não se sabe sobre o universo.

Fonte:
Internet



Cientistas do Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) anunciaram nesta quarta-feira terem descoberto uma nova partícula subatômica que pode ser o tão procurado Bóson de Higgs, conhecido como a "partícula de Deus" e considerado crucial para entender a formação do Universo.

"Confirmo que uma partícula foi descoberta e é consistente com a teoria do Bóson de Higgs", declarou John Womersley, executivo-chefe do Conselho de Ciência e Tecnologia em Londres, que está trabalhando com o Cern.


O resultado foi considerado preliminar, mas um indicativo "forte e sólido" da partícula. Ainda assim, são necessárias mais pesquisas para comprovar que o que eles viram é de fato a partícula de Higgs.


Os cientistas alegam ter encontrado uma "curva" nos dados sobre as variações de massa das partículas geradas no imenso acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons. Essa "curva" corresponde a uma partícula que pesa 125,3 gigaelectronvolts (Gev) - cerca de 133 vezes mais pesada do que o próton existente no âmago de cada átomo.


O que não se sabe é se a partícula descoberta é realmente o Bóson de Higgs, uma variante ou uma partícula subatômica completamente nova, que leve a reformulações das teorias sobre a formação da matéria.


"É de fato uma nova partícula. Sabemos que deve ser um bóson, e o bóson mais pesado já conhecido", disse o porta-voz dos experimentos, Joe Incandela. "As implicações são significativas, e é justamente por isso que precisamos ser diligentes em nossos estudos e checagens."


Entenda o que são as pesquisas e sua importância:


O que é o Bóson de Higgs?


Segundo teorias da Física que aguardam comprovação definitiva, Higgs é uma partícula subatômica considerada uma das matérias-primas básicas da criação do Universo.


Existe uma teoria quase completa sobre o funcionamento do Universo, com todas as partículas que formam os átomos e moléculas e toda a matéria que vemos, além de partículas mais exóticas. Esse é o chamado Modelo Padrão.


Mas há um "buraco" na teoria: ela não explica como todas essas partículas obtiveram massa. A partícula de Higgs, cuja teoria foi proposta inicialmente em 1964, é uma explicação para tentar preencher esse vácuo.


Segundo o Modelo Padrão, o Universo foi resfriado após o Big Bang, quando uma força invisível, conhecida como Campo de Higgs, formou-se junto de partículas associadas, os Bósons de Higgs, transferindo massa para outras partículas fundamentais.


Por que a massa é importante?


A massa é simplesmente uma medida de quanto qualquer objeto - uma partícula, uma molécula, um animal - contém em si mesmo. Se não fosse pela massa, todas as partículas fundamentais que compõem os átomos e os animais viajariam pelo cosmos na velocidade da luz, e o Universo como o conhecemos não seria agrupado em matéria.


A teoria em questão propõe que Campo de Higgs, permeando o Universo, permite que as partículas obtenham massa. Esse processo pode ser ilustrado com a resistência que um corpo encontra quando tenta nadar em uma piscina. O Campo de Higgs permeia o Universo como a água enche uma piscina.


Como se sabe que o Higgs existe?


A caça ao Higgs é uma das razões que levaram à construção do imenso acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), do Cern (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), na Suíça. A primeira vez que se falou da partícula foi em 1964, quando seis físicos, incluindo o escocês Peter Higgs, apresentaram uma explicação teórica à propriedade da massa.


O Modelo Padrão é um manual de instruções para saber como funciona o cosmos, que explica como as diferentes partículas e forças interagem. Mas a teoria sempre deixou uma lacuna - ao contrário de outras partículas fundamentais, o Higgs nunca foi observado por experimentos.


Agora, os pesquisadores do Cern dizem que descobriram uma partícula que pode ser o Bosón de Higgs, mas destacam que mais pesquisas são necessárias para confirmar a descoberta.


Como os cientistas buscam o Bóson de Higgs?


Ironicamente, o Modelo Padrão não prevê a existência de uma massa exata para o Higgs. Aceleradores de partículas como o LHC são utilizados para pesquisar a partícula em um intervalo de massas onde ela possa estar.


O LHC esmaga dois feixes de prótons próximos à velocidade da luz, gerando uma série de outras partículas. É possível que o Higgs nunca seja observado diretamente, mas os cientistas esperam que ele exista momentaneamente nessa "sopa" de partículas. Se ele se comportar como os pesquisadores esperam que ele se comporte, pode se decompor em novas partículas, deixando um rastro de provas de sua existência.


Quais evidências os cientistas podem encontrar?


O Bóson de Higgs é instável. Caso seja produzido a partir das bilhões de colisões no LHC, o bóson rapidamente se transformará em partículas de massa menor e mais estáveis. Serão essas partículas os indícios que os físicos poderão usar para comprovar a existência do bóson, que aparecerão como ligeiras variações - como a anunciada nesta quarta - em gráficos usados pelos cientistas. Portanto, a confirmação se dará a partir de uma certeza estatística.


E se o Bóson de Higgs não for encontrado?


Caso se comprove que o Bóson de Higgs não existe, a teoria do Modelo Padrão teria de ser reescrita. Isso poderia abrir caminho para novas linhas de pesquisa, que podem se tornar revolucionárias na compreensão do Universo, da mesma forma que uma lacuna nas teorias da Física acabou levando ao desenvolvimento das teses da mecânica quântica, há um século

Bóson de Higgs

BósonPB ou BosãoPE de Higgs é uma partícula elementar prevista pelo Modelo Padrão de partículas, teoricamente surgida logo após ao Big Bang de escala maciça hipotética predita para validar o modelo padrão atual de partícula. É a única partícula do modelo padrão que ainda não foi observada, mas representa a chave para explicar a origem da massa das outras partículas elementares. Todas as partículas conhecidas e previstas são divididas em duas classes: férmions (partículas com spin da metade de um número ímpar) e bósons (partículas com spin inteiro).

As massas da partícula elementar e as diferenças entre o eletromagnetismo (causado pelo fóton) e a força fraca (causada pelos bósons de W e de Z), são críticas em muitos aspectos da estrutura da matéria microscópica e macroscópica; assim se existir, o bóson de Higgs terá um efeito enorme na compreensão do mundo em torno de nós.

O bóson de Higgs foi predito primeiramente em 1964 pelo físico britânico Peter Higgs, trabalhando as ideias de Philip Anderson. Entretanto, desde então não houve condições tecnológicas de buscar a possível existência do bóson até o funcionamento do Grande Colisor de Hádrons (LHC) meados de 2008. A faixa energética de procura do bóson vem se estreitando desde então e, em dezembro de 2011, limites energéticos se encontram entre as faixas de 116-130 GeV, segundo a equipe ATLAS, e entre 115 e 127 GeV de acordo com o CMS.

A partícula chamada Bóson de Higgs é de fato o quantum (partícula) de um dos componentes de um campo de Higgs. No espaço vazio, o campo de Higgs adquire um valor diferente de zero, que permeia a cada lugar no universo todo o tempo. Este valor da expectativa do vácuo (VEV) do campo de Higgs é constante e igual a 246 GeV. A existência deste VEV diferente de zero tem um papel fundamental: dá a massa a cada partícula elementar, incluindo o próprio bóson de Higgs. No detalhe, a aquisição de um VEV diferente de zero quebra espontaneamente a simetria de calibre da força eletrofraca, um fenômeno conhecido como o mecanismo de Higgs. Este é o único mecanismo conhecido capaz de dar a massa aos bóson de calibre (particulas transportadoras de força) que é também compatível com teorias do calibre.

No modelo padrão, o campo de Higgs consiste em dois campos carregados neutros e duas componentes, um do ponto zero e os campos componentes carregados são os bósons de Goldstone. Transformam os componentes longitudinais do terceiro-polarizador dos bósons maciços de W e de Z. O quantum do componente neutro restante corresponde ao bóson maciço de Higgs. Como o campo de Higgs é um campo escalar, o bóson de Higgs tem a rotação zero. Isto significa que esta partícula não tem nenhum momentum angular intrínseco e que uma coleção de bósons de Higgs satisfaz as estatísticas de Bose-Einstein.

O modelo padrão não prediz o valor da massa do bóson de Higgs. Discutiu-se que se a massa do bóson de Higgs se encontrasse entre aproximadamente 130 e 190 GeV, então o modelo padrão pode ser válido em escalas da energia toda a forma até a escala de Planck (TeV 1016). Muitos modelos de super-simetria predizem que o bóson de Higgs terá uma massa somente ligeiramente acima dos limites experimentais atuais e ao redor 120 GeV ou menos. Podemos dizer que é uma partícula de um próton que os cientistas ainda não conseguiram observar.

Medidas experimentais

A massa do bóson de Higgs não foi medida experimentalmente. Dentro do modelo padrão, a não observação de sinais desobstruídos em aceleradores de partícula conduz a um limite mais baixo experimental para a massa do bóson de Higgs de 114.4 GeV no nível da confiança de 95%. Não o bastante, um pequeno número de eventos foi gravado pela experiência do LEP no CERN que poderia ser como resultado de bósons interpretados de Higgs, mas a evidência é inconclusiva. Espera-se entre os físicos que o Grande Colisor de Hádrons, construído no CERN, confirme ou negue a existência do bóson de Higgs. As medidas de precisão observáveis da força eletrofraca indicam que a massa modelo padrão do bóson de Higgs tem um limite superior de 175 GeV no nível da confiança de 95% até a data de março de 2006 (que usam uma medida acima da massa superior do quark).

Fonte:
Wikipédia

domingo, 3 de junho de 2012

Ego: O Falso Centro


O primeiro ponto a ser compreendido é o ego.

Uma criança nasce sem qualquer conhecimento, sem qualquer consciência de seu próprio eu. E quando uma criança nasce, a primeira coisa da qual ela se torna consciente não é ela mesma; a primeira coisa da qual ela se torna consciente é o outro. Isso é natural, porque os olhos se abrem para fora, as mãos tocam os outros, os ouvidos escutam os outros, a língua saboreia a comida e o nariz cheira o exterior. Todos esses sentidos abrem-se para fora. O nascimento é isso.

Nascimento significa vir a esse mundo: o mundo exterior. Assim, quando uma criança nasce, ela nasce nesse mundo. Ela abre os olhos e vê os outros. O outro significa o tu. Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, ela se torna consciente de seu próprio corpo. Esse também é o 'outro', também pertence ao mundo. Ela está com fome e passa a sentir o corpo; quando sua necessidade é satisfeita, ela esquece o corpo. É dessa maneira que a criança cresce.

Primeiro ela se torna consciente do você, do tu, do outro, e então, pouco a pouco, contrastando com você, com tu, ela se torna consciente de si mesma. Essa consciência é uma consciência refletida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que ela pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se a mãe aprecia a criança, se diz 'você é bonita', se ela a abraça e a beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. Assim, um ego começa a nascer.

Por meio da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é ela boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está nascendo. Mas esse centro é um centro refletido. Ele não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensa a seu respeito.

E esse é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que ela tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também, um ego nasce - um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida, sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é ego. Isso também é um reflexo.

Primeiro a mãe. A mãe, no início, significa o mundo. Depois os outros se juntarão à mãe, e o mundo irá crescendo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são refletidas.

O ego é um fenômeno cumulativo, um subproduto do viver com os outros. Se uma criança vive totalmente sozinha, ela nunca chegará a desenvolver um ego. Mas isso não vai ajudar. Ela permanecerá como um animal. Isso não significa que ela virá a conhecer o seu verdadeiro eu, não.

O verdadeiro só pode ser conhecido por meio do falso, portanto, o ego é uma necessidade. Temos que passar por ele. Ele é uma disciplina. O verdadeiro só pode ser conhecido por meio da ilusão. Você não pode conhecer a verdade diretamente. Primeiro você tem que conhecer aquilo que não é verdadeiro. Primeiro você tem que encontrar o falso. Por meio desse encontro, você se torna capaz de conhecer a verdade. Se você conhece o falso como falso, a verdade nascerá em você.

O ego é uma necessidade; é uma necessidade social, é um subproduto social. A sociedade significa tudo o que está ao seu redor, não você, mas tudo aquilo que o rodeia. Tudo, menos você, é a sociedade. E todos refletem. Você irá à escola e o professor refletirá quem você é. Você fará amizade com as outras crianças e elas refletirão quem você é. Pouco a pouco, todos estarão adicionando algo ao seu ego, e todos estarão tentando modificá-lo, de modo que você não se torne um problema para a sociedade.

Eles não estão interessados em você. Eles estão interessados na sociedade. A sociedade está interessada nela mesma, e é assim que deveria ser. Eles não estão interessados no fato de que você deveria se tornar um conhecedor de si mesmo. Interessa-lhes que você se torne uma peça eficiente no mecanismo da sociedade. Você deveria ajustar-se ao padrão.

Assim, estão interessados em dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Ensinam-lhe a moralidade. Moralidade significa dar-lhe um ego que se ajuste à sociedade. Se você for imoral, você será sempre um desajustado em um lugar ou outro...

Moralidade significa simplesmente que você deve se ajustar à sociedade. Se a sociedade estiver em guerra, a moralidade muda. Se a sociedade estiver em paz, existe uma moralidade diferente. A moralidade é uma política social. É diplomacia. E toda criança deve ser educada de tal forma que ela se ajuste à sociedade; e isso é tudo, porque a sociedade está interessada em membros eficientes. A sociedade não está interessada no fato de que você deveria chegar ao auto-conhecimento.

A sociedade cria um ego porque o ego pode ser controlado e manipulado. O eu nunca pode ser controlado e manipulado. Nunca se ouviu dizer que a sociedade estivesse controlando o eu - não é possível. E a criança necessita de um centro; a criança está absolutamente inconsciente de seu próprio centro. A sociedade lhe dá um centro e a criança pouco a pouco fica convencida de que esse é o seu centro, o ego dado pela sociedade.

Uma criança volta para casa. Se ela foi o primeiro lugar de sua sala, a família inteira fica feliz. Você a abraça e beija; você a coloca sobre os ombros e começa a dançar e diz 'que linda criança! você é um motivo de orgulho para nós.' Você está dando um ego para ela, um ego sutil. E se a criança chega em casa abatida, fracassada, foi um fiasco na sala - ela não passou de ano ou tirou o último lugar, então ninguém a aprecia e a criança se sente rejeitada. Ela tentará com mais afinco na próxima vez, porque o centro se sente abalado.

O ego está sempre abalado, sempre à procura de alimento, de alguém que o aprecie. E é por isso que você está continuamente pedindo atenção. Você obtém dos outros a idéia de quem você é. Não é uma experiência direta. É dos outros que você obtém a idéia de quem você é. Eles modelam o seu centro. Mas esse centro é falso, enquanto que o centro verdadeiro está dentro de você. O centro verdadeiro não é da conta de ninguém. Ninguém o modela. Você vem com ele. Você nasce com ele.

Assim, você tem dois centros. Um centro com o qual você vem, que lhe é dado pela própria existência. Esse é o eu. E o outro centro, que é criado pela sociedade - o ego. Esse é algo falso - é um grande truque. Por meio do ego a sociedade está controlando você. Você tem que se comportar de uma certa maneira, porque somente assim a sociedade irá apreciá-lo.

Você tem que caminhar de uma certa maneira; você tem que rir de uma certa maneira; você tem que seguir determinadas condutas, uma moralidade, um código. Somente assim a sociedade o apreciará, e se ela não o fizer, o seu ego ficará abalado. E quando o ego fica abalado, você já não sabe onde está, você já não sabe quem você é.

Os outros deram-lhe a idéia. E essa idéia é o ego. Tente entendê-lo o mais profundamente possível, porque ele tem que ser jogado fora. E a não ser que você o jogue fora, nunca será capaz de alcançar o eu. Por estar viciado no falso centro, você não pode se mover, e você não pode olhar para o eu. E lembre-se: vai haver um período intermediário, um intervalo, quando o ego estará se despedaçando, quando você não saberá quem você é, quando você não saberá para onde está indo; quando todos os limites se dissolverão. Você estará simplesmente confuso, um caos.

Devido a esse caos, você tem medo de perder o ego. Mas tem que ser assim. Temos que passar através do caos antes de atingir o centro verdadeiro. E se você for ousado, o período será curto. Se você for medroso e novamente cair no ego, e novamente começar a ajeitá-lo, então, o período pode ser muito, muito longo; muitas vidas podem ser desperdiçadas...

Até mesmo o fato de ser infeliz lhe dá a sensação de "eu sou". Afastando-se do que é conhecido, o medo toma conta; você começa sentir medo da escuridão e do caos - porque a sociedade conseguiu clarear uma pequena parte de seu ser... É o mesmo que penetrar numa floresta. Você faz uma pequena clareira, você limpa um pedaço de terra, você faz um cercado, você faz uma pequena cabana; você faz um pequeno jardim, um gramado, e você sente-se bem. Além de sua cerca - a floresta, a selva. Mas aqui dentro tudo está bem: você planejou tudo.

Foi assim que aconteceu. A sociedade abriu uma pequena clareira em sua consciência. Ela limpou apenas uma pequena parte completamente, e cercou-a. Tudo está bem ali. Todas as suas universidades estão fazendo isso. Toda a cultura e todo o condicionamento visam apenas limpar uma parte, para que ali você possa se sentir em casa.

E então você passa a sentir medo. Além da cerca existe perigo.

Além da cerca você é, tal como você é dentro da cerca - e sua mente consciente é apenas uma parte, um décimo de todo o seu ser. Nove décimos estão aguardando no escuro. E dentro desses nove décimos, em algum lugar, o seu centro verdadeiro está oculto.

Precisamos ser ousados, corajosos.

Precisamos dar um passo para o desconhecido.

Por um certo tempo, todos os limites ficarão perdidos. Por um certo tempo, você vai se sentir atordoado. Por um certo tempo, você vai se sentir muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto.

Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas. Esse centro é a sua alma, o eu.

Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos, nasce uma nova ordem. Mas essa não é a ordem da sociedade - essa é a própria ordem da existência.

É o que Buda chama de Dhamma, Lao Tzu chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência. Então, de repente tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas...

O ego tem uma certa qualidade: a de que ele está morto. Ele é de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não precisa procurar por ele; a busca não é necessária. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente mais um na multidão. Você é apenas uma turba. Se você não tem um centro autêntico, como pode ser um indivíduo?

O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu. E por isso você é tão infeliz. Como você pode ser feliz com uma vida de plástico? Como você pode estar em êxtase ser bem-aventurado com uma vida falsa?

E esse ego cria muitos tormentos. O ego é o inferno. Sempre que você estiver sofrendo, tente simplesmente observar e analisar, e você descobrirá que, em algum lugar, o ego é a causa do sofrimento. E o ego segue encontrando motivos para sofrer...

E assim as pessoas se tornam dependentes, umas das outras. É uma profunda escravidão. O ego tem que ser um escravo. Ele depende dos outros. E somente uma pessoa que não tenha ego é, pela primeira vez, um mestre; ele deixa de ser um escravo.

Tente entender isso. E comece a procurar o ego - não nos outros, isso não é da sua conta, mas em você. Toda vez que se sentir infeliz, imediatamente feche os olhos e tente descobrir de onde a infelicidade está vindo, e você sempre descobrirá que o falso centro entrou em choque com alguém.

Você esperava algo e isso não aconteceu. Você espera algo e justamente o contrário aconteceu - seu ego fica estremecido, você fica infeliz. Simplesmente olhe, sempre que estiver infeliz, tente descobrir a razão.

As causas não estão fora de você.

A causa básica está dentro de você - mas você sempre olha para fora, você sempre pergunta: 'Quem está me tornando infeliz?' 'Quem está causando a minha raiva?' 'Quem está causando a minha angústia?'

Se você olhar para fora, você não perceberá. Simplesmente feche os olhos e sempre olhe para dentro. A origem de toda a infelicidade, da raiva e da angústia, está oculta dentro de você, é o seu ego.

E se você encontrar a origem, será fácil ir além dela. Se você puder ver que é o seu próprio ego que lhe causa problemas, você vai preferir abandoná-lo - porque ninguém é capaz de carregar a origem da infelicidade, uma vez que a tenha entendido.

Mas lembre-se, não há necessidade de abandonar o ego. Você não o pode abandonar. E se você tentar abandoná-lo, simplesmente estará conseguindo um outro ego mais sutil, que diz: 'tornei-me humilde'...

Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então ela simplesmente desaparece. Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece. Quando você sabe que esse é o inferno, ele desaparece.

E então você nunca diz: 'eu abandonei o ego'. Você simplesmente irá rir de toda essa história, dessa piada, pois você era o criador de toda essa infelicidade...É difícil ver o próprio ego. É muito fácil ver o ego nos outros. Mas esse não é o ponto, você não os pode ajudar.

Tente ver o seu próprio ego. Simplesmente o observe.

Não tenha pressa em abandoná-lo, simplesmente o observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então ele realmente desaparece. Porque não existe outra maneira. Você não pode abandoná-lo antes do tempo. Ele cai exatamente como uma folha seca.

Quando você tiver amadurecido através da compreensão, da consciência, e tiver sentido com totalidade que o ego é a causa de toda a sua infelicidade, um dia você simplesmente vê a folha seca caindo... e então o verdadeiro centro surge.

E esse centro verdadeiro é a alma, o eu, o deus, a verdade, ou como quiser chamá-lo. Você pode lhe dar qualquer nome, aquele que preferir.

Osho, em "Além das Fronteiras da Mente"

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Campos Mórficos / Rupert Sheldrake / Ressonância Morfogenética


Rupert Sheldrake é um dos biólogos mais controversiais de nosso tempo. As suas teorias não só estão revolucionando a rama científica de seu campo, como também estão transbordando para outras áreas ou disciplinas como a física e a psicologia .

No seu livro “Uma Nova Ciência da Vida”, Sheldrake toma posições na corrente organicista ou holística clássica, sustentadas por nomes como Von Bertalanffy e a sua Teoria Geral de Sistemas ou E. S. Russell, para questionar de um modo definitivo a visão mecanicista, que da por explicado qualquer comportamento dos seres vivos mediante o estudo de suas partes constituintes e sua posterior redução para as leis químicas e físicas.

Por outro lado, Sheldrake propõe a idéia dos campos morfogenéticos, os quais ajudam a compreender como os organismos adotam as suas formas e comportamentos característicos.

" Morfo vem da palavra grega morphe que significa forma. Os campos morfogenéticos são campos de forma; campos padrões ou estruturas de ordem. Estes campos organizam não só os campos de organismos vivos mas também de cristais e moléculas. Cada tipo de molécula, cada proteína por exemplo, tem o seu próprio campo mórfico - a hemoglobina , um campo de insulina, etc. De um mesmo modo cada tipo de cristal, cada tipo de organismo, cada tipo de instinto ou padrão de comportamento tem seu campo mórfico. Estes campos são os que ordenam a natureza. Há muitos tipos de campos porque há muitos tipos de coisas e padrões dentro da natureza..."

A grande contribuição de Sheldrake consistiu em juntar noções vagas sobre os campos morfogenéticos (Weiss 1939) e os formular em uma teoria demonstrável. Desde que escreveu o livro no qual apresenta a hipótese da Ressonância Mórfica, em 1981, foram feitas numerosas experiências que, em princípio, deveriam demonstrar a validade, ou a invalidade, destas hipóteses.

Três enfoques sobre o fenômeno vital

Tradicionalmente houve 3 correntes filosóficas na natureza biológica da vida: 

  • vitalismo, 
  • mecanicismo e 
  • organicismo.
O vitalismo sustenta que em toda forma de vida existe um fator intrínseco, evasivo, inestimável e não sujeito a medidas, que ativa a vida. Hans Driesch, biólogo e filósofo alemão precursor principal do vitalismo depois da mudança de século, chamou a esse fator causal misterioso enteléquia, que se fazia especialmente evidente em aspectos do desenvolvimento do organismo como a regulação, regeneração e reprodução.

A forma clássica do vitalismo, tal e como foi exposto por numerosos biólogos no princípio do século, especialmente por Driesch, foi criticado severamente pelo seu caráter acientifico. De acordo com Karl Popper, os critérios para estabelecer o status científico de uma teoria são o falsifiabilidade , refutabilidade e demonstrabilidade. Deste modo, o vitalismo não estava qualificado já que este novo fator causal incerto não pôde ser demonstrado de modo algum. Ernest Nagel, filósofo da ciência escreveu em 1951 no seu livro Filosofia e Investigação Fenomenológica:

O grosso do vitalismo, agora uma questão extinta, não tanto talvez para a crítica filosófica e metodológica, que se a revelado contra a doutrina, mas para a infertilidade do vitalismo para guiar a investigação biológica e pela superioridade heurística de focos alternativos.

Frequentemente é dito que embora numerosos biólogos se dizem vitalistas, na prática eles são mecanicistas, dada a exigência da investigação científica de mostrar as experiências com parâmetros que possam ser medidos na físicas e a química, em experimentos de laboratório. Sheldrake afirma que o fracasso do vitalismo é devido principalmente a sua inabilidade para fazer predições demonstráveis e para apresentar experiências novas.

O enfoque ortodoxo da biologia vem determinado pela teoria mecanicista da vida: no momento, os organismos vivos são considerados como máquinas físico-química e todos o fenômeno vital pode ser explicado, em princípio, com leis físico-químicas. Na realidade, é a posição reducionista que sustenta que os princípios biológicos podem ser reduzidos a leis fixas e eternas destas duas ramas da ciência.

A ortodoxia científica adere a esta teoria porque oferece um marco de referência satisfatória onde numerosas perguntas sobre os processos vitais podem ser respondidas e porque já muito tem se investido nela. As raízes do mecanicismo são mesmo profundas. De acordo com Sheldrake inclusive se você admitir que o enfoque mecanicista esta severamente limitado não só na pratica mas também no principio, não poderia ser abandonado; no momento é o único método disponível para a biologia experimental, e sem dúvida continuará o ser usado até ter outra alternativa mais positiva.

O organicismo ou holismo recusam que os fenômenos da natureza possam ser reduzidos exclusivamente a leis físico-químicas, desde que elas não podem explicar a totalidade do fenômeno vital. Por outro lado reconhece a existência de sistemas hierarquicamente organizados, com propriedades que não podem ser entendidas por meio do estudo de partes isoladas, mas em sua totalidade e interdependência. De lá, o termo holismo, da palavra 'whole' (todo em inglês). Em cada nível, o total de energia é mais que a soma das partes, é um fator adicional que escapa a esta metodologia.

O organicismo foi desenvolvido debaixo de influências de diversos sistemas filosóficos, como os de Alfred North Whitehead e J. C. Smuts, a psicologia Gestalt, conceitos como os campos físicos e parte do mesmo vitalismo de Driesch.

“O organicismo trata os mesmos problemas que Driesch disse que eram insolúveis em termos mecanicistas, mas por enquanto ele propôs a enteléquia não física para explicar a totalidade e directividade dos organismos, os organicistas propuseram o conceito do campo morfogenético (ou embriônico ou de desenvolvimento)". (Sheldrake 1981)

O que é um campo morfogenético ?

"Os campos morfogenéticos ou campos mórficos são campos que levam informações, não energia, e são utilizáveis através do espaço e do tempo, sem perda alguma de intensidade depois de ter sido criado. Eles são campos não físicos que exercem influência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente. 

A teoria da causasão formativa é centrada em como as coisas tomam formas ou padrões de organização. Deste modo cobre a formação das galáxias, átomos, cristais, moléculas, plantas, animais, células, sociedades. Cobre todas as coisas que têm formas, padrões, estruturas ou propriedades auto organizativas.

Todas estas coisas são organizadas por si mesmas. Um átomo não tem que ser criado por algum agente externo, ele se organiza só. Uma molécula e um cristal não é organizado pelos seres humanos, peça por peça, se cristaliza, espontaneamente. Os animais crescem espontaneamente. Todas estas coisas são diferentes das máquinas que são artificialmente montadas pelos seres humanos.

Esta teoria trata sistemas naturais auto-organizados e a origem das formas. E eu assumo que a causa das formas é a influência de campos organizacionais, campos formativos que eu chamo de campos mórficos. A característica principal é que a forma das sociedades, idéias, cristais e moléculas dependem do modo em que tipos semelhantes foram organizado no passado. Há uma espécie de memória integrada nos campos mórficos de cada coisa organizada. Eu concebo as regularidades da natureza como hábitos, mas que por coisas governadas por leis matemáticas, eternas, que existem de algum modo fora da natureza "

Como funcionam os Campos Morfogeneticos?

Os campos morfogenéticos agem sobre a matéria impondo padrões restritivos em processos de energia cujos resultados são incertos ou probabilísticos.

Por exemplo, dentro de um determinado sistema um processo físico-químico pode seguir diversos caminhos possíveis. O que o sistema faz para optar para um deles? Do ponto de vista mecânico esta eleição estaria em função de diferentes variáveis físico química que influenciam no sistema: temperatura, pressão, substâncias presentes, polaridade, etc., cuja combinação decantaria o processo para um certo caminho. Se fosse possível controlar todas as variáveis em jogo, você poderia predizer um resultado final do processo. Porém, não é deste modo, mas o resultado final é sujeito ao acaso probabilístico, algo quantificável só por meio de análise estatística.

Muito bem, o Campo Morfogenético relacionado com o sistema reduzirá, consideravelmente, a amplitude probabilística do processo, levando o resultado em uma direção determinada.

"Os Campos Mórficos funcionam , tal como eu explico em meu livro, A Presença do Passado, modificando eventos probabilísticos. Quase toda a natureza é inerentemente caótica. Não é rigidamente determinada. A dinâmica das ondas, os padrões atmosféricos, o fluxo turbulento dos fluidos, o comportamento da chuva, todas estas coisas são corretamente incertas, como são os eventos quânticos na teoria quantica. Como, por exemplo, o declínio do átomo de urânio, você não é capaz de predizer se o átomo declinará hoje ou nos próximos 50.000 anos. É meramente estatístico, os Campos Mórficos funcionam modificando a probabilidade de eventos puramente aleatórios. Em vez de um grande aleatoriedade, de algum modo eles enfocam isto, de forma que certas coisas acontecem em vez de outras. É deste modo como eu acredito que eles funcionam ".

De onde vêm os Campos Morfogenéticos?

Um campo morfogenético não é uma estrutura inalterável mas que muda ao mesmo tempo, que muda o sistema com o qual esta associado. O campo morfogenético de uma samambaia tem a mesma estrutura que o os campos morfogenético de samambaias anteriores do mesmo tipo. Os campos morfogenéticos de todos os sistemas passados se fazem presentes para sistemas semelhantes e influenciam neles de forma acumulativa através do espaço e o tempo.

A palavra chave aqui é " hábito ", sendo o fator que origina os campos morfogenéticos. Através dos hábitos, os campos morfogenéticos vão variando sua estrutura; dando causa deste modo, às mudanças estruturais dos sistemas aos que estão associados.

Por exemplo, em uma floresta de coníferas é gerado o hábito de estender as raízes a mais profundidade para absorver mas nutrientes. O campo morfogenético da conífera, assimila e armazena esta informação, que é herdada não só por exemplares no seu entorno, mas também em florestas de coníferas em todo o planeta por efeitos da ressonância mórfica.

Experiências

De acordo com Sheldrake, um modo simples para demonstrar a existência dos campos morfogenéticos é criando um novo campo mórfico para logo observar seu desenvolvimento.

Novo Código Morse

O Dr. Arden Mahlberg , psicólogo de Wisconsin, tem realizado experimento que analisam a capacidade de duas pessoas para aprender 2 códigos Morse diferente. Um deles é o padrão clássico, e o segundo, inventado por ele, variando as sequências de pontos e linhas, de modo que fosse igualmente difícil (ou fácil) aprender o código. A pergunta é: é mais simples aprender o verdadeiro Morse, ou o que a pessoa inventou? O que milhões de pessoas já aprenderam? E a resposta, aparentemente, é que sim.

Ratos no labirinto

Esta é uma das primeiras experiências levado a cabo por Sheldrake e foi recapturado do tempo em que ele começou a considerar os campos morfogenéticos. Consiste em ensinar a um grupo de ratos uma certa aprendizagem, por exemplo, sair de um labirinto, em certo lugar, por exemplo: Londres, para logo observar a habilidade de outros ratos em outro lugar então, por exemplo, Nova Iorque, deixar o labirinto. Esta experiência já foi levada a cabo em numerosas ocasiões dando resultados muito positivos.

A TEORIA DA UNICIDADE DOS CAMPOS INTELIGENTES 

Acreditamos que Rupert Sheldrake esta no caminho certo, que esta trabalhando com os efeitos de causas desconhecidas. Estas causas se originam em áreas na qual nosso espectro visual e sensitivo físico não alcança. Consideramos determinados processos em uma ordem fractalizada, determinada por causas consistentes, em um âmbito não lineal e instável, desde o ponto de vista do efeito, sem considerar a inteligência suporte da manifestação do mesmo.

Segundo nossa pesquisa com uma variedade de campos energéticos visíveis em determinadas situações, de alteração de nível consciencial por parte do observador, estaríamos no meio de uma imensa malha energética, uma rede de partículas e ondas de energia, microfibras luminosas de um tecido energético que permite a comunicação não somente das formas de vida, como também, as formas estruturais atômicas em diferentes níveis vibratórios. Esta rede seria a responsável pela comunicação dos diferentes Campos Inteligentes que interagem com o homem, até agora de forma unilateral, ou seja, sem consciência da parte do homem. Consideramos que não existe auto organização causada por hábitos ou por padrões de comportamento.

O descobrimento desta rede ou armação energética permitirá um avanço considerável nas diferentes áreas das ciências. Considerando que não existe auto organização das formas, porém, a existência da rede não seria suficiente para ocasionar os efeitos dos campos mórficos de Sheldrake.

Existem diferentes níveis de estruturas inteligentes em tudo o que existe no Universo. Alcançamos uma estrutura inteligente, quando de algum modo interagimos com ela, seja com um cachorro ou com um bosque de coníferas. A diferença radica na geração da resposta a esse estímulo. Se agirmos com as coníferas (plantas), estas apresentarão um efeito diferente ao efeito evolutivo de ressonância com outras espécies similares no planeta.

Quando falamos de inteligência, falamos também de auto organização. Uma forma de vida não poderia se auto organizar se não existisse uma inteligência que suportasse energeticamente estas mudanças.

Onde radica então nosso problema?

Nosso problema principal radica na nossa falta de “visão”, na nossa falha em acessar níveis energéticos que estão fora do espectro eletromagnético conhecido, e na incapacidade de nos comunicar conscientemente com as estruturas inteligentes que formam parte de nosso universo. Isto só poderá ser feito quando nossos cientistas admitam que é necessária uma mudança radical na observação da vida neste planeta, quando eles puderem “sentir” que existe algo mais, e que esse sentir seja real, isso será capaz de alterar a própria consciência do observador. 

Juan Valdes  

Campos Mórficos: Rupert Sheldrake

sábado, 17 de março de 2012

Respirar é preciso!


"Com o tempo aprendi que respirar fundo e sorrir é a maneira mais fácil para melhorar a aparência.

A respiração é o primeiro movimento que fizemos ao nascer e o último ao morrer. E acabamos esquecendo disso!

A ansiedade aumenta e a respiração diminui.

Simples!

Para diminuir a ansiedade, o primordial é aumentar a nossa respiração, ampliando o nosso espaço interno e levando este ar para a região do abdomen.

Quanto mais curta e alta estiver a respiração, maior a ansiedade.

Basta observar, comparar a respiração com as ondas do mar.

Expiração - entrega...
Inspiração - recolhimento...

Durante este movimento, ocorre uma pequena pausa, como a onda que termina na areia!

Este movimento é gratuito, pode ser exercitado em qualquer lugar e nos faz voltar para dentro da nossa essência, onde encontramos tudo o que é verdadeiro."

Desconheço o autor

terça-feira, 13 de março de 2012

Ser Zen


Ser Zen não é ficar numa boa o tempo todo, de papo para o ar, achando tudo lindo sem fazer nada.
Ser zen é ser ativo.
É estar forte e decidido.
E caminhar com leveza, mas com certeza.
É auxiliar a quem precisa, no que precisa e não no que se idealiza.

Ser zen é ser simples.
Da simplicidade dos santos e dos sábios.
Que não precisam de nada.
Nada mais que o necessário.
Para o encontro, a comida, a cama, a diversão, o trabalho.

Ser zen é fluir com o fluir da vida.
Sem drama, sem complicação.
Na hora de comer come comendo, sem ver televisão, sem falar desnecessário.
Sente o sabor do alimento, a textura, o condimento
Sente a ternura (ou não) da mão que plantou e colheu, da terra que recebeu e alimentou, do sol que deu energia, da água que molhou, de todos os elementos que tornam possível um pequeno prato de comida à nossa frente.
Sente gratidão, não desperdiça.
Comer com alegria.
Para satisfazer a fome de todos os famintos.
Beber para satisfazer a sede de todos os sedentos.
Agradecendo e se lembrando de onde vem e para onde vai.
A chuva, o sol, o vento, o guarda, o policial, o bandido, o açougueiro, o juiz, a feiticeira, o padre, a arrumadeira, o bancário e o banqueiro, o servente e o garçom, a médica e o doutor, o enfermeiro e o doente, a doença e a saúde, a vida e a morte, a imensidão e o nada, o vazio e o cheio, o tudo e cada parte.

Ser zen é ser livre e saber os seus limites.
Ser zen é servir, é cuidar, é respeitar, compartilhar.
Ser zen é hospitalidade, é ternura, é acolhida.
Ser zen é o kyosaku - bastão de madeira sábia, que acorda sem ferir, que lembra deste momento, dos pés no chão como indígenas, sentindo a Terra-Mãe sustentando nossos sonhos, nossas fantasias, nossas dores, nossas alegrias.

Ser zen é morrer
Morrer para a dualidade, para o falso, a mentira, a iniqüidade.
Ser zen é renascer a cada instante.
Na flor, na semente, na barata, no bicho do livro na estante.
Ser zen é jamais esquecer de um gesto, de um olhar, de um carinho trocado no presente-futuro-­passado.

Ser zen é não carregar rancores, ódios, cismas nem terrores.
Ser zen é trocar pneu, as mãos sujas de graxa.
Ser zen é ser pedreiro, fazendo e refazendo casas.

Ser zen é ser simplesmente quem somos e nada mais.
É ser a respiração que respira em cada ação.
É fazer meditação, sentar-se para uma parede, olhar para si mesmo.
Encontrar suas várias faces, seus sorrisos, suas dores.
É entregar-se ao desconhecido aspecto do vazio.
Não ter medo do medo.
Não se fazer ou, se o fizer, assim o perceber e voltar.

Ser zen é voltar para o não-saber, pois não sabemos quase nada.
Não sabemos o começo, nem o meio, muito menos o fim. E tudo tem começo, meio e fim.
Ser zen é estar envolvido nos problemas da cidade, da rua, da comunidade.
É oferecer soluções, ter criatividade, sorrir dos erros, se desculpar e sempre procurar melhorar.
Ser zen é estar presente.
Aqui, neste mesmo lugar.
Respirando simplesmente, observando os pensamentos, memórias, aborrecimentos, alegrias e esperanças.
Quando? Agora, neste instante. É estar bem aqui onde quando se fala já se foi.
Tempo girando, correndo, passando, e nós passando com ele.
Sem separação.

Ser zen é Ser Tempo.
Ser zen é Ser Existência.

Por Monja Coen