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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Conto Compras de Natal


São as cestinhas forradas de seda, 
as caixas transparentes os estojos, 
os papéis de embrulho com desenhos inesperados, 
os barbantes, atilhos, fitas, 
o que na verdade oferecemos 
aos parentes e amigos. 
Pagamos por essa graça delicada da ilusão. 
E logo tudo se esvai, 
por entre sorrisos e alegrias. 
Durável...
apenas o Meninozinho nas suas palhas, 
a olhar para este mundo. 

Cecília Meireles

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Conto A Primeira Árvore de Natal (Antroposofia)



Em Nazaré, aquela região tranquila em que crescia o Menino Jesus, vivia uma pobre mulher.

Deus havia lhe presenteado com sete filhinhos, mas não havia pão suficiente para alimentá-los. A fome era hóspede constante naquela casa.

O pai já estava debaixo da terra e o trabalho das mãos da mãe não bastava para encher as sete barriguinhas.

Mas Deus não abandona os Seus. Enviou-lhes seu próprio Filho, o Menino Jesus, que muitas vezes brincava com as crianças.

E quando ficavam cansados de correr e brincar, Jesus levava o grupinho para sua casa.

Mãe Maria, então, esquentava leite, uma grande jarra cheinha, cortava uma montanha de fatias de pão e passava manteiga e mel nelas.

E as crianças famintas avançavam alegres a conquistar aquela montanha e depois voltavam felizes e satisfeitas com a sua mãezinha.

O pequeno Menino Jesus havia completado sete anos.

Mãe Maria não havia deixado passar esse dia sem ter realizado muitos desejos de seu querido filho.

Quando Jesus, durante a noite, cansado e feliz, deitado na sua caminha, relembrava os grandes acontecimentos de seu sétimo aniversário, pensou de repente nos seus amiguinhos pobres, que com certeza nunca haviam recebido um presente no seu aniversário.

Quietinho saiu de sua cama, chamou os seus sete anjinhos, pegou seus mais lindos brinquedos e de camisola pôs-se em direção a cabana no outro fim da aldeia, onde moravam as crianças pobres.

E mandou o primeiro anjinho à arvorezinha milagrosa chamada “Sacuda-te” buscar seus frutos que eram lindas roupinhas, vestidos, sapatos e meias quentinhas.

O segundo anjinho foi enviado para buscar guloseimas no “País Doce”, outro teve que trazer frutas deliciosas do Jardim do Paraíso, o quarto foi buscar estrelinhas douradas da Via Láctea, e assim cada anjinho recebeu sua tarefa e sua encomenda.

E chegaram finalmente, carregados com seus tesouros, à casinha da viúva.

Tudo estava escuro e silencioso.

No jardim pequeno em frente da casinha havia entre canteiros de batatas e algumas flores, um pequeno cedrinho solitário, plantado para servir de repouso aos pássaros.

Nos seus galhos o Menino Jesus pendurou todos aqueles belos presentes, que Ele e seus anjinhos haviam carregado até lá.

E os anjinhos ajudaram, pondo os mais lindos enfeites nos galhos mais altos que o Menino não alcançava.

Às vezes um fio de cabelo angelical dourado ficava preso nos galhos verdes iluminando aquelas maravilhas todas.

Em cada galho e galhinho havia algo, uma maçã, um sapatinho, uma noz que havia ficado dourada ao encostar na asa de um anjo, um brinquedo, uma blusinha, um doce ou até uma estrelinha brilhante.

Tendo pendurado o último presente na árvore, Jesus afastou-se silenciosamente, despediu os anjos prestativos, agradecendo-lhes a ajuda e deitou-se na sua caminha, feliz da vida.

Imaginem a alegria das crianças pobres ao ver na manhã seguinte aquela estranha árvore em frente da sua casa.

Pegaram-se pelas mãos e dançaram em volta da arvorezinha milagrosa.

Mais feliz ainda estava Jesus, e ficou tão contente com sua boa idéia, que decidiu fazer o mesmo em cada aniversário seu: dar essa alegria a muitas crianças, se possível, a todas as crianças do mundo.

Assim o dia de Natal transformou-se na festa mais abençoada do ano, e não há outro dia em que haja mais rostos felizes e corações alegres.

Mesmo o homem mais pobre tem sua árvore de Natal, por mais humilde e pequena que seja, e alguma bondosa pessoa, de perto ou de longe, terá para ele um presente, para que a felicidade não deixe de existir no mundo.

Essa é a história da primeira árvore de Natal.

FELIZ NATAL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

FELIZ !!!!!!!!!!!!!!!!!!


Fonte:
Contos para o Advento e Natal
Noite de Luz - Volume 2
Karin E. Stasch

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Lenda Árabe


Diz uma linda lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e em um determinado ponto da viagem, discutiram. 

O outro ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia:

-"Hoje meu melhor amigo me bateu no rosto".

No entanto seguiram viagem e chegaram a um oásis, onde resolveram banhar-se, o que havia sido esbofeteado, começou a afogar-se, porém foi salvo pelo amigo, ao se recuperar começou a escrever numa pedra:

-"Hoje meu melhor amigo salvou minha vida".

Intrigado o amigo perguntou:

- Por que depois que ti bati você escreveu na areia, e agora escreveu na pedra?

Sorrindo o outro amigo respondeu:

- Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia, onde os ventos do esquecimento e do perdão se encarregam de tudo apagar, porém, quando o amigo nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra do coração, onde vento nenhum do mundo pode apagar.

sábado, 29 de setembro de 2012

Lenda da Bulgaria: Micael / Michael / Arcanjo Miguel e o Mal




E Satanael viu que todos os anjos veneraram e louvaram a Deus, o Senhor.
Preso de inveja ele decidiu igualar-se a Deus.

Em seu orgulho pensou: “Meu trono estará nas nuvens do céu e serei venerado como Deus”.

O Senhor, adivinhando seus pensamentos, enviou o Arcanjo Michael para que o afastasse dos Céus. Mas Satanás o atacou chamuscando-o com seu fogo. Disse Michael para Deus: “Fiz como ordenaste, mas Satanás me queimou com fogo”. Então aumentou Deus o poder de Michael, e seu nome, que antes era Micha, desde esse momento se tornou Michael.

Satanael passou a se chamar Satanás. E ordenou Deus que Michael com o cetro divino tocasse Satanás no ombro e o atirasse fora dos Céus e com todo o seu séquito do mal. Porém, Michael ainda assim não conseguiu acercar-se do trono de Satanás, por causa do fogo que emanava dele. Então, criando coragem bateu com toda força no ombro de Satanás com o cetro de Deus e o afastou dos Céus, juntamente com seu séquito do mal.

Os adeptos de Satanás voaram durante três noites e três dias pelos ares como gotas de chuva. E no terceiro dia reuniram-se os anjos dos Céus, e Deus nomeou Míchael como chefe dos exércitos celestiais. 

E os portais do Céu foram fechados, mas os anjos caídos foram deixados de fora. Muitos ficaram presos nas rochas ou caíram nos abismos, outros ficaram no ar e ainda outros chegaram a Terra para aliciar os homens, cada um à sua maneira, e até hoje estão aí.

Lenda da Bulgaria

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Há muito tempo atrás...


Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas sentados em frente ao quintal dela.

Ela não os reconheceu, e então perguntou:
Acho que os conheço, mas devem estar com fome. Por favor, entrem e comam algo.

- O homem da casa está? Perguntaram.

- Não, ela disse, está fora.

- Então não podemos entrar.

À noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu.

- Vá diga que estou em casa e convide-os a entrar.

- Não podemos entrar juntos. Responderam.

- Porque isto? Ela quis saber?

Um dos velhos explicou-lhe:

- Seu nome é fartura. Ele disse apontando um dos seus amigos e mostrando o outro, falou:

- Ele é o sucesso e eu sou o amor. - agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa. A mulher entrou e falou ao seu marido o que foi dito. Ele ficou arrebatado e disse:

- Nesse caso vamos convidar a fartura. Deixe-o vir e encher a nossa casa de fartura. A esposa discordou:

- Meu querido, porque não convidamos o sucesso? A cunhada deles ouvia no outro canto da casa, e sugeriu:

- Não seria melhor convidar o amor?

- Atentamos pelo conselho da nossa cunhada - Disse o marido para esposa.

- Vá lá fora e chame o amor para ser nosso convidado.

A mulher saiu e perguntou aos três homens:

- Qual de vocês é o amor? Por favor, entre e seja nosso convidado.

O amor levantou-se e seguiu em direção a casa. Os outros dois levantaram-se e seguiram-no. 

Surpresa a senhora perguntou-lhes:

- Apenas convidei o amor, porque vocês entraram? Os velhos homens responderam:

- Se você convidasse a fartura ou o sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas se você convidar o amor, onde ele for iremos com ele. Onde há amor, há também fartura e sucesso!

Autor Desconhecido

sábado, 8 de setembro de 2012

Lenda Chinesa


Há muito tempo, na China, a jovem Lírio se casou e foi viver com o marido e a sogra.

Depois de alguns dias, Lírio passou a não se entender com a sogra, que só a criticava. De acordo com a antiga tradição chinesa, a nora tinha que se curvar à sogra e obedecê-la em tudo. Lírio, já não suportando mais conviver com a sogra, decidiu tomar uma atitude e foi visitar um amigo de seu pai.

Depois de ouvi-la, ele pegou um pacote de ervas e lhe disse:- Vou lhe dar várias ervas que irão lentamente envenenando sua sogra.

Você não poderá usá-las de uma só vez para se libertar dela, porque isso causaria suspeita.

- A cada dois dias ponha um pouco destas ervas na comida dela e para ter certeza de que ninguém suspeitará de você quando ela morrer, você deve agir de forma muito amigável.

- Não discuta e ajudar a resolver seu problema, mas você tem que seguir todas as instruções que eu lhe der.

Lírio respondeu:- Sim, Sr. Huang, eu farei de tudo o que o senhor me pediu. 

Lírio ficou muito contente, agradeceu ao Sr. Huang e voltou apressada para casa para começar o projeto de assassinar sua sogra.

Semanas se passaram e a cada dois dias Lírio servia a comida "especialmente preparada" à sua sogra. 

Ela sempre lembrava do que o Sr. Huang tinha recomendado sobre como evitar suspeitas e, assim, controlou o seu temperamento, obedeceu a sogra e a tratou como se fosse sua própria mãe.

Depois de seis meses, a casa inteira estava com outro astral. Lírio tinha controlado seu temperamento e quase nunca se aborrecia. Nesses seis meses, não tinha tido nenhuma discussão com a sogra, que agora parecia mais amável e fácil de lidar e elas passaram a se tratar como mãe e filha.

Um dia, Lírio foi novamente procurar o Sr. Huang para pedir-lhe ajuda e lhe disse:- Querido Sr. Huang, por favor, me ajude a evitar que o veneno mate minha sogra. Ela se transformou numa mulher agradável e eu a amo como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que eu lhe dei.

O Sr. Huang sorriu e acenou com a cabeça:- Lírio, não precisa se preocupar. As ervas que eu dei eram vitaminas para melhorar a saúde dela. O veneno estava na sua mente e na sua atitude, mas foram jogados fora e substituídos pelo amor, o carinho e a atenção que você passou a dar a ela. Voce mudou... e tudo mudou!

domingo, 2 de setembro de 2012

O Divino em voce!


Uma velha lenda hindu conta que, numa época imemorial, todos os homens da Terra eram deuses, mas os homens pecaram e abusaram tanto do Divino, que Brahma - o deus de todos os deuses -  decidiu que a divindade fosse retirada dos homens e escondida em algum lugar onde só fosse encontrada quando os homens reconhecessem a verdadeira divindade.

Um dos deuses disse: "Então vamos enterrá-la profundamente na terra".

Brahma replicou: "Não o homem pode escavar a terra até encontrá-lo".

Outro deus disse: "Então, vamos jogá-lo no oceano mais profundo".

Brahma não concordou: "Não, o homem aprenderá a mergulhar e um dia vai encontrá-la".

Um terceiro deus sugeriu: "Por que não escondê-la na montanha mais alta?"

Brahma então disse: "Não, o homem pode escalá-la. Tenho um lugar melhor. Vamos escondê-la no interior do próprio homem. Ele nunca vai pensar em procurá-la lá".

A Divindade dos Homens

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O sábio e a borboleta azul


Havia um pai que morava com suas duas jovens filhas, meninas muito curiosas e inteligentes.

Suas filhas sempre lhe faziam muitas perguntas.

Algumas ele sabia responder, outras não fazia a mínima idéia da resposta.

Como pretendia oferecer a melhor educação para suas filhas, as enviou para passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina.

Este, por sua vez, respondia todas as perguntas sem hesitar.

Já muito impacientes com essa situação, pois constataram que o tal velho era realmente sábio, resolveram inventar uma pergunta que o sábio não saberia responder.

Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta azul e exclamou para a sua irmã:

-Desta vez o sábio não vai saber a resposta!

-O que vai fazer? - perguntou a outra menina.

-Tenho uma borboleta azul em minhas mãos. Vou perguntar para o sábio se a borboleta está viva ou morta.

Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar para o céu. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la rapidamente, esmagá-la e assim matá-la. Como conseqüência, qualquer resposta que o velho nos der vai estar errada.

As duas meninas foram, então, ao encontro do sábio, que encontrava-se meditando sob um eucalipto na montanha.

A menina aproximou-se e perguntou:

-Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta?

Calmamente o sábio sorriu e respondeu:

-Depende de você...ela está em suas mãos.


Autor Desconhecido

terça-feira, 29 de maio de 2012

Autovalorização: O real valor


Certo dia, um aluno foi pedir conselhos para seu professor.


-Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?


O professor, sem olhá-lo, disse: - Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois. E fazendo uma pausa falou:


- Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar. C-c-claro... professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor.


O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:


- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.


O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.


Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.


Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatidos pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.


Entrou na casa e disse: - Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.


- Importante o que disse meu jovem, contestou sorridente. Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda volte aqui com meu anel.


O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse: - Diga ao seu professor, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.


- 58 moedas de ouro! Exclamou o jovem.


- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...


O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que ocorreu.


- Senta. Disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou disse:


- Voce é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.


A primeira pessoa que deve reconhecer esse real valor é voce mesmo.


- Todos somos como esta jóia: "Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem."


E sabiamente concluiu:


- "Ninguém pode fazê-lo sentir-se inferior sem seu consentimento."


Autor Desconhecido

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Chama da Alma


Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.

Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca.

Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.

Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso e amado por todos.

Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu:

"Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo." 

Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.

O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou:

"Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?"

O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu:

"Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada."

Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo:

"Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam.Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário."

O sábio representa na história as pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas e afirmam ter raiva da vida.

O rei representa as criaturas tranquilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas atividades que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras.

Quando se tornam líderes, são criativas, dignas e enriquecedoras.

Deste último grupo saem os que promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes cultivadores da verdade.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Inferioridade


Um samurai, conhecido por todos pela sua nobreza e honestidade, veio visitar um monge Zen em busca de conselhos. Entretanto, assim que entrou no templo onde o mestre rezava, sentiu-se inferior, e concluiu que, apesar de toda a sua vida ter lutado por justiça e paz, não tinha sequer chegado perto ao estado de graça do homem que tinha à sua frente.

- Por que razão me estou a sentir tão inferior a si? Já enfrentei a morte muitas vezes, defendi os mais fracos, sei que não tenho nada do que me envergonhar. Entretanto, ao vê-lo meditar, senti que a minha vida não tem a menor importância.

- Espere. Assim que eu tiver atendido todos os que me procurarem hoje, eu dou-te a resposta.

Durante o resto do dia o samurai ficou sentado no jardim do templo, a olhar para as pessoas que entraram e saíram à procura de conselhos. Viu como o monge atendia a todos com a mesma paciência e com o mesmo sorriso luminoso no seu rosto. Mas o seu estado de ânimo ficava cada vez pior, pois tinha nascido para agir, não para esperar. De noite, quando todos já tinham partido, ele insistiu:

- Agora podes-me ensinar?

O mestre pediu que entrasse, e conduziu-o até o seu quarto. A lua cheia brilhava no céu, e todo o ambiente inspirava uma profunda tranquilidade.

- Estás a ver esta lua, como ela é linda? Ela vai cruzar todo o firmamento, e amanhã o sol tornará de novo a brilhar. Só que a luz do sol é muito mais forte, e consegue mostrar os detalhes da paisagem que temos à nossa frente: árvores, montanhas, nuvens. Tenho contemplado os dois durante anos, e nunca escutei a lua a dizer: por que não tenho o mesmo brilho do sol? Será que sou inferior a ele?

- Claro que não - respondeu o samurai. - Lua e sol são coisas diferentes, e cada um tem sua própria beleza. Não podemos comparar os dois.

- Então, tu sabes a resposta. Somos duas pessoas diferentes, cada qual a lutar à sua maneira por aquilo que acredita, e a fazer o possível para tornar este mundo melhor; o resto são apenas aparências.

Conto Zen

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Coruja e o Falcão


Certa vez um homem observou uma coruja que estava junto à janela. Ela caiu e o distraiu da oração, mas ele não deu muito importância a ela. Nos outros dias, ele observou que a coruja permanecia naquele lugar e parece que se estabelecera ali. Dia após dia ele pôs-se a observar aquela coruja. Notou que ela quase não se movia. Começou a incomodar-se com aquela ave, ela ocupava mais tempo de sua atenção que a oração.

Como veio parar ali, se não comia e uma vez até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade. De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas.

Até que um dia, notou que um falcão entrava na igreja com algo entre os bicos. Eram algumas minhocas ou algum inseto e que servia de alimento para a coruja. Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: O falcão entrava na igreja para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes.

Imediatamente o piedoso homem começou a louvar o Senhor e a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o cuidado de um pai. Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja.

O que não faria Deus por ele?

Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave.

No entanto sua consolação também lhe trouxe a moção interior de que Deus lhe revelava algo único. Refletiu e decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se ao único cuidado do Senhor. Ponderou que era apegado demais aos seus bens e que Deus o chamava para viver uma vida  mais humilde, dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de coruja.

Saiu de sua casa e colocou-se como mendigo na porta da mesma igreja que costumava frequentar. No entanto começou a ter dificuldades. As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali. Alguns achavam que tinha endoidecido, não lhe davam esmolas e ele começou a passar fome.

Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado. Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia.

Revelou sua desolação e procurou um padre. Ao que o padre lhe perguntou:
– Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo?
– Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! – Respondeu convicto.

O padre o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou:
– Você tem certeza que Deus o chamava a ser coruja? 
Não lhe estaria chamando a ser falcão?

domingo, 8 de janeiro de 2012

Quem voce realmente é?


Gautama Buda contou certa vez uma lenda sobre um filhote de leão.

Quando uma leoa estava percorrendo o caminho entre duas colinas, pariu um filhote. Algumas ovelhas que pastavam por ali perto acolheram o leãozinho em seu rebanho. Evidentemente, o filhote cresceu acreditando ser uma ovelha. Era herbívoro e pastava a mesma grama das outras ovelhas.

Quando o filhote atingiu a idade adulta, um velho leão em busca de alimento avistou-o no rebanho de ovelhas. O leão não conseguia acreditar nos próprios olhos. Esqueceu a fome e começou a perseguir o rebanho.

Finalmente conseguiu capturar o jovem leão. Este se pôs a chorar e a soluçar, pedindo: "Por favor, me deixe voltar ao rebanho!". Mas o velho leão o arrastou para um lago ali perto e o obrigou a olhar para seu reflexo na água, assim como para o reflexo do velho leão.

Então, aconteceu uma mudança abrupta. O jovem leão percebeu quem era, e seu rugido ecoou por todo o vale. Nunca antes ele tinha rugido, pois acreditava ser apenas uma ovelha. 

O velho leão perguntou: "E então, quer voltar para o rebanho agora?". O jovem leão riu e pediu desculpas ao velho: "Eu tinha esquecido totalmente quem eu era", disse ele, "e lhe agradeço infinitamente por ter me ajudado a lembrar."

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

História de uma Canção de Natal



Era a véspera de Natal do ano de 1818. Em Hallein, nos Alpes austríacos, o padre Joseph Mohr lia a Bíblia.

Quando se detinha nos versículos que se referiam às palavras do visitante celeste aos pastores de Belém: Eis que vos trago uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: hoje nasceu o Messias, o Esperado..., bateram à porta.

Uma camponesa pedia que fosse abençoar o filho de uns pobres carvoeiros, que acabara de nascer. O padre colocou as botas de neve, vestiu seu abrigo. Atravessou o bosque, subiu a montanha. Em pobre cabana de dois cômodos, cheia de fumaça do fogão, encontrou uma mulher com seu filho nos braços. A criança dormia. O padre Mohr deu sua bênção ao pequeno e à mãe. 

Uma estranha emoção começou a tomar conta dele. A cabana não era o estábulo de Belém, mas lhe fazia lembrar o nascimento de Jesus. Ao descer a montanha, de retorno à paróquia, as palavras do Evangelho pareciam ecoar em sua alma. Aproximando-se da aldeia, pôde observar os archotes que brilhavam na noite, disputando seu brilho com o das estrelas. Era o povo que seguia para a igreja, a fim de celebrar, ali, em oração, o aniversário do Divino menino. A milenária promessa de paz vibrava no silêncio do bosque e no brilho das estrelas.

Padre Mohr não conseguiu dormir naquela noite. Febricitante, ergueu-se do leito, tomou da pena e escreveu um poema, externando o que lhe ía na alma.

Pela manhã procurou o maestro Franz Gruber, seu amigo. Mostrou-lhe os versos. O maestro leu o poema e disse, entusiasmado: Padre, esta é a canção de Natal de que necessitamos! Compôs a música para duas vozes e guitarra, porque o órgão da igreja, o único na localidade, estava estragado.

No dia de Natal de 1818, as crianças se reuniram, debaixo da janela da casa paroquial, para ouvir o padre Mohr e o maestro Gruber cantar. Era diferente de tudo quanto haviam escutado. 

Noite de paz, noite de amor...

Dias depois, chegou ao povoado o consertador de órgão. Consertado o instrumento da igreja, o maestro Gruber tocou a nova melodia, acompanhado pela voz do padre. O técnico em consertos de órgão era também um excelente musicista e bem depressa aprendeu letra e música da nova canção. Consertando órgãos por todos os povoados do Tirol, como gostasse de cantar, foi divulgando a nova Canção de Natal. Não sabia quem a tinha composto pois nem o padre Mohr, nem o maestro Gruber lhe tinham dito que eram os autores. Entre muitos que aprenderam a Canção, quatro crianças, os irmãos Strasser passaram a cantá-la.

O diretor de música do Reino da Saxônia, em ouvindo-lhes as vozes claras e afinadas, se interessou por eles e os levou a se apresentarem, num concerto. A fama dos pequenos cantores se espalhou por toda a Europa e a Canção apaixonava os corações. Mas ninguém sabia dizer quem era o autor.

Foi um maestro de nome Ambrose quem conseguiu chegar até Franz Gruber. Haviam se passado mais de trinta anos. E a história do surgimento da Canção de Natal foi escrita em 30 de dezembro de 1854.

Não são conhecidas outras músicas de Franz Gruber. A Noite de paz parece ter sido sua única produção. Não será possível crer que as vozes do céu, que se fizeram ouvir na abençoada noite do nascimento de Jesus, tivessem inspirado os versos e a primorosa melodia para que nós, os homens, pudéssemos cantar com os mensageiros celestes, dizendo da nossa alegria com a comemoração, a cada ano, do aniversário do nosso Mestre e Senhor?

Redação do Momento Espírita, com dados colhidos no livro Remotos Cânticos de Belém, de Wallace Leal Rodrigues.
CD Momento Espírita Especial de Natal, v. 15.

Fonte: Blog Olivia Espírita


sábado, 3 de dezembro de 2011

Conto da Alemanha: A Primeira Árvore de Natal (Antroposofia)


Em Nazaré, aquela região tranquila em que crescia o Menino Jesus, vivia uma pobre mulher.

Deus havia lhe presenteado com sete filhinhos, mas não havia pão suficiente para alimentá-los. A fome era hóspede constante naquela casa.

O pai já estava debaixo da terra e o trabalho das mãos da mãe não bastava para encher as sete barriguinhas.

Mas Deus não abandona os Seus. Enviou-lhes seu próprio Filho, o Menino Jesus, que muitas vezes brincava com as crianças.

E quando ficavam cansados de correr e brincar, Jesus levava o grupinho para sua casa.

Mãe Maria, então, esquentava leite, uma grande jarra cheinha, cortava uma montanha de fatias de pão e passava manteiga e mel nelas.

E as crianças famintas avançavam alegres a conquistar aquela montanha e depois voltavam felizes e satisfeitas com a sua mãezinha.

O pequeno Menino Jesus havia completado sete anos.

Mãe Maria não havia deixado passar esse dia sem ter realizado muitos desejos de seu querido filho.

Quando Jesus, durante a noite, cansado e feliz, deitado na sua caminha, relembrava os grandes acontecimentos de seu sétimo aniversário, pensou de repente nos seus amiguinhos pobres, que com certeza nunca haviam recebido um presente no seu aniversário.

Quietinho saiu de sua cama, chamou os seus sete anjinhos, pegou seus mais lindos brinquedos e de camisola pôs-se em direção a cabana no outro fim da aldeia, onde moravam as crianças pobres.

E mandou o primeiro anjinho à arvorezinha milagrosa chamada “Sacuda-te” buscar seus frutos que eram lindas roupinhas, vestidos, sapatos e meias quentinhas.

O segundo anjinho foi enviado para buscar guloseimas no “País Doce”, outro teve que trazer frutas deliciosas do Jardim do Paraíso, o quarto foi buscar estrelinhas douradas da Via Láctea, e assim cada anjinho recebeu sua tarefa e sua encomenda.

E chegaram finalmente, carregados com seus tesouros, à casinha da viúva.

Tudo estava escuro e silencioso.

No jardim pequeno em frente da casinha havia entre canteiros de batatas e algumas flores, um pequeno cedrinho solitário, plantado para servir de repouso aos pássaros.

Nos seus galhos o Menino Jesus pendurou todos aqueles belos presentes, que Ele e seus anjinhos haviam carregado até lá.

E os anjinhos ajudaram, pondo os mais lindos enfeites nos galhos mais altos que o Menino não alcançava.

Às vezes um fio de cabelo angelical dourado ficava preso nos galhos verdes iluminando aquelas maravilhas todas.

Em cada galho e galhinho havia algo, uma maçã, um sapatinho, uma noz que havia ficado dourada ao encostar na asa de um anjo, um brinquedo, uma blusinha, um doce ou até uma estrelinha brilhante.

Tendo pendurado o último presente na árvore, Jesus afastou-se silenciosamente, despediu os anjos prestativos, agradecendo-lhes a ajuda e deitou-se na sua caminha, feliz da vida.

Imaginem a alegria das crianças pobres ao ver na manhã seguinte aquela estranha árvore em frente da sua casa.

Pegaram-se pelas mãos e dançaram em volta da arvorezinha milagrosa.

Mais feliz ainda estava Jesus, e ficou tão contente com sua boa idéia, que decidiu fazer o mesmo em cada aniversário seu: dar essa alegria a muitas crianças, se possível, a todas as crianças do mundo.

Assim o dia de Natal transformou-se na festa mais abençoada do ano, e não há outro dia em que haja mais rostos felizes e corações alegres.

Mesmo o homem mais pobre tem sua árvore de Natal, por mais humilde e pequena que seja, e alguma bondosa pessoa, de perto ou de longe, terá para ele um presente, para que a felicidade não deixe de existir no mundo.

Essa é a história da primeira árvore de Natal.

FELIZ NATAL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

FELIZ !!!!!!!!!!!!!!!!!!


Fonte:
Contos para o Advento e Natal
Noite de Luz - Volume 2
Karin E. Stasch