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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Bruce Lipton / A Biologia do Pensamento / A Biologia da Crença


O cientista Bruce Lipton, que ajudou a revolucionar a biologia, ao examinar as reações químicas nas células apoiado na física quântica, afirma que é a mente que modela a vida das pessoas.

Um respeitado pesquisador de células-tronco, o norte-americano Bruce Lipton rompeu as fronteiras da biologia tradicional ao incorporar a ela conceitos da física quântica. Idéias surgidas a partir dessa ótica, como a equivalência da membrana celular ao "cérebro" das células e o controle que o ambiente exerce sobre as células a partir de suas membranas, confirmam a íntima relação mente-corpo e indicam como podemos usar os pensamentos para assumir o controle de nossa vida. Lipton relata sua extraordinária trajetória em "A Biologia da Crença", tema da entrevista a seguir.

PLANETA - O que é a "nova biologia" a que o senhor se refere em seu livro?

Bruce Lipton - Quando introduzi esses conceitos, em 1980, quase todos os meus colegas cientistas os consideraram inverossímeis. Mas a profunda revisão que a biologia convencional tem feito desde aquela época a leva hoje às mesmas conclusões a que cheguei 25 anos atrás.

Os cientistas sabem que os genes não controlam a vida, mas a maior parte da imprensa ainda informa ao povo o contrário. As pessoas atribuem inicialmente suas deficiências e doenças a disfunções genéticas. As crenças sobre os genes levam-nas a se ver como "vítimas" da hereditariedade.

Os biólogos convencionais ainda consideram que o núcleo (o componente interno da célula que contém os genes) "controla" a vida, uma idéia que enfatiza os genes como o fator primário desse controle. Já a nova biologia conclui que a membrana celular (a "pele" da célula) é a estrutura que primariamente "controla" o comportamento e a genética de um organismo.

A membrana contém os interruptores moleculares que regulam as funções de uma célula em resposta a sinais do ambiente. Para exemplificar: um interruptor de luz pode ser usado para ligá-la ou desligá-la. O interruptor "controla" a luz? Não, já que ele é controlado pela pessoa que o aciona. Um interruptor de membrana é análogo a um interruptor de luz quando liga ou desliga uma função celular, ou a leitura de um gene - mas ele é, de fato, ativado por um sinal do ambiente. A nova biologia enfatiza o ambiente como o controle primordial na biologia.

Sua teoria também está relacionada à física quântica...

Pela medicina convencional, os "mecanismos" físicos que controlam a biologia se baseiam na mecânica newtoniana, a qual enfatiza o reino material (átomos e moléculas). Já a nova biologia considera que os mecanismos da célula são controlados pela mecânica quântica. Ela se concentra no papel das forças de energia invisíveis que formam, coletivamente, campos integrados e interdependentes.

Para a mecânica quântica, as forças invisíveis em movimento nos campos são os fatores fundamentais que modelam a matéria. Os cientistas também reconhecem que as moléculas do corpo são controladas por freqüências de energia vibracional, de forma que a luz, o som e outras energias eletromagnéticas influenciam profundamente todas as funções da vida.

Entre as forças energéticas que controlam a vida estão os campos eletromagnéticos gerados pela mente. Na biologia convencional, a ação da mente não é incorporada à compreensão da vida. Por isso, é uma surpresa a medicina reconhecer que o efeito placebo responde por pelo menos um terço das curas médicas, incluindo cirurgias. Ele ocorre quando alguém sara devido à sua crença de que um remédio ou procedimento médico vai curá-lo, mesmo se o medicamento for uma pílula de açúcar ou o procedimento for uma impostura.

A nova biologia ressalta o papel da mente como o fator primordial a influenciar a saúde. Nessa realidade, uma vez que controlamos nossos pensamentos, tornamo-nos mestres de nossa vida, e não vítimas dos genes.

Em que a nova biologia difere do darwinismo?

Ela frisa que a evolução não é conduzida pelos mecanismos sublinhados na biologia darwiniana. A teoria de Darwin oferece dois passos básicos para explicar como a evolução ocorreu: 

  1. mutação aleatória, a crença de que as mutações genéticas são randômicas e não influenciadas pelo meio ambiente - a evolução é conduzida por "acidentes"; 
  2. seleção natural, na qual a natureza elimina os organismos mais fracos numa "luta" pela existência, na qual há vencedores e perdedores.


Em A Biologia da Crença, Lipton (alto) explica a íntima relação entre mente e corpo e o poder do pensamento na cura.

Novas descobertas oferecem uma imagem diferente. Em 1988, uma pesquisa revelou que, quando estressados, os organismos têm mecanismos de adaptação molecular para selecionar genes e alterar seu código genético. Ou seja, eles podem mudar sua genética em resposta a experiências ambientais. Outros estudos mostram que a biosfera (todos os animais e plantas) é uma gigantesca comunidade integrada que se baseia em uma cooperação das espécies. A natureza não se importa com indivíduos numa espécie, mas com o que a espécie como um todo está fazendo para o ambiente.

Segundo a nova biologia, a evolução: 

  1. não é um acidente; 
  2. baseia-se em cooperação. 

Uma teoria mais recente sobre o tema ressaltaria a natureza da harmonia e da comunidade como uma força motriz por trás da evolução.

Como o senhor concluiu que podemos comandar e mudar nossas células e genes?

Minhas primeiras idéias científicas basearam-se em experiências que comecei em 1967, usando culturas de células- tronco clonadas. Nesses estudos, células geneticamente idênticas foram inoculadas em três placas de cultura, cada qual com um diferente meio de crescimento. Em uma placa, as célulastronco se tornaram músculo; em outra, células ósseas; na terceira, células de gordura. Meus resultados, publicados em 1977, revelam que o ambiente controlou a atividade genética das células.

Esses estudos mostram que os genes propiciam o surgimento de células com "potenciais", os quais são selecionados e controlados pela célula a partir de condições ambientais. As células ajustam dinamicamente seus genes de forma que eles possam adaptar-se às demandas do ambiente.

Mais tarde, descobri que a membrana celular equivalia ao cérebro da célula. No desenvolvimento humano, a pele embriônica é a precursora do cérebro. Nas células e no ser humano, o cérebro lê e interpreta a informação ambiental e então envia sinais para controlar as funções e o comportamento do organismo.

Quem está no comando do nosso corpo?

Nas primeiras semanas do desenvolvimento do embrião, os genes basicamente controlam o desenvolvimento do plano corporal de um humano (criam dois braços, duas pernas, etc.). Uma vez que o embrião toma a forma humana (torna-se um feto), os genes assumem uma posição secundária, controlando o desenvolvimento do corpo pela informação ambiental. Durante esse período, a estrutura e a função do corpo fetal são ajustadas em resposta à percepção do ambiente da mãe, que, via placenta, influencia a genética e a programação comportamental do feto.

A "leitura" dos sinais ambientais (no útero e após o nascimento) capacita as células do corpo e seus genes a fazer ajustes biológicos para sustentar a vida. Como os sinais ambientais são lidos e interpretados pelas "percepções da mente", a mente se torna a força básica que, em última instância, modela a vida de uma pessoa.

Como os campos energéticos controlam a bioquímica do corpo?

As funções do corpo derivam do movimento das moléculas (basicamente proteínas). As moléculas mudam de forma em resposta a cargas eletromagnéticas ambientais. Influências físicas tais como hormônios e remédios podem oferecer essas cargas elétricas indutoras de movimento. Mas campos de energia vibracional harmonicamente ressonantes também fazem as moléculas mudar de forma e ativar suas funções. Enzimas de proteínas podem ser ativadas num tubo de ensaio por substâncias químicas e por freqüências eletromagnéticas, como ondas de luz.

Podemos evitar doenças enviando mensagens positivas para nossas células?

Só 5% das doenças humanas são relacionadas a defeitos genéticos de nascença. Portanto, 95% de nós nascemos com um genoma adequado a uma vida saudável. Para os doentes dessa maioria, a pergunta é: por que estamos tendo problemas de saúde? Reconhece-se hoje que o estilo de vida causa mais de 90% dos problemas de coração, mais de 60% dos casos de câncer e, talvez, todos os casos de diabete tipo 2. Quanto mais olhamos, mais vemos como nossas emoções, reações à vida, dieta pobre, falta de exercício e estresse modelam nossa vida. Como temos um controle significativo sobre nosso organismo, podemos reprogramar a saúde e a vida com nossas intenções. Se de fato soubessem como o seu organismo funciona, as pessoas poderiam influenciar sua saúde, e isso seria o melhor preventivo para a doença.

É possível remodelar nossos pensamentos mais profundos?

O problema é que não entendíamos como a mente trabalha. Temos duas mentes, a consciente e a inconsciente. Associamos a primeira à nossa identidade pessoal - é a mente pensante, racional. A mente subconsciente opera sem a supervisão da consciente - é a "mente automática". Se as crenças da mente subconsciente conflitarem com os desejos da mente consciente, quem ganhará? A resposta é clara: a mente subconsciente, pois ela é uma processadora de informações um milhão de vezes mais poderosa do que a outra e, como os neurocientistas revelam, opera em torno de 95% do tempo.

Pensávamos que se a mente consciente se tornasse cônscia de nossos problemas, automaticamente corrigiria quaisquer programas negativos descarregados na mente subconsciente. Mas isso não funciona, porque a mente subconsciente é como um gravador - ela grava comportamentos (os fundamentais, na maioria, são armazenados antes dos seis anos de idade) e, ao se apertar um botão, o programa será repetido incontáveis vezes (hábitos). Não existe uma "entidade" na mente subconsciente que "ouça" o que a mente consciente quer.

Pensamentos positivos funcionam quando a meta desejada é apoiada pelas intenções da mente consciente e pelos programas da mente subconsciente. Quanto a isso, existem três maneiras de mudar crenças velhas, limitantes ou sabotadoras na mente subconsciente: a meditação budista mindfulness, a hipnoterapia clínica e a chamada "psicologia da energia". Todos esses métodos são discutidos na seção "Resources" do meu site (www.brucelipton.com).

Revista Planeta

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Novas evidências indicam: Meditação fortalece o cérebro


Pesquisadores dizem que meditação permite processamento mais rápido de informações e descobriram mais evidências de que meditar fortalece o cérebro.


Estudos anteriores feitos pela Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, já haviam sugerido que meditar durante anos torna o cérebro mais espesso e fortalece conexões entre células cerebrais.

As novas pesquisas feitas pela mesma equipe californiana revelaram ainda mais benefícios associados à prática. Os resultados foram publicados pela revista Frontiers in Human Neuroscience.


O cientista Eileen Luders e seus colegas do Laboratory of Neuro Imaging da UCLA dizem ter encontrado indícios de que pessoas que meditam durante muitos anos têm quantidades maiores de dobras no córtex cerebral do que pessoas que não meditam. Isso poderia acelerar o processamento de informações.


A equipe também encontrou uma relação direta entre a quantidade de dobras e o número de anos durante os quais a pessoa meditou.


Isso pode talvez ser mais uma prova da neuroplasticidade do cérebro - a habilidade do órgão de se alterar, ou se adaptar, em resposta a estímulos externos.


Córtex


O córtex é a camada externa do cérebro e tem papel fundamental na memória, atenção, pensamento e consciência.


Os dobramentos corticais são o processo pelo qual a superfície do cérebro se altera para criar sulcos e dobras. Sua formação pode promover e melhorar os processos nervosos.


Presume-se, portanto, que quanto mais dobras se formam, maior a capacidade do cérebro de processar informações, tomar decisões e formar memórias.


"Em vez de simplesmente comparar pessoas que meditam com as que não meditam, queríamos ver se havia uma relação entre a quantidade de prática da meditação e o grau de alteração do cérebro", disse Luders. "Quer dizer, associar o número de anos de meditação com a incidência das dobras".


Testes


Os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 50 praticantes de meditação - 28 homens e 22 mulheres. Esse grupo foi comparado a outro, de não praticantes, com idade e sexo equivalentes.


Os praticantes haviam meditado em média 20 anos. Os tipos de meditação eram variados, entre eles, Zen e Vipassana.


A equipe disse ter encontrado grandes diferenças na incidência das dobras em participantes que praticavam meditação.


Para os pesquisadores, a revelação mais interessante foi a correlação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobras, especialmente em uma estrutura do cérebro conhecida como ínsula.


Sabe-se que essa estrutura está associada às emoções humanas. E que lesões na ínsula podem resultar em apatia, perda de libido e alterações na memória.


"Talvez (a descoberta) mais interessante tenha sido a relação positiva entre o número de anos de meditação e a quantidade de dobramentos insulares".


Emoção e raciocínio


Luders mencionou estudos anteriores que indicam que a ínsula funcionaria como um integrador entre a emoção e o raciocínio.


"Pessoas que meditam são conhecidas por serem mestras em introspecção e consciência, assim como em controle emocional e autorregulação, então os resultados fazem sentido - quanto mais tempo alguém medita, maior a a incidência das dobras na ínsula".


Luders adverte que fatores genéticos e ambientais podem ter contribuído para os efeitos observados.


Ainda assim, "a relação positiva entre as dobras e o número de anos de prática dá suporte à ideia de que a meditação aumenta a incidência das dobras".

Fonte:
BBC Brasil

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

The New Biology - Where Mind and Matter Meet by Bruce Lipton

By Bruce lipton Recent advances in cellular science are heralding an important evolutionary turning point. For almost fifty years we have held the illusion that our health and fate were preprogrammed in our genes, a concept referred to as genetic determinacy. Though mass consciousness is currently imbued with the belief that the character of one's life is genetically predetermined, a radically new understanding is unfolding at the leading edge of science. Cellular biologists now recognize that the environment, the external universe and our internal physiology, and more importantly, our perception of the environment, directly controls the activity of our genes. This video will broadly review the molecular mechanisms by which environmental awareness interfaces genetic regulation and guides organismal evolution.






terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os Campos Morfogenéticos de Rupert Sheldrake - Parte 2/2




A Evolução dos Campos Morfogenéticos

Os tipos de teorias relativos aos campos morfogenéticos que acabamos de considerar influenciaram grandemente a investi­gação contemporânea e fornecem a via mais promissora de mo­delização dos processos de morfogênese.

Mas, durante mais de sessenta anos, estes campos existiram em um limboteórico. Parecem ser novos tipos de campos ainda desconhecidos em fí­sica, mas, ao mesmo tempo, não são novos tipos de campos, ou apenas palavras que se referem a regularidades que podemos descrever e modelizar.

Julgo que é possível ultrapassar estas ambigüidades frus­trantes tendo em conta um dos traços mais essenciais destes campos: eles evoluíram. Possuem um aspecto intrinsecamente histórico. Os organismos herdam-nos dos antepassados.

Mas, como é que estes campos podem transmitir-se?

Só dois tipos de resposta parecem possíveis. O primeiro, combinando genética e platonismo, inscreve-se na tradição; o me­canicista. O segundo encara a possibilidade de que a memória seja inerente aos campos.

A primeira destas abordagens implica a existência de fór­mulas matemáticas transcendentes para todos os organismos vivos possíveis. Richard Dawkins elaborou um modelo com­putacional deste reino platônico, chamado Território Biomorfo, no qual existem todas as formas possíveis de orga­nismos, designados biomorfos. A seleção natural impele po­pulações de organismos ao longo de trajetórias de mudança genética gradual em direção a novos biomorfos, através de uma série intermédia de biomorfos. Mas todos os biomorfos possíveis preexistem de maneira independente do curso real que um processo evolutivo particular poderia tornar; estão já especificados matematicamente no programa informático do Território Biomorfo.

A evolução biológica depende, na ótica platônica, da evo­lução de sistemas genéticos que permitam a determinadas for­mas de organismos possíveis ser reificadas no mundo físico; mas as próprias fórmulas, ou biomorfos não evoluem. São se­melhantes às Formas eternas de todas as espécies possíveis e existem em um domínio transcendente, independente da existên­cia efetiva destes organismos. As equações do campo morfo­genético do Tyrannosaurus Rex, por exemplo, existiam antes da Terra surgir e mesmo antes do nascimento do cosmos. Não fo­ram afetadas pelo aparecimento evolutivo deste tipo de dinos­sauro, nem pela sua extinção posterior.

Por outro lado, se os campos morfogenéticos têm uma memó­ria inerente, a sua evolução pode ser concebida de maneira radi­calmente diferente. Não são Formas transcendentes, mas qualida­des imanentes aos organismos. Evoluem no domínio da natureza e são influenciados pelos acontecimentos reais do passado. Formam-se hábitos no seu seio. Deste modo, os modelos matemá­ticos destes campos não passam de modelos; não representam realidades matemáticas transcendentes que determinam os campos.

A idéia de que os campos morfogenéticos tem uma memória inerente é o ponto de partida da hipótese da causalidade for­mativa. Estou convencido de que ela nos pode levar em dire­ção a uma compreensão verdadeiramente evolucionista dos or­ganismos e, sobretudo, de nós mesmos. Não creio que a única alternativa à mão - a combinação tradicional do mate­rialismo e do platonismo - ofereça a mesma esperança; está, com efeito, enraizada numa concepção pré-evolucionista do universo, uma concepção que a própria física agora contesta.


A Hipótese da Causalidade Formativa

A hipótese da causalidade formativa, parte da idéia de que os campos morfogenéticos tem uma realidade física, no sentido em que os campos gravitacio­nais, eletromagnéticos e da matéria quântica são reais. Cada tipo de célula, de tecido, de órgão e de organismo tem o seu pró­prio tipo de campo. Estes campos moldam e organizam os mi­crorganismos, os vegetais e os animais em desenvolvimento e estabilizam as formas dos organismos adultos. Fazem-no com base na sua própria organização espaço-temporal.

O aspecto temporal dos campos morfogenéticos sobressai mais claramente nos conceitos de creodos e de atratores morfo­genéticos. Os campos morfogenéticos ligam organismos em de­senvolvimento a padrões futuros de organização, em direção aos quais os creodos guiam o processo de desenvolvimento.

Na fase atual, esta proposta apenas torna explícito aquilo que sempre esteve implícito no conceito dos campos morfoge­néticos. A inovação da hipótese da causalidade formativa é a idéia de que a estrutura destes campos não é determinada por idéias transcendentes nem por fórmulas matemáticas, mas re­sulta, pelo contrário, das formas reais de organismos semelhan­tes anteriores. Por outras palavras, a estrutura destes campos depende de acontecimentos reais do passado. Deste modo, os campos morfogenéticos da espécie "dedaleira" são moldados por influências que emanam de dedaleiras que existiram ante­riormente. Representam uma espécie de memória coletiva da espécie. Cada membro é moldado por estes campos de espécie e contribui, por sua vez, para os moldar, influenciando os membros futuros da espécie.

Como poderia funcionar este tipo de memória?

Segundo a hipótese da causalidade formativa, dependeria de uma espécie de ressonância, a ressonância mórfica, que ocorre com base na semelhança. Quanto mais um organismo for semelhante a orga­nismos anteriores, maior será a sua influência sobre ele por meio da ressonância mórfica. E quanto mais organismos semelhantes houver, maior será a sua influência cumulativa. Deste modo, uma dedaleira em desenvolvimento está sujeita à ressonância mórfica de inúmeras dedaleiras que existiram antes dela e esta ressonância molda e estabiliza os seus campos morfogenéticos.

A ressonância mórfica difere dos tipos de ressonância já co­nhecidos da ciência e, sobretudo, da ressonância acústica (caso da vibração em simpatia de cordas em tensão), da ressonância eletromagnética (caso da sintonização de um aparelho de rádio para uma transmissão numa freqüência particular), da ressonância do spin do elétron e da ressonância magnético-nu­clear. A ressonância mórfica, contrariamente a estes outros ti­pos, não implica uma transferência de energia de um sistema para outro, mas, pelo contrário, uma transferência não energética de informação. Assemelha-se, todavia, aos tipos conhecidos de ressonância no sentido em que se produz com base em padrões rítmicos de atividade.

Todos os organismos são estruturas de atividade e sofrem, em todos os níveis de organização, oscilações rítmicas, vibrações, movimentos periódicos, ou ciclos. Nos átomos e nas molécu­las, os elétrons estão em movimento vibratório incessante nas suas orbitais; as grandes moléculas, especialmente as proteí­nas, vibram e ondulam segundo freqüências características. As células contêm inúmeras estruturas moleculares vibratórias, as suas atividades bioquímicas e fisiológicas exprimem pa­drões de oscilação e as próprias células passam por ciclos de divisão. Os vegetais respeitam ciclos de atividade cotidianos e sazonais; os animais acordam e dormem e, neles, bate um co­ração, há pulmões que asseguram a respiração e intestinos que se contraem em ondas rítmicas. O sistema nervoso tem um funcionamento rítmico e o cérebro é varrido por ondas recor­rentes de atividade elétrica. Quando animais se movem, fa­zem-no por meio de ciclos repetitivos de atividade - as con­torções do verme, a marcha da centopéia, o nadar do tubarão, o vôo do pombo, o galope do cavalo. Nós mesmos passamos por muitos ciclos de atividade: mastigamos os alimentos, cami­nhamos, andamos de bicicleta, nadamos e acasalamos.

Segundo a hipótese da causalidade formativa, a ressonância mórfica entre estas estruturas de atividade rítmicas baseia-se na semelhança; através desta ressonância, padrões de ativida­des passadas influenciam os campos de sistemas semelhantes posteriores. A ressonância mórfica implica uma espécie de ação a distância no espaço e no tempo. A hipótese supõe que es­ta influência não declina com a distância no espaço e no tempo.

O nascimento de uma forma não se verifica em um vazio. Todos os processos de desenvolvimento partem de sistemas que já têm uma organização específica. Um embrião desen­volve-se a partir de um ovo fertilizado que contém DNA, proteínas e outras moléculas organizadas de maneiras parti­culares e características da espécie. Estas estruturas de parti­da, ou germes morfogenéticos, entram em ressonância mórfica com os membros anteriores da espécie. Por outras palavras, o embrião em desenvolvimento está "sintonizado" com os campos da espécie e encontra-se, portanto, rodeado, ou en­volvido, pelos creodos que moldam o seu desenvolvimento, assim como o desenvolvimento de inúmeros embriões que o precederam.

Como todos os membros passados da espécie contribuem para formar estes campos, a sua influência é cumulativa: au­menta proporcionalmente ao número total dos membros da es­pécie. Estes organismos passados são semelhantes, mais do que idênticos e, assim, os campos morfogenéticos de um novo orga­nismo sujeito à sua influência coletiva não estão estritamente definidos, mas consistem em um composto de formas semelhan­tes anteriores. Este processo é análogo a uma fotografia com­posta, na qual fotografias "médias" são obtidas sobrepondo vá­rias imagens semelhantes. Os campos morfogenéticos são "estruturas de probabilidade", nas quais as influências dos tipos passados mais comuns se combinam para aumentar a probabilidade de repetição destes tipos.


Influência Através do Espaço e do Tempo

O esquema de Weismann supõe um fluxo de influência uni­direcional do plasma germinativo ao somatoplasma, ou seja, em termos modernos, um fluxo unidirecional do ge­nótipo ao fenótipo. A interpretação platônica dos campos sob forma de equações gerativas partilha esta idéia de influência unidirecional: os campos, em combinação com fatores genéticos e ambientais, engendram o organismo adul­to. A forma verdadeira dos organismos não influencia as equa­ções de campo, que devem transcender a realidade física.

Em contrapartida, a hipótese da causalidade formativa pos­tula um fluxo de influência bidirecional: dos campos aos orga­nismos e dos organismos aos campos. Representar-se-á isto in­tegrando conjuntos suplementares de setas no diagrama de Goodwin.

Uma interpretação platônica das formas dos organismos em termos de idéias arquetípicas implica uma influência unidirecional da idéia em direção ao orga­nismo, a própria idéia não se modificando. De fato, não pode mudar, visto que é transcendente, situando-se para além do tempo e do espaço. A Forma está presente, potencialmente, em todos os tempos e em todos os lugares e pode refletir-se na forma dos organismos em todos os tempos e em todos os lugares no universo, desde que as condições sejam apropriadas.

A teoria mecanicista acentua a realidade dos átomos e das moléculas no seio dos organismos, mas considera o seu modo de interação como uma conseqüência de leis universais. Tal como as idéias platônicas, estas leis não são entida­des materiais localizáveis no espaço e no tempo; estão, pelo contrário, potencialmente presentes e ativas por todo o uni­verso: sempre estiveram e sempre estarão.

As enteléquias aristotélicas, em contrapartida, não têm uma existência que transcenda o espaço e o tempo. Estão associadas aos organismos e dependem deles. Porém, permane­cem imutáveis, não evoluem. Tal como as idéias platônicas, ou as leis universais, exercem uma influência unilateral sobre os or­ganismos; mas a sua natureza permanece não afetada pelos or­ganismos.

Os campos morfogenéticos não têm uma existência trans­cendente, independente dos organismos - nisto, assemelham­-se às enteléquias. Mas são influenciados pelos orga­nismos e moldados, através de uma ressonância mórfica, pelos campos de organismos semelhantes anteriores.

Estamos habituados à idéia de influências causais que a­tuam a distância no espaço e no tempo através de campos: por exemplo, quando olhamos para as estrelas, estamos sujeitos a influências milenares e distantes que atravessaram o campo eletromagnético veiculando a luz. A noção de ressonância mórfica implica, contudo, um tipo de ação a distância dife­rente, mais difícil de compreender, porque não implica o movimento de quanta de energia através de um dos campos conhecidos da física.

E isto levanta o problema do meio de transmissão: como é que a ressonância mórfica se produz através do tempo e do es­paço?

Em resposta a esta pergunta, poderíamos imaginar um "éter morfogenético", ou uma outra "dimensão", ou, ainda, in­fluências que passam "para além" do espaço-tempo e, depois, aí regressam. Mas seria, talvez, mais satisfatório imaginar o passado comprimido, em certa medida, contra o presente e po­tencialmente presente por todo o lado. As influências mórficas de organismos passados podem, simplesmente, estar presentes para organismos semelhantes posteriores.

Estamos de tal modo habituados à noção de leis físicas imu­táveis que as consideramos como evidentes; mas, se refletir­mos na natureza destas leis, afiguram-se-nos profundamente misteriosas. Não são entidades materiais, nem energéticas. Transcendem o espaço e o tempo e estão, pelo menos potencial­mente, presentes em todos os lugares e em todos os tempos.

Se a ressonância mórfica é misteriosa, as teorias convencio­nais não o são menos. Distanciemo-nos um pouco e considere­mos os seus postulados notáveis. A hipótese da causalidade formativa não é uma especulação metafísica estranha que con­trasta com a teoria dura, empírica, pragmática do mecanicismo. Esta depende de pressupostos mais metafísicos, na realidade, do que a noção de causalidade formativa.


Os Campos Mórficos

Os campos morfogenéticos, no sentido em que se entende a causalidade formativa, serão designados, a seguir, campos mórficos. Este termo é mais simples e permite distinguir esta nova concepção dos campos morfogenéticos das outras mais convencionais. O sentido deste termo é mais geral do que o de campo morfogenético e inclui outros tipos de campos organizadores; tal como veremos a seguir, os campos organiza­dores do comportamento animal e humano, dos sistemas so­ciais e culturais e da atividade mental podem ser considerados como campos mórficos com uma memória inerente.


Os Campos de Informação

Informação é uma palavra que está na moda há decênios. Vivemos na "era da informação" e as nossas vidas estão rodeadas pelas tec­nologias da informação. A informação desempenha um papel formativo ou in-formativo. Mas, o que é? Quer seja dentro ou para além dos limites do discurso científico, o emprego geral desta palavra não tem relação bem definida com a concepção técnica da informação tal como a teoria da informação a en­tende. Este processo matemático tem um campo de aplicação relativamente estreito e um valor muito limitado em biolo­gia. Quando os biólogos falam de "informação genética", por exemplo, utilizam, em geral, esta palavra em um sentido vago, não técnico, muitas vezes intermutável com o sentido igual­mente vago e não técnico da palavra programa.

A informação, a fonte moderna da forma, é considerada como residindo nas moléculas, células, tecidos, am­biente, muitas vezes latente, mas causalmente potente, permitindo que essas entidades se reconheçam, selecio­nem e instruam umas às outras, para se construir umas às outras e a si mesmas, para regularem, controla­rem, induzirem, dirigirem e determinarem acontecimen­tos de todos os tipos.

A natureza desta informação permanece obscura e o emprego de termos alternativos, tais como instruções ou programas em nada contribui para a esclarecer.

Será física ou mental?

Será es­sencialmente matemática?

Será uma espécie de abstração con­ceitual?

Se for este o caso, é uma abstração do quê?

Na medida em que a informação é empregada para explicar o desenvolvimento e a evolução dos corpos, do comportamento, dos espíritos e das culturas, não pode ser considerada como estática - tem, ela mesma, de se desenvolver e evoluir.

Os campos mórficos desempenham um papel comparável à informação e aos programas no pensamento biológico conven­cional e podem, de fato, ser considerados como campos de in­formação. Supor que a informação está contida em campos mór­ficos ajuda a desmistificar este conceito que, de outro modo, se referiria a uma noção essencialmente abstrata, mental, mate­mática ou, pelo menos, não física. E também chama a atenção para a natureza evolutiva da informação biológica, porque es­tes campos contêm uma memória inata apoiada pela ressonân­cia mórfica.


O Aparecimento de Campos Novos

Os campos mórficos de qualquer organismo particular, diga­mos de um girassol, são moldados pelas influências das gerações precedentes de girassóis. A ressonância mórfica não permite, contudo, explicar como é que apareceram os primeiros campos deste tipo. Dentro do âmbito da evolução biológica, os campos de girassóis estão ligados, de maneira estreita, aos campos de outras espécies aparentadas, tais como as alcachofras de Jerusalém e descendem, sem dúvida, dos campos de uma longa linhagem de espécies ancestrais. Mas a hipótese da causalidade formativa não permite responder à questão de saber como é que os campos do gênero girassol, ou da família das Compositae, de que é membro, ou das primeiras plantas com flores ou, de fato, das primeiras células, surgiram. É uma questão de ori­gem ou de criatividade.

Campos de novos tipos de organismos têm, de uma maneira ou de outra, de surgir uma primeira vez. De onde provêm? Talvez não provenham de parte nenhuma, talvez surjam espon­taneamente. Talvez sejam organizados por um tipo de campo "superior". Ou talvez representem uma manifestação de arqué­tipos preexistentes, até então inteiramente transcendentes. Talvez, de fato, surjam de Formas imutáveis, ou de entidades matemáticas que, ao surgir no universo físico, adquiram uma vida própria. Estas possibilidades têm sido estudadas com grande afinco pelos pesquisadores. Porém, pouco importa, no âmbito da hipótese da causalidade formativa, saber qual destas respostas tem a preferência. A hipótese só trata de campos mórficos que já apareceram.

Não deveríamos perder de vista que as alternativas à hipótese da causalidade formativa colocam problemas igualmente profundos. Se há organismos organizados por leis matemáticas imutáveis, por equações gerativas, ou seja pelo que for que corresponda a modelos matemáticos, não temos de nos interro­gar de onde provêm, porque são supostos ser eternos. Mas co­loca-se, então, o problema das leis imutáveis, ou das equações preexistentes ao nascimento do universo. As equações gerati­vas dos girassóis, por exemplo, deveriam ser anteriores ao apa­recimento das primeiras células vivas na Terra, portanto ante­riores ao próprio big bang.

Mesmo se nos abstivermos destas especulações metafísicas e adotarmos uma abordagem puramente empírica, o fato é que a hipótese da causalidade formativa permite diversas previsões verificáveis, radicalmente diferentes das teorias convencionais. Esta diferença tem a ver com o fato de que as teorias ortodoxas da ciência concebem as leis da natureza como imutáveis em todos os tempos e em todos os lugares. Quer a natureza metafí­sica deste postulado seja reconhecida, quer não, é inegável. Está subjacente ao ideal de repetibilidade das experiências e faz parte integrante dos fundamentos do método científico, tal como o conhecemos. A hipótese da causalidade formativa questiona este postulado. Sugere que os princípios organizadores invisíveis da natureza não estão fixos de modo eterno, mas evoluem com os sistemas que organizam.


Por Adalberto Tripicchio

Fonte:
rede psi portal

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A Biologia do Pensamento Por Bruce Lipton




O cientista que ajudou a revolucionar a biologia, ao examinar as reações químicas nas células apoiado na física quântica, afirma que é a MENTE que modela a vida das pessoas

Um respeitado pesquisador de células-tronco, o norte-americano Bruce Lipton rompeu as fronteiras da biologia tradicional ao incorporar a ela conceitos da física quântica. Idéias surgidas a partir dessa ótica, como a equivalência da membrana celular ao "cérebro" das células e o controle que o ambiente exerce sobre as células a partir de suas membranas, confirmam a íntima relação mente-corpo e indicam como podemos usar os PENSAMENTOS para assumir o controle de nossa vida. Lipton relata sua extraordinária trajetória em "A Biologia da Crença" (Ed. Butterfly), tema da entrevista a seguir.

PLANETA - O que é a "nova biologia" a que o senhor se refere em seu livro?

Bruce Lipton - Quando introduzi esses conceitos, em 1980, quase todos os meus colegas cientistas os consideraram inverossímeis. Mas a profunda revisão que a biologia convencional tem feito desde aquela época a leva hoje às mesmas conclusões a que cheguei 25 anos atrás.

Os cientistas sabem que os genes não controlam a vida, mas a maior parte da imprensa ainda informa ao povo o contrário. As pessoas atribuem inicialmente suas deficiências e doenças a disfunções genéticas. As crenças sobre os genes levam-nas a se ver como "vítimas" da hereditariedade.

Os biólogos convencionais ainda consideram que o núcleo (o componente interno da célula que contém os genes) "controla" a vida, uma idéia que enfatiza os genes como o fator primário desse controle. Já a nova biologia conclui que a membrana celular (a "pele" da célula) é a estrutura que primariamente "controla" o comportamento e a genética de um organismo.

A membrana contém os interruptores moleculares que regulam as funções de uma célula em resposta a sinais do ambiente. Para exemplificar: um interruptor de luz pode ser usado para ligá-la ou desligá-la. O interruptor "controla" a luz? Não. O interruptor é controlado pela pessoa que o aciona. Um interruptor de membrana é análogo a um interruptor de luz quando liga ou desliga uma função celular, ou a leitura de um gene - mas ele é, de fato, ativado por um sinal do ambiente. A nova biologia enfatiza o ambiente como o controle primordial na biologia.

Sua teoria também está relacionada à Física Quântica...

Pela medicina convencional, os "mecanismos" físicos que controlam a biologia se baseiam na mecânica newtoniana, a qual enfatiza o reino material (átomos e moléculas). Já a nova biologia considera que os mecanismos da célula são controlados pela mecânica quântica. Ela se concentra no papel das forças de energia invisíveis que formam, coletivamente, campos integrados e interdependentes.

Para a mecânica quântica, as forças invisíveis em movimento nos campos são os fatores fundamentais que modelam a matéria. Os cientistas também reconhecem que as moléculas do corpo são controladas por FREQUÊNCIAS DE ENERGIA VIBRACIONAL, de forma que a LUZ, o SOM e outras energias eletromagnéticas influenciam profundamente todas as funções da vida.

Entre as FORÇAS ENERGÉTICAS que controlam a vida estão os CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS gerados pela MENTE. Na biologia convencional, a ação da mente não é incorporada à compreensão da vida. Por isso, é uma surpresa a medicina reconhecer que o efeito placebo responde por pelo menos um terço das curas médicas, incluindo cirurgias. Ele ocorre quando alguém sara devido à sua crença de que um remédio ou procedimento médico vai curá-lo, mesmo se o medicamento for uma pílula de açúcar ou o procedimento for uma impostura.

A nova biologia ressalta o papel da mente como o fator primordial a influenciar a saúde. Nessa realidade, uma vez que controlamos nossos PENSAMENTOS, tornamo-nos mestres de nossa vida, e não vítimas dos genes.

Em que a nova biologia difere do darwinismo?

Ela frisa que a evolução não é conduzida pelos mecanismos sublinhados na biologia darwiniana. A teoria de Darwin oferece dois passos básicos para explicar como a evolução ocorreu:

1) mutação aleatória, a crença de que as mutações genéticas são randômicas e não influenciadas pelo meio ambiente - a evolução é conduzida por "acidentes";

2) seleção natural, na qual a natureza elimina os organismos mais fracos numa "luta" pela existência, na qual há vencedores e perdedores.

Em "A Biologia da Crença", Lipton explica a íntima relação entre mente e corpo e o poder do pensamento na cura.Novas descobertas oferecem uma imagem diferente. Em 1988, uma pesquisa revelou que, quando estressados, os organismos têm mecanismos de adaptação molecular para selecionar genes e alterar seu código genético. Ou seja, eles podem mudar sua genética em resposta a experiências ambientais. Outros estudos mostram que a biosfera (todos os animais e plantas) é uma gigantesca comunidade integrada que se baseia em uma cooperação das espécies. A natureza não se importa com indivíduos numa espécie, mas com o que a espécie como um todo está fazendo para o ambiente.

Segundo a nova biologia, a evolução:

1) não é um acidente;

2) baseia-se em cooperação.

Uma teoria mais recente sobre o tema ressaltaria a natureza da harmonia e da comunidade como uma força motriz por trás da evolução.

Como o senhor concluiu que podemos comandar e mudar nossas células e genes?

Minhas primeiras idéias científicas basearam-se em experiências que comecei em 1967, usando culturas de células- tronco clonadas. Nesses estudos, células geneticamente idênticas foram inoculadas em três placas de cultura, cada qual com um diferente meio de crescimento. Em uma placa, as células-tronco se tornaram músculo; em outra, células ósseas; na terceira, células de gordura. Meus resultados, publicados em 1977, revelam que o ambiente controlou a atividade genética das células.

Esses estudos mostram que os genes propiciam o surgimento de células com "potenciais", os quais são selecionados e controlados pela célula a partir de condições ambientais. As células ajustam dinamicamente seus genes de forma que eles possam adaptar-se às demandas do ambiente.

Mais tarde, descobri que a membrana celular equivalia ao cérebro da célula. No desenvolvimento humano, a pele embriônica é a precursora do cérebro. Nas células e no ser humano, o cérebro lê e interpreta a informação ambiental e então envia sinais para controlar as funções e o comportamento do organismo.

Quem está no comando do nosso corpo?

Nas primeiras semanas do desenvolvimento do embrião, os genes basicamente controlam o desenvolvimento do plano corporal de um humano (criam dois braços, duas pernas, etc.). Uma vez que o embrião toma a forma humana (torna-se um feto), os genes assumem uma posição secundária, controlando o desenvolvimento do corpo pela informação ambiental. Durante esse período, a estrutura e a função do corpo fetal são ajustadas em resposta à percepção do ambiente da mãe, que, via placenta, influencia a genética e a programação comportamental do feto.

A "leitura" dos sinais ambientais (no útero e após o nascimento) capacita as células do corpo e seus genes a fazer ajustes biológicos para sustentar a vida. Como os sinais ambientais são lidos e interpretados pelas "percepções da mente", a mente se torna a força básica que, em última instância, modela a vida de uma pessoa.

Como os campos energéticos controlam a bioquímica do corpo?

As funções do corpo derivam do movimento das moléculas (basicamente proteínas). As moléculas mudam de forma em resposta a cargas eletromagnéticas ambientais. Influências físicas tais como hormônios e remédios podem oferecer essas cargas elétricas indutoras de movimento. Mas campos de energia vibracional harmonicamente ressonantes também fazem as moléculas mudar de forma e ativar suas funções. Enzimas de proteínas podem ser ativadas num tubo de ensaio por substâncias químicas e por freqüências eletromagnéticas, como ondas de luz.
Podemos evitar doenças enviando mensagens positivas para nossas células?
Só 5% das doenças humanas são relacionadas a defeitos genéticos de nascença.
Portanto, 95% de nós nascemos com um genoma adequado a uma vida saudável.

Para os doentes dessa maioria, a pergunta é: por que estamos tendo problemas de saúde? Reconhece-se hoje que o estilo de vida causa mais de 90% dos problemas de coração, mais de 60% dos casos de câncer e, talvez, todos os casos de diabete tipo 2.

Quanto mais olhamos, mais vemos como nossas emoções, reações à vida, dieta pobre, falta de exercício e estresse modelam nossa vida.
Como temos um controle significativo sobre nosso organismo, podemos reprogramar a saúde e a vida com nossas intenções.
Se de fato soubessem como o seu organismo funciona, as pessoas poderiam influenciar sua saúde, e isso seria o melhor modo preventivo para a doença.

É possível remodelar nossos pensamentos mais profundos?

O problema é que não entendíamos como a mente trabalha.
Temos duas mentes, a consciente e a inconsciente.
Associamos a primeira à nossa identidade pessoal - é a mente pensante, racional.
A mente subconsciente opera sem a supervisão da consciente - é a "mente automática".

Se as crenças da mente subconsciente conflitarem com os desejos da mente consciente, quem ganhará?

A resposta é clara: a mente subconsciente, pois ela é uma processadora de informações um milhão de vezes mais poderosa do que a outra e, como os neurocientistas revelam, opera em torno de 95% do tempo.

Pensávamos que se a mente consciente se tornasse cônscia de nossos problemas, automaticamente corrigiria quaisquer programas negativos descarregados na mente subconsciente. Mas isso não funciona, porque a mente subconsciente é como um gravador - ela grava comportamentos (os fundamentais, na maioria, são armazenados antes dos seis anos de idade) e, ao se apertar um botão, o programa será repetido incontáveis vezes (hábitos). Não existe uma "entidade" na mente subconsciente que "ouça" o que a mente consciente quer.

Pensamentos positivos funcionam quando a meta desejada é apoiada pelas intenções da mente consciente e pelos programas da mente subconsciente. Quanto a isso, existem três maneiras de mudar crenças velhas, limitantes ou sabotadoras na mente subconsciente: a meditação budista (mindfulness), a hipnoterapia clínica e a chamada "psicologia da energia".


Fonte:
Revista Planeta
Monica Tarantino e Eduardo Araia
Maio/2008
Vídeo (em inglês)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Código de Deus / Livro de Gregg Braden





Os livros de Greg Braden combinam Ciência, História e Espiritualidade de uma forma inteligente e compreensível; não são meras teorias mas fórmulas e ligações, documentos, fatos e provas que ajudam a saber mais sobre "Quem Somos".

Livro: O Código de Deus - O Segredo do Nosso Passado, A Promessa do Nosso Futuro

Gene humano pode conter o Nome de Deus.

Deus não criou o homem à sua imagem e semelhança, conforme diz a Bíblia. Seus filhos apenas compartilham os atributos do seu nome que estaria gravado em suas células. É o que sustenta o escritor e pesquisador Gregg Braden ao ligar os alfabetos bíblicos, hebraico e árabe à química moderna.

Aí, diz ele, encontra-se um código perdido, um alfabeto traduzível que é a chave para os mistérios de nossa origem e vive conosco desde sempre. A pesquisa de Braden revela que os elementos Hidrogênio, Nitrogênio, Oxigênio e Carbono, que formam o nosso DNA, podem ser substituídos por letras das antigas línguas.

“Com isso, o código da vida se transforma em uma mensagem eterna. Traduzida, ela mostra que as letras do antigo nome de Deus estão codificadas como informação genética em cada célula da vida”, sustenta o cientista e pesquisador Gregg Braden.

A chave para traduzir o código do DNA para uma linguagem significativa é aplicar a descoberta que converte os elementos em letras.

“Com base em seus valores equivalentes, o Hidrogênio se transforma na letra hebraica Yod (Y), o Nitrogênio na letra Hey (H), o Oxigênio na letra Vav (V) e o Carbono na letra Gimel (G). Essas substituições revelam que a antiga forma do nome de Deus, YH, existe como química do nosso código genético. Por meio dessa ponte entre o nome de Deus e os elementos da ciência moderna, é possível desvendar o mistério e descobrir um significado ainda maior no antigo código que vive em cada célula do nosso corpo”, sustenta Braden.

O pesquisador considera que a sua pesquisa evidencia um Ato Divino: “Preservada dentro de cada célula dos cerca de seis bilhões de habitantes do nosso mundo, a mensagem é repetida, muitas vezes, para formar os elementos de nossa existência. Ela está dentro de cada um de nós, independente de raça, religião ou crença”.

Descoberta pode levar à união dos povos. A pesquisa de Gregg Braden é polêmica. Mas ele acredita que: “A Assinatura do Antigo Nome de Deus oferece um denominador comum inédito, que nos permite resolver as diferenças. Essa evidência palpável nos dá também uma razão para acreditar que a paz é viável e vantajosa. Como cidadão do mundo, somos muito mais do que as religiões, crenças, modos de vida, fronteiras ou tecnologias que nos separam. Nos momentos em que duvidamos dessa verdade imutável, basta lembrar da mensagem que trazemos no corpo. Esse é o poder da mensagem que há dentro das nossas células”.

O nome de Deus tem as mesmas letras e o mesmo sentido em todas as línguas, alega o pesquisador. Tanto a tradição judaica como a islâmica têm uma ancestralidade comum representada pelo patriarca Abraão, mas suas interpretações dos ensinamentos diferenciaram-se ao longo dos séculos.

“Mesmo levando em conta essas diferenças, o código numérico oculto dos Alfabetos Hebraico e Árabe revela precisamente o mesmo valor e produz precisamente o mesmo segredo do nome de Deus no nosso corpo. Com isso, o código leva a mesma mensagem de esperança para as três religiões que congregam mais da metade da população do mundo: o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo”.

Braden interpreta que a mensagem “Deus Eterno Dentro do Corpo” possa ser traduzida de várias maneiras.

“Seja qual for a fonte do nosso código genético, o alto grau de ordem contido na mensagem diz que existe alguma coisa “lá fora”. A mensagem que trazemos no corpo é sem precedentes como base comum para a resolução de nossas diferenças”.

Carbono nos torna diferentes de Deus. “Somos o produto de elementos e moléculas que se combinaram ao acaso para produzir o milagre da vida, ou somos o resultado de um ato intencional de Criação? Embora não se elucide a origem do código em nossas células, o simples fato de sua existência e a pouca probabilidade de essa mensagem ter-se formado ao acaso sugerem que há uma inteligência e uma intenção subjacente à nossa origem”, infere Gregg Braden.

O pesquisador deixa claro que, antes de escrever o seu livro, foi preciso estabelecer com a maior precisão possível o nome pelo qual a presença sobre o Monte Sinai se identificou para Moisés. Após 12 anos de pesquisas, ele concluiu que “há um Nome que sobrevive como o Nome Pessoal de Deus: YHVH, o eterno”.

Segundo Braden, “quando substituímos os elementos modernos pelas quatro letras do antigo nome de Deus, temos um resultado inesperado, à primeira vista. Trocando o H final de YHVH pelo seu equivalente químico, o Nitrogênio, o Oxigênio e Nitrogênio (HNON), todos eles são gazes sem cor, sem cheiro e invisíveis. Substituir 100% do nome pessoal de Deus pelos elementos deste mundo cria uma substância que é uma forma de criação intangível, mas real”.

O pesquisador lembra que as primeiras definições de Deus dizem que Ele é onipresente e que, no nosso mundo, assume a forma invisível aos olhos.

“Então Ele só pode ser conhecido por meio de suas manifestações. Os primeiros capítulos do Gênesis relatam que é nessa forma não-física que o Criador estava presente no tempo da criação”.

Braden deixa claro que a humanidade compartilha das três primeiras letras antigas que representam 75% do nome do Criador, “mas a quarta e última letra do nosso nome químico nos separa de Deus. Enquanto a presença de Deus é a forma invisível e impalpável dos três gazes, Hidrogênio, Nitrogênio e Oxigênio, a última letra do nosso nome é aquilo que nos dá a cor, o gosto, a textura e os sons do corpo: o Carbono. A única letra que nos separa de Deus é também o elemento que nos torna reais no nosso mundo”.

Texto: Ana Elizabeth Diniz