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domingo, 14 de dezembro de 2014
Ave Maria pelo Natal
Hora solene, hora da Graça,
Na despedida de mais um dia;
Tudo se toca, se envolve e enlaça
Aos suaves toques da Ave-Maria.
O sol se esconde lá bem distante
E a natureza se emudece,
Cerrando os olhos por um instante,
Elevando a alma em terna prece.
Misterioso e divinal momento
De prece, meditação e amor;
Tudo se acalma, o instante é lento
Diante da obra do Criador.
Ave-Maria, hora da graça,
Ave-Maria, hora da luz,
Ave-Maria, Cheia de Graça,
Ave-Maria, que nos conduz.
N. Rogero
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Ó Deus salve o oratório...
Ó Deus salve o oratório
Ó Deus salve o oratório
Onde Deus fez a morada
Oiá, meu Deus,
onde Deus fez a morada,
oiá
Onde mora o calix bento
Onde mora o calix bento
E a hóstia consagrada
Óiá, meu Deus,
e a hóstia consagrada,
oiá
De Jessé nasceu a vara
De Jessé nasceu a vara
E da vara nasceu a flor
Oiá, meu Deus,
da vara nasceu a flor,
oiá
E da flor nasceu Maria
E da flor nasceu Maria
De Maria o Salvador
Oiá, meu Deus,
de Maria o Salvador,
oiá
Calix Bento
Milton Nascimento
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Atitude da alma de Maria (Antroposofia)
Na história da humanidade há uma figura, na qual a atitude e a mentalidade própria do Advento se nos defronta como que personificada: é Maria. Ela é o ser humano que pôde preparar o corpo para o Redentor que estava vindo. Para ele Maria estava de“boa esperança”, a espera advêntica para ela foi um fato corpóreo. Ela cuidou de germinar que devia vir á luz do mundo.
Mas Maria é também uma alma advêntica. Isto verifica com maravilhosa nitidez no evangelho de Lucas, o qual, aliás, é o evangelista de Maria. Aprofundar-se na questão da atitude da alma de Maria corresponde ao caráter da época de Advento.
Assim como Maria se tornou o envoltório protetor do menino Jesus, assim a época de advento quer ensinar ao homem a preparar sua alma para 'se+r' envoltório do Cristo.
Como deve ser minha alma para poder ter esperança de nela nascer o homem superior, o homem-espírito?
Como minha alma deve conduzir-se, como deve agir para que o“Filho do Homem” possa nela manifestar-se?
O que ela tem que fazer, como ela tem que ser para que o Filho de Deus possa nela revelar-se?
Olhar para a atitude da alma de Maria pode dar respostas a essas perguntas.
O evangelho de Lucas primeiro descreve a anunciação do nascimento de Jesus pelo anjo Gabriel.
Como o evangelho caracteriza a alma de Maria? O que ela faz? Como ela se conduz?
Dos dizeres do Evangelho (Cap.1, 29-38) depreendem-se os seguintes modos de conduta: Maria é:
- a que se assusta com a palavra ( ela fica confusa, atônica, perplexa)
- a que reflete sobre a palavra ( ela pondera, medita, pensa)
- a que pergunta ao anjo ( ela interpela o anjo)
- a que se submete á palavra do anjo ( ela se entrega á vontade de Deus)
A alma de Maria fica perplexa com a palavra do anjo. Ela se deixa tocar e abalar pela vivência supra-sensível, não permanece fria e fechada perante tal vivência. Ser inabalável nem sempre é uma virtude, pode indicar endurecimento e insensibilidade. Quem não se emociona com nada, não tem nem possibilidade de evoluir e nem futuro. Maria está aberta perante o mundo espiritual. Não traz couraça com torno da alma que a feche para o Espírito. Ela se expõe ás forças e aos seres supra-sensíveis, não lhe opõe resistência e reserva. Por isso o Espírito consegue penetrá-la, falar-lhe poderosamente. Inicialmente ela não estava á altura desse falar e nela prevalecia uma certa confusão, até mesmo medo.
Ela treme sob o bafejo do mundo divino. Ela é como um instrumento de cordas que sob a mão do tocador treme e vibra. Uma atitude contrária mostraria uma alma que diante da palavra do espírito permanece endurecida em si mesma, surda e não-receptiva. A alma de Maria pode ser abalada. Ela não permanece em preguiçosa apatia e insensibilidade. Depois que Maria, em certa camada de sua alma, superou o assustar-se, uma outra faculdade nela se faz valer: o pensar, a reflexão; ela (consigo) “refletiu, que saudação seria aquela”. Superando o sentimento de susto, passa a atuar a força do pensamento com a qual procura assimilar a vivência. Para além da alma que sente, entra em ação a alma pensante, a razão. A alma de Maria é também pensadora. Pensando, ela quer obter clareza sobre a vivência espiritual, pensando, ela quer dominar a confusão em que a colocou o encontro com o anjo. Ao fazê-lo, o anjo pode, então, revelar o nascimento do filho Jesus, que será chamado Filho do Altíssimo.
Em seguida, Maria ergue-se para uma ação arrojada. Ela ousa perguntar ao anjo: “Como pode ser isto, se não conheço homem algum?” (1,34). Podemos dizer que se tratou de uma audaciosa interpelação, pois foi necessária uma grande coragem e força interior, levantar-se para uma palavra própria diante do poderoso arcanjo. Maria consegue ter a força de alma de colocar uma questão de cognição no âmbito da vida supra-sensível. Ela não é das almas resignadas que acreditam em limites do conhecer, porém crê corajosamente que para a alma que pergunta possam fluir respostas do mundo dos espíritos, capazes de esclarecer e solucionar os enigmas da vida.
A alma de Maria crê no conhecimento. Perguntando audaciosamente, seu empenho cognitivo se dirige ao supra-sensível. Ela não pode permanecer parada com a simples anunciação do mundo espiritual, porém ousa perguntar como pode ser. Ela quer entender, quer saber, com humana força de consciência ela quer compreender como a palavra do anjo deve ser recebida e traduzir a relação do supra-sensível para o pensar humano. Ela não recebe a revelação com fé cega.
E o anjo atende e diz sim ao seu audacioso empenho por conhecer. Á sua pergunta ele responde: ”O Espírito Santo virá sobre ti...”. O Espírito Santo ilumina a sua alma que luta por consciência. Ele satisfaz seu anseio cognitivo, sua sede de saber.
Maria experimenta a verdade, que a satisfaz seu anseio cognitivo, sua sede de saber. Maria experimenta a verdade, que a satisfaz no fundo do seu íntimo: “Nenhuma palavra que vem de Deus será sem força” (1,37). Impulsos espirituais autênticos se impõem, alcançam sua meta. Segurar isto no íntimo denomina-se crer. Por isso, mais tarde Elisabeth exclama: ”E bem-aventurada é a que creu no cumprimento daquilo que lhe foi falado da parte do Senhor”, (1,45).Um impulso proveniente do Espírito encontrará conclusão, realização. Com esta verdade permeia-se totalmente a alma de Maria.
Assim que a vivência espiritual pôde, então, desembocar nas palavras de total submissão á vontade de Deus: “Maria porém disse: Vê, eu sou a serva do Senhor; aconteça a mim conforme a tua palavra”, (1,38). Não é uma submissão cega, pois sua alma obteve esclarecimento do mundo espiritual. Ela se une á vontade do Espírito, porque sabe. Profunda paz agora nela opera, mas essa paz, essa comunhão com a vontade divina foi antecedida por uma luta interior, por um drama íntimo.
Maria atravessou o susto, a reflexão, o perguntar, para finalmente unir-se nas profundezas íntimas com a vontade de Deus, expressa pela palavra do anjo. Ela se mostrou: abalável, pensativa, crente na cognição, submissa a Deus.
Com estas quatro faculdades a alma de Maria é, também, modelo para o homem de atualidade. São forças de Advento. Se as nutrirmos e cuidarmos, farão da nossa alma a morada d’Aquele que vem.
Willi Nuesch
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Poema: Numa Manjedoura
A estrela apontava
Que rumo seguir
Lá estava o Salvador
Nasceu numa manjedoura,
Com muito carinho e afeto
Recebeu a visita dos Reis Magos
Os seus pais Maria e José
Ela, dona de casa
Ele, carpinteiro
Veio assim o Menino
Que deram o nome JESUS
Chamado O Nazareno
Aos doze anos
Pregava nas sinagogas
A pedagogia do Amor
Aos doutores, aos sábios,
Aos humildes e a todos
Todos que o escutasse.
Apenas o que
O ensinara
"Amai-vos uns aos outros como eu vós amei"
Essa era a vontade do Pai.
Mas os homens O sacrificaram
Numa Cruz de madeira foi pregado
Apenas porque queria
Tirar o pecado do Mundo
E o seu nome era Jesus de Nazaré.
Permita que Ele adentre a vossa casa
O abrigue no coração
Essa é a melhor lição.
Luiza Maria da Silva Pinto Moura
Belo Jardim (PE) Brasil
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Poesia: Natal é tempo...
"Natal é tempo... de dar um toque na vida
com as cores da esperança,
da fé, da paz e do amor.
Também é tempo de preparar,
em nosso coração e em nosso lar,
um espaço para acolher
as sublimes lições da Sagrada Família de Nazaré
e aceitar as inevitáveis surpresas da vida.
Natal é tempo... de olhar para o céu,
encantarmo-nos com a luz das estrelas
e seguir a estrela-guia.
É tempo abençoado de dar mais atenção
à criança que mora em cada um de nós
e às que encontramos em nosso peregrinar,
à procura do caminho
que nos leva ao Deus-Menino.
Natal é tempo... de mais uma vez ouvir,
acolher e repetir
a mensagem alegre dos Anjos de Deus.
É tempo de acalentar sonhos de harmonia e paz
e, olhando para os “anjos aqui na Terra”,
dar a nossa contribuição,
para tornar este nosso espaço
um pouco mais parecido com o Céu.
Natal é tempo... de contemplar
o Menino Jesus e Sua Mãe
e envolvermo-nos em silêncio orante.
É tempo de agradecer as manifestações de Deus
e deixarmo-nos extasiar por esse Divino Amor que,
na fragilidade de uma Criança,
nos braços de Maria,
veio iluminar nossa fé.
Natal é tempo... de olhar para o mundo,
alimentar a chama do amor
e apreciar o milagre da vida.
É tempo de seguir com atenção e humildade
os passos dos pastores
e os daqueles que têm coração simples
e, em gestos de ternura,
sintonizar mentes e aconchegar corações.
Natal é tempo... de pensar no irmão próximo e distante
e de colaborar para o renascer do amor.
É tempo de, amorosamente,
recompor a vida,
perdoar e abraçar,
com a ternura e a misericórdia do Coração de Deus,
os registros de nossa infância
e dos anos que já vivemos.
Na jubilosa esperança do Natal de Jesus Cristo,
estejamos atentos para perceber
e realizar o bem que estiver ao nosso alcance
e sermos um compreensível eco da mensagem de paz
daquela noite em que,
gerado por obra do Espírito Santo,
de Maria nasceu o Salvador."
Desejo-lhe um natal maravilhoso, meu amigo!
Autor Desconhecido
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Poeminha de Natal
Desde os tempos mais remotos
Diziam as profecias
Que viria a este mundo
O esperado Messias.
Num pequeno povoado,
Lá longe, no Oriente,
Por um anjo anunciado
Ele estaria com a gente.
A jovem abençoada,
Que se chamava Maria
Foi então a escolhida
Pra nos dar essa alegria.
Fruto do amor divino,
Nasceu num rastro de luz
Esse lindo Deus-menino
A quem se chamou Jesus.
Ele veio pra mostrar
O Seu exemplo ao mundo:
Da humildade, do perdão
E do amor mais profundo.
Nesta época de Natal
Vamos celebrar bastante,
Mas nos lembrarmos primeiro
Do Aniversariante!
Quem nos guia, nos conduz...
Parabéns, Menino Jesus!!
Oriza Martins
sábado, 1 de dezembro de 2012
Cantiga dos Pastores
À meia noite no pasto,
guardando nossas vaquinhas,
um grande clarão no céu
guiou-nos a esta lapinha.
Achamos este Menino
entre Maria e José,
um menino tão formoso,
precisa dizer quem é?
Seu nome santo é Jesus,
Filho de Deus muito amado,
em sua caminha de cocho
dormia bem sossegado.
Adoramos o Menino
nascido em tanta pobreza
e lhe oferecemos presentes
de nossa pobre riqueza:
a nossa manta de pele,
o nosso gorro de lã,
nossa faquinha amolada,
o nosso chá de hortelã.
Os anjos cantavam hinos
cheios de vivas e améns.
A alegria era tão grande
e nós cantamos também:
Que noite bonita é esta
em que a vida fica mansa,
em que tudo vira festa
e o mundo inteiro descansa?
Esta é uma noite encantada,
nunca assim aconteceu,
os galos todos saudando:
O Menino Jesus nasceu!
Adélia Prado
Texto extraído do suplemento Folhinha,
Jornal Folha de São Paulo, edição de 25/12/99
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Oração à Nossa Senhora Aparecida
Mãe querida Nossa Senhora Aparecida,
Vós que nos amais e nos guiais todos os dias,
vós que sois a mais bela das Mães,
a quem eu amo de todo o meu coração.
Eu vos peço mais uma vez
que me ajudes a alcançar uma graça.
Sei que me ajudarás
e sei que me acompanharás sempre,
até a hora da minha morte.
Reze 3 dias seguidos esta oração e alcançarás a graça.
Em caso extremo fazer em 3 horas.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Mãe Terra / Deusa Mãe
"Terra, Divina Mãe, que gera todos os seres e cria todas as coisas, cuja influência desperta, acalenta e adormece a natureza. Mãe que fornece a nutrição da vida e a protege com um abraço sustentador. Mãe amorosa que recebe o corpo do homem quando o seu espírito se afasta, chamada com razão a Grande Mãe, fonte de poder de deuses e mortais, indispensável para tudo o que nasce ou morre. Senhora, Mãe , Deusa eu A reverencio e invoco Seu sagrado nome para abençoar a minha vida, lhe agradeço pelas dádivas e por me receber no fim da minha jornada!" Prece inglesa do século XII
A reverência da Terra como Deusa Mãe era um costume universal e ancestral, tendo sido encontrado em todas as antigas civilizações e culturas, que A invocavam por nomes específicos e cultuavam de maneiras diversas.
O historiador romano Tácito afirmou nos seus livros que as tribos européias consideravam a Mãe Terra como uma divindade toda abrangente, a que todos os seres humanos, sobrenaturais e divinos obedeciam. O conceito de uma Mãe Terra foi definido pelos gregos, cujo poeta Hesíodo chamou a Terra de Gaia ou Gea, a Deusa com amplos seios, morada segura para todos os seres, que depois de emergir do caos primordial, criou o céu, Urano, e junto com ele procriou os Titãs, as montanhas e florestas, os campos, mares, rios e todos os seres vivos. Os romanos a chamaram de Tellus ou Terra Mater, a Grande Mãe, criadora dos homens, da natureza e dos animais.
A Terra tanto dava a vida, como propiciava e acolhia a morte, por isso os povos antigos da Ásia, África e América consideravam os enterros ritos de plantio, o espírito sendo regenerado no ventre da terra e depois renascendo em um corpo de mulher. Os nativos norte-americanos acreditavam que os seres humanos e os animais emergiam das aberturas no corpo da Mãe Terra, pois era no seu ventre que eles eram gerados. A doutrina central da religião ameríndia era a reencarnação em um novo corpo do espírito criado pela Mãe Terra, que por isso deveria ser respeitada, honrada e cuidada. Pinturas rupestres da Austrália e lendas dos nativos norte-americanos representam a Mãe Terra parindo os primeiros seres ancestrais, que saiam do Seu ventre ctônico pelas aberturas no solo como grutas e fendas. Na Índia os sacerdotes hindus falavam para os mortos se deixarem cobrir pela terra como se fossem crianças acolchoadas pelo manto materno, silencioso, escuro e macio.
Os filósofos romanos atribuíam à Mãe Terra o misterioso poder que despertava e sustentava a vida, tudo vindo Dela e a Ela retornando, pois ela era o começo e o fim, o nascimento e a morte. Preces romanas do século III pediam à Mãe Terra que recebesse o corpo quando a alma dele se retirasse e enquanto vivo, que o nutrisse e protegesse. Mesmo séculos mais tarde, nos túmulos cristãos da Alemanha se lia:”aqui jaz no ventre de Erda (a Mãe Terra) o corpo de....”; até o século XII os camponeses europeus continuavam invocando as bênçãos da Mãe Terra nos plantios, para que as colheitas fossem protegidas e abundantes e nas construções, para que elas durassem.
Para os povos eslavos Mayca Vlazna Zemlja ou Mati Syra Zemia (A úmida Mãe Terra) era a mais antiga e importante divindade, reverenciada até o século X - mesmo depois da cristianização - e descrita como a força doadora da vida, responsável pela fertilidade, reprodução humana e animal e pela abundância da natureza. Seu culto era muito antigo e Ela jamais foi personificada por uma figura humana, mas reverenciada como a própria terra. Seu animal sagrado era a vaca, por terem em comum a fertilidade e a abundância da nutrição. Os camponeses se dirigiam diretamente à Mãe Terra, sem precisarem da intermediação de sacerdotes ou padres e tinham por ela um profundo respeito, amor e gratidão, pedindo suas bênçãos para plantios, suas casas, crianças e animais. Era invocada como conselheira, protetora, testemunha e juíza nas disputas de terras e propriedades e era em Seu nome que eram feitos os juramentos (engolindo um pouco de terra) e abençoados os noivos (colocando um pedaço de terra sobre suas cabeças). Após a cristianização, o seu culto persistiu alguns séculos até que aos poucos, Seus atributos e qualidades foram atribuídos para a Virgem Maria e manifestados nas mulheres.
Os povos bálticos acreditavam que o mundo e a vida eram manifestações de uma força sagrada que tudo permeava e que existia em todos os seres, animados ou não, sendo a fonte do universo e da existência e que era reverenciada como a Grande Mãe sob diversos nomes como Zemyna, Laima, Gabija. Apesar da perseguição cristã, as antigas tradições pagãs que cultuavam a Mãe Divina –cósmica e telúrica - continuaram ocultas em lendas, canções (chamadas dainas) e costumes populares mantidos pelas mulheres.
Na Rússia, em lugar de usar a bíblia para juramentos, os camponeses colocavam terra sobre suas cabeças invocando a Mãe Terra como testemunha. As boas vindas para os visitantes eram acompanhadas do tradicional prato de pão com sal (produtos da terra) e continuam até hoje, porém desprovidas do seu antigo significado sagrado.
Na antiga Grécia os mitos contam como até mesmo os deuses olímpicos invocavam Gea ou Rhea, a mais antiga das divindades, para testemunhar e selar juramentos e pactos, sabendo que todos os seres vivos eram sujeitos às Suas leis.
“Lar“ e “mãe” eram noções idênticas para os povos antigos, que as uniram na imagem de uma deusa Senhora da Terra; eles acreditavam que deviam ser enterrados no solo onde nasceram e viveram e se recusavam abandonar suas terras mesmo perante as invasões inimigas ou em situações de calamidades. Se por acaso estivessem longe da terra natal e sentissem a proximidade da morte, voltavam o mais rápido possível.
Em certos lugares nos Bálcãs, o encontro post-mortem dos homens com a Mãe era visto como um casamento, a morte sendo um rito sagrado de união com a terra e por isso os mortos eram vestidos como noivos que iam ser recebidos no leito da Mãe Negra.
A imagem arquetípica do casamento com a terra teve uma estranha interpretação na Renascença, com a aparição da pornotopia, poemas vitorianos em que o autor reduzido a um inseto ou ser minúsculo, percorria minuciosamente o corpo feminino descrito como uma paisagem, com vales sinuosos, colinas atraentes, bosques, córregos e uma misteriosa e aveludada gruta avermelhada, em cujo interior era experimentado o êxtase sublime. Este tipo de manifestação artística foi interpretado posteriormente como uma carência espiritual ligada à negação da Mãe Terra no simbolismo religioso e à repressão sexual pelo puritanismo vitoriano.
A gruta é uma associação universal com o ventre da Mãe Terra, local simbólico de nascimento e regeneração; a palavra sânscrita garbha significava “santuário” e “ventre”. Os locais sagrados hindus eram as grutas, representando a yoni da Grande Mãe e nelas foram criados altares para peregrinações e oferendas, muitas delas tornando-se moradas dos eremitas e mestres espirituais.
Nos templos etruscos e romanos existiam câmaras subterrâneas chamadas mundus, termo equivalente a ”terra” e “ventre”. Rhea era a Mãe Terra cretense, criadora de toda a vida, que tinha surgido da gruta uterina do Monte Dikte, onde ela deu à luz a Zeus, que depois foi aclamado como o Pai dos deuses olímpicos.
Mesmo com o advento do cristianismo o culto das grutas continuou com os rituais nelas celebrados. Por não ter sido possível extinguir a reverência às grutas, a igreja passou a usar motivos nelas inspirados para a construção das criptas e câmaras subterrâneas nas igrejas e catedrais. Inspiradas nas antigas lendas dos casamentos sagrados e na conexão com a terra, após a desaparição dos cultos pagãos, as grutas passaram a servir como alcovas de amor nos encontros dos casais e muitas delas foram nomeadas em homenagem a Afrodite como sendo a sua padroeira. As fontes curativas da Europa nasciam nos antigos locais sagrados das deusas pagãs ou nas grutas consideradas portais de acesso para o ventre da Mãe Terra, e por isso foram destinadas para a regeneração e cura, bem como para comunicação com o mundo ancestral e os seres sobrenaturais.
Os nossos ancestrais viviam em grutas e nelas foram encontrados os mais antigos achados arqueológicos e antropológicos datados de 700.000 anos, assim como indícios do uso mágico do fogo para proteção, como comprovam as pesquisas feitas na gruta de Petralona no Norte da Grécia. A partir de 40.000 a.C. existiram altares dedicados à Mãe Ursa, a mais antiga representação da Senhora dos Animais e inúmeras pinturas de animais nas paredes, que depois foram substituídos pelos desenhos mais rebuscados de cenas de caça, luta e danças rituais, mulheres grávidas ou parindo. As inscrições rupestres comprovam a sacralidade das grutas do período paleolítico e neolítico e, mesmo antes das figuras de mulheres apareceram nos desenhos, a sua presença era indicada por animais prenhes, mãos, barcos, inúmeras reproduções de seios aproveitando as formações das rochas, triângulos púbicos e ferraduras invertidas (símbolos universais da vulva), pintados com ocre vermelho. Foram encontradas figuras femininas grávidas esculpidas na entrada das grutas ou estatuetas sem rosto, mas com traços bem elaborados como as famosas Vênus das grutas de Willendorf, Laussel e d’Aurignac, com seios, vulvas, ventres proeminentes e símbolos lunares, revelando a sua conexão com fertilidade, vida e abundância. Em muitas grutas foram encontradas além das figuras femininas ossadas humanas pintadas de vermelho e em posição fetal, demonstrando a função complementar das grutas como locais de nascimento e morte, os moribundos sendo levados para o mesmo lugar onde tinham nascido. Outras grutas eram usadas para rituais de celebração e ritos de passagem, conforme se deduz dos achados e inscrições encontradas nas grutas de Peche Merle e Madeleine na França.
O mais antigo culto europeu era do urso, comprovado pelos crânios arrumados de forma cerimonial e cercados por círculos de pedras nas grutas da Suíça, onde se originou o culto de Dea Artio, a “Mãe Ursa”, senhora da caça e da proteção das florestas, equivalente ancestral de Ártemis e Diana como Potnia Theron, a “Mãe dos Animais”, associada aos nascimentos e à proteção dos recém-nascidos. Nos países eslavos as anciãs colocavam os recém nascidos sobre peles de urso e pediam a proteção das deusas correspondentes: Devana, Dziewona e Diwica. Talvez este culto se devesse à semelhança do esqueleto do urso com o humano e ao seu andar em duas patas, atribuindo-lhe o papel de mediador entre o mundo humano, animal e espiritual, sendo que, em algumas culturas antigas, o urso era o guardião ou totem do clã, dando assim origem ao culto da “Mãe Ursa”. Estatuetas de ursos em barro e imagens gravadas nas paredes foram achadas nas grutas de Creta, em uma delas sendo erguida uma capela cristã para Maria na sua representação de Panatya Arkoudiotissa, a ”Mãe Ursa”.
Reproduções de grutas foram encontradas nas “câmaras de incubação de sonhos” dos antigos templos de Mesopotâmia, China, Egito e Europa, a mais famosa sendo a de Creta, o Hypogeum, datado de 5000 a.C. e tendo uma câmara circular com um estrado de pedra em que se deitava a sacerdotisa oracular, conforme comprovam as estatuetas “da Senhora adormecida”. Dormir no ventre da Mãe Terra era um método ancestral de cura, com recebimento de mensagens sobrenaturais ou de sonhos (interpretados depois pelos sacerdotes) ou um rito de passagem, em que os doentes permaneciam deitados à espera da cura, da vida ou da morte. Estes antigos rituais foram comprovados nos templos das ilhas de Malta e Gozo, onde os peregrinos passavam por experiências profundas ao se conectar com a Mãe Terra, os espíritos sobrenaturais e os ancestrais.
As grutas continuam sendo lugares poderosos para nos conectarmos com a Mãe Terra, mergulhar nas memórias subconscientes e nos deslocar para os mundos sutis, em busca de mensagens, sonhos reveladores, cura e regeneração. Reverenciar o princípio sagrado da Terra nos auxilia na conexão com a beleza e a magia da natureza e com todos os seres da criação, nossos irmãos. Reconhecer a Natureza como a nossa Mãe, nos permite expandir o respeito e os cuidados com o meio-ambiente, a busca do nosso alinhamento energético e espiritual e uma maior e permanente parceria em lugar da atual competição, poluição e profanação do corpo sagrado da nossa Mãe Terra, primordial e eterna.
Mirela Faur
Fonte:
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Os 3 Reis Magos
Já os três reis são chegados
À lapinha de Belém
A adorar o Deus Menino
Nos braços da Virgem Mãe.
Os três reis do Oriente
Vieram com grande cuidado
Visitar o Deus Menino
Por uma estrela guiados.
A linda estrela os guiou
Até à sua cabaninha
Onde estava o Deus Menino
Deitadinho na palhinha.
Venho dar as Boas Festas
As Boas Festas d' Alegria
Que vos manda o Rei da Glória
Filho da Virgem Maria.
domingo, 25 de dezembro de 2011
Nasceu Jesus, o Cristo!
![]() |
A Virgem e a Criança, Adolphe-William Bouguereau, 1888 |
O evangelista Lucas, no Capítulo 2, narra o nascimento de Jesus.
Com nossos olhos da alma enxergamos a jovem mãe de uma beleza e uma pureza virginal que Rafael pintou em suas “Madonas”, com a criança na manjedoura; e os pastores no campo sob um céu estrelado guardando seu rebanho. Enxergamos o anjo revestido de esplendor divino, que lhes anuncia que nasceu o Salvador; e de súbito todo o coro celestial entoando o hino: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!”
A cada noite de Natal lembramo-nos assim do nascimento de Jesus e renovamos no nosso foro íntimo os votos de um amor mais caloroso a todos os nossos próximos.
Podemos, porém, alargar nossa visão. Podemos divisar a linda criança 33 anos depois sendo homem adulto, que padece a morte na cruz, renegado pelos dirigentes do seu povo. E podemos lembrar-nos que os Evangelhos nos narram que de forma inaudita e misteriosa Jesus, morto, ressurgiu do túmulo, aparecendo em seguida durante quarenta dias aos seus discípulos.
É aí que surge hoje a pergunta: quem afinal é aquela pessoa tão extraordinária sobre cujo túmulo se originava uma nova religião? E como podemos entender aquele mistério da ressurreição?
Houveram outros homens que viveram uma vida exemplar tais como Gauthama Budha e Sócrates. Outros houveram que conseguiram curas milagrosas e outros “milagres”. Ainda outros inocentes foram e diariamente estão sendo cruelmente torturados e mortos. O que então é o peculiar que nos conduz a chamar a Jesus de Nazaré, o Cristo, o salvador do mundo? Particularmente em um mundo como o de hoje, que se encontra mais distante do que nunca da paz, da harmonia e do amor?
Para compreendermos esse grande mistério devemos voltar nossos pensamentos às origens do mundo e da humanidade.
Conta-nos o Velho Testamento, em forma de grandes imagens, que Adão e Eva, os primeiros homens, saíram primorosos das mãos da Divindade. Porém, sucumbiram à sedução do tentador e perderam a inocência, tornando-se mortais. Nos milênios que se seguiram, a humanidade, na qual havia entrado o germe do egoísmo, desceu degraus até chegar, sob o Império Romano, na época de sua decadência, ao cúmulo da depravação.
Se a humanidade não deveria perder por completo seu caminho e até sua própria identidade, então, tornava-se necessário um novo ato da divina providência.
Mas como? Não havia esse Ser Supremo mesmo posto um limite à sua onipotência em relação aos homens? Não havia Ele dotado os homens da faculdade de discernimento do bem e do mal quando não impediu que comessem da “árvore da ciência do bem e do mal”? E não os havia dotado de liberdade de agir de acordo com sua cognição? Não havia Ele desta maneira abdicado de interferir diretamente no destino dos homens? A própria pergunta encerra a resposta.
O que então fez a Divindade para salvar os homens? Encarnou-se num ser humano, encarnou-se em Jesus de Nazaré (durante o ato do batismo no rio Jordão por João Batista). Compenetrado pelo Divino tornou-se Jesus o “Filho de Deus”; mas, ao mesmo tempo, nascido do ventre de uma mulher, era também o “Filho do Homem”. Contrário a Adão, soube resistir à tentação pelo Diabo, recusando no deserto as suas promessas. Deus e homem em uma mesma pessoa, padeceu, tornando-se naquele de quem Isaías (53,3-4) havia profetizado: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido e oprimido por Deus….”
Podemos perguntar: será que tudo isto por si só justificaria chamar Jesus de o salvador do mundo? A resposta só pode ser: não! Algo mais teve que acontecer para atribuir-lhe esta qualificação .
Esse algo mais é o fenômeno da ressurreição.
Como podemos explicar este fenômeno, já que é impensável que o Supremo ser infringisse uma lei natural por Ele mesmo posto, tornando um morto vivo? Seria algo que poderíamos chamar de “a impossibilidade do onipotente”? Tentemos explicar do que se trata na realidade.
Cada corpo de um ente vivo é produzido por energias, por forças físicas por si só invisíveis, mas que se tornam visíveis no momento em que assumem substâncias materiais, compenetrando-as e amalgamando-as consigo. Uma vez que um corpo humano formado dessa maneira sucumbe à morte, ele se decompõe e aquelas forças que haviam constituído o corpo físico de uma pessoa não se dissiparam depois de sua morte, mas conservaram-se coesas tais quais eram enquanto Jesus vivia, guardando inclusive seu semblante.
Foi nesta forma que Jesus, em uma corporalidade física porém não material, apareceu aos seus discípulos. Foi nesta forma que, através da convivência com Ele, eles haviam adquirido um novo órgão para perceber o invisível e o intocável . Essa conglomeração de forças, essa 'gestalt' ficou preservada e presente no mundo supra-sensível através dos séculos qual um núcleo poderoso cuja força irradiante pode ser transmitida a todos que, em um estado de meditação , tornam-se receptíveis a ela.
Colocar-se nesse estado de receptividade e obter assim a força e o impulso de seguir os preceitos do mestre chama-se hoje: ser cristão, obter a salvação.
Admitimos que se trata de um grande mistério que não pode ser vivenciado exclusivamente aplicando-se o raciocínio lógico. Mas, conscientizemo-nos que somos dotados não somente de um intelecto, e sim de outras poderosas faculdades da alma que precisamos evocar e cultivar para alcançar algo dos grandes mistérios da existência humana e do mundo.
Fonte:
festas cristãs
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